Cidade em Revista Edição 56

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#SETEMBRO AMARELO PREVENIR E CONSCIENTIZAR

VALORIZAÇÃO DA VIDA prevenção ao suícidio


Arte: Cidade em Recista

Você em harmonia com o verão.

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UMA DATA PARA

comemorar 20 DE JULHO DE 2019

O Hospital Unimed Unidade Centro completa o seu primeiro ano repleto de saúde, combinando a implementação de novas tecnologias com humanização no atendimento. Durante este período, trabalhamos ainda mais para cuidar das pessoas, investimos na ampliação da estrutura, tal como na área de Oncologia, na sala de parto humanizado, na ampliação do corpo clínico e no atendimento ambulatorial; sempre com foco na segurança do paciente! Agradecemos aos nossos cooperados, colaboradores e beneficiários, por acreditarem na nossa missão de promover excelência em saúde. Quem cuida tão bem da saúde, garante muitos anos pela frente! Parabéns a todos que ajudam a construir essa história.

Campo Mourão

30 ANOS


ÍNDICE

EXPEDIENTE

editora A. D. Munhós Coletty - Editora Publicação da Editora Rua. São Josafat, 1418 CEP: 87302-170 Campo Mourão PR Telefones 44. 3523-2115 | 9.9978-4242

23 -Coamo Força, União, Excelência

Email cidadeemrevista@gmail.com ccoletty@gmail.com Jornalista Resonsável Cidinha Coletty - MT/PR 8715 Revisão Cida Freitas Departamento Jurídico Dr. Dirceu Jacob de Souza OAB/PR 55.947 Diagramação Agência BENN

39 - Nova lei contra o abuso de autoridade

54 - As novenas e os lobisomens

Colaboradores Beth Ecker Cida Freitas Dirce Bortotti Salvadori Marco Aurélio Dias Marcos Noboru Hashimoto Marlene Kohts Prescila Francioli Sílvia Novaes Fernandes Vicente Estanislau Ribeiro Fotos Editoriais Banco de Imagens Cidinha Coletty

77 - Caça ao Tesouro Literário

87 -Rambo V: Last Blood

91 - Fazenda Santa Helena Eventos

Deus é Fiel 4

Circulação Distribuição dirigida

www.cidadeemrevista.com

66 - Festas & Eventos – Casamento Mariana e Ricardo

/cidadeemrevista CIDADE EM REVISTA


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Guerreiro do Comércio 2019

Em cerimônia realizada pela Fecomércio em Curitiba (12/7) Carlos Tagliari, o Carlão da Casa Tapi de Materiais Esportivos, recebeu o Troféu Guerreiro do Comércio do Paraná. O homenageado recebeu a honraria acompanhado de seus familiares e amigos. Uma entrega simbólica do prêmio também foi realizada em Campo Mourão por meio da Sindicam, Sesc-Senac e Acicam.

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Carlão Tagliari – consagrado nas quadras esportivas como atleta de futsal e que há 45 anos está à frente da Casa Tapi – foi escolhido neste ano para receber a homenagem representando Campo Mourão e os 23 municípios da base territorial do Sindicam. “Foi muito emocionante receber essa importante honraria em reconhecimento pelas mais de quatro décadas de atuação no comércio”, disse Carlão. A conquista ele divide com a família, equipe de funcionários e sua vasta clientela em Campo Mourão e região.

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Carlão Tagliari e sua família têm longa tradição no esporte - com a Associação Tagliari no futsal - e no comércio. A família Tagliari atuou na compra e venda de suínos, tiveram açougue, discoteca, escolinha de futsal e outros empreendimentos na cidade. Em março de 1974, Carlão e Vicente Piazza, instalaram a primeira loja da cidade especializada em materiais esportivos: a Casa Tapi. Por cerca de três anos a loja funcionou na rua Harrison José Borges. Por volta de 1976, Vicente Piazza deixou a sociedade e, em seguida, a loja passou a funcionar na avenida Capitão Índio Bandeira, onde permanece até hoje. Decorridos 45 anos, a Casa Tapi de Materiais Esportivos é referência em Campo Mourão e região.

