Revista Terra Magazine edição 49

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PERNAMBUCO PASSA POR AQUI

capa

NIEGE CHAVES

Mobilidade com olhar para as pessoas

MERCADO DE OLHO NO FUTURO • ARTIGOS - MAURÍCIO ROMÃO E LUIZ AUGUSTO DE ALMEIDA • GRUPO MOURA • Itamaracá Transportes • MV • Marcelo Bruto, Secretário de Desenvolvimento Urbano de Pernambuco

ARTE

CADERNO DIRIJA AUTO CAPA

USINA DE ARTE, Empreendedorismo cultural COMO INSTRUMENTO DE RENOVAÇÃO

WALDYR FERREIRA

ARQUITETURA

HONDA GOLD WING

MARIA DO LORÊTO E Rodrigo Duarte - GRUPO DWG MARILU E SÉRGIO FONTES - NOVO PROJETO OUTLET

diretor geral da Triumph Brasil "A rainha das estradas"

CULTURA

SUPERBIKE BRASIL

POR TRÁS DA GRAVATA

SPRINT INTERNACIONAL CUP

MAESTRO DUDA - EXPRESSÃO CULTURAL DO FREVO DR. BORIS BERENSTEIN PAIXÃO PELO TÊNIS

10 anos de motovelocidade dudu trindade, piloto REVELAÇÃO

ECONOMIA E NEGÓCIOS

moinho Recife vai renasceR com grande empreendimento imobiliário

R$ 21,00 | EDIÇÃO 49/2019 ANO 8










Editorial

C

hegamos a mais uma edição da Terra Magazine, com o objetivo de apresentar ao mercado assuntos que gerem reflexão aos leitores que buscam estar conectados às transformações comportamentais e tecnológicas que estamos vivendo. Pensando nisso, incluímos uma nova coluna chamada “Mercado - De olho no futuro” que traz a participação de executivos e especialistas dos mais variados segmentos abordando temas importantes para a economia do Estado.

Claudio Barreto Editor Terra Magazine | Dirija Auto

Nessa edição de número 49, homenageamos a empresária Niege Chaves, do segmento de transporte urbano coletivo Mobibrasil, que vem construindo uma trajetória de sucesso e determinação visando uma “Mobilidade com olhar para as pessoas”. Na coluna “Cultura”, convidamos o Maestro Duda, um dos ícones do frevo, nomeado como um dos 12 melhores arranjadores do século pelo projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo. Entrevistamos ainda o empresário Ricardo Pessoa de Queiroz Filho, idealizador da Usina de Arte, belíssimo projeto que une educação, arte e cultura, localizado na cidade de Água Preta, em Pernambuco. Na arquitetura corporativa o Grupo DWG Arquitetura apresenta um projeto no Resort Salinas de Maragogi, trazendo uma arquitetura funcional no segmento de hotelaria. Os empresários Marilu e Sérgio Fontes da Loja Novo Projeto, reformulam o modelo de negócio em uma de suas lojas para o formato “Outlet Premium”, com ambientes assinados por escritórios de arquitetura. Na coluna “Por trás da gravata”, a paixão pelo tênis vai além dos equipamentos de radiologia, com o Dr. Boris Berenstein. Para completar nosso recheio, o caderno “Dirija Auto“ na sua 5ª edição, destaca a entrevista com o diretor da Triumph do Brasil, Waldyr Ferreira, que fala sobre o crescimento da marca no Brasil. Outro destaque é o piloto pernambucano Dudu Trindade, revelação no Circuito Homestead, Flórida, EUA. Vamos deixar você à vontade para folhear mais essa edição da nossa revista, preparada com dedicação e carinho. Boa Leitura!

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TERRAMAGAZINE

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ÍNDICE 14 | ECONOMIA E NEGÓCIOS 18 | MERCADO – DE OLHO NO FUTURO 32 | CULTURA 36 | ARTE 4O | CAPA – NIEGE ROSSITER CHAVES 48 | TALENTOS DA ARQUITETURA 52 | ESPAÇO DO ARQUITETO 54 | MODA 60 | DIÁRIO DE BORDO 62 | POR TRÁS DA GRAVATA 65 | GASTRONOMIA 66 | ENOGASTRONOMIA 68 | SOCIAL TERRA – EDIÇÃO 48 72 | SAÚDE 79 | BELEZA 82 | MÚSICA 85 | CINEMA 86 | FILMES E DICAS PARA LEITURA 87 | COM A PALAVRA CÉLIA LABANCA 88 | JURÍDICO 89 | CADERNO AUTOMOTIVO – DIRIJA AUTO

Maria do Carmo Veras Diretora

EXPEDIENTE EDITOR CLAUDIO BARRETO DRT/PE - 5254 EDITOR@TERRAMAGAZINE.COM.BR DIRETORA | COMERCIAL MARIA DO CARMO VERAS FOTOGRAFIA ARMANDO ARTONI CONTATO INSTAGRAM @TERRAMAGAZINE (81) 9 9504.7550 | 9 9159.8905 SUGESTÕES DE PAUTA CONTATO@TERRAMAGAZINE.COM.BR

EDIÇÃO 49 - ANO 8 MAIO/JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2019

COLABORADORES

ANDRÉ CLEMENTE Jornalista

Ivelise Buarque JornaliSTA

Rochelli Dantas JornaliSTA

Paula Bernardes Jornalista

luiza tiné jornalista

pedro romero JornaliSTA

Armando Artoni JORNALISTA | Fotografo

Marivan Gadêlha mercado

mucio novaes economia e negócios

guilherme veiga jurídico

Sófocles Medeiros Cinema

cezar pordeus tecnologia

Felipe Alchorne colunista automotivo

SOLON GALVÃO colunista automotivo

renato luna colunista automotivo

dra. Fernanda Mossumez saúde

dra. carolina coelho saúde

Paulo Azul Espaço Design

PÁG. 66 Célia Labanca Com a Palavra

Strategy Contabilidade

Av. Montevidéu, 172, S 406 Boa Vista, Recife - PE (81) 3223.1641 Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos e fotos sem autorização.

Anderson Galindo e Willi Soares

DUO PIANO SAX

(81) 98808.0030 / 99696.8168 duopianosax


Motor 1.5L Turbo com 173cv

Amplo espaço interno: versátil e sofisticado

Honda LaneWatch™, assistente de pontos cegos

Autoline

Imbiribeira: 81 3316-4800 Afogados: 81 3226-8466 autolinehonda.com.br

Botão de partida Start-Stop

Recife

Torre: 81 3334-1800 recifehonda.com.br

Teto solar panorâmico

Jaboatão

Piedade: 81 3343-8200 jaboataohonda.com.br

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Caruaru

Caruaru: 81 3101-1900 caruaruhonda.com.br

No trânsito, dê sentido à vida.


Economia e Negócios

Mucio Novaes Economista e empresário

Do Sertão para o Brasil e para o Mundo

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A localização da indústria representa um dos diferenciais para a produção de peles nobres, por disponibilizar uma grande quantidade de matéria-prima, o que permite uma melhor seleção, resultando em características como conforto e variedade, aspectos de qualidade valorizados nos mercados nacional e internacional. As exportações estão previstas em mais de três milhões de dólares neste ano.

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Fotos divulgação

“Moderno Peles e Couros”, instalada na cidade de Petrolina desde o ano de 1975, iniciou suas atividades com foco no processamento de peles caprinas e ovinas, passando a abranger também as peles bovinas a partir de 1983, após a aquisição da “A.F. Soares”. Em mais de 40 anos de mercado, é responsável por gerar mais de 350 empregos diretos e mais de 600 indiretos, com capacidade atual de produção de 1000 unidades de couro e 3.500 unidades de pele por dia. O principal objetivo da Moderno é o atendimento das expectativas do mercado e de seus colaboradores, com produtos que satisfaçam pequenos e grandes clientes com a mesma agilidade, competência e qualidade. A empresa está situada em uma região privilegiada no abastecimento de peles pequenas, já que o Nordeste concentra a maior parte do criatório de carneiros deslanados no país e a quase totalidade do rebanho de caprinos. O fornecimento de peles, advindas de criatórios de pequenos produtores, gera trabalho e renda no semiárido nordestino.

A produção é bastante diversificada, e abrange todas as etapas de beneficiamento, fornecendo couros e peles curtidas, semiacabadas e acabadas, buscando ininterruptamente atribuir melhorias ao processo que favoreçam a qualidade do produto.

O compromisso com a sustentabilidade está presente em todo o processo produtivo, através de práticas e procedimentos ambientais e econômicos que garantam a manutenção do setor coureiro na região, promovendo o mínimo de impactos.


RECIFE OUTLET PREMIUM

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e há um personagem no Brasil que podemos chamar de resistente por natureza é o empreendedor. A crise não o faz parar. É apenas um obstáculo a ser superado, que exige a estratégia certa para ser transposta com sucesso. No segmento varejista de moda e acessórios, o mundo vem passando por uma revolução de hábitos e cultura. O jeito de comprar, assim como a ação dos consumidores, está mudando rapidamente, não deixando margem para os mesmos modelos de negócios. É assim que surge o “Recife Outlet Premium”, empreendimento do grupo pernambucano BCI, a ser implantado às margens da BR-232, no Município de Moreno, zona oeste do Grande Recife. Com investimentos previstos de R$ 60 milhões e geração de dois mil empregos diretos, o empreendimento contará com 52 lojas, duas âncoras, praça de alimentação com 12 “fast food”, três restaurantes e 650 vagas de estacionamento. A previsão para início das operações é o segundo semestre de 2020. Trata-se do primeiro empreendimento do gênero em Pernambuco.

Fotos divulgação

Este modelo de negócio, centrado num “trinômio” (marcas desejadas + descontos + custos baixos), cresce durante os momentos de crise econômica e permanece depois dela, uma vez que os consumidores desenvolvem consciência de preço e continuam a buscar descontos em produtos de boas marcas.

GASTRONOMIA made in pernambuco

D Fotos divulgação

ois bem sucedidos empreendimentos gastronômicos nascidos no Recife foram inaugurados neste primeiro semestre em São Paulo e em Lisboa. Em São Paulo, dentro do elegante Hotel George V, no bairro dos Jardins, o reconhecido chef português Filipe Ferreira e o investidor pernambucano Sérgio Bivar abriram o “Aveiro”, restaurante especializado em comidas portuguesas com toques da cozinha pernambucana. Em Lisboa, o empresário José Haeckel Gomes, junto com dois sócios pernambucanos, inaugurou o “Dom Black”, famosa hamburgueria que já opera no Recife. O restaurante está instalado na Rua Conde de Redondo, a três quadras da famosa Avenida da Liberdade. Pernambuco continua assim exportando sua cultura, a partir de empreendimentos gastronômicos estabelecidos com sucesso no Recife.

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Economia e Negócios

moinho Recife vai renascer com grande empreendimento imobiliário por Pedro Romero

O

bras no antigo prédio do Moinho Recife, que começou a funcionar há 100 anos, vão manter as características originais do imóvel, unindo tradição e tecnologia de ponta. O Bairro do Recife, uma das mais belas paisagens de Pernambuco, que une história, cultura e modernidade, vai ganhar um empreendimento multiuso que promete valorizar ainda mais a região. Nessa área nobre, o “Moinho Recife Busines & Life” vai unir trabalho, moradia, serviços, hospedagem e entretenimento, e pretende ser uma ponte entre o passado e o futuro. O empreendimento será implantado no antigo Moinho Recife, desativado desde 2009, recuperando e preservando as características originais do prédio. O investimento total será de R$ 80 milhões e as obras vão começar até o final deste ano. O projeto, encampado pela empresa “Revitalis” - formada pelo Grupo

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Moura e membros das famílias Tavares de Melo e Petribu, que adquiriu o Moinho Recife em 2016, prevê a recuperação total da estrutura do antigo moinho, uma área de quase 53 mil metros quadrados. Algumas de suas peças e equipamentos serão reutilizados, como os antigos moinhos, que vão virar luminárias. Os grandes galpões, que armazenavam toneladas de farinha de trigo, vão abrigar três espaços corporativos com salas empresariais, Coliving com 112 apartamentos residenciais de 43, 61 e 89 metros quadrados, e um hotel com 84 apartamentos. O Moinho Recife Busines & Life contará ainda com mall de até 14 lojas e Rooftop com praça elevada, mirante e telhado verde. Para completar, um estacionamento com 595 vagas rotativas. Entre outras coisas, o projeto prevê central de ar condicionado, grupos geradores, reaproveitamento de água, bicicletário, e jardins integrados com as ruas. O projeto arquitetônico é de Bruno Ferraz e Roberto Montezuma e

Foi um grande desafio, pela escala urbana e pela dimensão histórica do projeto. O espaço vai passar por uma ressignificação, mas vai continuar com a mesma imagem. Deixamos uma estrutura flexível, para vários tipos de usos. E o empreendimento dialoga com o entorno, com espaços abertos e ruas integradas” segue o conceito retrofit, baseado na modernização de áreas antigas com a preservação de características da construção original. “Foi um grande desafio, pela escala urbana e pela dimensão histórica do projeto. O espaço vai passar por uma ressignificação, mas vai continuar com a mesma imagem. Deixamos uma estrutura flexível, para vários tipos de usos. E o empreendimento dialoga


foto Locomotive

com o entorno, com espaços abertos e ruas integradas”, diz Bruno Ferraz. A expectativa é que quando o complexo multiuso estiver concluído gere cerca de 2,4 mil empregos. Durante a construção, esse número deve ficar entre 800 e 1000 empregos diretos e indiretos. A primeira etapa do projeto será a construção dos espaços corporativos e do estacionamento e deve ficar pronta no final de 2021. “Idealizamos um projeto alinhado com um novo momento do mercado imobiliário brasileiro, trazendo algo novo, parecido com o que vemos no exterior. Nossa cidade carece de espaços diferenciados, com apelo arquitetônico priorizando a convivência entre pessoas, aliados

ao uso de tecnologia e pensado para ser um novo destino, não só para o Bairro do Recife, mas para a cidade”, destaca Victor Tavares de Melo, sócio e membro do comitê executivo da Revitales. O Moinho Recife Busines & Life está na área de abrangência do Porto Digital que conta com incentivos fiscais, cerca de 9.500 colaboradores e 318 empresas, sendo 288 regionais, 19 nacionais e 11 internacionais. Na mesma área também estão a Prefeitura do Recife, Terminal Marítimo, C.E.S.A.R., Paço do Frevo, Museu Cais do Sertão, Polícia Federal, Refeita Federal, TRT e TRF, além da comunidade do Pilar, onde a empresa já atua com ações de integração social. “O projeto abre imensas possibilidades para as empresas que planejam seu crescimento no bairro.

foto Newman Homrich

O projeto abre imensas possibilidades para as empresas que planejam seu crescimento no bairro. É motivo de muito entusiasmo para nós contribuirmos para enriquecer ainda mais esse espaço histórico”

É motivo de muito entusiasmo para nós contribuirmos para enriquecer ainda mais esse espaço histórico”, acrescenta Renata Moura, também membro do comitê e sócia da Revitalis. O Moinho Recife foi construído em 1914 e inaugurado apenas em 1919. A empresa funcionou na área central da cidade até 2009, quando as instalações foram transferidas para o Porto de Suape. O espaço deu lugar a uma central de distribuição, fechada em 2015. No ano seguinte, o prédio foi arrematado pela empresa Revitalis, em um leilão privado.

terra magazine fotos Newman Homrich

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imagem internet

MERCADO DE OLHO NO FUTURO

Políticas públicas para cidades inteligentes

É

preocupante constatar que o recente estudo Cities in Motion Index (Cimi) – 2019, da Escola de Negócios da Universidade de Navarra, na Espanha, tenha apontado que os municípios brasileiros estejam muito distantes do conceito de cidades inteligentes. De acordo com o levantamento, Rio de Janeiro, a mais bem colocada de nosso país, está em 128º lugar, atrás das vizinhas Santiago, no Chile (66º), Buenos Aires, na Argentina (77º), e Montevidéu, no Uruguai (92º). Londres é a líder mundial. Cabe refletir por que o Brasil encontra dificuldades de se enquadrar nesse parâmetro contemporâneo de urbanismo. Fica claro que precisamos rever numerosas questões internas e políticas públicas, pois o marco de cidade inteligente não é mera grife e tampouco se caracteriza por meras iniciativas tecnológicas isoladas. Trata-se de uma referência de qualidade da vida, bem-estar e desenvolvimento. Para evoluirmos nesse conceito, precisamos contemplar o planejamento urbano e a gestão dos municípios, de modo que atendam, de modo integrado, a requisitos básicos de saúde, educação, transporte, meio ambiente, habitação e segurança. Pouco ajuda estarmos, de um lado, entre as nações com o maior número de startups e, de outro, batermos recordes de homicídios. Além das dificuldades de gestão e zeladoria municipais, para que haja cidades inteligentes no Brasil é necessário solucionar aspectos

fundamentais para seu advento. Como podemos, por exemplo, criar polos tecnológicos, se demoramos quase uma década para aprovar e licenciar novos projetos de desenvolvimento urbano? Como melhorar a mobilidade urbana, se, depois de 20 anos em obras, o rodoanel em São Paulo ainda não foi finalizado. Inteligência e burocracia são palavras antônimas. Cidades são espaços de problemas, desafios e oportunidades e abrigam a maioria da população mundial. Além disso, são altamente poluidoras e geradoras de conflitos de desigualdade e exclusão social. As previsões indicam que as 600 maiores do mundo gerarão 60% do PIB global em 2025 (Mackinsey/2011). Assim, imperativos demográficos, econômicos, sociais e ambientais tornam premente a aposta em novos modelos de desenvolvimento urbano. Infelizmente, nos últimos 20 anos, as políticas públicas brasileiras com foco no desenvolvimento urbano não têm contribuído para a criação de modelos de cidades inteligentes, nas quais as liberdades econômica, criativa e empreendedora devem ser priorizadas e incentivadas. Na contramão dessas tendências, criouse no País um intrincado arcabouço legal, com milhares de normas (só na área ambiental, são mais de 22 mil). Tal emaranhado burocrático-normativo, um pesadelo para quem quer investir, conspira contra o nascimento e a favor da morte de empresas. Assim, o Brasil vai se distanciando de várias nações onde a liberdade econômica é estimulada. De acordo com o relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial, ocupamos a 109ª posição em ambiente de negócios, dentre 190 países. No âmbito dos Brics, somos lanternas. É triste constatar que, na realidade, estamos ficando no final da fila em praticamente tudo.

Pensamos como primeiro mundo. Somos produtores incansáveis de legislação de país desenvolvido, mas, na verdade, somos uma nação subdesenvolvida, com tudo por fazer. Precisamos de investimentos bilionários para subir um pouco nos rankings globais de competitividade. Só para exemplificar, para universalizar os serviços de saneamento básico, são necessários mais de 300 bilhões de reais. Se não temos recursos para investir, devido à crise fiscal e ao baixo desempenho econômico, é premente uma postura em favor do desenvolvimento, com mais agilidade nas aprovações de empreendimentos, menos obstáculos ao ingresso de capital e soma de forças entre os setores público e privado. Será muito difícil agregar inteligência às cidades, como vem ocorrendo em numerosas nações, quando questões relacionadas ao populismo e/ou à ideologia interferem no planejamento e nas aprovações de projetos urbanísticos adequados, ao mesmo tempo em que respaldam a tolerância com práticas de uso e ocupação do solo conflitantes com a sustentabilidade.

Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci-Brasil — Federação Internacional Imobiliária e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.


MERCADO DE OLHO NO FUTURO

e posteriormente adotado em várias cidades: Londres, Estocolmo, Milão, Durham, Oslo, Bergen, etc., mas só recentemente é que Buenos Aires se tornou a primeira cidade da América Latina a utilizá-lo.

Está na hora do pedágio urbano

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odas as grandes cidades do mundo têm experimentado nas últimas décadas expressivo crescimento populacional e desenvolvimento urbano. Algumas delas se expandiram tanto que se metropolizaram, integrando populações e áreas urbanas circunvizinhas num intenso processo de conurbação. Não sem razão que a maioria dessas cidades perpassa crises de mobilidade urbana, em particular, devidas aos imensos congestionamentos de veículos automotivos nos seus espaços viários. No Brasil a situação é agravada por conta da desoneração fiscal na produção de veículos, criando mais pressão sobre o uso do espaço urbano, relativamente invariante. Só em 2018 foram produzidos no país 2 milhões e 881 mil veículos (os carros representam 95%) e exportados somente 629 mil. O saldo foi adicionado à frota existente. Mais: a expectativa do mercado é de que a produção automotiva brasileira cresça 11,3% em 2019. As clássicas soluções de gestão de congestionamentos, através de intervenções tópicas de engenharia de tráfego no fluxo do trânsito não adiantam mais. A gravidade do problema requer mudança de paradigma. A instituição de pedágio urbano, por exemplo, passa a ser uma opção à ortodoxia da engenharia viária. O pedágio urbano (“congestion charging”, “urban toll” ou “congestion

pricing”) é uma maneira de caminhar em direção à solução de longo prazo para a mobilidade urbana: dar absoluta prioridade aos modais sustentáveis, transporte público, bicicleta e andar a pé, desestimulando o uso de automóvel como modal preferencial. O mecanismo consiste em cobrar uma tarifa aos condutores de veículos que circulem em determinadas áreas da cidade (como acontece com a cobrança de pedágio nas rodovias concessionadas). Em geral, os veículos coletivos ficam isentos de pagamento. A ideia é que a imobilidade urbana é causada em larga escala pelo maior demandante do espaço viário e maior gerador de tráfego: o transporte motorizado individual. Seu uso desenfreado acarreta prejuízos materiais, sociais, ambientais e de saúde, e são injustamente socializados.

Desde 15 de maio de 2018, Buenos Aires iniciou o sistema de pedágio urbano, abrangendo 70 quadras, numa área de 2 km2 . O entorno pedagiado tem período de restrição de 11:00 às 16:00, de segunda a sexta-feira. São esperados 35 mil veículos a menos na zona demarcada, metade do volume anterior. Devido à aceitação popular do modelo o governo da cidade decidiu estender o perímetro pedagiado de 70 para 142 quadras, a partir de outubro de 2019, além de alargar o horário de circulação paga, passando de 9:00 às 18:00. Enfim, a adoção do pedágio urbano visa a diminuir os congestionamentos recorrentes, desacelerar o agravamento da situação ambiental e arrecadar recursos para destinação em transportes de massa; em síntese, buscar a sustentabilidade urbana. Desnecessário dizer que cidades como Londres e outras onde o pedágio urbano foi implantado, têm realidades socioeconômicas e urbanas diferentes das cidades brasileiras. Ainda assim, vale a pena testar esse modelo, pari passu com continuados incentivos ao uso dos modais sustentáveis de transporte. O enfrentamento do problema requer mudança de paradigma e medida disruptiva: taxação do carro particular.

É uma questão de desequilíbrio entre oferta limitada do espaço viário e excesso de demanda pelo seu uso, protagonizado pelo automóvel. O preço (a tarifa do pedágio) vai ajudar a desestimular a demanda. O pedágio urbano, além de reduzir a quantidade de automóveis circulando na malha viária, gera receitas para serem aplicadas em sustentabilidade urbana, particularmente, em transportes coletivos. Daí existir entre os especialistas visível preferência por essa modalidade vis-à-vis o rodízio de automóveis. O pedágio urbano foi implantado pela primeira vez em 1975, em Cingapura

Maurício Costa Romão, é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

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MERCADO DE OLHO NO FUTURO

JAGUAR LAND ROVER TESTA NOVO PROCESSO DE RECICLAGEM PARA MINIMIZAR O PROBLEMA DE RESÍDUO PLÁSTICO NO MUNDO

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Jaguar Land Rover está testando um novo processo inovador de reciclagem que converte resíduo plástico em um novo material de alta qualidade, que pode fazer parte de futuros modelos da montadora. Estima-se que a quantidade de resíduo plástico irá ultrapassar, globalmente, as 12 milhões de toneladas, até 2050. Hoje, nem todo este plástico pode ser reciclado para uso em aplicações automotivas – especialmente em peças que precisam seguir os padrões de segurança e qualidade. Trabalhando em conjunto com a multinacional química, BASF, a Jaguar Land Rover faz parte do projeto piloto chamado ChemCycling, que recicla lixo plástico doméstico, geralmente levados para aterros ou incineradoras, e os transforma em novos materiais de alta qualidade. O plástico é transformado em óleo de pirólise usando processos termoquímicos. Este segundo material bruto é, na sequência, introduzido na linha de produção da BASF como um substituto do material fóssil; criando, finalmente, uma liga de nível elevado que replica a performance e qualidade de plásticos “virgens”. Finalmente, ele pode ser temperado e pintado, se tornando uma solução ideal para o design de novos acabamentos internos e painéis externos em modelos da Jaguar e da Land Rover. A Jaguar Land Rover e a BASF estão testando a fase piloto do material em um molde da face frontal do Jaguar I-PACE para verificar se segue à risca os

A montadora está pronta para alcançar em 2020 a meta de zero resíduos em aterros para as operações no Reino Unido. Isso inclui a remoção de 1.3 milhão m² - equivalente a 187 campos de futebol – de plástico das linhas de montagem, substituindo 14 milhões de itens de plástico de uso único nas operações de negócio. requisitos de segurança da peça original já existente. Com o resultado dos testes e a evolução no uso de reciclagem química no mercado, a adoção do novo material faz com que a Jaguar Land Rover possa usar plástico doméstico reciclado em toda sua gama de modelos sem quaisquer perdas em qualidade e segurança. Chris Brown, Gerente Sênior de Sustentabilidade na Jaguar Land Rover, disse: “Plásticos são vitais para a manufatura de carros e tem seus benefícios comprovados durante a fase de uso, mas, os resíduos do plástico se tornaram um desafio global enorme. Solucionar esse problema requer inovação e conversas entre reguladores, fabricantes e fornecedores. “Na Jaguar Land Rover, nós estamos aumentando a quantidade de material reciclado em nossos produtos, removendo plásticos de uso único

ao longo de toda nossa operação, e reduzindo o excesso de lixo durante o ciclo de vida do produto. A parceria com a BASF é apenas uma das iniciativas que estamos desenvolvendo para operar numa economia circular.” Este é um dos exemplos de dedicação da Jaguar Land Rover em endereçar o desafio de resíduos plásticos. A empresa já colaborou com a Kvadrat para oferecer aos consumidores opções diferentes de bancos que são, ao mesmo tempo, luxuosos e sustentáveis. O material de alta qualidade, disponível inicialmente no Range Rover Velar e no Range Rover Evoque, combina uma mistura de lãs resistentes com um suedecloth técnico produzido com 53 garrafas de plástico recicladas por veículo. A montadora está pronta para alcançar em 2020 a meta de zero resíduos em aterros para as operações no Reino Unido. Isso inclui a remoção de 1.3 milhão m² - equivalente a 187 campos de futebol – de plástico das linhas de montagem, substituindo 14 milhões de itens de plástico de uso único nas operações de negócio. Em conjunto, esses esforços estão levando a Jaguar Land Rover para o Destino Zero; um desejo de transformar a sociedade em um lugar mais seguro, saudável e com um meio ambiente mais limpo, tudo isso por meio de um processo de inovação contínuo para adaptar seus produtos e serviços com o mundo em constante mudança. O foco da empresa é de alcançar um futuro com zero emissões, zero acidentes e zero congestionamentos. Fonte: Jaguar Land Rover


