aRS LIBER nº1

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MAGAZINE Nยบ1

aRS LIBER

ARTE CRIATIVA


aRS LIBRE

PAGINA NO FACEBOOK

NUMERO 1 DEZEMBRO 2013

PERIODICIDADE

SITE

Quinzenal

www.circuloautores.wix.com/site

CAPA Peter Feist - 1988

UMA EDICAO , DE Circulo dos Autores (ainda) Desconhecidos

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ÍNDICE

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Carta do Editor

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*********** OPINIÃO

Livro

Entrevista

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CRÓNICA

CONCERTO

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Colagens

MÚSICA

André Breton

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Fabulosas Bibliotecas

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Carta do Editor aRS LIBRE é uma expressão em latim utilizada para a arte livre, criativa, sem fronteiras. Este Magazine é uma edição exclusiva do Círculo dos Autores (ainda) Desconhecidos. Somos uma comunidade livre que tem como único objetivo caminhar lado a lado com todos aqueles que gostam de literatura ou outras artes criativas e que, por serem anónimos cidadãos, também queiram editar e divulgar as suas obras. enfim, dar a conhecer e transmitir a cultura que carregam em si. Não interferimos nem somos responsáveis pelo conteúdo das criações dos Autores, o nosso papel é participar no processo de edição para que depois possam ser divulgados nos canais livres e gratuitos que existem ao nosso alcance ( neste momento são o nosso site, Facebook e YouTube). É para isso que existimos, para não deixarmos o vosso sonho morrer! Porque uma palavra escrita ou uma emoção partilhada, nunca morre.

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O Círculo dos Autores (ainda) Desconhecidos possui uma plataforma de publicação no

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Opinião no ponto

.............................................................................. Arte livre não existe, infelizmente. É um sonho. Não é que existam criações concebidas com total liberdade de expressão mas o sentido de “livre”, neste caso, significa descomprometido, não monopolizado e neste contexto, afirmamos sem sombra de dúvida que a arte, a cultura em geral, não é Livre. Está muito comprometida, muito monopolizada e não tem o alcance que deveria e poderia ter. Por exemplo, no mundo da escrita, o mercado editorial é um labirinto diabólico. Enquanto que os autores e os leitores são um sonho, o mercado editorial é o nosso pesadelo. As pessoas querem ler, os os autores existem, alguns muito bons, mas que não são capazes de penetrar no emaranhado circuito existente para que aquele que escreve consiga editar e divulgar a sua obra. Em contraposição, as editoras

sabem que um livro escrito por uma figura mediática de um programa de Reality Show a contar como foi a sua vida dentro da casa é venda garantida.Entretanto o que temos em Portugal? Qual o estado da cultura em Portugal? Alguns seguidores da página do Círculo dos Autores (ainda) Desconhecidos responderam coisas interessantes. “É mais fácil encontrar romances de autores duvidosos de outros Países do que de autores de língua Portuguesa.” É verdade sim senhor. Porquê?

Não percebemos muito bem, embora compreendamos que as Editoras são um negócio que movimenta milhões e eles oferecem aquilo que é procurado. Então o que fazer? “A cultura em Portugal começa em casa e nas escolas”. “A cultura é só para os que têm dinheiro e tempo”. Também é verdade. Convenhamos, todos sabemos que não existe uma estratégia livre e não monopolizada por interesses políticos e económicos que procura difundir publicamente e de raiz, a cultura em Portugal. Assim é impossível que as pessoas procurem os livros de autores de Língua Portuguesa, difícil mesmo. Num país sobrecarregado de impostos, professores com turmas mais que lotadas, um distanciamento cada vez maior entre o interior e os centros urbanos, despedimentos, emprego precário, dificilmente se atingem níveis de cultura equivalentes a países da União Europeia. Somos o país com mais baixa média de participação em eventos culturais, onde os índices de leitura ainda é dos mais baixos também. De qualquer maneira, não podemos deixar de realçar que uma ou outra cadeia desenvolve alguns projetos interessantes mas que, infelizmente, a máquina editorial trava.