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Comunhão e Palavra

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Corpo Clínico:

Dr. Keiti Shirasu Oftalmologia

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Dra. Jussara Brito

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Dr. Marcelo Balabuch CRMPR 28528

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Dr. Amir Mohana Pediatria RMPR 32164 | RQE 24055

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A Viso Clinique é um dos maiores e mais modernos centros de Oftalmologia nas áreas clínicas e cirúrgicas de Campo Mourão e região. A equipe de médicos especializados, altamente qualificados e atentos aos avanços da medicina, presta atendimento completo desde a primeira consulta até a cirurgia. Com infraestrutura moderna aliada às tecnologias de ponta, realiza consultas, exames e cirurgias, como: Plástica Ocular e Estética, Catarata, Córnea, Retina e Cirurgia Refrativa. O Centro de Oftalmologia e Bem-estar conta ainda com uma equipe de múltiplas especialidades na área da saúde, visando ao bem-estar e qualidade de vida para todos os seus pacientes.

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UM CONTO SOBRE CRIANÇAS E BICHOS... Sílvia Novaes Fernandes

Ela estava escrevendo um texto sobre “os cuidados que devemos ter com os animais” e, como jornalista e educadora que era, queria colocar no papel alguma coisa que comovesse as crianças e as levasse a ter amor e cuidado com todos os bichos. Então abrindo seu lap top, abria também suas lembranças há tanto tempo guardadas. E começou escrevendo assim: “Era uma vez uma menina magrinha, pernas finas, que seu irmão mais velho chamava de Saracura, Olívia Palito, isso num tempo em que não existia a palavra bulling. E não era só a magreza; tinha os dentes da frente muito grandes, pra fora da boca e os cabelos crespos e armados. Seu nome, Suzi. Achava-se tão feia, mas em compensação, todos a achavam simpática.

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E era o que era: tinha uma bela voz, gostava de cantar, era inteligente, lia muitos livros e sorria sempre. No final ela se tornava bonita à medida que as pessoas conviviam com ela. Adorava ler Monteiro Lobato e sentia-se um pouco a Narizinho do Sítio do Picapau Amarelo, isso porque também morava em um lugar com muitos animais, como se estivesse mesmo em um sítio. É de sua mãe e irmão, para o bem e para o mal, que vêm as lembranças mais fortes. Seu irmão vivia caçando os animais, ora com estilingue, ora com arapucas que armava pelo terreiro. Colocava alpiste ou quirera sob a arapuca que era amarrada aberta a um barbante que ia até onde ele estava escondido e lá ficava à espreita.


E, quando um desavisado passarinho ia chegando devagar e entrava para comer, ele puxava o barbante rapidamente, a arapuca caia sobre a avezinha fechando-a dentro. Suzi presenciou várias maldades dele: amarrou bombinhas em um barbante na calda de um cachorro, acendeu e, enquanto elas explodiam o pobre do cão corria feito louco, ganindo, enquanto ele ria muito. De outra feita, encontrou uma lesma escorregando lentamente pelo chão, correu pegar sal na cozinha e jogou sobre ela que foi se derretendo aos poucos sob o olhar sorridente dele. Suzi não achava graça nenhuma e ficava pensando no sofrimento da lesma. - E se um gigante viesse e jogasse sal em você? Você gostaria? Perguntava revoltada ao irmão.

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- Eu não sou lesma e nem existe gigantes, sua boba dentuça. Falava ele. Em outras vezes, ele saía se escondendo pelo quintal com seu estilingue nas mãos. Era quando atirava pedrinhas nos gatos e cachorros que saíam em disparada, atirava nas pombinhas que vinham comer as sobras das comidas das galinhas, patos, gansos, marrecos e perus, porque na casa de Suzi tinha de tudo um pouco. E seu irmão deu para treinar galos de briga! Cuidava, alimentava, tratava, polia as esporas e levava para brigas em casas de amigos. Suzi ficava triste em ver os pobres chegando machucados, sangrando, enquanto seu irmão limpava e cuidava deles para em outro dia fazer tudo de novo. Isso tudo escondido de seus pais. No meio do quintal havia um enorme