MERCADO DE OLHO NO FUTURO

Juntos podemos e devemos fazer muito mais por Paulo Magnus, Presidente da MV

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ivemos em um cenário conectado e evolutivo em todos os setores. Um forte e representativo exemplo está na área da Saúde. A tecnologia deu ao indivíduo uma posição de destaque no cuidado com a própria saúde e a qualidade de vida. De dispositivos médicos de uso pessoal que monitoram portadores de doenças crônicas à prevenção de epidemias em populações mais suscetíveis, o futuro da Saúde no mundo está na medicina preditiva. Hoje, todos se tornaram responsáveis pelos cuidados: hospitais, operadoras, fornecedores de tecnologias, de medicamentos e de insumos, médicos, enfermeiros... São pessoas cuidando de pessoas com o suporte tecnológico. A saúde do futuro vai conectar os diversos atores, aproximar os indivíduos, engajar os pacientes, ampliar o acesso ao sistema e aumentar a expectativa de vida. Então, pergunto: como estamos nos preparando para isso? Buscando referências de soluções inovadoras e disruptivas nos deparamos com grandes exemplos. A realidade de Israel nos surpreendeu, pois o país já é 100% digital há 25 anos, ou seja, está há muito tempo na nossa frente. Nos Estados Unidos, nos encantamos com a Ochsner Health System e com as transformações que a Apple está fazendo para a prevenção de doenças cardíacas. Esses foram alguns dos exemplos que trouxemos para o MV Experience Fórum 2019, evento realizado pela MV e que em agosto chegou à sua oitava edição.

informações do prontuário eletrônico da plataforma SOUL MV – premiado quatro vezes como melhor solução EMR (Electronic Medical Record) da América Latina – e coloca ao alcance das mãos com grande agilidade e dinamismo os históricos clínicos dos pacientes; exames laboratoriais e de imagens; laudos e diagnósticos; listas de riscos, precauções e eventos adversos; escalas de avaliação e evoluções de atendimentos; prescrições ativas com aprazamentos e checagens; e sinais vitais de pacientes internados. O App Médico terá ainda, em uma segunda etapa, a capacidade de disponibilizar notificações via iPhone e Apple Watch sobre resultados de exames, protocolos, pareceres e alertas de riscos. Outra vantagem, também em desenvolvimento, é a possibilidade de criação de grupos para que seja possível organizar listas de pacientes classificados por urgências e prioridades. Isso tudo garantirá aos profissionais de Saúde três benefícios que fazem enorme diferença: informação, mobilidade e tempo. São lançamentos como esses que nos dão a certeza de que tudo o que fizemos foi importante para nos proporcionar protagonismo e liderança, mas ainda não foi suficiente

para garantir o futuro que desejamos na área da Saúde. Na verdade, é imprescindível fazer mais porque nenhum sistema (nem o privado, tampouco o público) conseguirá suportar a escalada de aumento de custos. Precisamos, então, de alternativas e a transformação digital de todo o segmento de Saúde é o caminho para ampliação de transparência, aumento de segurança assistencial, redução de desperdícios e melhoria de eficiência com consequente incremento de resultados. Governos e operadoras precisam inverter seus papeis para investir em produtividade e cuidar mais da saúde em vez de focar somente no tratamento de doenças. As empresas precisam investir no engajamento dos colaboradores para que haja acompanhamento e envolvimento no cuidado da própria saúde, o que resultará em melhor qualidade de vida e aumento de produtividade. A junção de tudo isso que vivemos, desenvolvemos e trazemos constantemente para debate nos dá a certeza de que já temos conhecimentos e tecnologias capazes de promover a transformação digital da Saúde. Só precisamos colocar em funcionamento tudo isso.

foto divulgação

Aliás, norteada pela missão de tornar a Saúde mais humanizada e eficiente, a MV construiu um legado no sistema brasileiro. Em meio a fatos como a implantação do primeiro hospital com sistema integrado, a primeira unidade de saúde sem papel e o primeiro hospital digital da América Latina, muitas outras transformações ocorreram. O mais recente anúncio foi o App Médico. Desenvolvido para a plataforma iOS, o aplicativo reúne Paulo Magnus

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MERCADO DE OLHO NO FUTURO

Presença nos diversos modais de transporte urbano Tendência de mercado para empresas, como a gigante do segmento de baterias automotivas na américa do sul por Marivan Gadêlha

H

á 05 anos na Baterias Moura, o executivo Fernando Castelão, responde principalmente pela Diretoria de Supply Chain e pela Divisão de Negócios de Baterias de Lítio da organização. Graduado em administração de empresas e ciências contábeis, possui MBA em Gestão Empresarial e vários cursos executivos em universidades americanas como Ohio University, Georgia Tech (Georgia Institute of Technology) e Harvard Business School. Na Baterias Moura, responde ainda pela Diretoria Geral de outras duas empresas do Grupo Moura na Área de Transporte e Logística. Como Diretor de Supply Chain, é o responsável pela coordenação de toda a

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“cadeia de suprimentos”, utilizando a Prática de Gestão conhecida como Sales and Operations Planning, processo logístico que focaliza as atividades de planejamento e execução desde a aquisição, passando pela fabricação até o atendimento de vendas e serviços a clientes. Como Diretor Corporativo, ainda responde pelo Suporte Matricial às demais empresas do grupo na área de supply chain. A Baterias Moura, que é líder na América do Sul na produção e comercialização de baterias para diversas aplicações, cujo “carro chefe” são as baterias automotivas, criou a Divisão de Negócios de Baterias de Lítio em 2018, sintonizada com as mudanças tecnológicas

Fernando Castelão, Diretor Geral da Divisão de Lítio e Diretor de Logística e Suprimentos na Baterias Moura.

relacionadas à aplicação do Lítio, principalmente no carro elétrico. Segundo o executivo, algumas aplicações são semelhantes as das baterias tradicionais chumbo-ácido, como nas empilhadeiras e no armazenamento de energia para sistemas relacionados a energias renováveis. Para o Fernando o principal desafio da empresa no momento, que ao mesmo

tempo representa sua maior oportunidade, está em explorar as oportunidades com as baterias de lítio, especialmente na eletrificação veicular. No carro elétrico, a oportunidade está exatamente no fato de que, a representatividade de valor da bateria em relação ao valor do carro, é extremamente superior. Isto decorre do fato de que no carro elétrico, a bateria


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é responsável pela tração, através do fornecimento de energia para o motor elétrico. Além disso, os veículos elétricos desempenham importante papel na eliminação das emissões de poluentes, melhorando a qualidade do ar principalmente nas grandes cidades. Inserida no mercado global, a organização possui clientes em outros países da América do Sul e até em outros continentes como África e Europa. Tem fornecedores de máquinas e equipamentos em várias partes do mundo, uma fábrica na Argentina, uma Operação de Distribuição na Argentina e no Uruguai e representantes em diversos países. Essa atuação com parcerias internacionais fortalece a percepção nos “players” (competidores) globais do segmento de eletrificação veicular, de que a organização tem todas as condições de oferecer soluções tecnológicas eficientes em baterias de lítio, se caracterizando como uma importante parceira no país neste processo de transição tecnológica. Segundo o executivo, baterias de lítio apresentam inúmeras aplicações. Nos modais de transporte, são

Em sintonia com a evolução das preocupações ambientais, a empresa é a maior recicladora de chumbo da América do Sul, com base nas diretrizes do Programa Ambiental Moura – PAM

utilizadas nos veículos de passeio, nos ônibus e nos caminhões. Na chamada micromobilidade, categoria de veículos elétricos urbanos que pesam menos de 500 kg, são utilizadas principalmente nos patinetes e bicicletas elétricas. Na logística são utilizadas nas empilhadeiras elétricas. Em automação e telecomunicações em nobreaks, equipamentos que regulam a voltagem, a pureza da energia e/ou alimentam os dispositivos elétricos em caso de falha de suprimento. São ainda aplicadas em Battery Energy Storage Systems – BESS, Sistemas de Armazenamento por Bateria.

Para o mercado de caminhões, entre outros projetos realizados em parceria com a Eletra, empresa nacional com sede em São Paulo, acaba de ser desenvolvida a primeira solução 100% nacional de um ônibus puramente elétrico e de outro híbrido. Em sintonia com a evolução das preocupações ambientais, a empresa é a maior recicladora de chumbo da América do Sul, com base nas diretrizes do Programa Ambiental Moura – PAM. O programa prevê que para cada bateria comercializada, uma bateria usada deve ser reciclada. Em Belo JardimPE a empresa possui duas unidades de processamento, uma dedicada à reciclagem do Chumbo e outra à reciclagem do plástico. No caso das baterias de lítio, as soluções para reciclagem ainda estão sendo desenvolvidas, sobretudo em função da complexidade e consequentemente dos custos do processo. Apesar do exposto, essas baterias possuem vida útil de aproximadamente 10 anos, sendo possível o chamado “segundo uso”. Nos veículos automotivos, quando a autonomia não é mais a requerida, estas baterias ainda podem ser

utilizadas com eficiência para outras finalidades, como em sistemas de armazenamento de energia, entre outras. A empresa fundada pelo casal Edson e Conceição Moura em 1957, sempre investiu maciçamente na qualidade de seus produtos. Hoje o Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura – ITEMM, conta com pesquisadores das mais variadas origens do Brasil e do mundo, focados na contínua evolução tecnológica das baterias. Somado a estes esforços de Pesquisa e Desenvolvimento, uma Área de Engenharia de Produto com laboratórios de primeira linha fortalecem o desenvolvimento continuado da qualidade na organização. Esse ambiente desafiador com acesso as mais avançadas tecnologias, associado a uma forte política de desenvolvimento que inclui a participação em eventos de capacitação e congressos, inclusive com viagens internacionais, tem sido um grande aliado na atração e na retenção dos talentos requeridos a este momento de transformação.

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MERCADO DE OLHO NO FUTURO

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Desafios urbanos enfrentados de forma integrada por André Clemente

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stá na missão do setor público promover ações para o bem estar social; além disso, a mobilidade virou pauta mais que essencial. Diferente de anos atrás, quando o orçamento farto permitia lançar projetos e executar obras, o momento agora virou. Caiu no colo de Marcelo Bruto a missão no estado de Pernambuco de focar no futuro, com o olho afiado na eficiência de gestão e o alocamento preciso de recursos que apresentem mais retorno à população. E o principal:

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produzir bons projetos para atrair o setor privado com a finalidade de participar desse novo ciclo. À frente da pasta de Desenvolvimento Urbano, que agora reúne as antigas secretarias de Cidades, Habitação e o conceito de Planejamento e Gestão, é ele que vem implantando o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) do estado, a partir desse novo conceito de enfrentamento dos desafios urbanos. Ele cita um exemplo claro da necessidade de integrar o pensamento público de

O plano tem que ter o olhar geral para que possa promover o equilíbrio. Olhar para áreas que podem receber investimentos, habitação, relacionar essas moradias com zonas econômicas e com mobilidade, entre outros pensamentos. As diretrizes com mapeamento regional vão tentar equilibrar esse jogo”

desenvolvimento urbano. “As ações de mobilidade foram trabalhadas de forma separadas nos últimos anos e geraram resultados contraditórios. Para se ter ideia, lá em 2013-2014, da

Marcelo Bruto, Secretário de Desenvolvimento Urbano de Pernambuco.

mesma forma que foram liberados muitos recursos para obras de BRT, metrô e corredores de ônibus, também foram implantadas políticas agressivas de incentivo à aquisição de veículos, que é individual. É um exemplo de políticas regulatórias calibradas de forma errada. No individual,


Olhar para áreas que podem receber investimentos, habitação, relacionar essas moradias com zonas econômicas e com mobilidade, entre outros pensamentos. As diretrizes com mapeamento regional vão tentar equilibrar esse jogo”, destacou.

por exemplo, o movimento de redução de imposto e redução da gasolina gerou uma explosão de emplacamentos. De 2010 a 2016, por exemplo, praticamente dobrou o número de carros em Pernambuco e não há investimento público que acompanhe as demandas dessa nova estrutura de mobilidade”, pontuou. Na relação com a habitação, outro cenário ficou evidente. “O ‘Minha Casa Minha Vida’, uma aposta do governo federal de habitação popular não conseguiu ser colocado nos centros urbanos, pelo próprio preço do terreno. Criar moradias em grande quantidade em zonas afastadas, por sua vez, pressiona ainda mais o transporte público”, analisa. O cenário foi entendido da seguinte forma: é preciso juntar as políticas urbanas para inserir esse olhar integrado e começar a tocar

Vamos fomentar estudos para manutenção e segurança, limpeza, gestão de fila, sistemas de informação para o usuário, como também para atração de lojas ou empreendimentos que tragam receita para a empresa”

um novo ciclo, dessa vez voltado para planejamento e eficiência de gestão. Por isso, a secretaria começa a debater com os municípios a implantação do PDUI, um documento que será um plano macro para o desenvolvimento da metrópole do estado. “O plano tem que ter o olhar geral para que possa promover o equilíbrio.

Falando em gestão para a satisfação do usuário de transporte público, o governo de Pernambuco é simpático à entrada do setor privado no circuito. Está no plano de ação a participação de empresas no processo, como medida de melhorar a eficiência na gestão de terminais de transporte público, de integrações de ônibus, além de rotas, abrigos e estações de BRT. “Trazer não só mais aportes financeiros, mas outras maneiras de enxergar esses terminais, de poder olhar oportunidades de investimentos nos terminais e no entorno, para integrar o potencial econômico das cidades ao transporte. Uma unidade de Parcerias Público-Privadas (PPP) foi trazida para a secretaria porque a gente entende que pode ser agregador”, reforçou. O primeiro ponto em atividade nessa atração de empresas foi o chamamento para estudos dos 26 terminais integrados de ônibus. “Vamos fomentar estudos para manutenção e segurança, limpeza, gestão de fila, sistemas de informação para o usuário, como também para atração de lojas ou empreendimentos que tragam receita para a empresa”, explicou, pontuando que outros projetos de parcerias estão no calendário, nas áreas de resíduos sólidos, de habitação e, também, em rodovias e saneamento. O

objetivo é sempre o mesmo: fazer com que o cidadão tenha uma experiência melhor. Para o transporte público, a área de mobilidade vai focar em elaborar bons projetos neste ano. “Se eu simplesmente colocar obra na rua, vou ser pouco eficaz. A ideia é atacar gargalos que promovam um grande reflexo para a população, como o caso de faixas exclusivas de BRT. Já as novas frentes de obras serão feitas a partir do ano que vem, com os projetos novos, bem pensados, a partir desse novo conceito de eficiência”, explicou. A referência do BRT nos moldes de cidades como Curitiba ou Bogotá, na Colômbia, ainda não chegou, mas o secretário destaca que a medição no índice de satisfação quando se fala desse modal já começa a aparecer, o que é um bom indicador. “Mesmo sem estar em funcionamento pleno, estamos falando de 200 mil pessoas nos corredores do BRT, tanto no Norte - Sul como no Leste - Oeste. Dos 1,8 milhão de usuários totais, o BRT já representa 10% e já aparece bem nas pesquisas de satisfação. A gente sabe que precisa aperfeiçoar e a aposta é certa. A ideia que vem sendo pensada é de separar os corredores, integrar com linhas de ônibus e fazer o sistema todo aparecer diferente para o usuário. É isso que queremos. Quem tem a política pública como missão quer fazer diferença no sentimento das pessoas. Se isso acontecer, o trabalho vai ter feito sentido”, finaliza.

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MERCADO DE OLHO NO FUTURO

Amélia não vai baixar a guarda Na Itamaracá Transportes, ela segue na luta por um transporte coletivo que abrace as pessoas por André Clemente

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er um personagem agregador, às vezes, é uma tarefa difícil. Agregar por uma razão na qual os outros são prioridade é ainda mais difícil. Mas o bom é que existem pessoas que tocam esse trabalho com a naturalidade de um líder nato. Maria Amélia Bezerra Leite é o nome de uma dessas pessoas. Deixou a vida de urbanista para se dedicar a um compromisso que, de início familiar, virou profissional e pessoal.

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É mais uma na luta pela mobilidade com foco no transporte coletivo e, principalmente, na busca pelo bem-estar do outro. De todos. A humildade não permite dizer que é uma das melhores nesse processo, mas ela é de fato diferente. No comando das relações institucionais da Itamaracá Transportes, põe em prática um trabalho que busca a alta produtividade da empresa colocando a

valorização profissional como item da maior importância. “Acho que o trabalho é um dos eixos das pessoas e queremos que esse eixo seja um lastro das vidas que passam pela nossa equipe. A Itamaracá, hoje, tem um time que acredita no nosso ideal e trabalhamos para que isso se mantenha vivo. É isso que aparece no nosso atendimento”, destaca. Se o mundo tivesse mais pessoas como Amélia ele poderia não ser perfeito, mas teríamos muita gente se esforçando para melhorálo. Ela tem um astral quase que necessário para quem enfrenta o árduo desafio do setor e ainda consegue imprimir nos colaboradores o seu desejo de oferecer o melhor para todos. “Peças e máquinas são ferramentas. Nós somos pessoas que cuidam de outras pessoas”, enfatiza. E estamos falando

de 200 mil pessoas que utilizam diariamente as mais de 40 linhas da frota de ônibus da Itamaracá Transportes. Tão transparente para falar da “bomba” em suas mãos, que assume uma leve “frustração” que alimenta o desejo de tentar colaborar com dias melhores para os clientes. O sentimento, por sinal, vem junto a um desabafo: “Apesar de entregar o máximo que posso, eu trabalho em um setor que é um tema ruim para as pessoas. Andar de ônibus ainda é ruim”, confessa. “Do que adianta eu oferecer ônibus com funcionários que atendem bem, mas que o passageiro não entende que a falta de ar condicionado é porque o equipamento quebrou em um buraco? Como eu posso pedir bom humor e paciência se o meu cliente chega no terminal e não


tem banheiro ou, quando tem, está sujo ou sem vaso? Buscamos a segurança, instalamos câmeras, GPS, telemetria para garantir o trajeto do usuário em segurança e, ainda assim, ele segue com medo de assaltos. Como isso vai ser bom?”, avalia. O lado positivo é que essa inquietação a deixou resistente. Se mantém analisando firme o setor e essa constante preocupação é um sinal que o trabalho dela não vai parar. “Não existe saída que não passe pela valorização do transporte coletivo. Coletivo e público”, acrescenta. “Só o aumento dessa oferta pode vencer os gargalos da mobilidade das grandes cidades metropolitanas. A operação pode e deve ser privada, mas os governos precisam trabalhar incansavelmente para que ela possa atuar bem”, reforça. Em Pernambuco, as faixas exclusivas para

Focar no individual gera um movimento que alimenta um status equivocado, segundo ela. “Vou brigar para que o coletivo seja prioridade sempre. Sem isso, vai se perenizar o pensamento de que ter carro é status e que andar de ônibus é coisa de pobre. Andar de ônibus se tornou algo a se enfrentar com mau humor porque o que é público é ruim e não é de ninguém. E deveria ser sagrado justamente pelo oposto, por ser de todo mundo”, ressalta. Enquanto isso, a Itamaracá Transportes segue na luta. Amélia destaca os investimentos do grupo em 2019: “Quase R$ 20 milhões em 70 novos ônibus com o objetivo de manter a idade média da frota de cerca de mais de 250 veículos em 3,5 anos (metade da vida útil de um ônibus)”, explica. Mais 40 novos devem integrar a frota em 2020. “Sempre investindo no melhor e rezando e reclamando para que as vias não arranquem um pedaço do carro”, brinca, apesar do assunto sério. “Isso leva nossos custos de manutenção para as alturas”, rebate. A saída é continuar fazendo

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Acho que o trabalho é um dos eixos das pessoas e queremos que esse eixo seja um lastro das vidas que passam pela nossa equipe. A Itamaracá, hoje, tem um time que acredita no nosso ideal e trabalhamos para que isso se mantenha vivo. É isso que aparece no nosso atendimento”

ônibus começaram e vão avançando. “Esse é o caminho”, elogia. “Muita gente no carro particular reclama, mas é assim mesmo. Não se pode ceder à comoção”, reforça. “Carro pode ter atenção, mas ônibus precisa de mais. Seja em faixas, seja em infraestrutura. Primeiro porque é necessidade básica das pessoas, e segundo porque as empresas de ônibus não param. Eu não posso deixar de rodar o ônibus ou o BRT porque a rua quebra meu equipamento”, analisa.

Maria Amélia Bezerra Leite, Diretora Executiva Relações Institucionais

ginástica para manter a harmonia financeira da empresa. “Nossa principal despesa é a folha de pessoal. São 1,4 mil funcionários diretos, todos com carteira assinada e todos os direitos garantidos e obrigações cumpridas”, pontua. Mantém operações em outros estados, que justificam o equilíbrio financeiro. “Uma socorre a outra quando necessário”, aponta. O resultado aparece. Entre outros prêmios e certificações, a cadeia de prestação de serviço da Itamaracá possui certificação internacional nas normas de ISO 9001 e 14001 (Sistema de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente) pelo Bureau Veritas. A operação atende o litoral norte da Região Metropolitana do Recife, contemplando oito municípios: Recife, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Araçoiaba, Igarassu, Itapissuma e a Ilha de Itamaracá. Realiza diariamente cerca de 2,7 mil viagens nas 41 linhas, transportando em média

mais de 200 mil passageiros por cada dia útil. Ela tem a explicação. A empresa é adepta há anos de uma gestão profissionalizada, integrada, que realiza reuniões semanais, mensais, semestrais e anuais para análise dos resultados, planejamento de metas, revisão de plano de ação e todos os itens de um processo em busca da harmonia financeira, sempre com desafios internos e externos para melhorar o ir e vir das pessoas que passam por ela. E, apesar de tudo, avisa que vai se manter implacável. “Sei das dificuldades e, ainda assim, me realizo porque a causa é maior. Espero continuar lutando, sendo justa e cuidadosa com minha equipe e uma guerreira para lutar por um transporte melhor. Minha meta é ser feliz e o segundo passo é trazer todos comigo. Vou brigar sempre por isso e tenha certeza de que eu nunca vou baixar a guarda.”

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MERCADO DE OLHO NO FUTURO

Varejo: crise e evolução tecnológica A crise econômica associada às evoluções tecnológicas no varejo vem provocando stress no setor. As redes sociais transformaram o modelo de comunicação dos consumidores. Hoje mais de 40% dos clientes as utilizam para recomendar produtos.

A

té recentemente a grande novidade no varejo estava no e-commerce, comércio eletrônico, assim como nas chamadas “lojas conceito”, que geravam um ambiente de aproximação entre marca e cliente, caracterizadas pela modernização dos espaços, valorização dos recursos visuais, da ornamentação e dos aspectos emocionais e sensoriais. Nesse tipo de loja a modernização deve ser percebida como preocupação com inovação em benefício do cliente, independentemente do processo de venda. No contexto das “lojas conceito”, foram desenvolvidos espelhos interativos para os provadores de roupas e acessórios. Estes espelhos normalmente apresentam telas “touch screen” (sensíveis ao toque), que permitem ao cliente ajustar a iluminação e o som, assim como simular diferentes cenários, enquanto provam suas roupas. O sistema interativo responde as dúvidas sobre os looks que o cliente escolheu experimentar.

Um telefone celular foi utilizado para realizar uma compra pela primeira vez em 1997. Neste ano de 2019 mais de 500 milhões de consumidores usarão o celular ou “tablet” para realizar uma compra. Estamos falando de mais de US$ 200 bilhões em vendas.

nesta ordem decrescente de importância. Fachadas modernas com telas de conteúdo dinâmico, apresentando mensagens da loja e de seus produtos, elevam o grau de reconhecimento da marca e atraem de forma extraordinária o público jovem.

O mercado global de objetos conectados já alcançou mais de US$ 2,0 trilhões. A “Internet das Coisas” abre uma enorme oportunidade para simplificação do processo de gerenciamento dos estoques e da cadeia de suprimentos, também melhora a experiência do consumidor nas lojas físicas, além de maximizar o valor pago pelo espaço de loja.

Outra vantagem importante das vitrines digitais é a possibilidade de atualização dos conteúdos em tempo real, a qualquer momento, remotamente de qualquer lugar.

Como se não fosse o suficiente, manequins com poses padronizadas estão dando lugar a vitrines mais modernas, onde é possível ir além do simples mostruário. Já existem vitrines que utilizam câmeras e telas para projeção de imagens das roupas sobre os clientes, com interações com o objetivo de que visam atrair cada vez mais os olhares para as lojas.

Nesses provadores, podem ser mostradas fotos dos itens que o cliente escolheu experimentar, assim como quantos modelos selecionados existem no estoque, com direito a cores e tamanhos disponíveis.

Vitrine digital é uma aplicação do “Digital Signage” (Sinalização Digital), sistema de comunicação que utiliza TV´S, monitores e telões conectados fisicamente em arranjo, de modo a formar uma grande tela.

Assim, se o cliente experimentar alguma peça e quiser outro tamanho ou cor, pode pedir através do holograma. A equipe da loja recebe o aviso por um “tablet”, e responde informando que o cliente será atendido em breve, com a foto e o nome do vendedor que irá procurá-lo.

Essa configuração permite a exibição de conteúdos dinâmicos de alta qualidade, visando a apresentação de produtos e ofertas de uma forma muito mais atrativa, chamando a atenção de quem está passando na fachada das lojas.

É possível ainda, receber dicas de quais looks podem combinar com as peças que o cliente está experimentando, ou seja, um serviço de “personal shopper” (profissional que ajuda na compras). Nesse contexto de evolução das “lojas conceito”, as redes sociais começaram a influenciar de forma cada vez mais efetiva as decisões de compra, assim como vêm permitindo aos varejistas a oportunidade de mapear opiniões sobre seus produtos e serviços.

Marivan Gadêlha

Engenheiro Químico, Empresário e Consultor

A vitrine digital é um chamariz, os movimentos associados chamam a atenção de forma involuntária. Suas imagens de elevada qualidade apresentam forte poder visual, se comparadas às outras formas de transmissão de informação. Os conteúdos dinâmicos tornam a fachada do Ponto de Venda - PDV muito mais moderna e atrativa. Segundo a OTX, empresa global de consultoria e pesquisa, 63% das pessoas afirmam que vitrines digitais chamam a atenção de forma destacada. Este percentual é superior ao das revistas, televisão, internet, jornais, rádio e celular,

Todas essas vantagens seduzem os varejistas que muitas vezes optam pelo improviso. Porém é recomendada a utilização de sistemas desenvolvidos especificamente para este modelo de comunicação. DVD´S e computadores convencionais não são equipamentos autônomos, precisam de operador para funcionar. Qualquer mudança na programação das telas requer a gravação de novos DVD´S, o que torna o sistema burocrático e inflexível. Assim, a melhor configuração está na integração dos dispositivos, TV´S, monitores e/ou telões, através de um software de gerenciamento de conteúdos, cuja exibição deve ser programada remotamente e enviada pela internet. Já existem soluções de softwares de gerenciamento, com grandes pacotes de conteúdo 100% nacionais. Nos Estados Unidos e na Europa, já existem Vitrines Virtuais onde os clientes podem checar catálogos e realizar compras. Os produtos podem ser recebidos em casa ou retirados na loja. Esse complexo cenário de evolução tecnológica, num período de crise que já dura quase 05 anos, cujo declínio econômico, sinaliza que a economia do estado não mais crescerá acima dos patamares alcançados pelo país, conforme ocorreu no período anterior ao da crise, vem gerando forte stress nas lideranças do varejo. Baixas taxas de crescimento, associadas à necessidade de investimento em novas tecnologias, se caracterizam como o grande desafio desse segmento, que nunca mais será o mesmo após a crise.