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Um grito de desespero Um Hino à esperança Não é exagero nenhum afirmar que o conto que R.J. Xavier levou a concurso ao Prémio de Talentos da Literatura Portuguesa da FNAC é uma história singular e devoradora. Singular porque o enredo é original, devoradora porque começamos a ler e depois temos de chegar ao fim o mais depressa possível. Não se sabe se a intenção do autor é mostrar uma experiência de vida ou se pretende transmitir uma mensagem de esperança. Quem sabe acabam por lá estar as duas vontades, mas fica aqui registado que nas 24 páginas deste conto, foi aberto espaço para algumas análises e discussões. Com algum remorso, numa tentativa de reparar o que pode ter sido uma falta, “Ele”, o protagonista sem nome, refugiado numa terra também sem nome, conta de forma assombrosa o resultado de uma vida sem sentido, quando na verdade, o seu destino poderia ter sido bem diferente. As guinadas inesperadas assim como as reviravoltas da vida quotidiana de todos nós. É por isso que, nesta curta história, nos vemos tão absorvidos pelas mudanças de estilo que, em alguns casos, são mirabolantes ou totalmente aleatórias. Podemos afirmar que são, isso sim, difíceis de antecipar. O conto “O homem que queria ser enterrado num balão” é uma história feita por camadas compostas de cenas e descrições breves, obviamente limitadas pelo limite de páginas que o regulamento do concurso impõe na escrita do conto. O que sobretudo destacamos são as entrelinhas dos enredos, a complexidade das situações e do personagem, os problemas morais (sempre com infinitos prismas e de difícil solução) postos no centro e na periferia da narrativa. Por tudo isto, mas principalmente pelas conclusões que possamos tirar, sugerimos a leitura deste conto. Pode encontrar este livro em http://issuu.com/circuloautores

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Carla Tramilho Professora do 1º Ciclo Ilustradora e Escritora

Cinco perguntas e cinco respostas para C a r l a Tr a m i l h o AR: Como surgiu a ideia do Livro? CT: A “Paixão de Valentina” foi resultado de um trabalho de curso e como sempre gostei bastante de ilustração, decidi aproveitar essa valência para desenvolver a história que, confesso, ter-me inspirado num antiga numa antiga lenda russa. Tive uma boa nota J e nesse tempo chegaram a desafiar-me para editar mas acabei por nunca o fazer. AR: Porquê? CT: Porque apesar de ter tentado, não consegui. Mas depois de ter conhecido o

Círculo dos Autores (ainda) Desconhecidos, apercebi-me que era uma hipótese de, pelo menos, divulgar em comunidade e assim terem acesso ao meu trabalho. AR: E que tal têm sido os resultados? CT: Fiquei impressionada. Em uma semana de edição, o meu livro atingiu quase as 2000 impressões e está em 1º lugar nos cinco livros que já publicaram, alguns dos quais têm o dobro de tempo de edição relativamente ao meu. Por outro lado, as opiniões que li na publicação da página do Facebook do Círculo foram muito agradáveis de ler. Alguns seguidores escreveram na minha cronologia. Portanto, só posso dizer que estou muito feliz e satisfeita. AR:Já leu algum dos outros livros editados pelo círculo? CT: Conheci o Círculo depois de ler o livro do “Homem que queria ser enterrado num Balão”. Adorei. Depois li o livro do André San Tiago e fiquei impressionada. Falta-me assim ler um dos outros livros. Já fiz o download para o tablet mas ainda não consegui ter oportunidade para o ler. No geral, o que posso afirmar é que ambos os livros nada ficam a dever a outros que encontramos nas livrarias e só vem provar que, de facto, não basta ser criativo para poder publicar um livro. AR:Fale-nos dos seus projetos para o futuro em termos literários. CT: Neste momento não penso em fazer nada em especial. Estou muito focalizada com o meu estágio e quero gozar a publicação da “Paixão de Valentina”.