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viveiro de pássaros que se podia entrar nele para limpar e dar comida a eles. Eram sanhaços, sangue de boi, pintassilgos e corruíras que conviviam animadamente com periquitos gritadores. Tinha papagaio, mas este ficava em um poleiro na porta da cozinha e era muito briguento. Suzi gostava de ficar ali olhando sua mãe mostrar a ela os ovinhos tão pequenos e pintadinhos e que depois de alguns dias viravam naqueles minúsculos seres pelados que mais tarde iam ficando com penas e saíam voando. No assoalho do viveiro ainda passeavam duas pequenas tartarugas. Mas o que achava mais bonito, era os patinhos que deixavam suas cascas e já iam correndo atrás de sua mamãe pata até uma grande bacia com água que ficava ali perto. Tão lindos, tão amarelinhos e tão felizes nadando!


E sua mãe cuidava de todos os animais, mesmo os que apareciam por lá. Foi assim com duas cachorras que apareceram sem mais nem menos a quem ela deu o nome de Beti e Lili. A Beti era pequena, malhada e chegou mancando e machucada. Sua mãe cuidou dela por muito tempo, mas ela ficou manca para sempre e nunca os deixou. A Lili era grande e marrom. Estava muito magra e descobriram mais tarde que ela tinha os filhotes longe e vinha até sua casa para comer e depois voltava para amamentá-los. Assim ela fez por muito tempo, até um dia que não mais voltou.

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Viu sua mãe pegar um pintinho que acabara de sair do ovo e como estava doentinho, ela cuidadosamente abrir a porta do forno que esquentara um pouco e ali ficar observando até ele sacudir suas penas, firmar as pernas e piar alegre. Foi quando Suzi ganhou um cachorrinho só para ela. Tomou-se de amores! Era pequenino, preto e branco, pernas tortas e um pequeno presente do céu! Nem deixava seu irmão chegar perto dele! Era seu companheiro de todas as horas, dos momentos alegres e tristes enquanto Suzi crescia, se tornava uma moça e se casava. Foi uma grande dor quando ele se foi...”

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Suzi parou de escrever, enxugou uma lágrima que teimava em cair e fechou seu lap top. - Não quero que as crianças vejam maldades praticadas com os animais e achem tudo normal. Eu segui o exemplo da minha mãe, mas podia ter sido diferente se tivesse imitado meu irmão... Nesse momento, uma linda borboleta entrou pela janela aberta e pousou suavemente sobre sua mão, como a agradecer. Suzi sorriu e seu coração se encheu de ternura e amor. Sílvia Novaes Fernandes é poeta e escritora, membro da AME (Academia Mourãoense de Escritores) e da AML (Academia Mourãoense de Letras) onde ocupa a cadeira de número dois. Possui um blog onde escreve semanalmente sobre cultura e culinária: www.prosapoemapastel. wordpress.com

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No Outono da Vida *Beth Ecker

Viver bem tem relação com o querer estar bem. Às vezes me pego feliz, simplesmente, por estar nesta fase da vida usufruindo tudo que ela proporciona. Isto não significa que, a infância, a juventude e a idade adulta não oferecem coisas boas também. Em todas as fases de nossa vida podemos usufruir aspectos maravilhosos e, igualmente, algumas limitações. Discorrerei apenas sobre a chamada Terceira Idade e/ou, Melhor Idade que, para mim, além de ser vista como a fase da sabedoria, trouxe coisas surpreendentes. Nem todos percebem ou agem considerando estes aspectos mas, as experiências vivenciadas ao longo dos anos possi-

bilita o embasamento para uma postura diferenciada e, igualmente, uma sensibilidade melhor equilibrada. Neste momento descobrimos o que realmente é necessário para uma vida saudável. Podemos diferenciar as necessidades do que, é apenas desejo. Conseguimos nos satisfazer com o essencial e, nos tornamos extremamente felizes com pequenas coisas que antes pareciam sem valor, tais como, um sorriso à nós dirigido, uma palavra de simpatia e atenção, o amanhecer com sol ou chuva, uma visita inesperada, um elogio sincero, etc. . Nada disto chama muita atenção nos demais períodos da vida, quando estamos atarefados com trabalho ou outros interesses.