O

Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindseg N/NE) tem a missão de proteger e representar legalmente a categoria econômica de seguros privados e capitalização. A área de atuação da entidade compreende os Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Acre, Roraima, Amapá e Rondônia. Com 63 anos anos de atividade, o Sindseg N/NE vem se destacando no País por causa de ações contínuas, apoiando projetos em suas áreas de atuação, para ajudar a divulgar a cultura do mercado

Em Pernambuco, com um PIB que em 2018 atingiu cerca de R$ 183 bilhões, não é diferente. Nesse ano, a indústria de seguros produziu receitas da ordem de R$ 6,8 bilhões, o que equivale a uma participação no PIB do Estado de 3,7%. Mais importante ainda se olharmos para o Recife, onde boa parte da produção de seguros é realizada. Em 2018 o Recife teve o PIB de aproximadamente R$ 43,5 bilhões, com uma participação no setor de seguros de mais de 15%. De 2017 para 2018 o setor de seguros cresceu a uma taxa nominal de 8% em Pernambuco, indicando um crescimento de quase 5%. Anualmente as seguradoras devolvem para a sociedade pernambucana, em sua maioria recifense, mais de R$ 4,8 bilhões de indenizações em benefícios e resgates da previdência privada, em sorteios e rendimentos de títulos de capitalização, em salários, pagamentos de serviços e outras despesas e impostos. Estes recursos movimentam a economia do Estado e garantem sustentação econômica de milhares de famílias.

de seguros. E esse trabalho vem gerando resultados incontestáveis. O Sindseg N/ NE é uma entidade de classe que congrega as principais e mais expressivas empresas de seguro, previdência e capitalização. Com sede no Recife, conta com delegados espalhados pelos Estados para representar a instituição, aproximar entidades e buscar melhorias para o segmento de seguros e a sociedade.



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CULTURA MAESTRO DUDA

foto: Antônio Tenório|Prefeitura do Recife

Maestro Duda EXPRESSÃO CULTURAL DO FREVO

por Ivelise Buarque

C

omo diz a letra da canção (Voltei Recife), “a embriaguez do frevo” vem inebriando gerações assim como o talento, a trajetória e a paixão pela música de um homem, cuja vida se confunde com a história do frevo, esse ritmo contagiante com mais de 100 anos que foi influenciado pela capoeira e que fundiu uma série de gêneros musicais: o Maestro Duda, um ícone do frevo que ao longo dos seus 84 anos dedicou mais de 70 ao estilo. Nascido e batizado em Goiana, distante cerca de 60 km da capital pernambucana, como José Ursicino da Silva, teve seus primeiros contatos com a harmonia através de uma requinta de clarinete um modelo menor - emprestada pelo padrinho Severino Paiva, que tocava na Banda Musical Saboeira, da sua cidade natal, fundada em 1849 (é a segunda banda mais antiga da América Latina em funcionamento), na qual deu, em família, seus primeiros sopros. “Eu comecei no clarinete, mas, como eu era muito pequeno e a minha mão não pegava o clarinete todo, ele me emprestava a sua requinta. Então, eu aprendi clarinete na requinta dele.


foto: Antônio Tenório|Prefeitura do Recife

Eu era da Saboeira, mas chegou um jovem da minha idade que tocava trompete na Curica, o Mario Matias, com quem me reuni sem a rivalidade das bandas para fazer um conjunto com trompete, saxofone e trombone. Quando a gente começou a ensaiar, as pessoas da cidade e das bandas protestaram. Não deixaram a gente ensaiar nem na Curica ou na Saboeira”

Fui crescendo e passei para o clarinete mesmo, mas ainda queria aprender saxofone; isso ocorreu anos depois, aqui em Recife, quando eu entrei na universidade”, lembra. Por anos, o Maestro Duda foi crescendo e evoluindo assim, com a música que ecoava das bandas magistrais da cidade da Zona da Mata Norte, reconhecida por um significativo título de Patrimônio Histórico e Cultural do estado e pela abundância cultural, com seus caboclinhos e o rico artesanato criado por destaques como o ceramista Zé do Carmo, que até a sua morte em abril passado era considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco, desde o ano de 2002.

Mas, Goiana ainda se destaca pelo importante pioneirismo cultural tendo sido a primeira cidade pernambucana a possuir uma biblioteca pública e a primeira do Brasil a ter uma banda de música: a centenária Curica, criada em 1848, em que Duda também teve a oportunidade de tocar, assim como a Saboeira. “Eu acho que essas são as únicas bandas filarmônicas ainda em funcionamento do planeta, e naquela época, a rivalidade era tão grande que chegava a ser pior que a do Santa Cruz com o Sport. Nesse tempo, quando eu tocava lá, era briga mesmo”, diz. E essa rivalidade o acompanhou de perto desde que nasceu e adoeceu, quando os pais tomaram a decisão de levá-lo para casa da avó, na qual foi criado com as tias e que ficava em frente à sede da Curica. “Eu era da Saboeira, mas chegou um jovem da minha idade que tocava trompete na Curica, o Mario Matias, com quem me reuni sem a rivalidade das bandas para fazer um conjunto com trompete, saxofone e trombone. Quando a gente começou a ensaiar, as pessoas da cidade e das bandas protestaram. Não deixaram a gente ensaiar nem na Curica ou na Saboeira”, diz. E essa experiência foi reveladora, pois ele conseguiu superar conflitos ainda criança para alcançar um sonho pautado na música. E essa iniciativa foi de fato concretizada quando um amigo da época arrumou um espaço que alugavam e onde arrecadavam dinheiro todos os domingos para fazer uma manhã de sol, com papeis bem definidos para cada membro envolvido: um tomava conta da portaria e outro cuidava do bar. Uma

experiência inspiradora que o fez ver e pensar cada vez mais alto e o ter a convicção das escolhas que tomou e que lhe trouxeram ao Recife na qual construiu e consolidou sua carreira com grandes histórias e reconhecimentos, entre eles o Prêmio Anacleto de Medeiros como Melhor Compositor Brasileiro para música de banda sinfônica, pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). Os caminhos para a capital o aproximaram da Rádio e da TV Jornal do Comercio e ainda para a TV Bandeirantes, em SP, onde foi maestro em uma época que considera mais rica e com maior potencial para os músicos com formação clássica, que atuavam em programas musicais e nas revistas de rádio. “Hoje em dia qualquer um pega um celular e monta uma rádio. Naquela época, a rádio tinha que ter uma orquestra ou até duas, porque a música não tocava só no estúdio. Tinha que tocar ao vivo com os cantores. Agora, a rádio moderna atua com DJs e programação automática. Naquela época, para você fazer uma boa música, era necessário juntar uma voz bonita e um maestro bom, que soubesse fazer um arranjo bonito. Era a mesma coisa de um alfaiate fazer uma roupa bonita. Para isso, é preciso um bom costureiro. Com a música é a mesma coisa. O maestro faz o arranjo para ficar na medida certa da voz do cantor e os músicos são os costureiros que vão trabalhar a música”, comenta. Em sua percepção, eram necessários diversos elementos e considerações para criar e deixar pronta uma música, diferentemente dos processos que temos hoje.


CULTURA MAESTRO DUDA

Os gastos para concepção do som como uma arte sofrem outras influências que estão bastante distantes da beleza, da movimentação e da força que conheceu com as Bandas Sinfônicas, ou as Bandas Acadêmicas, por exemplo, fundadas em 1930 por Capiba e outros nomes da época, com os quais teve a oportunidade de trabalhar. Expoentes culturais que fizeram história com destaques para o maestro José Menezes (1924 – 2013), o comunicador José Abelardo “Chacrinha” Barbosa de Medeiros (1917 - 1988) e o compositor Fernando Lobo (1915 - 1996), pai do cantor Edu Lobo. Muitos músicos como o maestro Duda passaram por essas bandas como as Acadêmicas e pelas rádios como a Jornal, que, além da orquestra titular Paraguari para a programação noturna, contratou a banda para a programação diurna. E essas diversas andanças lhe possibilitaram outros aprendizados e outros saltos na vida, que o tornaram reconhecido nacionalmente. “Nessa

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época, eu comecei a progredir ao ver como os arranjos vinham da radio nacional do Rio de Janeiro e como aqueles famosos maestros e cantores atuavam nos ensaios quando vinham para cá. Como antigamente não tinha playback, eles vinham com repertório e as partituras embaixo do braço e ensaiávamos”, destaca. Desta forma, foi fácil a aproximação com referências imortais da nossa Música Popular Brasileira como Cauby Peixoto, Orlando Silva, Nelson Gonçalves (ainda novo), Francisco Alves, Augusto Calheiros, Carlos Galhardo, Waldick Soriano, Emilinha Borba e outros tantos artistas brasileiros da época. Contudo, sua determinação em aprender e sua perseverança em atuar e viver da música o fez observar o processo de trabalho dos destaques que vinham de fora para aprimorar o seu trabalho. Mas, os convites para fazer arranjos para os cantores daqui lhe deram a oportunidade de exercitar e mostrar do que era capaz. “Quando inaugurou a televisão, Cauby Peixoto veio com

uma musica que era o sucesso da época em todo Brasil, mas ele não trouxe a partitura. Então, ele me pediu um arranjo, preparei tudo, a orquestra chegou antes do horário para eu ensaiar e foi aquele sucesso”, recorda. E a consagração foi chegando aos poucos e com ela novos projetos, novos desafios e novas realizações, em especial com o Frevo que entrou em sua vida ainda em Goiana, aos 12 anos, quando criou “Furacão” para exibição de filme no cinema da cidade. “O frevo sempre tocava muito em Goiana, não com este nome e sim como marchas de carnaval. E, antes de ser da Paraguari, chegou aqui um cidadão paraibano, chamado Genival Macedo, que lançou Jackson do Pandeiro na gravadora Copacabana. Ele gostou muito do frevo e já tinha feito por lá um antecessor ao trio elétrico, com quatro alto-falantes em cima do carro, que saía tocando pela rua. Ele fez um frevo que foi lançado em um dos discos de Jackson do Pandeiro (Micróbio do Frevo). Ele vendeu para a gravadora e pediu pra


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eu fazer um arranjo do frevo”. E isso o aproximou mais ainda do estilo que conta com mais de 100 composições para metais e instrumentos diversos, desde então, como: “Suíte Nordestina”, “Cidadão Frevo”, “Música para Metais nº 2”, “Suíte Pernambucana de Bolso”, “Fantasia Carnavalesca” (gravada pela Orquestra Sinfônica do Recife e Coral Ernani Braga) e “Hino de Rio Tinto”, melodia criada por ele e gravada por sua orquestra. E, em 2007, teve ainda a repercussão do seu frevo “Nino, o Pernambuquinho”, relançado e gravado ao vivo pelo Maestro Spok no CD “Passo de Anjo ao Vivo”, no Teatro Santa Isabel. “Há muito mais que se pode fazer e construir na música. Mas, quando ligamos o rádio para ouvir a música brasileira atual, não se ouve muita coisa boa, e isso é uma decepção. É muito ruim ver que o povo só gosta do que não presta porque só dão a ele opções sem qualidade”, acredita.

Eu tenho uma coleção de composições clássicas em frevo que nunca consegui gravar, porque é muito cara a contratação de uma grande orquestra. A ideia é gravar no ritmo de frevo, clássicos de compositores (como Beethoven, Mozart, Ravel e Bach) misturando com minhas músicas"

E isso dói no âmago desta referência pernambucana que carrega o crivo de um dos 12 melhores arranjadores do século pelo Projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo. Com uma obra inigualável e ainda muitos planos à frente, Maestro Duda toma para si inspiração em todos os sons e ruídos ao seu redor e, assim como muitos, tem aspirações para o futuro como finalizar uma concepção que traz consigo um mais pouco do que já adiantou no CD “Arranjadores” (1997) do Projeto Memória Brasileira, com seu arranjo para “Bachianas nº5”, de Heitor Villa-Lobos, tocado pela Banda Savana, homenageando-o ao lado de outros grandes arranjadores brasileiros como Maestro Cipó, Moacir Santos, Cyro Pereira, José Roberto Branco e Nelson Ayres. “Eu tenho uma coleção de composições clássicas em frevo que nunca consegui gravar, porque é muito cara a contratação de uma grande orquestra. A ideia é gravar no ritmo de frevo, clássicos

de compositores (como Beethoven, Mozart, Ravel e Bach) misturando com minhas músicas”, diz. Enquanto isso não ocorre o Maestro Duda vem alcançando destaque internacional com a direção musical da ópera “Catirina”, baseada em autos populares do bumba-meuboi maranhense, e segue com seu amor à música, compartilhado com três gerações de sua família. “Tenho 34 netos e 8 filhos (4 homens e 4 mulheres) e todos aprenderam música. Alguns estão diretamente voltados à musica, outros não mais. Contudo, todos têm a música no sangue”, evidencia. E, de fato, ele tem repassado um grande legado ao mundo e aos seus descendentes em sua trajetória e em suas criações e, como consequência, alguns já dão continuidade a este legado como os filhos Nino e Marquinhos e os netos Rafael, Gizelle, Melissa e Bruno, que seguem carreira como músicos.

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ARTE USINA DE ARTE

USINA DE ARTE Empreendedorismo cultural COMO INSTRUMENTO DE RENOVAÇÃO por Ivelise Buarque | fotos Luan Lucas

A

130 km do Recife, a cidade de Água Preta é um município na Mata Sul de Pernambuco cuja história é marcada por lutas, desenvolvimento do mercado da cana de açúcar, lembranças, superação e resistência. A cidade, situada a cerca de duas horas de Recife e com mais de 35 mil habitantes, tem uma longa trajetória de transformação que marcou em especial sua sobrevivência nas últimas três décadas, considerada a terceira usina em capacidade de produção do país, quando em 1988 foi desativada a Usina Santa

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Terezinha, que era a grande força da economia local. Quase duas décadas depois a usina foi reaberta em 2015 com o lançamento do projeto Usina de Arte, que une educação, arte e cultura direcionado a comunidade da região. Uma inspiração de Bruna Simões e Ricardo Pessoa de Queiroz Filho, bisneto do empreendedor José Pessoa de Queiroz, que fundou a usina em 1929. “Sempre tive uma ligação muito forte com o lugar; afinal, vivi lá minha infância até os 20 anos. Ela foi toda conectada

com aquela comunidade, eu brincava com muitos dos garotos de lá e cresci com todos. E, quando voltei a frequentar o local, em 2012, voltaram todas as lembranças e comecei a ajeitá-lo”, diz o empreendedor. Ele e a esposa se empenharam na possibilidade de transformar as terras que abrigaram toda uma vida e que parara suas atividades há mais de 22 anos em algo novo, um resgate cultural em que tudo ao seu redor pudesse ser transformado. Foi quando lhe sugeriram conhecer a proposta do “Instituto Inhotim”, em Brumadinho, Minas Gerais, fundado em 2006 pelo empresário e colecionador de arte Bernardo Paz. A visita a este que é considerado o maior museu a céu aberto do mundo desencadeou um mar de possibilidades, pautadas na proposta de ressignificação do local e reaproveitando o próprio meio ambiente como arte. “Visitamos Inhotim e nos apaixonamos pelo projeto, mas nos apaixonamos mais ainda pelo lindo trabalho do artista Hugo França. Então, cismei que precisava levá-lo para a Usina. Ele a visitou em 2013 e começou


Bruna Simões e Ricardo Pessoa de Queiroz Filho

Sempre tive uma ligação muito forte com o lugar; afinal, vivi lá minha infância até os 20 anos. Ela foi toda conectada com aquela comunidade, eu brincava com muitos dos garotos de lá e cresci com todos. E, quando voltei a frequentar o local, em 2012, voltaram todas as lembranças e comecei a ajeitá-lo”

um processo de coletar árvores mortas na mata da região e fazer um trabalho com isso. Até então não existia projeto algum, mas, em 2014, na sua terceira visita, surgiu a ideia de convidar alguns artistas e realizar algo que provocasse

a comunidade que, naquele momento não tinha nenhuma perspectiva. A única possibilidade era sair da região e migrar para Maceió, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, ou viver em torno de uma esperança vã de que a usina voltasse a funcionar. E isso me incomodava muito”, comenta. Com isso, foi plantada a semente de uma visão única de transformar a usina, que não mói cana em um projeto que envolvesse a comunidade como um todo. E, consequentemente, traria uma nova forma de ver a vida e promoveria novas atividades numa terra fértil, que pudesse desenvolver algo mais naquele pedacinho de mundo. Com a decisão, tomada, em 2015, começaram a planejar como gerar isso: iniciaram pesquisas e convidaram o artista plástico paraibano José Rufino, de quem tinham se aproximado em

fevereiro de 2015, para trocar ideias, surgindo uma proposta de residência artística. Passaram, então, a formatar uma proposta inicial até que visitaram, em abril daquele ano, a “SP Arte”, maior festival de arte da América Latina, onde conheceram o multiartista Fabio Delduque, responsável pelo festival “Arte Serrinha”. O evento, que acontece numa fazenda de Bragança Paulista, a 90 km de São Paulo, em parceria com a Unesp, trabalha a arte de uma forma geral e proporcionou aquele “eureka” no casal, que encontrou o mote que procuravam. E foi com o conhecimento dessa experiência que nasceu essa ideia de criar um festival multicultural com diversas perspectivas artísticas e englobasse uma série de atividades, manifestações e profissionais que atuam com a arte. O resultado: um empreendimento artístico que tem sido um modelo bem-sucedido há quatro anos.

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ARTE USINA DE ARTE

Artistas convidados transformam assim um complexo árido em um grande celeiro de conhecimento, criatividade e desenvolvimento econômico e social a partir de cursos, palestras e oficinas numa agenda complementada, em especial, por manifestações de grupos regionais. Com grande evidência em atrações locais, que estavam adormecidas, e até desaparecendo, a Usina abriu espaço para realização de apresentações ao público de grupos como o “Samba de Matuto Leão do Norte”, de Tamandaré e “Guerreiro”, de Maceió, contando com o apoio do cantor e compositor pernambucano Adiel Luna, bisneto de uma cantadeira de casa de farinha, neto de um entusiasta de cantoria de viola e filho de um poeta e repentista. Então, tudo que está relacionado ao Usina da Arte está atrelado a um tripé fundamental para o seu diretor Ricardo Pessoa de Queiroz Filho: arte, educação e cultura. E o mais importante nessa equação de mentes que pensaram junto foi o envolvimento de profissionais experientes e com expertise para contribuírem com a curadoria e com o processo de formatação, escuta e envolvimento dos professores da rede escolar da região e a integração da comunidade no processo.

“Depois que o festival passou, todos ficaram muito felizes e animados. Mas, ficou aquele pensamento do que aconteceria a partir daquele momento; então, tivemos a proposta para ampliar o projeto criando um Jardim Botânico com o apoio de um biólogo, neste caso, Eduardo Gomes Gonçalves, que funcionasse como uma âncora para atrair visitação. Isto iria ajudar a proporcionar à comunidade uma forma de se apropriar desse fluxo que os visitantes geram

a partir do consumo diversificado de atividades produzidas pelos moradores da área”, destaca. Desta forma, foi se modelando um formato de empreendimento cultural que se prolonga no decorrer do ano a partir de cursos e eventos do universo das artes no campo da experiência e da capacitação, escola de música com teoria e prática de instrumentos de orquestra, o “Parque Artístico-Botânico da Usina


O jardim é aberto à visitação do público externo, enquanto a maioria das ações educativas é voltada para crianças e adolescentes, estudantes das redes públicas e privadas do município, a partir dos sete e indo até os dezesseis anos de idade. “Todas as nossas atividades são oferecidas à comunidade de forma gratuita, inclusive aparelhamos a escola de música com todos os instrumentos para que os alunos pudessem participar ativamente das aulas. E, durante o ano, as demais ações de conhecimento são ocupadas por um público que varia de acordo com a proposta do curso, workshop ou oficina”, enfatiza. A Usina de Arte é mais do que um evento realizado em um enorme espaço de terra, onde antes se plantava cana, no sul de Pernambuco. É uma colheita de possibilidades de desenvolvimento econômico e de vida, com a geração de estabelecimentos caseiros de gastronomia local, além da oferta de hospedagem domiciliar. E, para fazer essa roda moer de maneira profissional, em 2017 foi feito um convênio com o Sebrae-PE, dentro do programa “Ecossistema de Negócios de Impacto Social da Mata Sul” para realização de cursos, consultorias e qualificação permanentemente na Usina. E com isso concretizou-se um ateliê coletivo de artesanato, chamado de “Gabinete de Arte”, que já vinha sendo desenvolvido progressivamente pela coordenação com o intuito de que pessoas que integram a comunidade pudessem trabalhar juntos, e expor seus produtos à venda. “Na última edição da Fenearte, compramos um estande e patrocinamos a primeira participação de mais de dez artesãos do Gabinete de Arte. Para melhorar suas qualificações, contratamos uma consultora especializada em tendências, para ajudar durante cinco meses no desenvolvimento do grupo que iria participar da Feira Internacional de Artesanato de Pernambuco. E estão envolvidos nesse grupo o marceneiro Manoel Miguel, o ‘Seu Bau’, que trabalha com peças de decoração em madeira como esculturas, gamelas, pés de mesa e lustres, e o vidraceiro ‘Seu Abajur’, que desenvolve diversas peças sustentáveis com sucata de vidro, entre as quais estão copos, xícaras, castiçais e luminárias”, orgulha-se.

A Usina de Arte é mais do que um evento realizado em um enorme espaço de terra, onde antes se plantava cana, no sul de Pernambuco. É uma colheita de possibilidades de desenvolvimento econômico e de vida, com a geração de estabelecimentos caseiros de gastronomia local, além da oferta de hospedagem domiciliar.

E a soma de todos esses investimentos é o aumento paulatino da visão da comunidade para o que é arte e cultura, proporcionando um novo movimento econômico sustentável e transformando a vida de pessoas. É assim que a antiga usina de cana movimenta a Mata Sul, com cultura e empreendedorismo de impacto social. Fruto da iniciativa privada, estimula hoje toda uma comunidade que reside no entorno para ser mais do que um pé de cana, na forma da “Associação Socioambiental e Cultural do Jacuípe”, que dá uma nova significação ao espaço da antiga usina. Já, dentro da proposta do festival “Arte na Usina”, a safra 2019 promete muitas novidades dentro da agenda de conteúdo e com uma grade de programação que trará este ano dois nomes de fora, como adianta o empreendedor. Esta é uma nova visão de como promover a educação através de um conjunto de ações culturais e artísticas, principalmente de artesanato, que visa criar uma geração de água-pretenses com melhores perspectivas de futuro.

fotos Arquivo pessoal

de Arte” e as residências artísticas, que mantém em exposição acervos orgânicos de diversos artistas como Flávio Cerqueira (SP), Carlos Mélo, Paulo Bruscky e Paulo Meira (PE), Hugo França e José Spaniol (RS), além de José Rufino (PB).

Bruna, Ricardo, Arnaldo Antunes e Daniel Rangel

Ronaldo Fraga, Márcio Almeida, Ricardo , Bruna e Hugo França

Ricardo, Bruna, Beatriz Santos e Carlos Vergara

Ricardo, Bruna , Clemente Padin e Zé Rufino

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CAPA NIEGE ROSSITER CHAVES

Niege Rossiter Chaves

Mobilidade com olhar para as pessoas por André Clemente

“Entendo mobilidade como trabalho e missão”. Para Niege Rossiter Chaves, tratar do ir e vir é mais do que a essência do direito constitucional das pessoas. Com ela, por sinal, a palavra “pessoa” tem o peso que merece. À frente da vicepresidência do grupo MobiBrasil, Niege toca um plano de ação que reúne investimentos importantes nos estados de Pernambuco e São Paulo a partir da visão de mobilidade como conquista social. E mais: é responsável por implantar nos mais de 6 mil colaboradores do grupo o sentimento de que o bom relacionamento com o cliente é o que vai garantir a sustentabilidade do negócio, principalmente com o movimento de mudanças que hoje acontece na mobilidade das cidades.

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foto JĂşlio Machado

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CAPA NIEGE ROSSITER CHAVES

Com uma visão macro da função pública, ela tem um olhar humanizado para tudo e, através dele, vai se reposicionando no setor.

foto arquivo pessoal

“É o fato de entender o outro. Prestamos um serviço essencial à população e um dos nossos pilares como empresa é fazer o melhor para as pessoas. Está no DNA da minha família, aprendi com minha mãe Neire e meu pai, José Chaves, compartilho com as minhas irmãs, Tatiana e Andréa, se é para fazer, precisamos fazer muito bem feito. A MobiBrasil é uma empresa movida por pessoas e é para as pessoas que a gente trabalha”, destaca.

É o fato de entender o outro. Prestamos um serviço essencial à população e um dos nossos pilares como empresa é fazer o melhor para as pessoas. Está no DNA da minha família, aprendi com minha mãe Neire e meu pai, José Chaves, compartilho com as minhas irmãs, Tatiana e Andréa, se é para fazer, precisamos fazer muito bem feito. A MobiBrasil é uma empresa movida por pessoas e é para as pessoas que a gente trabalha"

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A tarefa não é fácil e a missão é repetida como um mantra nos corredores da empresa, onde ela circula diariamente e conversa com todos de maneira simples e informal. O foco é: “atenção no cliente”. “É um setor muito sensível no que diz respeito ao sentimento de quem utiliza o transporte coletivo. Atuamos no segmento há quase 40 anos e, com nossa experiência, construímos os valores que norteiam nosso trabalho: segurança, respeito, sustentabilidade, qualidade e inovação. Estamos dia e noite pensando em como melhorar a vida do nosso cliente”, pontua. Quando fala no valor qualidade, a própria expressão concentrada de Niege denuncia a relevância do tema na dinâmica de trabalho da empresa, tanto pela dificuldade, como pelo resultado a ser buscado. “Ao pegar um ônibus, você já está exercendo o seu direito de cidadão, sua necessidade de se locomover, ou seja, é um serviço básico, essencial. Repetimos incansavelmente

esse conceito para ser incorporado por todos que trabalham conosco. Somos uma empresa que presta um serviço público e, portanto, temos que pensar no coletivo sempre”, reforça. As atividades da empresa incluem treinamento permanente das equipes e ações de relacionamento com as comunidades, entendendo suas necessidades específicas. Um exemplo desse trabalho de treinamento permanente é o evento anual com idosos, para treinar motoristas e cobradores na forma de atender melhor essa fatia da população, assim como anualmente são feitas as parcerias com quem trabalha no atendimento a pessoas com necessidades especiais, para sensibilização e entendimento das necessidades. “Isso virou um requisito interno do nosso Recursos Humanos e não simplesmente uma atribuição do nosso serviço. Entendemos que os conceitos consolidados são muito mais transformadores quando são feitos de dentro para fora” garante. “É mais do que transportar pessoas, é uma forma de se relacionar. É na soma de pequenas ações que fazemos a diferença. Eu sempre digo: vamos fazer esse pequeno que vamos chegar no grande”, complementa. No setor há quase 30 anos, Niege Chaves tem um olhar cirúrgico sobre o segmento. “Avançou, mas ainda precisa evoluir muito mais”. Lembra que há pouco tempo atrás os ônibus tinham bancos de fibra, eram sem acessibilidade e o sistema de informações era zero. Hoje, todos os


É mais do que transportar pessoas, é uma forma de se relacionar. É na soma de pequenas ações que fazemos a diferença. Eu sempre digo: vamos fazer esse pequeno que vamos chegar no grande"

foto Júlio Machado

assentos são acolchoados e a maioria dos ônibus já tem wifi e ar condicionado. “Em Pernambuco, quase metade da frota da MobiBrasil já tem ar condicionado. E ainda estamos fazendo um plano de ação para que as linhas entre terminais ou que vão ao centro também tenham. Apenas as rotas curtas serão sem ar condicionado, por questão de custo mesmo. Em São Paulo (capital), temos 50% da nossa frota com ar condicionado e é obrigação contratual chegar a 100% em três anos. Em Sorocaba, estamos com status de 30% da nossa frota com ar condicionado e o projeto do BRT é de frota 100% refrigerada. Cada cidade tem sua política pública”, adianta.