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As últimas palavras As últimas palavras sempre me fascinaram. Não me refiro apenas às derradeiras palavras daqueles que as dizem antes de partir mas também as que saem dos nossos lábios e nos beijam como se tivessem boca. As últimas palavras geralmente vêm carregadas de cor e depois deixam-nos em silêncio durante um tempo … quem sabe para pensarmos nelas. Se o poder da palavra já é assombroso, o que dizer deste tipo de palavras? Por vezes são aquelas que raramente são ditas com a simplicidade que saem … quando são as da despedida. Mas também tenho de confessar que nem sempre gostei das últimas palavras. Detesto aquelas situações em que me impõem as últimas palavras, como se significasse que aquele alguém as tivesse proferido para ganhar um debate. Como se essa pessoa fosse superiormente moral a qualquer um de nós, como se a sua vontade fosse para cumprir, sob o poder da força. Apetece-me dizer que as últimas palavras são para o tolo que pensa não ter falado o suficiente! As palavras finais não são contendas como se estivéssemos num ringue de boxe, nem aqueles com quem falamos são nossos oponentes. As últimas palavras não foram feitas para ninguém as roubar a ninguém, nem faladas para convencer o outro. São apenas manifestações de um sentimento, seja ele qual for, não são tácticas para destruir ou dominar. Mas pronto, até a Bíblia se refere às últimas palavras: “As primeiras palavras da boca do tolo são estúpidas, e as últimas loucura perversa”. Imaginem só … prefiro as últimas. Queria muito terminar assim, repetindo as últimas palavras de J.M. Barrie, criador de Peter Pan, aquele personagem que nunca deixou de ser criança. Ele disse antes de morrer: “Não consigo dormir”. R.J. Xavier


THE NATIONAL THE NATIONAL NA MEO ARENA [21 NOVEMBRO 2013 - Lisboa]

Matt Berninger prometeu e os The National cumpriram: transformaram o enorme espaço do Pavilhão Meo Arena num local acolhedor e intimista. O aRS LIBRE esteve presente no concerto dado pela banda de Ohio na quinta-feira passada, dia 21 de Novembro de 2013 e saiu positivamente transtornado com a delicadeza e a intensidade com que os The National levaram o concerto desde o primeiro ao último minuto. O alinhamento, se foi estudado ou não, surgiu quase que de forma natural, com um impressionante rol de canções capazes de levar os fãs ao delírio. O arranque foi acelerado ao som de "Don't Swallow The Cap" e depois teve momentos efusivos com “Mr. November” e o verdadeiro petardo que teve uma ovação estrondosa, "About Today". Na verdade, o aRS LIBRE sentiu por mais do que uma vez um arrepio subtil a percorrer a espinha dos milhares de pessoas que ali estavam presentes. A cultura certamente esteve presente naquele momento único e irrepetível. Acreditamos que, pelo menos, alguns poemas e histórias surgiram na cabeça de algum dos fãs e, quem sabe, o Círculo dos Autores (ainda) Desconhecidos possam vir a editar.

Don't Swallow the Cap I Should Live in Salt Secret Meeting Bloodbuzz Ohio Demons Sea of Love Hard to Find Afraid of Everyone Squalor Victoria I Need My Girl This Is the Last Time Lean Abel Slow Show Apartment Story Pink Rabbits England Graceless About Today Fake Empire Encore: Sorrow Mr. November Terrible Love Vanderlyle Crybaby Geeks

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AS FABULOSAS BIBLIOTECAS ONDE TUDO PODE ACONTECER ... SE GOSTA DE LIVROS E DE LEITURA, É BEM PROVÁVEL QUE PASSE POR ESSE RITUAL DE TRANSFORMAÇÃO AO ENTRAR NUMA BIBLIOTECA: OS SEUS OLHOS BRILHAM, OS SEUS DEDOS NÃO PARAM QUIETOS EM BUSCA DO TOQUE DE CADA EXEMPLAR E A SUA MENTE PERDESE EM CADA TEMA.

A foto ao lado pertence à Biblioteca do Trinity College, na Irlanda, que comemorou o seu tricentenário em maio de 2012 e possui 5 milhões de volumes impressos. O seu salão principal possui quase 65 metros de comprimento e guarda os exemplares mais antigos de seu a c e r vo. E n t r e a s s u a s preciosidades encontra-se uma das poucas cópias da Proclamação da República da Irlanda, uma harpa irlandesa do século XV que serviu como base para o emblema da Irlanda e o manuscrito Grande Evangeliário de São Columba, ilustrado com motivos ornamentais feito por monges celtas por volta do ano 800 d.C. Muitas outras fabulosas

bibliotecas existem espalhadas pelo mundo e olhem que é um excelente motivo para nos fazer viajar até lá. Mas em Portugal também temos fabulosas bibliotecas, nomeadamente a Biblioteca da Universidade de Coimbra, em Portugal, que já data do século XVI. É considerada um ícone da arquitetura e o seu acervo conta com mais de 1 milhão de livros! Dentre eles, a maioria é de língua portuguesa (para nossa alegria!), mas também podemos encontrar alguns exemplares em latim. A biblioteca completou recentemente os seus 500 anos e é a responsável por guardar um dos exemplares da primeira edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões. Que relíquia!