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‘‘ Também, é muito agradável passear, quando ainda podemos. Conhecer lugares novos, as belezas que a natureza nos proporciona além de, ter contato com novas culturas.’’ As injustiças não doem tanto, pois aprendemos a conhecer o ser humano reconhecendo suas diferenças. Conseguimos nos doar sem esperar troca ou qualquer tipo de reconhecimento. Quando oferecemos algo, não estamos esperando retorno. O prazer que sentimos ao dar nos basta. Nesta fase torna-se prazeiroso brincar com uma criança, visitar os filhos quando estão disponíveis a nos receber, e podemos sentir a presença de Deus quando o buscamos colocando em suas mãos a nossa preocupação. Também, é muito agradável passear, quando ainda podemos. Conhecer lugares novos, as belezas que a natureza nos proporciona além de, ter contato com novas culturas.

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Há exceções considerando que, existem aqueles que preferem permanecer no seu cantinho, sua casa. Quiçá cultivar uma horta ou pomar, ou um belo jardim. Também há aqueles que gostam de cuidar de animais e aguardar a visita de filhos e netos. É a fase em que temos mais tempo disponível, pois, ou estamos aposentados ou, nossos limites físicos nos impedem de exercer uma atividade laboral. Podemos acreditar que as mulheres encontram mais alternativas para ocupar este tempo. Com sua inquietude característica podem exercer atividades artesanais diversas como, bordados, costuras, pintura. Algumas mais arrojadas e, tendo se frustrado de algum sonho quando novas, buscam faze-lo nesta fase.


Voltam a estudar, aprender idiomas, fazer música, etc. A cozinha também é um espaço bem utilizado, além da terra que distrai aquelas que gostam. Os homens também buscam suas alternativas. Porém, existem pessoas que aproveitam para não fazer nada. E, igualmente, pessoas que usam a maior parte do tempo para reclamar de suas dores e limitações. Aliás, hábito muito desagradável que promove o afastamento dos amigos. Ninguém gosta de ouvir reclamações.

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É evidente que, ao chegarmos no outono da vida muita coisa se modificou: a energia e a força física diminuíram, nossa visão está deficiente, os ouvidos não funcionam de igual modo, nossas pernas cansam logo, nosso otimismo está ocupado por pensamentos mais realistas, porém, continuamos amando e sonhando, mesmo que a curto prazo. Esta realidade depende de mais paciência, amor no coração, sabedoria para reconhecermos tudo de bom e maravilhoso que já usufruímos e o que ainda podemos viver. Aceitar o outro, entender as mudanças do mundo e aprender conviver com a nova sociedade faz toda diferença. A experiência que desenvolvemos pode ser utilizada no acréscimo do conhecimento de nossa cultura, enriquecendo o saber tão necessário ao bom viver. Que a sabedoria de cada um traga paz e harmonia entre todos. Beth Ecker, escritora

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GRUPO MUSICAL CRISTÃO Somos um grupo musical Cristão, formado por coristas de diversas igrejas para propagar o amor de Deus. Estamos em nosso segundo ano nesse formato! Este ano, apresentaremos na praça, no teatro e em igrejas no final do ano e o tema será Alegria!!! Serão mais de 100 pessoas entre coristas, apresentadores, coreógrafos, figurantes e técnicos. Não temos nenhum tipo de financiamento e o custo de todo espetáculo será pago por nós mesmos, e para isso temos dois eventos para arrecadar fundos:

Dia 18/08, fizemos uma feijoada, (e não é qualquer feijoada, se você comeu, vai se lembrar). Dia 26/10, faremos nosso Bazar, no qual além de arrecadarmos fundos para o musical, ajudaremos pessoas carentes com roupas, eletrodomésticos, acessórios, brinquedos com preços acessíveis. Para que isso seja possível, contamos com doações dos integrantes do grupo, familiares, amigos e pessoas dispostas a serem solidárias e a propagar o evangelho através deste projeto.