SUSTENTABILIDADE E A QUESTÃO PÚBLICA Niege se posiciona de forma muito franca. Sem qualquer problema, debate a gestão financeira das empresas, trata sem meias palavras das falhas do setor, assim como aponta os entraves que o setor público ainda promove. Com sua visão humanizada, vai caminhando pelo quebra cabeça da mobilidade das cidades, buscando chegar, lá na frente, no que ela espera ser sua mais importante contribuição ao setor: contribuir para a inovação no segmento do transporte coletivo. Tudo isso está no conjunto de ações para oferecer um serviço de excelência e, com

isso, trazer mais passageiros para o transporte coletivo. Imprescindível fazer com que as pessoas entendam a importância desse tipo de transporte, o que vai garantir outro eixo da empresa: sustentabilidade. “Porque o coletivo tem um impacto na cidade, no trânsito, na vida das pessoas, no meio ambiente. Sabemos que ele sozinho não resolve, mas é uma peça importante. Ele se complementa com metrô, bicicleta, junto com patinete e também com os aplicativos. Tudo é importante, mas a política pública precisa garantir a integração, mantendo a saúde do sistema”, pontua. Niege é categórica: “Não faz sentido uns modais

terem regulamentação rígida e outros não. Ônibus tem obrigação de rede, qualidade, horário, impostos; e outros modais atuam simplesmente no regime de oferta e de demanda. Transporte coletivo não é um agente na economia livre, que eu coloco um preço quando o mercado está cheio e posso baratear nas linhas ociosas ou com pouco fluxo. Se tivesse isso, até ajudaria. As pessoas iriam repensar seus horários de sair de casa, procurariam distribuir o fluxo para economizar e, com isso, reduzir os gargalos do serviço. Mas não podemos. Os aplicativos até quadruplicam o valor da cobrança em dias de chuva, por exemplo.

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CAPA NIEGE ROSSITER CHAVES

Enquanto isso, nós, dos ônibus, seguimos oferecendo um serviço 24 horas por dia, sete dias por semana, com o mesmo preço de tarifa. E sem parar um minuto, em busca do objetivo de atender a população cada vez melhor”, compara. A lista de regras é extensa, com impactos consideráveis nos custos e que provocam reflexos nos preços das tarifas. “Muito do que se cobra da tarifa poderia ser evitado se o setor fosse pensado de fato de forma integrada na política pública. Para se ter ideia, 25% do público que a gente transporta é gratuito. Isso aumenta o preço da passagem porque idosos, estudantes, portadores de

deficiência, entre outros, não pagam. Temos os 45% que usam o vale transporte e sobra para os 30% restantes, que pagam a tarifa cheia ou têm o bilhete único, cobrir os custos das gratuidades. Esses números são aproximados, de acordo com cada cidade, por isso, políticas públicas que custeassem as gratuidades seriam de grande relevância para o setor. Veja esse exemplo: um desempregado ou trabalhador informal, que precisa pagar o seu bilhete individual, é o que paga mais caro. Eles estão subsidiando as gratuidades de pessoas que, muitas vezes, poderiam pagar. Idoso não anda de graça no app, mas anda no ônibus.

Sou a favor de todos os apps, meios de locomoção como patinetes, bikes, tem espaço para todos. No entanto, todos deveriam pagar uma taxa para custear as gratuidades e investimentos no setor. Várias possibilidades podem ser pensadas porque ser coletivo é isso. Todos coexistindo, integrados, contribuindo com a melhoria das cidades".

Esse é um ponto que precisa ser revisto”. A opinião de Niege Chaves é de que o governo precisa repensar a mobilidade urbana: “Mais flexibilidade para poder dar desconto no fora-pico. Esse desconto na tarifa poderia ser uma forma de aumentar a inclusão, trazendo novos clientes”. Segundo ela os aplicativos precisam de regulamentação. “Sou a favor de todos os apps, meios de locomoção como patinetes, bikes, tem espaço para todos. No entanto, todos deveriam pagar uma taxa para custear as gratuidades e investimentos no setor. Várias possibilidades podem ser pensadas porque ser coletivo é isso. Todos coexistindo, integrados, foto Júlio Machado

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contribuindo com a melhoria das cidades. Isso é compensar desigualdades de forma equilibrada. O olhar precisa ser atento à população e como essa operação se reflete em pontos estratégicos da sustentabilidade dos negócios e das cidades”. Para Niege, falta pensar a longo prazo, de modo que permita segurança nos contratos. “Sem esses conceitos básicos, fica difícil inovar. A MobiBrasil realizou o primeiro projeto de ônibus etanol no Brasil. Trouxemos 50 ônibus da Suécia, movidos a etanol. Ficamos muito orgulhosos por ser de Pernambuco, um estado forte na cultura da cana de açúcar e que teria grandes ganhos com esse projeto que até nos rendeu prêmios de


inovação. Três anos depois, veio uma mudança de governo, que suspendeu os investimentos e incentivos ao uso do etanol”, reclama, lembrando ter ficado com os carros parados, sem condições de uso e pagando o financiamento. “Então, quando você tenta fazer diferente, inovar, o risco empresarial é muito alto. Simplesmente porque só se pensa a curto prazo, de acordo com os desejos e interesses locais. No mundo, o transporte coletivo é pensado de forma nacional, via governo federal. É a União que pensa as políticas e viabiliza os subsídios para que cada estado e cidade ofereçam um padrão de qualidade que atenda a satisfação das pessoas”, destaca.

Nosso planejamento empresarial é pensando no futuro, muitos players que operam fora do Brasil vão ver oportunidades no transporte sobre trilhos"

O FUTURO É TRANSFORMADOR Nos próximos dez anos, devemos ter muitas transformações na mobilidade. O marco regulatório e uma maior segurança jurídica nos contratos atrairão os investidores internacionais, como aconteceu no setor de geração de energia. O planejamento estratégico da Mobi vem se ajustando a essa nova condição: “Nosso planejamento empresarial é pensando no futuro, muitos players que operam fora do Brasil vão ver oportunidades no transporte sobre trilhos”, enfatiza. Fazendo um mea culpa, confessa que o setor é fechado e se comunica mal. Para ela, abrir adiscussão para a sociedade é uma demanda para ontem. “Não é só empresa de ônibus e governo. A população

tem que saber e debater ‘a cidade que ela quer’ e ‘qual o transporte que ela espera´. O diferencial almejado é estar num ônibus, que é coletivo, e chegar primeiro do que se você estivesse no seu carro individual. Uma cidade como São Paulo já vem comprovando essa conquista em pesquisas. As classes média e média alta têm andado mais de ônibus e metrô porque ninguém aguenta mais o trânsito, o rodízio, o estresse. De um lado, as empresas melhoram o serviço: os ônibus com wifi, ar condicionado, tomada para carregar celular, pensando no relacionamento com o cliente, naquele que já compra a passagem pelo aplicativo, mas e o setor público? Infraestrutura, por exemplo… sem vias, sem

foto Júlio Machado

semáforos inteligentes que priorizem o ônibus, não se avança para a velocidade que a população espera ou que pelo menos precisa”, afirma. A MobiBrasil segue apostando. “Já estamos negociando para operar com ônibus elétrico e iniciamos as obras do BRT de Sorocaba, o primeiro projeto de transporte sobre pneus onde o planejamento, a construção, manutenção e operação foram pensados de forma integrada, com recursos do PAC da mobilidade e da iniciativa privada. As obras já foram

iniciadas e a inauguração da primeira etapa está prevista para o primeiro semestre de 2020. Estamos trabalhando para criar valor agregado ao nosso negócio. Precisamos fazer o passageiro ter uma experiência de mobilidade positiva, com ganhos de tempo, conforto e que o ato de se deslocar não seja um sacrifício e, sim, uma oportunidade de agregar. Lembra de banco? Quase ninguém vai mais a uma agência bancária, nem enfrenta filas. Esse é o nosso desafio, queremos colaborar com isso e trazer muitas transformações para a mobilidade”, conclui Niege.

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ESPAÇO DESIGN PAULO AZUL

Você tem medo de cores?

E

m uma época, na qual a arte em Pernambuco possuía um movimento expressivo, durante a década de 1990, existia uma galeria de arte batizada Estúdio A. O local, sob o comando Beth Araruna, protagonizou diversas vernissages de artistas importantes da arte contemporânea no país. Dentre eles, Roberto Burle Marx. Conversando com o próprio em uma dessas vernissages, o indaguei sobre qual seria o sentido da cor. Ele respondeu: “Da cor eu não tenho medo! A cores vêm da natureza. Em uma floresta, por exemplo, vários tons de verde se misturam ao colorido das flores e dos frutos, em uma harmonia singular! O colorido é divino, não é para se ter medo”. A partir desse princípio segue a sugestão: na vida passamos por fases que marcam nossa existência e deveríamos ter uma cor que nos recordasse tal época. Seja a época da parede amarela, ou revestida de verde! Dourado, talvez? Escolha um tom que marque sua vida! O branco e o bege também podem entrar nessa, mesmo considerados tons comuns a quem têm medo de ousar. O maior exercício que podemos fazer é colorir nossas casas, marcar certas fases que vivemos entre essas paredes. Sente que passou por um período importante e que, agora, aspira por uma mudança? Escolha uma parede da sua casa e ouse! Para cada época, uma cor! Com a mudança, você irá trazer uma nova energia para o ambiente. Com ela, novos momentos virão. Você conseguirá vivenciar e até registrar em fotografias e filmes esses momentos. Esta será a cor daquele jantar de família especial, ou de uma inesquecível reunião de amigos. Até que chegue a hora de ousar mais uma vez. Então, não tenha medo da cor! Assim como não se deve ter medo de amar, de viver. A cor é aconchego, conforto. A cor pode lhe surpreender!

imagem internet

Hoje existem empresas com laboratórios conceituados no mundo direcionados ao trabalho exclusivo sobre tonalidades, buscando criar novas. Um deles é o projeto da AkzoNobel - Coral, com sede em Amsterdam. O Centro de Estética Global da marca promove o Color Futures, evento que reúne, uma vez ao ano, designers, arquitetos e artistas para a projeção da cor do ano, a cor que será tendência para um novo ciclo. Então, seja assim também, eleja sua nova cor! Ela pode dizer muito sobre você!

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talentos da arquitetura pernambucana

Grupo DWG

Arquitetura a serviço da hotelaria

fotos Dudu Schnaider

por Ana Paula Bernardes

U

m passeio completo no Litoral Sul pernambucano, já na divisa com Alagoas, nos traz o verdadeiro sentido do que representa uma arquitetura funcional. Foi no meio daquela imensidão de águas azuis, no chamado Caribe Brasileiro, em Maragogi, que o Grupo Salinas instalou uma de suas pioneiras operações, no final da década de 80. A arquiteta Maria do Lorêto relembra como foi participar do acompanhamento daquela obra.

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Arquitetos: Maria do Lorêto e Rodrigo Duarte


Alagoas By Drone

É uma grande referência para a hotelaria. É imponente e já demonstra que é preciso ir além do padrão estético. Fazer hotelaria é estudar comportamentos e necessidades dos hóspedes dentro do objeto construído"

fotos Dudu Schnaider

“É uma grande referência para a hotelaria. É imponente e já demonstra que é preciso ir além do padrão estético. Fazer hotelaria é estudar comportamentos e necessidades dos hóspedes dentro do objeto construído”, destaca. Atualmente como sócia do Grupo DWG, a arquiteta explica ainda que, dentro da chamada arquitetura corporativa, trabalhar para hotéis realmente é fazer um parênteses. Muito mais do que desenhar e especificar um projeto, todo e qualquer

hotel carrega em si a gênese do que é bem-estar. “Além de serviços oferecidos, tipo de hotel e operações, nós temos a sazonalidade, que é fundamental para entender este tipo de negócio”, ressalta. E não é difícil imaginar a complexidade que é projetar para o segmento. Basta pensarmos que todas as necessidades dos setores do hotel devem ser contempladas. “A unidade habitacional é um único ponto dentro do trabalho. Nós temos um restaurante funcionando

com almoço, café e jantar, onde essa cozinha atende não só a ele, mas a todas as outras refeições dentro do hotel. Temos a entrada e saída de mercadorias, o café, o bar da piscina, o almoxarifado como centro de distribuição, o setor administrativo, estacionamento, o destino final de esgoto, ou seja, são vários negócios dentro de um só projeto. É um cliente dentro do cliente. E é fascinante justamente por isso”, destaca a arquiteta. Como o Grupo DWG bem se define, fazer arquitetura é

fazer história. E nada melhor do que um hotel para falar sobre isso. “A gente atua em parceria com a gestão, avaliando todos os perfis de consumo, pois o que você vai oferecer deve ficar marcado na alma do hóspede que vai comentar sobre aqueles dias inesquecíveis. É uma arquitetura sensorial”, reforça Maria do Lorêto. Recentemente o Grupo participou da execução do Salinas de Japaratinga, que iniciou a operação em abril deste ano. Assinado pelo arquiteto Marcos Vieira, o Grupo DWG foi responsável

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talentos da arquitetura pernambucana

fotos Thiago Cavalcanti

pelo projeto de Interiores e fez todo o acompanhamento de obra. Arrojado e imponente, o espaço possui sala de jogos, kids club, café club, restaurante, parque aquático (três piscinas adultas, uma

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infantil com brinquedo, uma baby e um rio lento). Além disso, tem bar de piscina, pontos de apoio de comidas e bebidas, um pub, quadras poliesportivas, beer garden, área de beach club com passagem sob a rodovia de acesso à beira mar,

fora as áreas comuns. “A intenção do projeto, que é all inclusive, é proporcionar ao cliente dias de descanso completo, onde tudo que o cliente precise para suas férias esteja ali”, explica. Quando falamos de turismo

e hotelaria, estamos diante de um dos maiores setores da economia, que exige dinamismo para acompanhar as mudanças que a tecnologia tem nos trazido. Ao comparar um empreendimento novo e outro projetado no final da


A intenção do projeto, que é all inclusive, é proporcionar ao cliente dias de descanso completo, onde tudo que o cliente precise para suas férias esteja ali”

década de 80, vemos que mesmo assim ele ainda é capaz de trazer emoção às nossas vistas; isso reflete bem o que significa funcionalidade. “O Grupo Salinas está com hotéis de 30/40 anos sendo inseridos numa atualização. Há 40 anos você não precisava de tantos eletrônicos. Na parte elétrica foi inserido um número maior de tomadas,

monocomando, novos tipos de cama, lençóis, etc. Ou seja, tudo é pensado de acordo com o que acontece no mundo. O segredo é muito estudo e renovação. Isso é funcionalidade”, explica Lorêto. Para manter esta atualização, o Grupo DWG mantém um set list de parceiros fieis que

acompanham sua trajetória, seja em projetos residenciais ou corporativos, alinhando a tríade: arquitetura, design e tecnologia. Um dos exemplos é a A.Carneiro Home que trabalha na linha de conforto e atualização. “Buscamos parceiros que proporcionam ao cliente a melhor qualidade, custo benefício, e que estejam antenados em buscar estes materiais para poder atender às nossas necessidades”, destaca.

Além de Lorêto, o Grupo DWG reúne 5 arquitetos e 4 estagiários que trabalham essencialmente o que é perfil de consumo. “O segredo é ser alma e ter o mesmo espírito para discutirmos em conjunto, se desdobrando a cada projeto e buscando oferecer sempre a melhor entrega ao cliente”.

Grupo DWG Arquitetura

Rua Professor Augusto Lins e Silva, 1048 Setúbal - Recife - PE contato@grupodwg.com.br

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Marilu e Sérgio Fontes

Novo Projeto

Outlet

Versatilidade e inovação por Redação Terra Magazine

O

s empresários Marilu e Sérgio Fontes reformularam o modelo de negócio da segunda loja da marca de móveis “Novo Projeto”, no Recife, no bairro do Parnamirim, lançando a “Novo Projeto Outlet” com a “Mostra Novos Talentos”, reunindo arquitetas que assinam ambientes usando móveis para pronta-entrega. “A proposta do outlet é oferecer nossas peças atemporais com preços diferenciados”, explica a empresária Marilu Fontes. Ocupando os três pavimentos, seis escritórios de arquitetura do Recife assinam os espaços. Um grande desafio e criatividade para as arquitetas repaginarem os ambientes com móveis de coleções passadas, já que os produtos são para pronta-entrega.

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ESPAÇO DO ARQUITETO

fotos Gleyson Ramos

A arquiteta Andressa Rangel assina o espaço Living Harmonia apostando no clássico contemporâneo, que mescla peças modernas com objetos que apresentam toques de época. O Estúdio Noi Arquitetura com as arquitetas: Anely Camarotti, Flávia Ebrahim e Roberta Reis assinam a Sala

de TV com Jantar Integrado. As arquitetas Bruna Padilha e Maria Amélia Medeiros, da Pine Arquitetura, criaram um Cantinho do Chá. Com cores fortes, o espaço chama a atenção por harmonizar diferentes texturas e estampas. O espaço Living do Jovem Casal, assinado pela

arquiteta Carol Sóter, harmoniza o regionalismo com o modernismo. A mostra também exibe um loft com a assinatura do escritório Plural, das arquitetas Ana Carolina

Pitanga, Lígia Garcia e Rafaella Bittencourt. No último pavimento da loja as arquitetas Tatiana Tavares e Vanessa Maciel assinaram o Roof Top Praiano.

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nova coleção da linha Verão 2020 da EMPÓRIO HD apresenta uma paleta de cores inspirada nos destinos paradisíacos mais desejados do mundo, com uma variedade de peças para montagem de um look elegante e sofisticado, do casual à festa. Os recortes, as cores vibrantes e o mix de estampas ousadas completam os shapes exclusivos das lojas HD em Boa Viagem e Graças.


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DIÁRIO DE BORDO RONNIE DUARTE

MOTORHOME, AVENTURA SOBRE RODAS por Ronnie Duarte | fotos arquivo pessoal

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as últimas férias fugimos daquelas programações “pasteurizadas”, onde findamos por visitar recorrentes destinos, parques e atrações. A ideia foi proporcionar às crianças algo diferente, que a um só tempo impusesse alguma distância dos hipnotizantes celulares, ensejando um convívio mais próximo entre nós. A aventura foi alugar um “motorhome” para uma jornada de 800km pelo interior do Canadá. Foram cinco noites em nossa “casa” sobre rodas. Confesso que tinha alguns medos.

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O primeiro deles: como seria dirigir um caminhão? Nunca tinha guiado nada maior que uma camionete e o largo trailer media quase 9m de comprimento. Vencida a tensão inicial, descobri que a condução é bem tranquila. Exige-se, claro, uma dose adicional de atenção, sobretudo nas manobras e no deslocamento nas rodovias. O segundo receio foi em relação ao conforto. Jamais havia acampado. Preocupava-me o asseio, o calor e a qualidade do sono. Tivemos uma agradável surpresa: a cama, a climatização e até o banheiro nada ficam a dever à cabine de um navio de cruzeiro. A cozinha é funcional e

totalmente equipada. Os “campings”, disponíveis em todos os destinos, disponibilizam uma excelente estrutura a preço acessível: área de lazer com piscina e equipamentos, banheiros coletivos, conexões de água, energia e esgoto são algumas das facilidades ofertadas aos viajantes. Pegamos o veículo e, após abastecermos a despensa, seguimos rumo a “Algonquin”: um enorme parque nacional situado 300km ao norte de Toronto. A temperatura em julho estava agradável, ideal para que pudéssemos curtir a natureza exuberante espalhada por uma área silvestre de 7.600km2, repleta de rios, cascatas e mais de 2.400 lagos.


Após quase 4 horas na estrada, chegamos ao “Algonquin Trail Camping Resort” que, apesar do nome (“resort”) é um enorme estacionamento de trailers no meio da floresta, com uma centena de vagas. Já era noite e os “vizinhos” reuniam-se à porta dos seus veículos, fogueiras acesas, em animadas conversas. Entramos no clima: desfraldada a bandeira que exibia a pernambucanidade, devidamente besuntados com o indispensável repelente, assamos marshmallows na brasa em meio à imensa floresta de pinheiros, preparando o primeiro dos jantares desfrutados “a bordo”. No dia seguinte, fomos ao “Lake of Bays”, um exuberante lago com um perímetro de centenas de quilômetros. Alugamos uma pequena lancha para o passeio de quatro horas, tendo a oportunidade de esquadrinhar as belíssimas paisagens lacustres. Um dia memorável. No terceiro dia, uma nova aventura: um “tour”guiado pilotando quadriciclos em meio às trilhas florestais. Atravessamos pontes rústicas de madeira deitadas sobre o leito de rios agitados, suplantamos atoleiros lamacentos e ladeiras íngremes, vimos incontáveis árvores marcadas pelas garras dos ursos negros que habitam a região. À tarde, visitamos as “Ragged Falls”, uma das inúmeras cachoeiras que recortam a natureza intocada daquele paraíso natural.

Na manhã subsequente, era dia de levantar acampamento e mudar de endereço. O destino: as Cataratas do Niágara. As cinco horas de estrada foram precedidas de uma parada para conhecer uma fazenda produtora do “maple syrup”, o conhecidíssimo xarope de bordo, produto tipicamente canadense que adoça as panquecas e os “waffles” pelo mundo afora. Ao final do dia, aportamos no “Jellystone Niagara Camp Resort”, um camping com uma enorme estrutura de lazer para as crianças, tendo como tema a personagem do Zé Colmeia. Na cidade, andamos pelas animadas ruas da cidade turística e visitamos a principal atração, andando por túneis que desembocam atrás da imensa massa de água em queda. A nossa derradeira aventura foi o “Zipline”, a descida em um rapel que se estende por centenas de metros acima da gigantesca queda d’água. Na sequência, a despedida: voltamos a Toronto, deixando para trás uma coleção de lembranças daqueles dias inesquecíveis.


por trás da gravata Boris Berenstein

dr.Boris Berenstein paixão pelo tênis que vai além dos equipamentos de radiologia foto: Terra Magazine

por Luiza Tiné

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e um lado, um profissional da área de saúde dedicado e apaixonado pelo exercício da medicina. De outro, um atleta que não abre mão de sua raquete e da companhia de amigos queridos que dividem com ele a alegria de estar em uma quadra para uma bela partida de tênis. Este é o médico e empresário Boris Berenstein, radiologista à frente da clínica que há 31 anos leva o seu nome em Pernambuco, tendo seis unidades no Recife e uma em Arcoverde, realizando cerca de 30 mil exames por mês. Ele, que quando não está entre modernos equipamentos

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de radiografia, é um grande admirador do tênis e também, um tenista comprometido e dedicado ao esporte. “Hoje em dia eu digo que sou muito mais tenista do que médico”, afirma aos risos quando conta à equipe da Terra Magazine que joga de três a quatro vezes por semana, se reúne com amigos do Recife e de vários estados do Brasil para pequenos torneios, já chegou a fazer diversas viagens internacionais para acompanhar grandes partidas e inclusive, já até se lesionou mais de uma vez na quadra, porém nunca

deixou a peteca, ou melhor, a raquete, cair. A paixão pelos esportes aflorou cedo na vida do Dr. Boris Berenstein. Protagonista de uma história de vida emocionante - filho de imigrantes sobreviventes da Segunda Guerra Mundial que vieram recomeçar a vida na cidade do Recife - passou sua infância no bairro da Boa Vista e estudou no Colégio Israelita, onde foi Presidente do Diretório Acadêmico e nesta posição, teve a oportunidade de ser escolhido para fazer o Juramento do Atleta na abertura dos Jogos


A prática do tênis me proporcionou muito mais do que um estilo de vida saudável. Construí novas amizades e vivi momentos maravilhosos ao redor da quadra, jogando e também viajando para conferir de perto grandes partidas nacionais e internacionais”

Dr. Boris Berenstein, admirador do esporte divide a sua rotina entre as clínicas e as quadras

Estudantis no Estádio da Ilha do Retiro, em 1965. Segundo ele, foi um dos momentos mais marcantes de sua carreira estudantil, e um pontapé inicial para que ele não deixasse de lado o hábito de ser esportista. Como sempre foi um jovem disposto a praticar esportes de maneira geral, o Dr. Boris encontrou na quadra de tênis uma identificação que ainda não havia encontrado em nenhuma

foto: arquivo pessoal

outra modalidade. Aos 30 anos, já formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE), contratou um professor particular para lhe ajudar nos treinos e, desde então, não deixou mais a raquete e as quadras. “A prática do tênis me proporcionou muito mais do que um estilo de vida saudável. Construí novas amizades e vivi momentos maravilhosos ao redor da quadra, jogando e também viajando para conferir de perto grandes partidas nacionais e internacionais”, afirma. Sua rotina semanal, quando não está na clínica, se divide entre as demais responsabilidades e o tempo dedicado ao esporte. Ele nos conta que faz parte de diferentes grupos de tênis na cidade e também em outros estados do Brasil, onde estes amigos se reúnem com suas famílias tanto para fazer turismo juntos, quanto para, é claro, jogarem uma bela partida. “Sempre que viajamos, já procuramos um local perto de uma quadra, ou que tenha quadra no hotel”, comenta, afirmando ainda que estes grupos também se reúnem para assistir torneios internacionais como o Roland Garros, nos Estados Unidos. “Ah, e sempre que viajo, procuro trazer uma raquete de souvenir”, dispara. Um dos maiores prazeres que o tênis proporciona, na opinião do Dr. Boris, é a grande confraternização entre os que estão jogando. Ele conta: “Nós jogamos, competimos, organizamos torneios entre amigos, mas uma das coisas que eu mais gosto mesmo é o set sentado. Entre um set e outro com a raquete na quadra, a hora do set sentado é justamente a hora que vem uma rodada de cerveja onde vamos conversar sobre o jogo, falar sobre política, rir um pouco da vida”. As partidas são realizadas em diversos ambientes, dentro e fora de Recife, como em uma fazenda em

Camocim de São Félix, município em Pernambuco distante cerca de 120 km do Recife, onde um de seus grupos de amigos tenistas se encontram pelo menos três vezes ao ano para jogarem juntos e apreciarem uma boa gastronomia e degustação de vinhos. Outro momento importante na sua vida de médico-tenista, ou tenista-médico é um torneio com 80 participantes, sendo eles de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e também Nova Iorque e Miami, nos Estados Unidos. Casado e pai de quatro filhos, Dr. Boris também comenta que está cada dia mais passando o bastão das atividades à frente da clínica, já que toda sua família é envolvida no andamento do empreendimento, a começar pelo filho mais velho, que também seguiu o caminho da radiologia, assim como o pai. “Acredito que a vida é feita de ciclos e o meu ciclo como médico aos poucos também está chegando ao final”, comenta o médico que, com orgulho, afirma que investiu muito para que o seu negócio em família chegasse aonde chegou e que tem certeza que seu legado terá continuidade nas mãos de seus herdeiros. Pensando nisso, também é envolvido com o “Projeto Rumo” e a “Escola F” no Recife, organizações que incentivam e promovem uma rede de cooperação e troca entre famílias empresárias, além de apoiar também projetos sociais que incentivam novos atletas. Prestes a completar 70 anos, não existe, por parte dele, a menor vontade de abandonar as quadras. “O tênis é o tipo de esporte que você pode carregar consigo até a porta do cemitério”, comenta, aos risos. “Já me lesionei a ponto de precisar me submeter a procedimentos cirúrgicos e fisioterapia, mas o que me consola é que todo atleta tem contusão e que na quadra somos todos iguais”, finaliza.