Mas nem só as grandiosas e ilustres bibliotecas centenárias nos encantam, muitas outras bem mais simples e menos conhecidas nos fazem perder na sua magia. Arrisquem-se a procurar nas cidades por onde viajam, de pequenos recantos com lojas de alfarrabistas, por exemplo. Por vezes ficamos surpreendidos com os exemplares e as preciosidades que encontramos. Se o fizerem e tirarem fotos, publiquem na página do Facebook do Círculo de Autores (ainda) Desconhecidos.

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MÚSICA Não podes deixar de ouvir isto

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Esbjörn Svensson foi um pianista e compositor sueco, líder do EST - Esbjör n Svensson Trio, que morreu cedo demais mas que deixou uma marca indelével no jazz contemporâneo. Elegi este estranho lugar para nevar (strange place for snow).

Uma proposta para o fim de semana, quem sabe poderá ser vir para descobrirem o som de um talentoso saxofonista do Jazz, muitas das vezes ignorado no mainstream do género músical. Archie Shepp - tenor & soprano sax Charles Greenlee - trombone Dave Bur rell - piano David Williams - bass Beaver Har ris - dr ums

Um disco para ouvir a solo, um disco m e l a n c ó l i c o, profundamente triste e ao mesmo tempo estranhamente profundo de esperança. Um som pop contido imerso em cadências electrónicas muito simples, nada forçadas que nos levam para longe. Um dos melhores sons do ano 2013.

Roly Porter - Life Cycle Of A Massive Star Magnânimo no conceito, mas muito curto para podermos gozar o esmagador ambiente escuro que ao longo do disco se vai desenvolvendo. A audição desta obra deixa-nos desconhecidas paisagens pós-apocalípticas que transmitem frio, solidão e , às vezes, essa sensação de estar dentro de algo infinito , como é o universo. Há também o épico, esta profunda sensação opressiva que nos faz realmente ejetar para fora do quarto e levando-nos para fora da órbita e contemplar a majestosa paisagem do espaço . Em alguns momentos, o som deixa-nos sem oxigénio. Será seguramente umdisco a ser utilizado para uma banda sonora da NASA. A intensidade cresce de forma tão radical que ocorrem momentos apocalípticos para depois voltar à tranquilidade.

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AS COLAGENS DE

ANDRÉ BRETON

André Breton, 21 avril 1938

André Breton. Auto-retrato. A escrita automática. Fotomontagem com a atriz Phyllis Haver numa cena de Chicago 1927

Andre Breton, Yves Tanguy, Marcel Duhamel, Max Morise. Exquisite Corpse 1926

André Breton, Valentine Hugo, Tristan Tzara,Greta Knutson. Exquisite Corpse 1933

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Tamรกs Andok


Agenda OUTROS TEMAS ENTREVISTA COM ANDRE SAN TIAGO ^ a Autor portugues escrever com pseudonimo e que ´ esta´ a caminho de lancar o segundo livro´ , desta vez um romance verdadeiramente estranho e que merece toda a ~ atencao. ´

CONCURSO LITERARIO DO CIRCULO DOS AUTORES DESCONHECIDOS ~ do Apresentacao ´ primeiro Concurso Literario ´ para autores desconhecidos da lingua portuguesa e em qualquer parte do mundo.

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UMA VIAGEM AO MUNDO DO PINTOR KEITH VAUGHAN Keith Vaughan foi um ´ pintor controverso mas que nos deixou uma obra impressionante e ´ variada, a qual eé considerada uma das recordistas da Sotheby's, London.

- Site do Circulo dos Autores Desconhecidos ´ - Estastisticas do Facebook e da Plataforma de ~ Publicacoes - Musica ´ ´




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