60 ANOS DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL EM CAMPO MOURÃO Comemorar os 60 anos da IPB em Campo Mourão nos remete a uma história significativa e transformadora, ocorrida na Europa, nos séculos XVI e XVII Impossível ignorar a importância dos fatos vinculados ao movimento da Reforma Protestante, que culminou com mudanças na estrutura social, política e religiosa, atingindo todos os países europeus e, por conseguinte, ultrapassando os mares e oceanos que limitavam o citado continente. Necessário se faz lembrar que, conflitos, guerras, perseguições e disputas de poder entre os diversos Reinos e o Papado, foram travadas na busca da liberdade religiosa e política, inerentes à nascente filosofia pregada. Importantes consequências garantiram a separação entre o Estado e a Igreja. Muitos seguidores da Igreja Reformada

fugiram de seus países para colônias da América do Norte buscando a liberdade de professar sua fé. Graças ao processo migratório, o Brasil também foi beneficiado com a presença dos denominados protestantes a partir do século XIX. Isto não significa que não tenham passado antes por nosso país. Porém, a fixação efetiva se deu a partir do século citado. Ao nos referirmos à entrada do protestantismo no país, vale lembrar que ocorreram sob o modelo de dois referenciais distintos, isto é, a presença do Protestantismo de Imigração e, segundo, o Protestantismo de Missão. O primeiro chegou com os imigrantes de diversas etnias, entre os quais, ingleses (anglicanos), alemães (luteranos) e outros. Ainda permanecem alguns destes em nosso país.

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Já, os presbiterianos estão inseridos na categoria de missões. Surgiu com missionários norte americanos, desejosos de divulgar e expandir a fé cristã. Inicialmente se estabeleceram na rota do café, ocupando os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Criaram Igrejas, Colégios, hospitais, expandindo consideravelmente a região onde se estabeleceram. Influenciaram positivamente na formação de valores, comportamentos, cultura de modo geral. Campo Mourão recebeu o primeiro Pastor missionário José Costa, em 1954. Era ainda uma pequena cidade, sem infraestrutura adequada, com estradas deficitárias e meios de comunicação ainda rudimentares. Relatos do missionário citado demonstram as dificuldades e penúrias vivenciadas por ele, nos primeiros anos que desenvolveu seu trabalho aqui.

Pastor Rovaldo Matos 26

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Descreve a presença de aventureiros na região, a violência existente, assaltos e o medo que as pessoas tinham de sair à noite, nos parecendo ter sido uma terra sem lei. Ao referendar sobre seu trabalho, cita a existência de duas pequenas Congregações, de um pessoal advindo de Minas Gerais, no sítio, sendo elas: a do Pousinho, formada pelos advindos do Leste mineiro e a do Kilômetro 28 advindos da região oeste de Minas Gerais. Ele procurou dar assistência a eses evangélicos, além de outros que encontrou na cidade com o passar do tempo. Em 28 de março de 1954, num domingo, às 15 horas conseguiu realizar a primeira reunião de abertura do trabalho presbiteriano na cidade. Isto ocorreu numa sala de bar, alugada do Sr. Nakaiama, na rua Araruna, provisoriamente. As reuniões ficaram programadas para as quartas-feiras à noite e domingos pela manhã. Porém, o medo das pessoas de andarem à noite, resultava em ausências totais nas quartas.

A persistência do Pastor levou-o à aquisição de um Jeep, o que viabilizou a melhoria de seu trabalho ampliando seu campo de ação. A Igreja Presbiteriana de Campo Mourão foi organizada como tal em 12 de agosto de 1959, em novo local adquirido com ofertas. Contava com 213 membros comungantes, recebidos por jurisdição, por transferência, por batismo e confissão de fé. Isto abrangia todo campo missionário da região na época. Durante todos os anos da história de IPB em Campo Mourão, diversos pastores já passaram pela Igreja deixando sua contribuição tanto na administração física, como também, na herança espiritual. Hoje, aos 60 anos de história, a IPB conta com excelente espaço físico, em área nobre da cidade, que atende as necessidades, um Conselho atuante, constante ação em prol de nossa cidade, e aproximadamente 700 membros. A Igreja tem projetos de acolhimento, evangelização, enfim, continua buscando agir dentro dos mesmos ideais de sua origem, sendo luz no mundo e sal da terra. Beth Ecker/Cidinha Coletty

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mo men to

poesia Marlene Kohts

Eco

Ecoa e volta pra mim a mesma energia, Tudo o que fiz ressoou e me encontrou; Sem problemas nenhum em colher os frutos do que plantei ... São doces meu bem ! Eu mesmo os temperei.