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GASTRONOMIA

Crème brûlée INGREDIENTES: 250mL de leite 250mL de creme de leite fresco 5 gemas 80g de açúcar 1 fava de baunilha Açúcar a mais para polvilhar MODO DE PREPARO: • Abra a fava de baunilha no sentido do comprimento e raspe as sementes. • Em uma panela, coloque o leite, o creme de leite fresco, as sementes que você raspou da baunilha e a fava e leve ao fogo para aquecer. • Em um recipiente bata as gemas com o açúcar até começar a clarear. • Quando a mistura de leite começar a ferver, desligue o fogo, retire a fava da baunilha e coloque uma concha da mistura de leite sobre as gemas batidas, mexendo rapidamente para que as gemas não coagulem. • Derrame o restante da mistura de leite sobre as gemas e misture bem, formando um creme ainda ralo. • Coloque o creme em ramequins de louça individuais e coloque-os em uma assadeira. • Aqueça água em uma panela e coloque a água quente dentro da assadeira, tomando cuidado para não cair água dentro dos ramequins com o creme. A intenção é assar o creme em banho-maria. • Leve ao forno para assar por aproximadamente 30 minutos, em temperatura baixa. O creme não deve dourar, somente ficar firme. • Retire a assadeira do forno e deixe esfriar, levando em seguida ao refrigerador. • Na hora de servir, salpique açúcar em cima do creme e queime com um maçarico.

Crème de la crème por Luciana Sultanum

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uando inicio uma nova turma de Cozinha Francesa na faculdade, a primeira pergunta que faço é: “Para vocês, que palavra vem à mente quando pensam em cozinha francesa?” As respostas são inúmeras, mas sempre têm a ver com sofisticação, pouca comida, elegância e complexidade. Mas me pergunto o que faz um prato ou uma receita serem considerados sofisticados. O uso de ingredientes nobres ou caros, o apuro técnico exigido para sua execução? De um modo geral, a figura idealizada do chef de cozinha está envolvida em arrogância e sempre tem um sotaque francês, dando uma dimensão de como as pessoas entendem a culinária da França. Mas depois de anos imersa na cultura gastronômica desse país, entendi que o que o faz ser referência em gastronomia é o próprio apetite francês, o desejo diário de comer bem. Na França, até os ingredientes caros ficam mais sofisticados quando usados de maneira simples: as trufas apresentam sua melhor versão

quando servidas com ovos mexidos ou omeletes; o foie gras não precisa de quase nada a não ser um pão de campanha fresquinho. Mas não precisa ter essas iguarias em casa (quase ninguém tem) para comer divinamente. Pode-se dizer que todo francês sabe cozinhar minimamente, seja fazendo uma ótima salada ou uma omelete para o jantar, eles transformam coisas simples em pequenos prazeres cotidianos. É, as receitas francesas mais emblemáticas são simples assim - três ou quatro ingredientes e muita vontade de comer. Então, quando me perguntam qual a receita que eu considero a ‘crème de la crème’ da cozinha francesa, no topo da lista está o crème brûlée, pois ele representa exatamente a desmistificação, a simplicidade e a elegância traduzidos em apenas cinco ingredientes, que eu compartilho com vocês logo a seguir.

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ENOGASTRONOMIA FAMIGLIA GIULIANO

Famiglia Giuliano

30 anos de tradição na arte da gastronomia por Somelier Josely Riesling

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eslumbrante por uma clássica construção, o “ Famiglia Giuliano” completa 30 anos, sendo referência entre os melhores restaurante de recife. Com cozinha italiana que vai desde as entradas como a bruschetta de brie, parma e geleia de Damasco, passando pelas massas, carnes, risoto até as pizzas artesanais com massa fina e crocante. E uma novidade deliciosa é a mesa de antepasto italiano, aos finais de semana no jantar. Não podemos esquecer também da tradicional feijoada servida aos sábados no almoço com chorinho. A casa conta com uma Adega no subsolo, onde podemos encontrar vinhos com a qualidade “Grand Cru”, a preços de loja. Considerada umas das maiores importadoras do Brasil, forte em todos os segmentos e conhecida por ter os melhores e mais pontuados rótulos.

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Adega, um espaço no subsolo do restaurante que pode ser reservado para encontros de confrarias, jantares harmonizados e eventos corporativos.

Nesse espaço, acontecem encontros de confrarias, jantares harmonizados e eventos corporativos. Iniciaremos nossa viagem gastronômica com o prato de lagosta com Linguine Nero, a escolha para a harmonização foi o vinho branco francês Chablis William Févre. Colocamos o vinho na boca e simplesmente viajamos com


Lagosta com Linguine Nero fotos Terra Magazine

foto divulgação

a intensa mineralidade, frutas e flores brancas. O prato chega à mesa com uma montagem de tirar o fôlego, ao degustálo junto com o vinho percebemos que os dois são tão espetaculares, que a única coisa que podemos falar sobre eles é: passeiam por nossos sentidos como um casal em perfeita harmonia. O segundo prato foi o filé trufado com risoto de parmesão, imagine, como resistir a tanto sabor e tantos aromas juntos? E como harmonizar perfeitamente? Simples, basta olhar para o exemplo do primeiro prato, ou seja, vamos equilibrar as sensações! E a divina escolha foi o vinho tinto chileno Altair, grande ícone, só sai nos melhores anos, rico, framboesas maduras, ameixa seca, geleia de amora, alcaçuz, flores, minerais, em boca elegante e taninos finos. A única coisa que posso acrescentar é: divino! Venha viver também essa experiência!

Filé trufado com risoto de parmesão

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SOCIAL TERRA MAGAZINE

Claudio Barreto, Maria do Carmo Veras, Luciana Vitalino e Urbano Vitalino Neto

Paulo Magnus

LANÇAMENTO DA 48ª EDIÇÃO TERRA MAGAZINE Fotos Gleyson Ramos

José Ranupho, Claudio Barreto e Jorge Petribu

Urbano Vitalino Neto, Paula Meira, Paulo Magnuns e Mucio Novaes

Simone Monte e Paulo Magnus

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Terra Magazine reuniu amigos, parceiros e clientes que prestigiaram o lançamento da 48ª edição, com o empresário Paulo Magnus, presidente da MV estampando a capa da revista, que conta sobre a importância de uma visão estratégica para o crescimento do negócio. O evento aconteceu na Concessionária JBS, com iluminação cênica e sonorização da Moving Show que tornou o ambiente mais elegante e aconchegante. A loja Icasa sofá & poltronas esteve presente com lounge assinado pelas arquitetas Amélia Medeiros e Bruna Padilha, da Pine Arquitetura.

Antônio Carrilho e Fernanda Mossumez

Eduardo e Paula Queiroz

Eduardo Trindade e June Trindade

Sérgio Fontes, Marilu Fontes, Marcela Salazar e Gizelly Agra

Marcos Sobral, Luciana Leão, Ubirajara Maia, Adalto Batista, Paulo Magnus e João Cândido da Silva

Maria Amélia e Bruna Padrilha

O som ficou por conta do Duo Piano Sax com os músicos Anderson Galindo e Willi Soares, além do DJ Sardinha com a violonista Gizelli Dias, que deram um toque especial ao evento apresentando o projeto House Duo – Live Violin. O coquetel foi assinado pelo buffet do Chef Douglas Van Der Ley, além da degustação de temakes do Restaurantes Hayako Culinária Oriental, tendo ainda uma ação de degustação do vinho Château Meyssan Entre-deux-Mers, da Loja Du Vin do Shopping RioMar.

Angélica e Ângela Madureira

Saulo Galvão, Thiago Cavalcanti e Adênio Vilela

André Carício e Everaldo Pereira

Ivo Tinô Neto

José Augusto, Sheila Carneiro e Juliano Dubeux

Renata Novacosque e Temar Barros

Ivelise Buarque


Concessionária JBS, com iluminação cênica e sonorização da Moving Show que tornou o ambiente mais elegante e aconchegante. A loja Icasa sofá & poltronas esteve presente com lounge assinado pelas arquitetas Amélia Medeiros e Bruna Padilha, da Pine Arquitetura.

Marta Souza Leão, Simone Monte, Luciana Vitalino, Paula Meira e Maria do Carmo Veras

Solon Galvão e André Farias

Arthur Pereira, Saulo Galvão, Guilherme Farias e Luciano Lima

José Leôncio Neto

DJ Sardinha e Gizelle Dias - House Duo

Augusto Campos Ferreira, Paulo Siqueira e Marcílio

Luciano Magno e Paulo Azul

Marta Queiroz e Rodrigo Gama

Thaiz Ferraz

Camila Speck e Leandra Fernandez

Luizinho

Ricardo Lustosa

Gilberto Braga e Ivan Viana

Alexandre Duque e José Maria Miranda Aristone Marinho e Felipe Nonato

Anderson Galindo e Willi Soares - Duo Piano Sax

Loja Du Vin

Hayako Culinária Oriental Sérgio e Luise Ramalho

Talita Inocêncio e Edvaldo Borges

Carolina Coelho e Hélder Ferreira

Rochelli Dantas e Fabiana Constatino

Lulu Pinheiro e Ana Paula Bernardes

Luiz Carlos Araújo e Marie França

Icasa sofá & poltronas


tecnologia

Coisas que o Google Faz e Você (Talvez) Não Saiba por Cezar Pordeus

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marca Google já uma das mais conhecidas do mundo, a empresa hoje está avaliada em mais de 300 bilhões e de fato é um gigante do mundo virtual. O Google compra várias empresas por mês e detém milhares de patentes, mas será que você sabe quais serviços a Google oferece e de quais empresas ela é dona? Na verdade a Google pertence a uma Holding chamada Alphabet cujo site tem um endereço bem característico: abc.xyz. O que o Google faz atualmente é: Buscador, ou site a página do Google em sí, Anúncios dentro da própria página do buscador e nas páginas de parceiros e afiliados, Mapas (Goole Maps e Waze), Youtube, que é a maior rede de vídeos do mundo (e agora também tem o youtube music), Android, o renomado sistema anuncio_branco_20cmx12cm.pdf

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28/06/2019

operacional para celulares a tablets e o Google Cloud que oferece soluções em nuvem dos mais variados tipos, incluindo o Google G Suite. Na mão da Alphabet ficaram a Fiber; um provedor de internet de altíssima velocidade, Calico, empresa de tecnologia aplicada ao meio ambiente e longevidade, Chronicle é a empresa focada em cyber segurança, DeepMind é o braço de redes neurais e vídeo games, a GV é a empresa de Capital de Investimento que opera por livre iniciativa e investe principalmente em empresas de tecnologia, a JigSaw é uma empresa focada em resolver problemas da natureza geopolítica e censura através

do mundo, A Makani desenvolve turbinas de energia eólica que não tem a sustentação em torre (flutua baseado em gás hélio), A Sidewalk Labs cria arquitetura e design de novos modelos de ocupação urbana e já tem um projeto de criar uma pequena cidade, A Verily é uma empresa de pesquisa cientifica com foco em medicina associada a bioeletrônica, A Waymo desenvolve sistema para carros autônomos e por fim a Wing; desenvolvedora de drones para entrega de encomendas. Esse ano o grupo Alphabet já anunciou que tem mais surpresas chegando, vamos aguardar ansiosamente.

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saúde Clínica Carolina Coelho

foto Terra Magazine

Excelência em procedimentos estéticos com tecnologia de ponta Atendimento personalizado é o foco da clínica Carolina Coelho Dermatologia Estética, localizada no RioMar Trade Center por Rochelli Dantas

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azer do consultório médico uma extensão da casa do paciente é o objetivo de muitos médicos. É justamente nesse ponto que a dermatologista Carolina Coelho vem investindo. Em funcionamento no RioMar Trade Center, a Clínica Carolina Coelho Dermatologia Estética une procedimentos de última geração a um ambiente elegante e acolhedor. O sucesso do negócio passa por investimentos em tecnologia, excelência nos tratamentos e atendimento humanizado.


Procuro realizar procedimentos que não afetem a rotina das pessoas, que não seja necessário abrir mão de compromissos sociais ou de trabalho, e que fiquem satisfeitos com o resultado a curto prazo”

Tendo uma forte demanda por procedimentos estéticos, a especialista em Dermatologia busca sempre oferecer aos pacientes um atendimento individual, além das mais modernas tecnologias disponíveis na área. “Investimos, por exemplo, em uma plataforma de laser, a Etherea, que permite a realização de diversos procedimentos com um resultado rápido e preciso. Eu sempre busco por procedimentos eficientes e acessíveis. Esse laser se encaixa nesses prérequisitos e tem trazido bons desempenhos aos nossos pacientes”, afirma a médica. A plataforma Etherea, também conhecida como smart-laser, é utilizada por apenas oito clínicas de Dermatologia em todo o estado de Pernambuco, sendo considerada a melhor do país para o ramo.

Carolina Coelho explica que, com o equipamento, é possível realizar cerca de 30 procedimentos diferentes que vão desde o tratamento de doenças de pele como a acne inflamatória, melasma, rosácea, entre outras, até procedimentos estéticos mais simples como remoção de sinais, estrias, cicatrizes, rugas, manchas, flacidez e muito mais. Segundo Carolina Coelho, o uso de um equipamento do tipo é um diferencial, já que, os pacientes em geral buscam por tratamentos rápidos e eficientes, como o que o laser oferece. “Procuro realizar procedimentos que não afetem a rotina das pessoas, que não seja necessário abrir mão de compromissos sociais ou de trabalho, e que fiquem satisfeitos com o resultado a curto prazo”, pontua.

Na clínica, a médica realiza, além do uso da plataforma Etherea, processos de Radiofrequência Microagulhada, Aplicação de Toxina Botulínica, Asers Ablativos e NãoAblativos, Preenchimento Cutâneo e MD Codes, Bioestimuladores de Colágeno, Peelings Químicos e Físicos, Retirada de Sinais, Terapias Médicas Capilares, Luz Intensa Pulsada, Dermoabrasão e Subcisão, Rejuvenescimento Íntimo e Microinfusão de Medicamentos. “No primeiro momento, fazemos uma consulta investigativa. Peço muitos exames para que todas as necessidades estéticas e clínicas sejam atendidas. Por isso, o diálogo com o paciente é essencial. Prezo por este tipo de atendimento completo para que haja excelência e resultado ao final do procedimento”, comenta. Ainda como diferencial, a clínica possui atendimento de profissionais da área de Nutrição, Endocrinologia e um Cirurgião especialista em Rinoplastia.

A PROFISSIONAL Formada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no ano de 2000, Carolina Coelho escolheu a Dermatologia como foco de sua carreira acadêmica. Sempre com o objetivo de ter um diferencial no atendimento, após cursar residência em Clínica Médica no Hospital Barão de Lucena, na capital pernambucana, a médica decidiu se mudar para São Paulo onde cursou a segunda residência de sua carreira, em Dermatologia. A especialização foi concluída no Instituto Lauro de Souza Lima, também na capital paulista. À temporada em São Paulo somou ao currículo estágios na Universidade de São Paulo (USP) e na Escola Paulista de Medicina. Ao retornar ao Recife, em 2006, Carolina resolveu abrir a sua própria clínica de Dermatologia. A primeira unidade foi inaugurada na Ilha do Leite. Para oferecer mais comodidade aos pacientes, desde 2016, a clínica funciona no Empresarial RioMar, onde conta com apoio de uma equipe multidisciplinar.

Clínica Carolina Coelho Av. República do Libano, 187/ sl.104 Torre 1 Pina, Recife - PE (81) 3 423.5690 | 9 8530.7482

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saude tratamento do glaucoma

Medicina do futuro no tratamento do glaucoma

A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” destacou o escritor português José Saramago em uma de suas obras românticas mais primorosas e impactantes: “Ensaio sobre a cegueira” (1995), que toca no desespero das pessoas em relação a um dos sentidos principais e fundamentais do ser humano desde o começo da existência: a visão. por Ivelise Buarque

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visão funciona através do processamento de dados recebidos pelo encéfalo, por intermédio dos receptores sensoriais ativados pela luz. O Glaucoma é uma doença ocular que provoca comprometimento visual e que pode levar à cegueira, se não for tratada adequadamente. E essa realidade está cada vez mais presente no dia a dia da população moderna de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontam que 65 milhões de pessoas são portadoras do problema em todo o mundo. Conforme levantamento do censo 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mais de 2,5 milhões de portadores do problema são brasileiros, o que leva a sociedade médica a se preocupar com a questão. Afinal, muitos desconhecem o que provoca a doença e como sua chegada é sorrateira na vida das pessoas. O glaucoma é provocado por uma lesão no nervo óptico e campo visual, em decorrência do aumento da pressão ocular. Na maioria dos casos, existem fatores de riscos que podem ser observados para constatar sua predisposição nos pacientes como histórico familiar (pais e outros

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membros da família), pressão ocular um pouco alta e escavação no nervo ótico, que podem ser detectados com exames específicos. “Grande parte da população pode apresentar essa predisposição para o Glaucoma ou fatores de risco da doença que precisam ser acompanhados e controlados, pois esta é uma doença que não tem cura. Contudo, pode ser controlada. E, quando não se é tratada, pode levar à cegueira e, por isso, é uma das maiores causas da perda de vista”, destaca o médico e cirurgião oftalmologista João Luiz Vilaça, do Hospital da Visão de Pernambuco (HVISÃO). De acordo com o especialista, como o Glaucoma é uma doença “silenciosa”, cujos sintomas não estão associados à dor, os pacientes só se queixam numa fase avançada, quando de fato surgem sinais mais claros do problema, que o torna irreversível com a perda da visão periférica e posteriormente, da visão central. Por isso, é fundamental a realização dos exames oftalmológicos periódicos, pelo menos uma vez ao ano, principalmente se o paciente tiver história de Glaucoma na família, tiver com mais de 40 anos, for diabético, ou usuário crônico de medicamentos que

possam aumentar a pressão do olho, como, por exemplo, corticoídes. Com a identificação do quadro médico, o paciente é submetido ao tratamento que, em um consenso da Sociedade Brasileira de Glaucoma, deve sempre que possível ser realizado inicialmente com o uso de colírios, laser ou cirurgia. Alguns pacientes têm escolhas limitadas de medicamentos devido a alergias a soluções, ou devido a problemas adicionais que impedem seu uso como problemas cardíacos e respiratórios graves. “A grande maioria do Glaucoma é tratável com colírios. Entretanto, há casos e tipos mais agressivos que, mesmo com o uso de dois ou três colírios, não são controláveis, que chamamos de Glaucoma Refratário. E, nesses casos, é necessária a realização de procedimentos cirúrgicos para fazer esse controle e manter a visão”, comenta. E, de fato, existem vários condicionantes com relação ao tratamento do problema que, para o Ministério da Saúde, é considerado a principal causa de cegueira irreversível, como enfatiza Vilaça: “Muitas vezes os colírios não reduzem a pressão para níveis desejados, ou apresentam


foto Terra Magazine

Médico e cirurgião oftalmologista João Luiz Vilaça, do Hospital da Visão de Pernambuco (HVISÃO)

A técnica, que é pioneira e utiliza tecnologia de ponta, é chamada “Cyclo G6” e utiliza um sistema micropulsado (primeiro no mundo para o tratamento do problema)

efeitos colaterais intoleráveis ao paciente, como secura ocular, olhos vermelhos e embaçamento da visão. O alto custo de alguns colírios também diminui a adesão do paciente ao seu uso. Nesses casos, pode ser indicado o laser como alternativa de tratamento eficiente e seguro, e sem os transtornos do uso dos colírios, que geralmente teriam que ser usados durante toda a vida”. Uma vez que ultrapassa 70% o número de pacientes que utilizam mais de uma medicação (informação da Sociedade Brasileira de Glaucoma – SBG), o uso do laser atualmente tem se configurado como uma alternativa mais segura e menos invasiva. O procedimento não implica em perfuração do olho, não oferecendo risco de sangramento ou infecção; a recuperação é rápida e os cuidados do médico costumam evitar complicações indesejadas. Sendo assim, o tratamento a laser está se configurando como um tratamento de ponta e de grande confiança

para os pacientes que buscam uma solução para reduzir a pressão ocular e impedir a expansão do Glaucoma. É um método eficaz que pode trazer ótimos resultados principalmente para aqueles casos de maior dificuldade, possibilitando inclusive que o paciente volte às suas atividades corriqueiras no dia seguinte, já que não envolve incisões ou cortes. A técnica, que é pioneira e utiliza tecnologia de ponta, é chamada “Cyclo G6” e utiliza um sistema micropulsado (primeiro no mundo para o tratamento do problema), na qual o órgão recebe ação de uma sonda ligada a um laser infravermelho, através de uma fibra ótica, que realiza um processo de cicloablação do corpo ciliar. “Toda cirurgia invasiva tem riscos e não conseguimos prever os resultados, mas o laser é um tratamento mais previsível. A cirurgia a laser dura cinco minutos, na qual passamos a

sonda externamente na região do olho em ondas de 180 graus. E com esse procedimento conseguimos baixar muito a pressão ocular, deixar o paciente livre do colírio e protegêlo da cegueira. Infelizmente, não é possível a cura do Glaucoma, como no caso da Catarata, em que existe a probabilidade de correção total com uma operação ocular”, enfatiza. Atualmente, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento já está disponível como método bem sucedido para o controle do Glaucoma, que poderá atingir mais de 80 milhões de pessoas no mundo até 2020. Como não é possível eliminar o Glaucoma, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, como o laser, acaba se enquadrando como a melhor maneira de conter o avanço da doença.

HVISÃO - Hospital da Visão de Pernambuco Empresarial Isaac Newton Av. Gov. Agamenon Magalhães, 4779 Ilha do Leite, Recife - PE (81) 3117-9090

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saude estética bucal

Tecnologia é aliada para o sorriso perfeito por Rochelli Dantas

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busca pela beleza faz com que o Brasil seja o terceiro país com maior mercado de estética do mundo, ficando atrás somente dos EUA e da China, segundo um levantamento feito em 2016 pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e pelo Instituto FSB Pesquisa.

E o sorriso perfeito entrou definitivamente nesta cesta de consumo. Nos últimos três anos, o mercado de odontologia estética apresentou um crescimento superior a 300%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. É justamente esse o carro chefe da clínica Estética Bucal, localizada em Boa Viagem.

Com uso de softwares ultramodernos, os profissionais da empresa realizam uma avaliação direcionada para a necessidade do paciente, planejando o tratamento com mais eficiência e precisão. “Realizamos todo o planejamento com uso da tecnologia 3D, o que dá ao paciente a real dimensão de como o sorriso ficará após o término do tratamento”, afirma o Mestre e Especialista na área, Dr. Guaracy Fonseca Júnior.

Realizamos todo o planejamento com uso da tecnologia 3D, o que dá ao paciente a real dimensão de como o sorriso ficará após o término do tratamento"

O método mais recente que está sendo utilizado pelos especialistas é o “My Aligner F 3D-BOT” (“Alinhadores Individualizados Fixos, com Tecnologia 3D”). É um tipo

de ortodontia lingual, onde os alinhadores são aplicados pelo lado interno dos dentes. É mais confortável e mais imperceptível. Não há demonstração de

“My Aligner F 3D-BOT” - alinhadores individualizados fixos, com tecnologia 3D. Antes

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Depois

Antes

Depois


que está se usando um aparelho e o resultado é mais rápido, já que fica o tempo inteiro na boca”, ressalta o Dr. Guaracy Fonseca Júnior. O método da ortodontia lingual tem aplicação das peças feita por trás dos dentes. Sendo assim, os dentes são corrigidos sem que as pessoas percebam. Com isso, há diversas vantagens quando se compara com o método tradicional; entre elas: o reduzido risco de lesões nas áreas das bochechas e lábios, provocadas por traumas, o não aumento de volume dos lábios e a não interferência na fonação. Recentemente, o Dr. Guaracy Fonseca Junior realizou um curso para apresentação da técnica a outros especialistas. A ideia é oferecer a explanação também em São Paulo, no segundo semestre.

foto Terra Magazine

Outro diferencial da clínica é o Sistema CEREC, um recurso tecnológico para restaurações individuais de cerâmica. “Em apenas uma consulta, esse equipamento é capaz de

Cristiana Harrop Fonseca, Guaracy Fonseca Júnior e Daniela Harrop

Medimos inclusive a oclusão dos dentes. Então, toda a odontologia é feita com previsibilidade. Dá para mostrar antes, aprovar com o paciente e o equipamento faz de acordo com o planejado"

Sistema CEREC Restaurações individuais de cerâmica

confeccionar uma prótese de alto padrão. Em 15 minutos o dente está finalizado na impressora 3D, reduzindo drasticamente a duração dos procedimentos”, afirma a especialista Dra. Cristiana Harrop Fonseca. O equipamento começou a ser utilizado há três anos na unidade pernambucana. De acordo com a Dra. Cristiana Harrop Fonseca, com o CEREC, o paciente pode escolher a cor do dente e, aliado ao escaneamento digital da boca, é possível avaliar a sua necessidade, a forma do dente, o tipo

de procedimento, além de visualizar como o projeto ficará na boca. “Medimos inclusive a oclusão dos dentes. Então, toda a odontologia é feita com previsibilidade. Dá para mostrar antes, aprovar com o paciente e o equipamento faz de acordo com o planejado”, pontua. Além desses métodos, a clínica Estética Bucal atua nas áreas de Ortodontia, Prótese (Prótese sobre Implantes), Dentística (Estética e Cosmética), Implantodontia, Periodontia, Endodontia, Cirurgia Bucomaxilofacial e Ortopedia Facial.

ESTÉTICA BUCAL Rua Padre Bernadino Pessoa, 663 Boa Viagem - Recife -PE (81) 3465-2111


SAÚDE SOBRE ENVELHECER

DRA. FERNANDA MOSSUMEZ

Doutora em cirurgia geral Especialista em medicina estética Especialista em medicina da longevidade

Sobre envelhecer

U

ma propaganda recente nos pergunta se já paramos para pensar o que seremos quando envelhecer. Parece que este dia nunca vai chegar, conseguimos aprender a correr contra o tempo com o auxílio de tinturas para cabelo, creme para rugas, botox, preenchedores e tudo aquilo que nos faça esquecer um pouco da nossa finitude diante do espelho. Muitas vezes conseguimos, mas as marcas são inexoráveis por dentro, seja na alma ou nas nossas amadas células. Até algum tempo atrás estávamos acostumados, digamos assim, a morrer cedo. Então os paliativos eram bem-vindos e nos davam um certo conforto. No entanto, o corpo vai parando de funcionar em estado de alta performance. É natural que nossa máquina exposta à poluição, correcorre, pressão, má alimentação, sedentarismo, entre outras coisas, por si só já sofre e muito. Concomitante a isto ainda temos a natureza como aliada nos mostrando que podemos dar uma pausa nos cabelos brancos, mas não no processo de envelhecimento celular. Se já não temos mais a finalidade de procriar, para que manter um complexo conjunto de estruturas que demandam tanta energia? Assim vêm as pausas hormonais e suas consequências, como mudança do metabolismo, depressão, osteoporose, perda de prazer ou interesse sexual, aumento da gordura corporal, diminuição da memória, risco maior de derrame, infarto e demência, só para citar as mais comuns. Quando a gente fala de tudo isto, muitas pessoas talvez achem que o “normal” é passar por todo este processo e ir tomando remédios que vão, digamos, mascarando aos poucos todas as nossas doenças. Entretanto, hoje podemos programar sim como queremos envelhecer. Quando me perguntarem se eu já pensei o que vou ser quando envelhecer, já tenho a resposta: uma senhorinha muito feliz, elegante e com a saúde que pode ser possível nesta faixa da vida, aproveitando todas as histórias que venho colecionando até hoje. Se você também está comprometido com você além do espelho a longo prazo, eu te pergunto, por que não agora? A medicina da longevidade não é charlatanismo e não propõe a fonte da juventude eterna e da imortalidade, mas sim, promete uma melhora na sua vida a longo prazo. Que tal também desenrugar suas células? Um abraço e muitos anos de vida produtiva a todos.

TREINAMENTO FÍSICO EM ALTA INTENSIDADE, OS DESAFIOS DE UMA PRESCRIÇÃO SEGURA por Ivan Xavier - Personal trainer especialista em emagrecimento, hipertrofia muscular e grupos especiais.

T

em sido amplamente divulgado através de estudos e pesquisas, o quanto o treinamento físico em alta intensidade se torna muito mais efetivo em relação aos resultados comparado a treinos em intensidade baixa ou moderada, destacando as modalidades: musculação, treino Hiit, Crossfit e esportes de competição. Esse é um fato incontestável pela base científica e resultados que podemos comprovar na prática, porém é necessário fazermos uma reflexão a respeito da segurança dos praticantes. À medida que aumentamos a intensidade, seja por maior incremento de cargas, ou velocidade de execução, ou redução de intervalos de descanso, ou até mesmo por uma junção de todas estas variáveis, surgem as consequências, entre as quais destaco: aumento demasiado da frequência cardíaca, aumento demasiado do débito cardíaco, maior suscetibilidade a lesões osteoarticulares, overtraining e suas repercussões físicas e mentais. Diante desse diagnóstico, se faz necessário adotar medidas para prevenção destes “efeitos colaterais” dos treinos intensos. Saliento entre as principais medidas: • Aferir a pressão arterial antes do treino; • Fazer uma anamnese prévia (sono?, alimentação?, nível de stress? limitações físicas?); • Realizar sempre um bom aquecimento; • Periodizar o treinamento (otimizando os resultados através da correta alternância entre períodos de intensidade baixa, moderada e alta); • Realizar sempre a técnica correta dos exercícios físicos; • Fazer avaliações médicas e físicas, regularmente. Para isso, a maior recomendação de todas é buscar sempre a orientação de profissionais devidamente aptos e habilitados para fazer a prescrição, e principalmente a prevenção das possíveis repercussões. Fica a dica!!


beleza

Fique por dentro das novas tendências de coloração Todo ano as tendências de coloração variam, e mudar o visual está entre a preferência da mulherada que não abre mão de um look moderno, versátil e elegante.

SÉRGIO MELO Hair Designer

M

uitas morenas ainda têm receio em aderir ao clareamento por pensar que esse procedimento só funciona bem para as loiras. O efeito MORENA ILUMINADA está super em alta, vem conquistando a preferência por clarear discretamente os fios dos cabelos sem mudar a cor da base, proporcionando maior leveza. O segredo é apenas encontrar a técnica e as nuances ideais. Isso quer dizer que qualquer mulher morena, inclusive as cacheadas, pode investir no visual morena iluminada. O resultado é um visual clássico, com luzes de efeito sutil e elegância atemporal. O LOIRO PEROLADO está entre as tonalidades mais frias de loiro, que imita o brilho das pedras de pérolas, combinando tons mais pálidos e acinzentados de loiro, criados para dar uma aparência mais natural, através da técnica “spotlight”, ideal para mulheres loiras que buscam por um visual delicado. O tom é uma variação do loiro claro, platinado e champagne, garantindo um cabelo sofisticado e superluxuoso. A tendência já é uma das maiores pedidas lá fora, e agora está ganhando várias adeptas também no Brasil. Confira mais detalhes e inspire-se para renovar a cor de cabelo! LUZES PLATINADAS para alcançar o tom platinado, o primeiro passo é descolorir as mechas - é preciso deixar as madeixas super claras, quase brancas. Mas, lembre-se: o cabelo precisa estar saudável e hidratado para a descoloração não danificar os fios. Depois de descolorir os fios, é importante matizar para tirar aquela tonalidade amarelada que fica no

morena iluminada

Confira e inspire-se para embarcar nessa febre! loiro perolado

Luzes Platinadas cabelo após a descoloração. Para isso, você pode usar um tonalizante em tom acinzentado ou violeta, que neutraliza o amarelo e deixa as luzes em um tom mais frio. As mechas claríssimas prometem ser a ideia perfeita para mudar o look.

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foto arquivo pessoal

música matheus moraes

Matheus Moraes

quer o Brasil por André Clemente

O

s tempos de amadorismo ficaram para trás. Bem para trás. Depois que Matheus Moraes colocou definitivamente a música no primeiro plano da sua vida, as apostas aumentaram e fazer um som apenas nas horas livres passou a ser coisa apenas do antigo Matheus. O cantor recifense de 20 anos e que já figurou nos palcos de boa parte dos estados do Nordeste, profissionalizou ainda mais o seu trabalho. Reuniu nomes de peso ao seu time, costurou apoio de quem entende do mercado e o último passo já o fez atravessar a barreira nacional com o mais recente lançamento. A música “Desafoga”, um sertanejo “sofrido” a cara do mercado atual é o salto para aparecer para o Brasil. Tanto que a novidade tem uma escolha estratégica:

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a parceria com o já consagrado cantor Felipe Araújo. Ainda para esse ano, planeja o lançamento de um EP, de onde espera tirar muito trabalho pela frente. E garante: “estou preparado”. Matheus é tímido e tem fala comedida. “Surpreendo muita gente com o Matheus Moraes do palco”, brinca com a comparação. Apesar de percorrer por breguinhas e forrós nos shows de um legítimo pernambucano, assegura ser um cantor sertanejo. Tanto que as suas referências são as melhores do segmento. “Gusttavo Lima, Cristiano Araújo, Jorge e Mateus e, para ter uma referência da minha região Nordeste, gosto muito do Wesley Safadão. Da nova leva de cantores, o próprio Felipe Araújo passou a ser um espelho, além da dupla Matheus e Kauan e tantos outros artistas”, pontua.

"Gusttavo Lima, Cristiano Araújo, Jorge e Mateus e, para ter uma referência da minha região Nordeste, gosto muito do Wesley Safadão. Da nova leva de cantores, o próprio Felipe Araújo passou a ser um espelho, além da dupla Matheus e Kauan e tantos outros artistas"

A história começou aos 13 anos, quando cantava em casa e dividia a “plateiafamília” com as aulas do colégio. Aos 18 anos, estreou no Recife, um show na antiga casa de festas Pink Elephant.

“Esse começo foi determinante para saber o que eu queria para a minha vida e colocar em segundo plano a faculdade de publicidade, que ainda faço”, crava. Nem deu tempo de “aquecer” e Matheus foi “jogado” para o palco principal da maior festa da cidade de Canhotinho, no interior de Pernambuco. “Que honra, em tão pouco tempo de carreira e já poder cantar no palco onde ídolos como Wesley Safadão e o eterno Gabriel Diniz já cantaram. Iniciei em dezembro de 2014 no Recife e, já em janeiro de 2015, estava lá levando meu sertanejo”, lembra. “A partir de então, mais que ter o meu trabalho como forma de me divertir e de ter prazer profissional, aquilo passava a ter uma responsabilidade que não era mais só minha. Desde então, a minha banda vem crescendo, mais gente


“A partir de então, mais que ter o meu trabalho como forma de me divertir e de ter prazer profissional, aquilo passava a ter uma responsabilidade que não era mais só minha. Desde então, a minha banda vem crescendo, mais gente veio trabalhar comigo e eles passaram a depender da minha carreira. Não dá mais para recuar. É entrar de cabeça em tudo. E que bom!"

Surpreendo muita gente com o Matheus Moraes do palco”

O último ano, por sinal, é um símbolo da construção desse caminho “bem mais profissional”. Percorreu palcos de Alagoas, Paraíba, cantou no palco principal no São João de Campina Grande (Parque do Povo) e virou figura conhecida em vários estados do Nordeste. A virada para o Matheus adulto foi consagrada com o clipe de “Quem é você?”, em que ele divide as cenas com os influenciadores digitais GKay e Lucas Albert. O sucesso do clipe no YouTube fez o vídeo bater 1 milhão de visualizações. E Matheus foi além. “Fomos atrás de outros produtores, na busca por uma ‘refinada’ no nosso trabalho. No ano passado, integramos o produtor Rod Bala, o mesmo de Wesley Safadão, no projeto que resultou no lançamento de uma música com uma pegada

foto arquivo pessoal

veio trabalhar comigo e eles passaram a depender da minha carreira. Não dá mais para recuar. É entrar de cabeça em tudo. E que bom!”, conta.

de forrozinho, chamada ‘Oh decisão’. Outro sucesso e uma das maiores visualizações do nosso canal”, conta. “Volta por dó” foi o passo seguinte. Mais uma música desse Matheus maduro. Apesar de compor, escolheu alguém que está entre os grandes do mercado para essa missão. Waléria Leão foi a escolhida. Ela é ninguém menos que a compositora de “A ferro e fogo”, de Zezé de Camargo &; Luciano, “Nada, nada”, de Henrique & Juliano, “50 reais”, de Naiara Azevedo e “Amor da sua cama”, do próprio Felipe Araújo. Depois de “Volta por dó”,

repete e encomenda com “Desafoga”, agora nesse combo que reúne Waléria Leão e Felipe Araújo. A construção dessa parceria veio do ídolo sertanejo Cristiano Araújo, que faleceu há quatro anos em um acidente de carro. “Eu conheci Cristiano Araújo e era muito fã do trabalho dele. Há um tempo meu empresário conseguiu proximidade com o pai dele e de Felipe Araújo, João Reis… e aí criou uma amizade grande; conheci Felipe pessoalmente e tive essa chance de firmar essa parceria. Já fomos planejando desde fevereiro deste ano, para lançar essa

música agora no segundo semestre. Fizemos uma amizade bacana e a gente conseguiu uma música que me deu uma amadurecida e que ficou a cara de Felipe também”, detalha. “’Volta por dó’ é mais uma que fala de sentimento de verdade. Uma linha que estou adorando fazer. Essa música foi um momento que cravou minha fase mais maduro e que a gente repete em ‘Desafoga’. E a parceria com Felipe Araújo eu considero um grande passo na minha carreira. É primeira vez que faço lançamento com participação nacional”, complementa.

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Atualmente, a Debron expandiu seu alcance, podendo ser encontrada nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Alagoas, além do agreste pernambucano, e em toda Rede Ibis, impulsionando ainda mais as vendas. A expressão DeBron Bier, de origem holandesa, é inspirada em “La Fontaine”, nome da casa de Maurício de Nassau na época e que significa “A Fonte”, em francês. Depois de dois anos de pesquisas e várias visitas a cervejarias do Sul e Sudeste do País, América do Sul e Europa, os sócios montaram um plano de negócios e criaram a marca, com a preocupação de fabricar um produto Premium e de qualidade inquestionável, seguindo a lei da pureza alemã. “Buscamos destacar nossa gastronomia utilizando ingredientes regionais na produção dos estilos de cervejas. A Witibier, por exemplo, leva casca de laranja, coentro e cravo em sua composição. Já a Stout tem seu sabor realçado pelas raspas de cacau e rapadura. O destaque ainda fica nas Banguês, que utilizam em seu envelhecimento, barris de Carvalho e Amburana”, informa Thomé Calmon. Até chegar à garrafa, a bebida passou por muitos estudos e preocupação para aliar novidade e qualidade. Com um design diferenciado, a garrafa da DeBron Bier chegou ao Estado de maneira exclusiva, por ter a capacidade de controlar o creme da bebida, respeitando a quantidade de espuma comum a cada estilo.

Raimundo Dantas, Thomé Calmon e Eduardo Farias

Cervejaria DeBron Bier é a maior na região DO Nordeste por Redação Terra Magazine

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DeBron Bier, projeto dos sócios Eduardo Farias, Raimundo Dantas e Thomé Calmon, sendo uma das grandes responsáveis por disseminar a cultura cervejeira artesanal no estado de Pernambuco. Com apenas quatro anos de existência, a fábrica possui capacidade de produção para 150 mil litros por mês, sendo considerada a maior do segmento na região. Também possui reconhecimento nacional e internacional, com os concursos Australian Internacional Beer Awards, na Austrália, Copa Cerveza de Americas, no Chile, sendo inclusive a cervejaria do Brasil mais premiada em um dos maiores concurso de cerveja do mundo - o Concurso Brasileiro de Cerveja, em Blumenau, além do prêmio máximo no World Beer Awards, onde foi a única do

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Imperial Stout, cerveja que tem em sua composição rapadura e amêndoas de cacau.

Nordeste a conquistar a medalha Style Winners, como a melhor do mundo na competição com o estilo Imperial Stout, cerveja que tem em sua composição rapadura e amêndoas de cacau. Começando com apenas três estilos, hoje a marca já disponibiliza no mercado onze: Pilsen, Weizen, IPA, Golden Ale, Witbier, Stout, Vienna, as envelhecidas Banguê Amburana Aged, Banguê Cachaça Oak Aged e Banguê Barrel Aged (essas em edições limitadas, sendo envelhecidas em barris de Carvalho e Amburana) e a longneck Debron Craft.

“Alguns estilos são mais propícios a formar o colarinho. É mais comum, principalmente nas belgas, agregando valor não apenas ao sabor, como também ao visual da bebida”, explica Thomé Calmon. A espuma é responsável por manter o sabor característico, o amargor, a temperatura, assim como ajuda na liberação do aroma. “Por isso que para as cervejas artesanais o colarinho é muito importante, já que o intuito é proporcionar interação entre todos os sentidos. A espuma faz parte da degustação”, ressalta Eduardo Farias.

DEBRON BIER

Estrada da Batalha, 1832, Prazeres Jaboatão dos Guararapes - PE Horário: 8h às 17h – segunda a sábado (81) 3342-4087


cinema moviEmax

CINE ROSA E SILVA MAIS QUE UM “CINEMA DE SHOPPING” por Sófocles Medeiros

L

ocalizado no número 1460 da tradicional (e muito movimentada) Avenida Rosa e Silva, nos Aflitos, o Empresarial Executive Trade Center – Shopping ETC foi inaugurado em fevereiro de 2003 com a proposta de ser um complexo multiuso composto de salas comerciais (localizadas numa torre) e um mix de lojas de compras, lazer e serviços, tendo sofrido ampliação em ¬novembro de 2007. O empreendimento alcançou também um numeroso e diferenciado público dos bairros vizinhos onde predominava uma população de bom poder aquisitivo. Como destaque na área de lazer veio o Cine Rosa e Silva, com a oferta inicial de 3 salas de cinema. A inauguração aconteceu em 17 de maio de 2003, com a administração, na época, da empresa “Movieplex”.

Em 2012, o pequeno complexo cinematográfico foi adquirido pela empresa pernambucana “Moviemax”, também conhecida como “PMC Cinemas do Brasil” (*), tendo sido totalmente renovado e recebido mais uma sala, inaugurada em 20 de junho de 2013, esta com condições de projeção em 3D. Hoje todas as salas são totalmente digitais com ótimas qualidades de imagem e som. De uma forma geral, as grandes redes de cinema estão preocupadas apenas com a exibição das produções comerciais que podem gerar grandes bilheterias, gerando uma contradição: são MUITAS salas para lançamentos de POUCOS filmes. No Recife, fogem a essa tendência o Cinema São Luiz e os Cinemas da Fundação. O Cine Rosa e Silva funciona como um mix disso tudo. O que faz com que o Cine

Rosa e Silva faça jus ao seu slogan - cinema para os amantes de cinema - e não seja apenas mais um “cinema de shopping” é a sua programação eclética, que consegue oferecer, ao mesmo tempo, os filmes de maior sucesso do cinema mundial e produções diferenciadas da cinematografia europeia, principalmente, a francesa. Por falar na cinematografia francesa, foi realizada, no período de 6 a 19 de junho deste ano, a 10ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, mostra que começou a ser exibida no Recife desde 2015. Por sinal, quando se fala em Festival Varilux, o Cine Rosa e Silva, vem sendo o número 1 em público de todo o Brasil, fato esse que já se repete há vários anos. (*) A Moviemax (PMC Cinemas do Brasil) foi fundada em 2004

São MUITAS salas para lançamentos de POUCOS filmes. No Recife, fogem a essa tendência o Cinema São Luiz e os Cinemas da Fundação. O Cine Rosa e Silva funciona como um mix disso tudo.

pelo empresário pernambucano Paulo Menelau, remanescente do movimento Super 8 no Recife, tendo sido proprietário de uma das primeiras redes de vídeo locadoras da capital pernambucana. Hoje, a empresa possui 2 cinemas de rua: o Cine Eldorado, em Garanhuns, e o Cine Royal, em São Lourenço da Mata. Além do Shopping Rosa e Silva, ela também é responsável pelas salas de cinema do Shopping Camará, em Camaragibe, e do Shopping Igarassu.

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FILMES bem parecido com como ele era no início da carreira. A curiosidade é de como foi realizado esse processo de rejuvenescimento do ator. Assista ao vídeo de bastidores do filme, em que Will Smith, o diretor Ang Lee, o produtor Jerry Bruckheimer e os responsáveis pelos efeitos visuais da produção, Bill Westenhofer e Guy Williams, explicam como isso foi possível e dão detalhes sobre a tecnologia utilizada em ‘Projeto Gemini’. "O que faz 'Projeto Gemini' ser tão especial é que temos dois personagens de diferentes gerações interpretados por um só ator. Eu interpreto o Henry, de 50 anos, e o Júnior, de 23 anos, que é enviado para matá-lo”, conta o protagonista.

PROJETO GEMINI

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novo trailer de ‘Projeto Gemini’ divulgado ontem deixou muita gente impressionada ao ver o protagonista do filme, Will Smith, em sua versão atual e mais jovem,

"Criar um humano digital é uma das coisas mais difíceis em efeitos visuais. Isso não é envelhecimento, não é mudança facial. O Junior é uma criação completamente digital e 100% feita pela captação da performance do Will Smith", explica Bill Westenhofer, um dos supervisores de efeitos visuais. "Aos 23 anos eu não poderia interpretar o Júnior mas agora sou capaz de compreender e interpretar os dois personagens graças à minha grande experiencia como ator. Essa tecnologia vai mudar a forma como os filmes são feitas e vistos", completa Will Smith.

T

TOP GUN - MAVERICK

om Cruise está de volta, 34 anos depois, em um dos papeis mais icônicos de sua carreira: o piloto Pete “Maverick” Mitchell de ‘Top Gun - Ases Indomáveis’, filme lançado em 1986 que ganhou milhares de fãs e se tornou um clássico da época. A nova produção traz a nostalgia do primeiro filme e muitas cenas de ação de tirar o fôlego – como é de se esperar de um filme estrelado por Tom Cruise. Dirigido por Joseph Kosinski (Oblivion), o longa está previsto para chegar aos cinemas brasileiros em 25 de junho de 2020. Com a produção de Jerry Bruckheimer,‘Top Gun: Maverick’ traz ainda no elenco Jennifer n, Miles Teller, Jon Hamm, Ed Harris e Val Kilmer de volta como Iceman.

dicas para leitura ANA PAULA BERNARDES - @minhabibliotecaparticular

LONGE DE CASA

EMPODERADAS: MULHERES ETERNAS, CORPO A CORPO COM A VIDA

ntes que me questionem: sou feminista, sim! Minha família me educou para ser. Mas ainda que não fosse, não haveria como não se identificar com a obra de Palmério Dória. O livro traz a história de incontáveis mulheres, todas pioneiras em sua atuação. Não se resumiram a um título, elas foram além. São destaques na Cultura, Política, Economia, História e, até mesmo, com a primeira astronauta mulher a seguir numa Missão Soviética ao Espaço. Mais do que uma obra para levantar essa bandeira feminista, trata-se de uma profunda análise antropológica do quão ainda somos subestimadas.

EDITORA TORDESILHAS

EDITORA SEGUINTE

Q

EDITORA GERAÇÃO

A

O HOMEM RIDÍCULO

M

alala Yousafzai ficou conhecida mundialmente ao defender pelo Paquistão a educação para meninas. Foi vítima por conta disso, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e hoje o mundo a recebe em Congressos e eventos que ressaltem este posicionamento. Em “Longe de Casa”, ela traz a história de refugiadas que conheceu nessa trajetória. Desgarrar-se, a não ser para ovelhas, não é tarefa fácil. Perdem-se casa, amigos, família, mas nunca os laços. Vale a pena refletirmos.

uando conheci Marcelo Rubens Paiva, ainda em “Feliz Ano Velho”, levei um soco literal com sua autobiografia narrando o acidente que o deixou paraplégico. Eu ainda era uma estudante de Jornalismo e, como todo jovem, achava que poderia engolir o mundo contando notícias. Marcelo nos dá esse freio. É autêntico, não se corrompe, mas mostra o caminho exato por onde seguir. Talvez por esse aprendizado e por toda história que a família dele teve que enfrentar sendo filho de desaparecido político, ele conheça tão bem a gênese humana. Em “O Homem Ridículo” somos brindados com essa identificação. Um ou outro conto parece que foi feito sobre você. Você ri, chora, tem raiva de alguns personagens, mas consegue brindar com a maioria.


COM A PALAVRA Célia Labanca

A ponte para o amanhã

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urante a década de 1960, um grupo de engenheiros americanos é designado pela empresa automobilística Ford para construir um carro de corrida mais rápido que o da, até então campeã, empresa italiana Ferrari. Tudo culmina na corrida do Campeonato Mundial Masculino, que acontece na França em 1966, onde o melhor carro deve vencer.

S

ão 5:54 da manhã. Acabei de acordar, como tem acontecido ultimamente, com uma sensação horrível. Sinto-me como quem assistiu à desconstrução, ao esfacelamento, a ruptura da alma do meu país; e a minha também dói. Muito. Vejo jorrando à frente, na minha imaginação, impulsionada por tamanha dor, um rio de horrores. E choro. Minha visão está turva. Mas, minha lucidez permanece enfática. – Por ela, mais forte que eu, minha memória se impõe como quem quer justificar que não estou louca e traz ainda à tona uma embolia que tem data, tem história, tem fatos, falas; tem fotos, tem textos.

Matt Damon e Christian Bale serão os personagens principais do filme

UM VERÃO NA ITÁLIA EDITORA VERUS

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uem não gosta de uma aventura com uma gota de romance? O número 1 da trilogia das Irmãs Shakespeare de Carrie Elks, “Um Verão na Itália” brinca com os leitores através desse tema. Cesca Shakespeare, uma escritora que acaba de ser arruinada com sua peça graças ao sumiço do ator principal, cai no ostracismo. Tentando fugir a esse bloqueio literário, ganha umas férias numa vila italiana onde ela terá esse encontro com o seu passado.

O Brasil que sobreviveu a 1964, ainda tenta sobreviver a 2016 quando se encerrou um ciclo no qual vivemos as esperanças de nossa grandeza. Para no fim, fazer brotar uma democracia deformada! – Uma democracia que abraçou a apologia ao crime, à violência, à tortura; a volta da fome ao povo pobre, ao desemprego, às mentiras; ao desconhecimento malfazejo, à falta de moral, ao arcaísmo mais bufão.... Também ao desrespeito aos estudantes, professores e professoras, à ciência, à pesquisa, às artes, à cultura. Acho que é ela a grande responsável por tantos gritos que ouço de uma população inconsciente, embora colorida, levando bandeiras aos berros. No entanto, padecida em sua ignorância histórica sendo apenas levada pelas manchetes a pensar inversamente do conhecimento, e escolher ser contra ela própria. Mas, preciso dizer que sempre nos restam esperanças. Esperanças de paz. De beleza, de ética e de estética. Coisas que alimentam a alma de quem tem sensibilidade e amor no coração. Basta lembrarmos que ao longo dos tempos sãos, ou mesmo menos sãos, podemos, e eu escolhi citar apenas mulheres, fantásticas, que para os valores que aí estão, tão bem fizeram, e fazem à

humanidade. À cidadania. – Como se a mobilidade para o futuro passasse exclusivamente por elas. Acho que passou e passará. Escolhi Pina Baush, uma alemã bailarina e coreógrafa precursora do que faz hoje lindamente as nossas Botafogo e Colker, que a seus modos mostraram e mostram que a beleza significa alegria, cultura e paz. Whilliana Singer, filha do criador da primeira máquina de costura, que milionária, incentivou e financiou as artes musicais na Europa do seu tempo. Peggy Guggenheim, outra que igualmente muito rica gastou grande parte da sua fortuna comprando obras de pintores e pintoras europeus, quase sempre diariamente, mesmo que não fossem ainda famosos, para salvá-las dos despropósitos do Hitller, dando origem ao Museu Guggenheim reconhecido no mundo inteiro e espalhado por vários países, e à Galeria e Instituto de Arte Moderna, funcionando até hoje em Veneza, com o seu nome. A brasileira Lili Safra, líder de milhares de projetos sociais e culturais mundo à fora. Ainda às mulheres de hoje na política – Para não vir contando desde as de Tejucupapo. Só para dizer que estas e tantas outras como elas, independeram e independem de quem quer que seja para saberem que a arte e a cultura não deformam a democracia, senão a fortalecem e mostram a sua indispensabilidade para um amanhã de equilíbrio e serenidade. Coisas que o poder institucional indisfarçadamente omite e faz que não vê.

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júridico

casos estranhos por Guilherme Veiga

O DIA EM QUE O STJ JULGOU A GUARDA DO PAPAGAIO LEOZINHO Os animais têm lugar especial no coração de muitas pessoas. Eu mesmo já tive vários cachorros. Eles são criados com todo amor e quase considerados como membros da família. Mas até que ponto pode chegar o amor e a luta para manter a guarda de um papagaio? Essa é a história do papagaio Leozinho, um caso que foi parar do Superior Tribunal de Justiça. Dona Izaura, que na época tinha 75 anos, moradora de Cajazeiras, interior da Paraíba, recebeu uma visita do fiscal do IBAMA. Ele constatou que ela criava um papagaio há 15 anos e que ela não tinha a licença, autorização ou nota fiscal da compra do animal que pudesse justificar a sua posse. Diante do fato, o fiscal informou que iria lançar um auto de infração ambiental e apreensão da ave. Dona Izaura se desesperou e propôs ação ordinária contra aquele órgão fiscalizatório com fins à manutenção do animal em sua posse. Assim começou uma batalha. O DESENROLAR DO PROCESSO. Na primeira instância o juiz deu vitória para D. Izaura, levando em consideração

que “está comprovado o risco de dano concreto à saúde da demandante (D. Izaura), em razão de sua idade adiantada em conjunto com a enfermidade de cardiopatia hipertensiva (fl. 25), uma vez que a apreensão do animal pode ser traumática tanto para a dona como para o animal em comento, ante a mudança da rotina de vida. Como já mencionado, atualmente, o papagaio ‘Leozinho’ possui hábitos de ave de estimação o que inviabiliza a sua separação da dona e da casa onde vive (...) a retirada do papagaio da companhia da autora acarretaria um prejuízo maior à ave ficando caracterizado como medida aconselhável a permanência daquela sob os cuidados da sua dona”. O IBAMA não concordou com a sentença e recorreu da decisão para o Tribunal Regional Federal, porém a sentença foi mantida pelo tribunal. Ainda inconformado, o IBAMA recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, alegando que se não houvesse a apreensão do papagaio isso seria encarado, pela sociedade, como um estímulo à criação de animais em desacordo com a legislação. O caso foi distribuído para o Min. Og Fernandes, o qual manteve a sentença e o acórdão declarando que “em casos como os tais, não se mostra plausível que o direito à apreensão do animal dê-se exclusivamente sobre a ótica da estrita legalidade. Há, pois, que se perquirir, como bem ponderaram as instâncias ordinárias, sobre o

propósito e finalidade da Lei Ambiental que sabidamente é voltada à melhor proteção do animal. Desse intuito não se afastou o aresto recorrido (decisão do TRF da 5ª Região) quando considerou que – diante da peculiaridade do caso concreto e em atenção ao princípio da razoabilidade – deve a ave permanecer em ambiente doméstico do qual jamais se afastou em 15 anos”. O órgão fiscalizatório interpôs novo recurso, forçando que o caso fosse julgado por um conjunto de cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça. A decisão foi unânime, porque todos entenderam que o melhor a fazer para D. Izaura e para o próprio Leozinho, seria a manutenção da posse com sua dona. Afinal, quando o caso foi julgado de forma colegiada na 2ª Turma do STJ (última instância), D. Izaura já estava com 77 anos e Leozinho era “membro da família” havia 17 anos. Para a D. Izaura a história teve um final feliz. Ela permaneceu com Leozinho e viveram felizes para sempre. Caso você tenha achado interessante esse artigo, comente no instagram da Revista. Quem sabe não tratarei, nas próximas edições, sobre o processo julgado no STJ referente à guarda compartilhada e o direito de visitação a um cachorro, em razão do divórcio dos seus donos? Referência ao caso: STJ AREsp 1.389.418/PB


#edição 5

DIRIJA AUTO CADERNO AUTOMOTIVO terra magazine

ENTREVISTA DIRETOR DA TRIUMPH DO BRASIL

WALDYR FERREIRA O CENÁRIO CRESCENTE DA TECNOLOGIA IMPÕE NOVAS ESTRATÉGIAS DE VENDAS

lançamentos renault

audi q8 e rs5

UMA INCRÍVEL EXPERIÊNCIA

SANDERO, LOGAN E STEPWAY

ELES MERECEM NOSSOS HOLOFOTES

superbike brasil

Sprint Internacional Cup

honda gold wing

10 ANOS DE MOTO VELOCIDADE

REVELA O PILOTO DUDU TRINDADE

Track Day

BRINCADEIRA DE MENINO GRANDE, RESPONSÁVEL E SEGURA


DIRIJA AUTO audi sport experience

Brincadeira de menino grande, responsável e segura

por Felipe Alchorne | fotos Dirija Auto Um apaixonado por direito e carros esportivos

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que acontece quando um grupo de amigos se reúne com seus carros com potência, em uma pista profissional e com segurança? Ocorre uma grande brincadeira que dá uma grande oportunidade aos brasileiros de testarem suas máquinas e configura uma tendência, o “Track Day” (um dia na pista, em português), que acontece em todo o Brasil hoje em dia. Ocupando aeródromos, escolas de pilotagem e até autódromos, essa proposta proporciona encontros por esporte pautados em veículos poderosos e automóveis pequenos com alta performance, numa pista com marcação e que oferece total proteção para se curtir de forma sadia a paixão pela velocidade. E essa

experiência também é vivenciada aqui em Pernambuco, no Aeródromo Coroa do Avião (ACA), aeroporto privado, no município de Igarassu. Inaugurado em 2014, ele foi o primeiro aeródromo privado em funcionamento no país. Numa área de 90 hectares e infraestrutura com pista asfaltada, podemos nos encontrar, todo primeiro sábado de cada mês, em um ambiente descontraído ao lado dos amigos unidos por uma mesma paixão. Assim como em lugares como o Autódromo Capuava, em Indaiatuba, interior de São Paulo, reunimos 30 amigos que possuem bons carros para aproveitar a pista, trocar ideias e conversar nesse espaço. Projetado de

Em um Track Day, cada piloto pode mostrar as particularidades de seus veículos em um evento esportivo, sem caráter competitivo, e dentro da premissa da conscientização de que existe local certo e seguro para a prática da alta velocidade automotiva.

maneira adequada, fazemos testes de velocidade e potência, responsáveis e seguros, o que não seria possível fazer numa BR ou na rua de forma prudente. Alugamos o aeródromo e movimentamos o encontro numa tarde em que apaixonados por carros, de várias idades e perfis, podem se integrar numa pista de pouso de 800m onde podemos acelerar à vontade.


fotos Dirija Auto

Lá encontramos pessoas de diversas profissões e atividades que, com maturidade, gostam de brincar com a potência e, por isso, organizamos um clube restrito, que tem como finalidade proporcionar esses momentos no Aeródromo Coroa do Avião, parceiro da iniciativa aqui em Pernambuco.

Como donos desses veículos esportivos, podemos sentir a emoção de explorar os potenciais das máquinas. De forma muito democrática, participam todos os tipos de pilotos (amadores, iniciantes e profissionais) de carros de 100 mil e até quase um milhão de reais para acelerar os motores a mais de 200 km/h, em sessões de testes divididas por categoria e potência dos motores. No último encontro realizado no dia 06 de julho, tivemos diversos modelos e categorias como a M da BMW, Mercedes GTS, Audi RS3 e MINI. Foi possível acompanhar um Audi TTS correndo ao mesmo tempo com o Porsche 911 GTS, por exemplo, possibilitando que os participantes pudessem conferir o desempenho de cada um desses modelos que se equivalem em termos desempenho. Versão mais esportiva do TT, o carro da empresa alemã é capaz de render 286 cavalos de potência (cv) e 38,7 kgfm (quilograma força vezes metro) de torque. Já a marca austríaca é um esportivo com potência de seis cilindros do motor boxer biturbo capaz de despejar 450 cv de potência e 56,1 kgfm de torque. Carros

Jaguar F-Type cedido pela revenda @autorepasse a equipe Dirija Auto

com semelhanças técnicas podem mostrar todo poder e as capacidades tecnológicas que foram agregadas e que essas máquinas trazem de fábrica. Com isso, pudemos conferir o desempenho e algumas das peculiaridades cada vez mais focadas pelas montadoras como os investimentos em controle de estabilidade (segurança que atua no comando do veículo) e o controle de tração (sistema que reduz o torque na roda que está perdendo a tração). Enquanto o de estabilidade atua no domínio do veículo, preservando sua trajetória como um todo e evitando que saia de sua trajetória original, o de tração se concentra, de fato, especificamente, nas rodas evitando o giro em falso de uma ou mais rodas por meio dos freios ABS e monitorando a aderência dos pneus. Sendo assim, é enviada informação a um processador central, caso uma das rodas esteja prestes a patinar, fazendo com que os freios atuem somente naquela roda e promovendo um equilíbrio para que o motorista não perca o controle do automóvel. Neste caso, esses dois recursos são essenciais para garantir a segurança em altas velocidades ou outras condições adversas. Em um Track Day, cada piloto pode mostrar as particularidades de seus veículos em um evento esportivo, sem caráter competitivo, e dentro da premissa da conscientização de que existe local certo e seguro para a prática da alta velocidade automotiva. Com a consciência de um lugar pronto para quem curte carros bons, caros e esportivos, é possível brincar com respeito e segurança em um ambiente controlado e evitar que haja algum tipo de problema que seria comum, por exemplo, em um local como a rua. E é com esse espírito que este grupo de amigos tem expandido sua paixão por veículos potentes.

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dirija auto ROTA PREMIUM

foto Dirija Auto

por Paula Queiroz - Diretora de marketing Rota Premium Volvo

Novo Volvo S60: reescrevendo a condução automotiva

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Novo Volvo S60 é a 3ª geração do sedã esportivo da Volvo, que chega completamente renovado, com novo design e novas motorizações. Fabricado nos Estados Unidos, pela mais nova fábrica da marca sueca, o novo modelo promete colocar a Volvo em uma posição forte no mercado de sedãs. No exterior do veículo o conjunto óptico foi completamente reestilizado, com faróis em LED em formato de Martelo de Thor, acompanhando a mudança dos outros veículos da marca. No interior encontramos um esportivo feito para ser conduzido com prazer, dotado de performance inteligente e tecnologias de fácil utilização. No Brasil, o S60 será ofertado em 3

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motorizações: T4 com 190hp, T5 com 254hp e T8 com 407hp; esta última versão T8 vem com motor híbrido (elétrico + gasolina), com a moderna tecnologia plug-in. Será ofertada ainda, no mercado brasileiro, a versão T8 com engenharia da Polestar, divisão elétrica de alta-performance da Volvo Cars. Desta versão, mais esportiva e com 415hp, virão apenas 20 unidades para o Brasil. No quesito segurança, o Volvo S60 chega com a classificação máxima de cinco estrelas nos testes de segurança pelo Euro NCAP. O pacote de segurança ativa City Safety, com tecnologia de frenagem automática, é de série em todos os modelos da marca. Como um dos primeiros no mundo, o City Safety no S60 agora utiliza também a frenagem automática para mitigar futuras colisões. O

City Safety ainda é o único sistema de segurança no mercado que reconhece pedestres, ciclistas e animais de grande porte. No quesito tecnologia, o S60 oferece desde a tela central touchscreen que reúne funções integradas do veículo, com conectividade para os sistemas Apple CarPlay e Adroid Auto até um carregador por indução, localizado no console central. Dirigir um S60 é fácil. A tecnologia Pilot Assist trabalha ajudando o condutor a permanecer dentro das faixas de rodagem e a manter distância do carro à frente, além de curvas leves automaticamente, numa velocidade até 130km/h. Conta ainda com freio automático com assistente, que faz manobras evasivas quando a frenagem não for o suficiente, evitando colisões em velocidades entre 50 e 100 km/h. Classificado como “um dos carros mais empolgantes da Volvo” por Hakan Samuelson, CEO da Volvo

Tela central touchscreen que reúne funções integradas do veículo, com conectividade para os sistemas Apple CarPlay e Adroid Auto

No exterior do veículo o conjunto óptico foi completamente reestilizado, com faróis em LED em formato de Martelo de Thor, acompanhando a mudança dos outros veículos da marca.

Cars, o Volvo S60 tem tudo para conquistar o seu espaço no mercado de sedãs: um design escandinavo único que proporciona beleza escultural e performance sem esforço.


dirija auto auto futura

foto Dirija Auto

por Renato Luna de Melo - Diretor da Auto Futura Veículos

Bons motivos para comprar um seminovo premium

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s veículos de marca “zero km” produzidos no mercado atualmente estão com mais tempo de vida por vários motivos, um deles é a exigência do consumidor em adquirir produtos de qualidade e que sejam duradouros. Mas, mesmo assim, os veículos ainda perdem a maior parte de seu valor no início de sua vida útil. Enquanto alguns modelos lidam com depreciações maiores do que outros, a maioria dos compradores pode esperar que um carro novo desvalorize até 50% de seu valor após 3 anos do seu lançamento. Daí surgiu a pergunta “Comprar um carro popular zero ou um seminovo de luxo?”. Esse é o questionamento de muitas pessoas no mercado automotivo, dentro de um mar de opções que

desaguam em fatores essenciais como custo, qualidade e realização. Os carros populares que tiveram seu auge no Brasil a partir de 1990 com incentivo do governo e isenção de impostos, deram oportunidades às famílias de baixa renda de adquirirem seu automóvel zero. Com o fim dos incentivos, deixaram de ser chamados de “populares zero” para “versões de entrada”. Hoje, as versões de entrada de um carro zero de menor valor encaram uma nova realidade, que é a disputa de mercado com modelos premium seminovos, passando a ter os mesmos valores. E de fato, observamos cada vez mais o crescimento pela busca de realizações pessoais dos consumidores que procuram carros nesse nicho de luxo,

preenchendo a lacuna do desejo de consumo; atrelado a isso, vêm os itens de alta performance, maior conforto, qualidade, segurança, requinte e design sedutor. Alguns itens de inovação que há 5 anos atrás eram futurísticos elevando os valores dos veículos e impossibilitando a sua aquisição, hoje estão ao alcance de todos. Outro detalhe: são fabricados para durar por muitos anos. Esse setor de seminovos premium alcançou uma média de 23,5 mil automóveis comercializados, apresentando incremento de 5% em relação a 2018, segundo estudo da B3. O crescimento é decorrente das vantagens associadas as grandes marcas, que no passado, não proporcionavam facilidade de suporte e manutenção. Conforme dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), nos últimos cinco anos ocorreu um aumento de 23,6% nas vendas de modelos

seminovos (com até três anos de uso). Hoje, a ausência desse empecilho e toda cadeia produtiva disponível (como concessionárias, empresas mecânicas especializadas e profissionais qualificados), torna um ótimo negócio para aquisição de um seminovo premium, que proporciona maior giro no mercado em seminovos chegando a ser 40% mais barato que um novo premium. Com pouca depreciação, sua aquisição se torna ainda mais atraente aos consumidores. Com tantas opções de preços atraentes no mercado, o consumidor tem que ficar atento na escolha de onde comprar seu veículo seminovo premium para não virar um grande problema. É importante procurar uma revenda que tenha procedência e credibilidade no mercado, com profissionais especializados no segmento premium, garantindo a satisfação do cliente no processo pós-venda.




foto Rodrigo Guimarães

entrevista piloto dudu trindade

dudu trindade acelerando na sprint race por Claudio Barreto

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rofissão? Piloto de Corrida! Essa foi a resposta dada por Dudu Trindade que, desde os 9 anos de idade deslumbrou a vontade de seguir na carreira de Piloto. Por insistência de amigos do pai para ir brincar de Kart no “Kartódromo Tamboril”, localizado no Grande Recife e, depois da primeira volta, não largou mais o volante dos carros de corrida.

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Em sua trajetória no automobilismo o momento mais especial foi quando ganhou o primeiro campeonato de Kart, em 2017, na Paraíba. “No início, as provas que disputava no Kart eram com pilotos experientes na categoria, dificultando minha subida ao pódio, mas para minha carreira profissional isso ajudou no meu desenvolvimento”, relata.

Tradicionalmente um piloto de corrida para se consagrar no meio automobilístico passa por várias etapas; a mais importante de todas é a categoria de base, que define qual o rumo que o piloto vai projetar para sua carreira. Hoje, com 15 anos de idade, ele tem a maturidade de conciliar os estudos no Colégio 17 de Agosto, na cidade do Recife,

com participações em competições nacionais e internacionais. Dudu tem como meta chegar à Stock Car, uma das mais tradicionais categorias de automobilismo no Brasil. Várias vezes campeão de Kart, Trindade decolou mais alto neste ano 2019, iniciando na primeira edição da Sprint Race Internacional Cup, nos Estados Unidos, nos circuitos icônicos de Homestead e Sebring, na Flórida. Acelerando nas pistas norte-americanas em baixo de chuva, trouxe excelentes resultados, entre eles a taça de campeão em sua categoria na etapa Homestead. “Liderando o campeonato com folga de pontuação, após disputar 2 corridas nos EUA e restando participar ainda em 2019 da última etapa do Internacional Cup que


O grid do Sprint Race é composto por máquinas velozes equipadas com motor V6, 3.6 litros, 270 cv de potência, chassi tubular space frame revestido de chapas de alumínio, piso plano de madeira e difusor de fibra de vidro. O tanque de combustível de borracha com espuma e capacidade para 70 litros. Pneus YOKOHAMA 250/650 aro 18 (Slick – pista seca e Wetpista molhada). O carro utilizado nos treinos por Dudu é o modelo Spyder que ajuda bastante, pois tem uma pitada de semelhança de duas categorias: Turismo e Fórmula. O motor

foto Dirija Auto

acontecerá na Argentina. Nosso planejamento para 2020 é participar de todas as provas nacionais e internacionais do Sprint Race”, afirma Sérgio Ramalho.

foto Rodrigo Guimarães

Dudu liderando no circuito Homestead, Flórida, EUA.

Coach Sérgio Ramalho e Dudu Trindade treinando forte no Autódromo Internacional da Paraíba

Volkswagen AP 1.8, 150cv de potência, alimentado por etanol, tem chassi tubular e carenagem de fibra de vidro, deixando o modelo extremamente leve e aerodinâmico seguindo as normas de segurança da FIA.

Os treinos com orientação do piloto Sérgio Ramalho acontecem regulamente em Pernambuco no Autódromo de Caruaru e Autódromo Internacional da Paraíba, já no Circuito Internacional Paladino treina com Kart Shifter.

“O carro é nosso e é fundamental para nossa jornada, chegamos a fazer 100 voltas por treino, adquirindo técnica, confiança e resistência para encarar qualquer desafio”, afirma Sérgio.

“O caminho não é fácil como algumas pessoas pensam; dedicação, disciplina, patrocínio e principalmente o apoio da família são essenciais para carreira”, finaliza Dudu.

Os pneus Pirelli slick, aro 13, que garante alto desempenho e voltas rápidas.

Patricionadores: Kaffettera, Colégio 17 de Agosto, Dieselnorte e Control Construções.


DIRIJA AUTO superBIKE BRASIL

superbike

brasil

Evento consolidado no calendário nacional completa 10 anos

por Claudio Barreto

A

celerar e frear ao extremo sobre duas rodas dentro de circuito de alta performance traz muita emoção para o piloto e para quem assiste; detalhe: é mais seguro do que andar de moto no centro urbano. Os itens de segurança exigidos para participar de uma competição de alto nível são rigorosos, proporcionando um espetáculo de tirar o fôlego. Vistoria na moto e equipamentos de segurança são obrigatórios, além de uma equipe de primeiros socorros presentes no local. Para os pilotos iniciantes entrarem na competição é necessário fazer um curso de pilotagem. O “SuperBike Brasil” é uma competição de motovelocidade que vem se consolidando ao longos

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"Estamos muitos felizes porque sentimos que o evento atingiu um patamar muito expressivo. Bem ou mal, nos últimos 4 ou 5 anos de crise econômica conseguimos crescer; agora que a crise está arrefecendo percebemos que vamos surfar essa onda de benefícios".

“Estamos muitos felizes porque sentimos que o evento atingiu um patamar muito expressivo. Bem ou mal, nos últimos 4 ou 5 anos de crise econômica conseguimos crescer; agora que a crise está arrefecendo percebemos que vamos surfar essa onda de benefícios. Nosso calendário com 10 etapas mostra justamente este crescimento, com destaque para cobertura da corrida ao vivo em emissora de canal aberto”, comenta Bruno.

dos 10 anos no calendário brasileiro como o maior e mais disputado Campeonato das Américas, ficando entre os cinco maiores do mundo e é referência no cenário nacional. Um dos responsáveis pelo sucesso é o piloto Bruno Corano, organizador e fundador do SBK Brasil.

O campeonato de motovelocidade projeta campeões nacionais de diversas categorias: SuperBike, SuperBike Evolution, SuperBike Light, SuperStock, 600 SuperSport, Stock 600, Categoria Escola 600 e 1.000cc, Copa Honda CBR 500R, Honda Junior Cup e a Yamalube R3 Cup.

Bruno Corano, piloto, organizador e fundador do SBK Brasil

“As provas em todas as categorias estão super competitivas desde a categoria Honda Junior Cup, destinadas a crianças de 8 a 16 anos que vem mostrando o desenvolvimento de talentos de forma notória, até as categorias intermediarias e chegando à categoria principal, com disputas épicas entre pegas de Eric Granado e Alexandre Barros”, relata Bruno.


Fotos Ricardo Santos_MundoPress

Honda Junior Cup

A Honda patrocina o evento Superbike desde 2012, competindo com a equipe “Honda Racing” começando com a categoria-escola, Junior Cup, modelos CG 160 Titan, passando pela categoria intermediária, Copa Honda CBR 500R (ambas as categorias são monomarcas) até a profissional, Superbike Pro com CBR 1000RR Fireblade. A montadora criou há dois anos no Brasil o projeto Honda Talent Test (HTT), que tem o objetivo de investir na base do esporte e focar nos jovens talentos, reunindo candidatos para uma bateria completa de testes físicos e

Copa Honda CBR 500R

práticos com moto, durante a pré-temporada. São avaliados por uma comissão formada por chefe de equipe, instrutores, pilotos oficiais e representantes da Honda Racing que avaliam o desempenho elegendo os novos integrantes da equipe.

estar na equipe Honda. Eu mesmo sonhei em ser um piloto Honda. O projeto é incrível para manter acesa essa chama e tudo que envolve o esporte. O HTT mudou completamente como eu corro de moto e como eu levo a vida. Com certeza é o maior marco da minha carreira”, relata Pedro.

Um exemplo de sucesso é o piloto gaúcho, Pedro Sampaio, selecionado pelo HTT em 2018, que é destaque na principal categoria do SuperBike Brasil, pilotando a CBR 1000RR Fireblade SP. “Muitos pilotos sonham em

Bicampeão da categoria Superbike Pro, Eric Granado da equipe Honda Racing ressalta o forte ritmo na categoria, cada vez mais alto. “A começar pelo meu companheiro de equipe, Pedro Sampaio. Eu dou os parabéns a ele e aos outros

SuperBike Pro

pilotos que proporcionaram uma bela prova. Vi que não vai ser fácil, mas vou buscar a oportunidade de brigar com eles na pista e mostrar o que podemos fazer”, concluiu Granado. Os pilotos que queiram investir na carreira, desde a categoria de formação até a profissional, podem entrar no site http://superbike. com.br/ Lá encontram informações de como proceder e têm acesso a regulamentos, fichas, termos, contratos de participação e programações das provas.

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dirija auto HONDA GOLD WING

foto Dirija Auto

Uma experiência memorável com a Honda Gold Wing por Claudio Barreto

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eceber o convite da Honda para conhecer de perto a 7ª geração da “Honda Gold Wing” foi irrecusável. Uma moto ícone que, mais de quatro décadas depois do deu lançamento, desperta admiração, seja para cruzar grandes distâncias ou mesmo para roteiros próximos. A estradeira da Honda é conhecida como a “rainha das estradas”, desejada por motociclistas do mundo inteiro. O design da nova versão foi amplamente reformulado, preservando as tradicionais características. A ansiedade é forte para desbravar a estrada com a Gold Wing. E, antes de domar esse puro sangue, passei no Centro Empresarial da Honda, sediado na cidade de São Paulo, para receber instruções de Alfredo Guedes,

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supervisor de relações públicas da Honda Brasil, que explanou a história e os novos recursos tecnológicos da máquina. “Disponível em duas versões, Gold Wing e Gold Wing Tour, ambas com o mesmo motor, mais potente e compacto e equipados com a mesma arquitetura de 6 cilindros boxer, 48kg mais leve que a anterior. O motor com 1.833 cc, 118 cv, torque de 17 gkf.m, cabeçotes de quatro válvulas acionados pelo sistema Unicam. Na gestão eletrônica oferece ao piloto quatro diferentes modos de pilotagem: acelerador eletrônico, controle de tração, assistente de partida em subidas e sistema Start&Stop. Essa versão vem com nova suspensão dianteira e traseira com ajustes eletrônicos, sistema ABS

eletrônico e transmissão DCT, de dupla embreagem, e sistema de airbag (versão Tour). Os assentos continuam individuais para piloto e passageiro, a ergonomia é impecável e no ‘top box’ e nas protetivas malas laterais, há capacidade de transportar uma grande quantidade de bagagem - 110 litros, na versão Tour. Agora o piloto fica mais próximo do para-brisa, regulável tanto em altura como em inclinação, e um apurado estudo aerodinâmico permitiu melhorar não só o coeficiente aerodinâmico, visando melhor desempenho e eficiência, como dar a piloto e passageiro o conforto dinâmico digno de uma Gold Wing” explica Alfredo. Depois de tudo explicado, chegou o grande momento de acabar com a ansiedade indo para a prática. Agora tenho que decidi qual o trajeto mais empolgante para que este momento seja inesquecível. A decisão foi unânime na minha cabeça, ficando 1% de passear nos bairros próximos ao hotel e 99% de desafiar uma manhã gelada em São Paulo com 10 graus de temperatura e com destino à cidade Campos do Jordão, região serrana, localizada a 200 km de distância,


foto Dirija Auto

A decisão foi unânime na minha cabeça, ficando 1% de passear nos bairros próximos ao hotel e 99% de desafiar uma manhã gelada em São Paulo com 10 graus de temperatura e com destino à cidade Campos do Jordão

marcando um percurso de 3 horas de viagem, conforme o aplicativo Waze. Uma verdadeira aventura. Equipada com sistema Smart Key (chave presença) com comandos de abrir as malas laterais que tem capacidade de 30L de espaço em cada lado, o suficiente para arrumar os objetos pessoais. O sistema de áudio e navegação é muito fácil de configurar no painel de tela TFT colorida de 7”. Possui bluetooth e sistema Apple Car Play. Dica: prepare uma boa playlist de músicas para curtir a viagem. Antes de seguir caminho é preciso ajustar os recursos tecnológicos da nave para ter um maior conforto durante a viagem. O primeiro deles é o ajuste de posição do Riding Mode (Modo de Pilotagem), que tem a finalidade de distribuir a potência de frenagem nas duas rodas, que regula eletricamente a pré carga da mola/ amortecedor traseiro; as opções de ajustes são: somente piloto, piloto e bagagem, piloto e passageiro, piloto, passageiro e garupa.

moto gigante pela primeira vez se transformou em prazer. O parabrisa com regulagem elétrica tanto em altura como em inclinação se mostrou, fácil de ajustar durante o roteiro; a máquina tem faróis full led, linhas aerodinâmicas, visual contemporâneo e alta tecnologia. Muito parecido como pilotar um carro de luxo, e afirmo que é mais confortável; junto a isso, a sensação de liberdade e segurança. Essa é uma das motos preferidas pelos entusiastas do mototurismo que não abrem mão do extremo conforto, desempenho e segurança. No tempo previsto cheguei na linda cidade de Campos de Jordão, Serra da Mantiqueira, altitude de 1 628 metros, sendo portanto, o mais alto município brasileiro, com ruas estreitas e ladeiras íngremes. Passear com essa moto gigante foi divertido, com o sistema Start&Stop, função de ré e assistente de subidas em rampa dando um show de mobilidade. Fico por aqui e até a próxima. Valeu Honda!!!!

A HONDA APRESENTA A NOVA AFRICA TWIN

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esde o início o projeto da CRF 1000L Africa Twin teve como alvo criar uma motocicleta versátil, capaz de oferecer excelente performance tanto em longas viagens por estradas pavimentadas como também nas incursões fora de estrada. Atender utilizações tão diferentes não deveria, contudo, menosprezar os pequenos deslocamentos urbanos, resultando assim em uma moto completa. Para conseguir tal objetivo o perfeito equilíbrio entre dimensões físicas, potência e torque foi crucial. A opção pelo motor bicilíndrico paralelo de 999,1 cc resultou da prioridade dada à conciliar dimensões compactas e peso reduzido e, de fato, soluções técnicas inéditas para o posicionamento de componentes como a bomba de água e de óleo, assim como o sistema de acionamento destas, acabaram por dar ao motor da Africa Twin dimensão longitudinal equivalente às do motor da CB 500X. A altura reduzida também é outra vantagem do motor da Africa Twin, que permitiu uma generosa distância mínima em relação ao solo, fundamental para o uso fora de estrada. A versão Africa Twin Adventure Sports se caracteriza por curso ampliado em 20 mm em ambas suspensões. Rodas aro 21 polegadas na dianteira e 18 polegadas na traseira tem aros de alumínio e raios de aço inoxidável. A frenagem, com sistema ABS, é entregue a um par de discos flutuantes tipo "wave" de 310 mm na dianteira, com cálipers Nissin de quatro pistões montados radialmente. Na traseira o disco tipo "wave" de 256 mm é servido por cáliper de pistão simples. Outra novidade das Africa Twin versão 2020 é o painel de instrumentos que, redesenhado, se vale de uma tela retangular LCD tipo "blackout", que permite excelente legibilidade das múltiplas informações. Quanto à iluminação, o característico farol duplo em LED permanece em ambas versões da Africa Twin, símbolo da distinção e personalidade ímpar do modelo que é referência em seu segmento.

O percurso de ida e volta da viagem foi tranquilo e bastante confortável; toda aquela ansiedade de pilotar uma Claudio Barreto, diretor/editor Terra Magazine

*fonte Honda Motos

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Cinta de aço nas quatro rodas

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ENTREVISTA Waldyr Roma Ferreira

Triumph, uma história clássica de estratégia em Duas Rodas por Claudio Barreto

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ara quem gosta de encarar aventuras, acelerar on road ou realizar manobras off road, a britânica Triumph é uma grande referência em duas rodas que marcou diversas gerações na vida real e na fantasia, nas telonas e nas telinhas. Seja em séries de TV como “Hannibal Lecter” (2015), quando o intérprete do famoso psicopata Mads Mikkelsen passeia por Florença com uma Triumph Thruxton na terceira temporada) ou em filmes como “O Selvagem” (1953), com Marlon Brando (Johnny Strabler) e “A Força do Destino” (1982), com Richard Gere e Debra Winger, despontou como coadjuvante, porém, no mercado automotivo ela brilha como estrela principal. No mundo, a empresa britânica está presente desde 1886 com mais de 700 concessionárias e perto de 2.000 funcionários responsáveis por uma produção de quase 67 mil motos por ano. Mas, no Brasil, chegou em 2012 trazendo na bagagem muita história e um novo conceito de design, inovação e tecnologia com sistemas de freios ABS. “Nossa área de P&D fica em UK e a Triumph investe pesado para atender às exigências da legislação brasileira visando sempre oferecer produtos em absoluta conformidade com os requisitos do país”, diz o diretor-geral da Triumph do Brasil, Waldyr Roma Ferreira. Este é um quesito importante que o executivo conhece profundamente com sua larga trajetória no mundo automobilístico que começou em 1998 e contemplou atuação em três grandes montadoras, além de incursão no lado do varejo do

setor por 15 anos. E, quando surgiu em 2013 o desafio de ingressar no segmento de duas rodas, abraçou há sete anos a oportunidade com a compreensão de que seria necessário implantar novos processos. “Quando assumi a gestão da marca no país a crise chegava no universo das duas rodas, na alta cilindrada. Por isso, os méritos de nossa equipe em conjunto com nosso time de fabricação em Manaus e a Matriz no Reino Unido

foi a capacidade de rápida leitura dos movimentos do mercado, o que nos permitiu desenhar planos de reação consistentes para reagir. Interrompemos a expansão da Rede e fizemos alguns ajustes no modelo de negócio para permitir à Rede fazer a travessia do período de crise com a manutenção de resultados mínimos que mantivessem o negócio viável. E creio que tenhamos sido bem sucedidos e há cerca de um ano atrás


fotos divulgação

voltamos a expandir nossa Rede, hoje 50% maior”, expõe Waldyr. Diante do cenário de instabilidade, o impacto foi também severo no segmento de duas rodas, de acordo com o executivo. Este foi o período de maior recessão econômica da história do país nos últimos 100 anos. O mercado de alta cilindrada que atingiu o seu pico em 2013 com 50.000 unidades, caiu 40% em 4 anos,

chegando a 30.000 unidades em 2017. “A Triumph conseguiu atravessar este período, mantendo o volume médio anual em torno de 3.900 a 4.000 unidades em 2015, 2016 e 2017, com consequente aumento de market share de 8,9% para 12,8% no período. Finalmente, em 2018 o mercado voltou a crescer algo em torno de 6% e a Triumph cresceu 12% entregando cerca de 4.400 unidades com market

share atingindo 13,5%”, revela Waldyr. Contudo, com confiança, a marca não parou de pensar no consumidor nacional e continuou investindo, anualmente, em média em cinco novos modelos ao longo dos últimos quatro anos, uma forma clara e objetiva de demonstrar confiança em nosso país. Passados seis anos, a marca traz grandes investimentos e produção

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ENTREVISTA Waldyr Roma Ferreira

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e da Scrambler 900. O primeiro lançamento já chegou com bastante rugido, a Street Scrambler 1200 XE, que é a mãe dos estilos Trail e Big Trail para alguns apaixonados e que agora chega equipada com o motor Bonneville de 1200 cc de Alto Torque. Com um design leve, ela traz um painel composto com novos instrumentos TFT totalmente coloridos, que é um novíssimo sistema de conectividade, desenvolvido numa parceria exclusiva com a Google. Mas, a fabricante britânica de motocicletas se prepara para colocar nas ruas a XC, que apresenta pegada mais off road. “Todos os modelos de nosso line-up são de grande importância para a Triumph. A família Tiger 800 pela sua representatividade em nosso volume de vendas, com cerca de 50% no volume, possui grande relevância para a marca no país. A Tiger 800 é líder do segmento de Big Trails até 800cc há três anos e meio. Além disso, a Tiger 800 XCX foi eleita Moto do Ano (categoria Big Trails) de 2019”, menciona.

Tiger 800 XCa

de 7 mil unidades de 21 modelos ao ano em sua fábrica localizada em Manaus, com 2.945,94 m² de área construída. “Bem, quase sete anos depois vemos que a decisão de estabelecer uma fábrica própria em Manaus foi acertada. Já produzimos e comercializamos no Brasil mais de 27.000 unidades. Em 2019 apresentamos seis novos modelos, a Bonneville Bobber Black, a Speed Twin, nova Scrambler 900 cc, nova Street Twin 900 cc, Scrambler 1200 XC e XE, além da Série Especial da Bonneville T120 Ace Café. Do ponto de vista de expansão de Rede, além das praças citadas acima, acabamos de inaugurar uma operação na Bahia, na região metropolitana de Salvador”, destaca. E, com a capacidade de produção a todo vapor, a empresa ultrapassou a meta de 25 mil motocicletas montadas e vendidas em suas instalações nesse período e tem perspectiva de alcançar 30 mil até o final do ano. Com isso, o parque fabril que, desde sua inauguração, contou com cerca de US$ 13 milhões em investimentos,

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já responde como a subsidiária que mais cresceu no mundo e projeta neste 2019 crescimento em torno de 10% sobre o volume alcançado no ano passado. “Estamos muito confiantes na retomada da economia brasileira a partir deste ano. Com a aprovação das reformas, a redução das taxas de juros, com câmbio e inflação favoráveis, creio que tenhamos as condições necessárias para a confiança do consumidor retornar e os volumes de vendas crescerem de forma significativa. O desafio sempre é o planejamento. Fazer a leitura correta do mercado e tentar antecipar movimentos para ajustar os volumes de produção, capacidade industrial e também a Rede de Distribuição”, comenta Ferreira. Com esse panorama profícuo, foram anunciados no começo do ano diversos planos para alcançar essa meta como a implantação de novas tecnologias, ampliação da rede de concessionárias, a incorporação dos modelos Speed Twin, Bobber Black e Scrambler 1200, nas versões XE e XC, e as atualizações da Street Twin

A empresa começou ainda este segundo semestre com outras novidades no Brasil aos amantes de duas rodas com a inclusão da linha 2019 da Triumph Street Twin com atualizações no motor de 900

Waldyr Roma Ferreira, diretor-geral da Triumph do Brasil.


Tiger 1200 XCa

cc, caracterizada por um aumento de potência do motor e sistema de aceleração Ride-by-Wire; e o lançamento da Bonneville T120 Ace, uma edição limitada baseada na T120 Black, criada para celebrar a primeira geração de motos café racers e o lendário Ace Café, antigo café de transporte localizado no Stonebridge Park, no noroeste de Londres, que é historicamente um local notável na cultura da motocicleta. Com 1.400 unidades produzidas e comercializadas no mundo todo, o modelo traz um esquema de cor exclusivo em tom preto e cinza fosco e é equipada com o mesmo conjunto mecânico e eletrônico da T120 Black. “Continuaremos investindo na renovação constante do line-up oferecendo ao consumidor brasileiro o que há de melhor da Triumph no mundo também aqui no Brasil. Foco em experiência do cliente, cada vez mais criando oportunidades de interação com a marca e de experimentação dos nossos produtos”, comenta o diretor que considera estratégicos os investimentos em todas as categorias para acompanhar o comportamento do mercado e aproximar cada vez mais a marca dos consumidores, especialmente em regiões onde não atuam no Brasil.

mas sem deixar de lado outros importantes segmentos em que atua como a categoria Trail de alta cilindrada, como a Tiger 800 XCa da linha Tiger, na qual se destaca como líder. “Outro segmento muito importante é o de modelos de motocicletas clássicas. Temos um portfólio espetacular de clássicas. É um tipo de produto que está conquistando o gosto do cliente brasileiro e a Triumph vem conquistando market share com esse segmento”, lembra.

final do ano, serão apresentados acessórios para complementação dos lançamentos da marca como sistema de controle GoPro integrado, sistema de navegação curva a curva e o aplicativo Triumph para telefones com iOS e Android com função de navegação conectada. E, para mostrar um pouco mais as novidades da marca e seu posicionamento no mercado atual, a Triumph marcará presença no 15º Salão Duas Rodas 2019, evento a ser realizada entre 19 e 24 de novembro, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes. “Somos uma marca jovem no Brasil, que ainda está construindo a sua notoriedade, e o Salão Duas Rodas é uma oportunidade única de contato com os admiradores das Duas Rodas, sejam nossos Clientes ou não. Por isso, Vamos levar o que há de melhor do nosso lineup atual, também proporcionando condições atrativas para que os Clientes adquiram a sua Triumph durante o evento. Além disso, iremos apresentar algumas novidades sobre nosso futuro. Mas os detalhes serão mostrados somente em novembro”, afirma o diretor-geral da Triumph do Brasil, Waldyr Roma Ferreira. Então, é esperar para ver.

E ainda reforça um novo importante diferencial que continuará garantindo ainda mais a notoriedade e prestígio da marca no Brasil e no mundo: a oferta com exclusividade de motores triplos de 765 cc (que equipam a Street Triple) para a categoria Moto2. Com isso, manterá um posicionamento de altíssima tecnologia empregada nas suas motocicletas e aposta cada vez mais no aumento expressivo de sua capacidade produtiva que deverá pular de 5 mil motocicletas iniciais para 7 mil unidades por ano. No

Scrambler 1200 XE

Hoje, a marca britânica garante que irá avançar com as clássicas modernas,

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Acessórios originais Audi

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AUDI Q8

AUDI RS 5

AUDI Q8 e audi rs5

recém chegados ao mercado brasileiro, ELES MERECEM TODOS NOSSOS HOLOFOTES por Claudio Barreto

A

Audi com sua origem em 1932 na Alemanha, chegando oficialmente ao Brasil após 61 anos, 1993, por intermédio do piloto Ayrton Senna, nosso tricampeão mundial de Fórmula1. Na época a marca Audi era desconhecida no mercado brasileiro, de lá pra cá conquistou o setor de carros premium no País. O DNA do Senna permanecem até hoje nos modelos de alta performance. Em 2018, o Audi RS 5 Sportback, modelo cupê de alto desempenho, fez sua estreia mundial no Salão Internacional do Automóvel de Nova York. Já em 2019, encontramos este puro sangue cupê de 2 portas na concessionária Audi Center Recife, e nossa primeira reação ao vê-lo foi de encanto pelo contraste de cores fortes, linhas

marcantes e agressivas, detalhe do teto em fibra de caborno. A dianteira, com grade Singleframe ampla, entradas de ar com grade estilo colmeia, típica dos RS, e spoiler dianteiro de alumínio fosco com o logotipo quattro. A traseira chamou atenção com o escapamento da linha RS com saídas ovais que também tem a função de controlar a altura do ronco do motor pelo condutor, outro detalhe, o spoiler fixo em fibra de carbono e para fechar com chave de ouro, rodas de 20” com design bastante agressivo. O motor 2.9 TFSI V6 e 2 turbocompressores oferecendo performance e eficiência, rendendo até 444 cv e torque máximo de 600 Nm. Com sistema de tração integral permanente quattro, este conjunto da obra faz acelera de

0 a 100km/h em 3,9 segundos e pode chegar a uma velocidade máxima limitada eletronicamente de 280km/h. O outro modelo esperado para comercialização no mercado nacional, Audi Q8, recente integrante da Família Q, fabricado na planta de Bratislava, Eslováquia, apresentado no Salão Internacional do Automóvel em São Paulo 2018. Completamente novo na linha de produtos da Audi, um elegante Coupé de quatro portas de luxo e a versatilidade de um modelo SUV de grande porte (4,99 metros de comprimento, 2 metros de largura e 1,71 metro de altura). Chega em duas versões: Performance e Performance Black. Equipado com motor 3.0 TFSI que desenvolve 340 cv de potência e torque de 500 Nm. Faz de 0 a 100km/h em 5,9 segundos. Como todo bom esportivo da marca possui o sistema de tração integral permanente quattro e transmissão tiptronic de oito velocidades que oferece trocas de marcha rápidas e suaves. O sistema de tração do Q8 é forte e eficiente ao mesmo tempo, devido à nova

tecnologia de assistência elétrica, composta por uma bateria de íons de lítio e um alternador de correia (BAS) em um sistema elétrico primário de 48 volts. O SUV pode se deslocar em velocidades entre 55 e 160 km/h com o motor desligado e, em seguida, o BAS reinicia o propulsor rápida e confortavelmente. Durante a desaceleração, o BAS pode recuperar até 12 kW de energia. O sistema start-stop começa a funcionar em 22 km/h. O Audi Drive Select permite a seleção de 7 perfis de condução, incluindo o programa off-road – nesta última opção, o Q8 se beneficia da tração quattro, dos balanços curtos e da grande altura em relação ao solo. A suspensão a ar adaptativa com amortecimento controlado é opcional, com ajustes conforto ou esportivo.

“O Q8 chega para ser o topo de linha da família Q. É um veículo que traz o que há de mais novo em tecnologia, inovação, segurança e que representa uma nova era de design da marca. O Q8 é a prova de que a Audi possui a gama de SUVs mais completa, tecnológica e moderna do mundo”, diz Johannes Roscheck, presidente e CEO da Audi do Brasil.

O Audi Q8 é uma mistura de dois estilos: coupé esportivo e um grande SUV. Já o Audi RS5 esbanja esportividade ao extremo, em nossa volta de test drive, mostrou a força dos 444 cavalos que ficam abaixo do capô. Ambos combinam design e um alto nível de usabilidade diária. Com todos esses atributos eles merecem todos nossos holofotes.

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dirija auto SERVIÇO

CLUBE OASIS Serviços de funilaria e pintura, oferecendo mais qualidade e agilidade no atendimento.

O

Clube Oasis Premium, especializado no processo de reparação automotiva em importados e nacionais, comandado pelo empresário Edisio Aguiar, há 7 anos destaca-se no mercado pela qualidade nos serviços de funilaria e pintura, sendo pioneira e especialista na reparação de veículos em alumínio, assim como todo conhecimento técnico para reparos em veículos blindados.

CERAMIC PRO

Os principais objetivos do Clube Oasis Premium é manter a originalidade dos veículos, conquistando a confiança com atendimento personalizado para cada cliente, profissionais A empresa possui parceria com especializados e sempre a prestação de serviços nas investindo em tecnologia. Além concessionárias: Mercedes Benz – Newsedan, Sael – BMW e MINI de fornecer um espaço com estrutura, um lounge super Cooper, Stuttgart Porsche, Jaguar agradável e aconchegante para o Land Rover, entre outras, sendo pioneira na venda da linha premium cliente aguardar com a família a conclusão de pequenos serviços. das baterias Moura.

A nanotecnologia aplicada, resulta efeitos de adesão permanente e incomparável em: Carros, motos, aeronaves, embarcações, residencial e objetos. • Proteção a Riscos 9H • Efeito Hidrofóbico • Resistência UV • Resistência Térmica (até 750°) • Resistência Química Avançada • Resistente a Oxidação e Corrosão • Acabamento de Alto Brilho A melhor proteção de superfícies do mundo. A única com aprovação e certificação mundial SGS.

o crescimento do mercado de blindagem

Rua Carneiro Pessoa, 162 Pina, Recife (81) 3327-7277 / 9 9677-2530 www.clubeoasispremium.com.br

clube.oasis

potências no setor, fundada há 40 anos, uma das maiores fabricantes brasileira de equipamentos de proteção à vida.

O

mercado de blindagem vem crescendo gradativamente e tornando-se mais acessível no Brasil. Atualmente o custo médio da blindagem gira em torno de 50 mil reais, há 10 anos e continua nesta faixa de preço. As perspectivas para o futuro são ainda mais interessantes, uma pesquisa realizada pela empresa Future Marketing Insights que exibe uma profunda análise de diferentes aspectos desse mercado, sua aplicação e suas demandas. De acordo com a pesquisa, o crescimento da demanda por vidros à prova de bala está sendo desencadeado por uma reviravolta nas indústrias automotiva, de infraestrutura e de defesa. A previsão é de que o crescimento alcance o montante de US$6.100 milhões de dólares até o final de 2026, o que representará Taxa de

Clube Oasis Premium

Crescimento Anual Composta de 9.0% dentro da previsão para um período de oito anos. A explosão no segmento automotivo é considerado o fator chave para o crescimento do setor de vidros blindados globalmente. Espera-se uma enorme demanda em relação ao uso de vidros blindados nos veículos que estão por entrar no mercado. Fabricantes de vidros blindados investem em pesquisas e desenvolvimento para criar novos e mais leves produtos em seus portfólios. O consumidor quando for efetuar a compra de uma

blindagem ou de um veículo já blindado é interessante procurar uma empresa com nome consolidado e que seja referência de mercado. Existem casos de muitas blindadoras que fecharam as portas por não cumprir com as garantias. A empresa que represento, por exemplo, a Inbra Blindados tem operação consolidada no mercado nacional e está estabelecida no mercado pernambucano há mais de 15 anos. A Tecnologia Inbra Blindados, empresa 100% nacional considerada uma das maiores

Existem vários padrões e níveis de blindagem sendo os de uso civil regular, os níveis 1, 2 e 3A. Na NEO BLINDADOS implementamos o nível 3A, que é aquele que resiste ao poder balístico de uma Magnum 44, que é a maior arma de mão do mercado.

Empresário Arthur Pereira, diretor da NEO BLINDADOS


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detalhes ainda mais atrativos na linha 2020 da Renault por Claudio Barreto

O

mercado de automóvel está cada vez mais competitivo nos quesitos segurança, design, conforto e tecnologia. A Renault apresentou recentemente a sua nova linha 2020, desenvolvidos pela Renault Design Center São Paulo. Fomos conferir de perto as novidades na concessionária Eurovia Renault. SEGURANÇA - Os modelos Sandero, Logan e Stepway, no quesito segurança, trazem de série em todas as versões quatro airbags (dois frontais e dois laterais), além de duas fixações Isofix para cadeirinhas infantis no banco traseiro e estrutura da carroceria reforçada. As versões equipadas com o câmbio CVT X-Tronic, e também a esportiva R.S. 2.0, oferecem, ainda, controle eletrônico de estabilidade (ESC) e assistente de partida em rampas (HSA), proporcionando mais segurança. DESIGN - Mais modernos e alinhados à nova identidade mundial da marca. Destaque para os para-choques dianteiros e a assinatura luminosa com luzes diurnas de LED, no formato

de “C” ao redor dos faróis. A grade dianteira com detalhes cromados transmite mais esportividade. Os modelos Sandero e Stepway trazem novas lanternas traseiras de LED, com novo formato, que invadem a tampa do porta-malas. O interior de todos os modelos é composto por novos materiais; o teto, por exemplo, agora é escuro, o que dá a sensação de um ambiente mais sofisticado. As portas têm acabamento em tecido ou couro, dependendo da versão. O volante em couro tem detalhes em cromo anodizado, dando um toque de esportividade. Todas as versões com câmbio CVT X-Tronic trazem ainda, de série, rodas de 16 polegadas e novos detalhes externos, como as molduras nas caixas de rodas, que os diferenciam das versões com câmbio manual. CONFORTO - Os bancos, com novos padrões de revestimentos, estão mais largos e com espumas mais espessas, em um formato que garante mais conforto e ergonomia.

TECNOLOGIA - Equipados com Media Evolution, central multimídia com tecnologia Android Auto e Apple Carplay, permitindo usar Spotify, Waze, Google Maps (Android Auto) e áudios de Whatsapp na tela de sete polegadas touchscreen capacitiva, com melhor precisão do toque. O Media Evolution ainda traz as funções Bluetooth, câmera de ré (em algumas versões), Eco Scoring e Eco Coaching – que ajudam o motorista a economizar combustível auxiliando na maneira de dirigir –, acessadas diretamente no carro. A principal mudança na linha 2020 é a entrada do novo câmbio automático CVT X-Tronic, nos modelos equipados com motor 1.6 SC. A nomenclatura das versões passa a seguir a mesma usada globalmente pela Renault: Life, Zen, Intense e Iconic (disponível apenas para Stepway e Logan). Os motores são 1.0 SCe, de três cilindros, e o 1.6 SCe. “Sandero, Logan e Stepway são produtos de extrema importância para a Renault e para o mercado brasileiro. Foram os responsáveis pelo crescimento da marca na segunda metade dos anos 2000. As novidades de design, conforto e segurança deixam os modelos ainda mais atrativos para continuar esta história de sucesso”, afirma Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.

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AJUSTE do controle de cruzeiro adaptativo (acc) por Claudio Barreto

Já os veículos com recurso semiautônomo (que tem a interversão humana) equipa a maioria dos carros premium, um desses sistemas chamado ACC, sigla que vem do termo inglês, “Adaptive Cruise Control”, traduzindo para o português, “Controle de Cruzeiro Adaptativo”; na prática é um sensor que

funciona como um radar que afere a distância do obstáculo que está na sua frente, prevenindo acidentes e capazes de assumir automaticamente funções de emergência em situações de risco. Em alguns veículos o sistema de radar rastreia a distância do obstáculo até 200 metros, enviando um sinal para a unidade de controle central, emitindo um aviso de advertência ou fazendo com que o carro diminua a velocidade para manter uma distância segura entre os dois; outros podem detecta curvas fazendo com que o carro reduza a velocidade e depois de ultrapassado obstáculo o próprio sistema acelera o carro para velocidade pré-definida pelo condutor. Um recurso tão importante como a invenção do cinto de segurança que atualmente é obrigatório em todos os carros.

Quanto mais tecnologia equipando os veículos, mais a necessidade do mercado capacitar profissionais e adquirir máquinas de última geração para manutenção desses equipamentos. "A concessionaria 'Audi Center Recife' é uma das únicas no nordeste que possui este equipamento que realiza ajustes no sistema ACC das marcas Volkswagen e Audi", comenta Rusiberto Leal, gerente de pós-venda. Normalmente, os carros que necessitam realizar ajustes no ACC são na grande maioria veículos oriundos de blindagem ou colisão.

inovação

test ride

mercedes-benz a200 COM tecnologia de sobra

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A Versatilidade da suzuki V-Strom 650XT

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o longo da última década surgiram vários sistemas avançados de assistência ao motorista: aviso de colisão, controle adaptativo de cruzeiro (ACC), frenagem automática, entre outros sistemas para segurança dos ocupantes dos veículos e pedestres, com objetivo de tornar o transporte mais seguro diminuindo as altas taxas de acidentes no trânsito. Com essa necessidade foi dada a largada para o futuro de inovações tecnológicas na geração de veículos autônomos sem a interferência humana.

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pós testar a 3ª geração da V-Strom 650XT, posso afirmar que a versatilidade é uma de suas principais características. O estilo aventureiro projetado para encarar qualquer terreno. O slogan “Sport Adventure Tour” que aparece na carenagem descreve bem a proposta da máquina. Entre as vantagens da V-Strom 650 estão o peso leve e a altura do assento, ideal para pilotos de altura mediana, o que ajuda bastante na hora de apoiar os dois pés no chão; junto a isso, possui uma excelente ciclística. Outro ponto forte é o sistema de controle de tração herdado da irmã maior, a V-STrom 1000 com 3 modos de condução: trilha, pista seca e pista úmida.

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sistema multimídia inteligente cockpit Widescreen de alta resolução e diversas possibilidades de operação. Na versão Advance, com duas telas integradas de 10,25 polegadas, as funções podem ser acionadas por meio do volante multifuncional, do “touchpad” no console central, via toque no próprio display de mídia ou pelo controle vocal inteligente com reconhecimento de fala, ativado por meio das palavraschave “Olá”, “Oi” ou “E Aí” seguidas por “Mercedes”. Funções como

ajuste do ar condicionado, escolha de uma estação de rádio e abertura da persiana do teto-solar podem ser facilmente acessadas por meio do comando de voz. A Mercedes A200 vem com transmissão de dupla embreagem 7G-DCT de sete velocidades e motor 1.3 turbo de 4 cilindros, 163cv, 250Nm de torque, detalhe, o motor em baixa rotação desliga 2 cilindros para maior autonomia.


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por Solon Filho - Diretor da JBS Veículos

carros conversíveis, um excelente investimento

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lguns acreditam que os primeiros carros fabricados eram “conversíveis”; de certa forma, sim, pois foram construídos sem teto, parabrisas e sem janelas. Em 1906, a Cadillac começou a oferecer um veículo de carroceria fechada como opcional. Na década de 1920, os carros de carroceria fechada ganharam o status de padrão, pois os sedãs dominavam as vendas de automóveis. A Peugeot, em 1935, começou a oferecer uma opção de veículo que revolucionaria a indústria automobilística com o modelo Peugeot 402 Eclipse que teve a primeira capota rígida retrátil de material metálico dobrável. Nos anos 30, outras montadoras tinham modelos conversíveis, mas eram raros, geralmente

apresentados apenas em carros de luxo com alto valor. Após 100 anos, os carros conversíveis ainda chamam a atenção por onde passam, com seu “estilo de bem com a vida”, desejados por muitos. Alguns proprietários entusiastas desse nicho premium conversível tem uma forma diferente de aproveitar seus “brinquedos”; alguns os utilizam no final de semana em percursos mais tranquilo e sem trânsito, em sua grande maioria em pequenos percursos. Já outros optam como um excelente investimento, verdadeiras obras de arte, pois os conversíveis em sua maioria são exclusividades e vendidos apenas por encomenda,

personalizados nos mínimos detalhes, diferentes de outros modelos premium que perdem o valor após aquisição. Portanto, o proprietário que possui uma obra de arte ou até mesmo um “brinquedo” predileto, opta por ter 2 opções de carros na garagem, sendo um para passeio/ investimento e outro para trabalho. Em algumas situações os proprietários não fazem distinção de modelos fechados e conversíveis curtindo em tempo integral. O mercado tem uma grande variedade de marcas, modelos e valores à disposição. Os conversíveis podem variar com modelos mais compactos e com valores acessíveis, como: Fiat 500, Smart e Mini, até superesportivos que podem custar alguns milhões, como: Ferrari Spider, Lamborghini e algumas versões de modelo Porsche. Esses veículos em sua grande maioria são de modelos esportivos e de 2 lugares, como Mercedes Slk, Slc, Bmw Z4, Audi TT

Roadster, Porsche Boxster e outros, sendo alguns de capota rígida e outros de capota de lona, mas também temos no mercado osconversíveis de 4 lugares, esses apesar de terem uma pegada esportiva, muitas vezes contam com o conforto e dirigibilidade de um carro sedan, como é o caso da Mercedes C300 Cabrio, BMW 420 e 430 e a Mercedes Série E cabrio, onde conseguimos unir um carro confortável para o dia a dia e curtir o cabrio do final de semana; como tem 4 lugares eles são sempre mais procurados para os que são casados e possuem filhos, podendo assim curtir a máquina junto com a família. Na Flórida e Califórnia, podemos ver uma infinidade de marcas e modelos desses conversíveis, tanto no uso particular como em locadoras disponíveis para os turistas. No clima do Nordeste brasileiro é favorável para todas as situações.

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