*Autora: Marlene Kohts Cadeira 18 – ACADEMIA Mourãoense de Letras 28

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poesia Para Falar de Amor

Cida Freitas

Amor é uma palavra doce, terna... Apesar de pequena, dentro dela cabe o mundo Não há como falar de vida sem falar de amor Vivo a colher momentos que me levam a essa conclusão Olho para a natureza: Tão bela, tão rica, tão complexa Criada pelo Artista Eterno que é amor em essência... Vejo os pássaros namorando, as aves todas, os animais... Eles sabem o tempo e o modo de amar... Vejo jovens apaixonados planejando futuro... E casais que superaram barreiras, agora idosos ainda de mãos dadas... Vejo pessoas que se esquecem de si para cuidar de outrem... E pessoas que se esquecem da mágoa para praticar o perdão... Vejo crianças, o verdadeiro amor transformado em pessoinhas... Vejo o amor espalhado no mundo, embora, às vezes pisado... É o amor que promove a paz coletiva Sem ele a guerra é certa, em casa, nas ruas, entre nações... Sem amor a vida é crua, sem sentido Por isso gosto tanto do Coríntios 13:

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O amor

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (...)”.

Cida Freitas, escritora profcidafreitas@uol.com.br CIDADE EM REVISTA

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mo men to

poesia Cidinha Coletty

Amizade Noite fria, vinho... amizade... Amizade sincera é coisa cara e rara... Quem tem é mais feliz... E, com amigos e uma taça de vinho. Fica bem mais fácil levar a vida!!

Autora - Cidinha Coletty Jornalista, empresária, fotógrafa e colunista 32

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Deseja emagrecer e não consegue? *Marc o Auréli o Dias

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É natural que nos preocupemos com o nosso corpo, afinal ele diz muito sobre nós. O corpo é a forma como cada um se apresenta ao mundo, e é ele também que nos coloca no mundo. O que isso quer dizer? O nosso corpo não é apenas uma imagem ou a materialidade do nosso organismo, mas ele é um “Eu”. Dizer “meu corpo” e também dizer “Eu”. É isso que Freud nos diz em seu texto chamado “O Ego e o Id”: “O ego é, primeiro e acima de tudo, um ego corporal” (Freud, 1923). É com esse corpo que cada um se mostra ou se esconde do outro. Alguns se mostram no corpo para esconder a alma, outros mostram a alma para esconder o corpo.

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Desse modo, uma imagem corporal não é apenas uma imagem, mas um Ser. Um modo de ser. Sabemos o quanto a relação que temos com o próprio corpo determina muitas coisas em nossa vida. Podemos ser seguros ou inseguros, saudáveis ou doentes, acolhidos ou rejeitados, amados ou odiados, desejados ou ignorados. É claro que tudo isso se passa no olhar do outro, pois como nos ensina o ditado “ a beleza está nos olhos de quem vê “. Entretanto existe uma estrutura social no olhar de cada um de nós, um modo como vemos o mundo e as pessoas. Não podemos controlar o olhar do olhar com nossas ações, mas cada um pode ser posicionar em um lugar, de um modo em que os outros possam no reconhecer ali. 36

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O que seria se posicionar em relação ao olhar do outro? Ser gordo ou ser magro, educado ou antipático, inteligente ou ignorante, são modos de relação. E esses modos de ser, são modelados por nossas escolhas. Quando você faz escolhas, as escolhas também fazem você. A escolha de emagrecer não é de modo algum uma escolha fácil, muitas vezes ela é algo mais necessário do que propriamente um desejo. Isso porque abrir mão de uma parte do prazer em comer, pela satisfação em conseguir emagrecer, exige trabalho.

Mas não emagrecer também dá trabalho. Afinal, será que o corpo é só prazer ou também podemos encontrar satisfação com ele? Nem toda fome é de comida. As vezes enquanto você devora a comida, a angústia, ansiedade e tristeza, devoram a sua vida. A alma também tem fome. Marco Aurélio Dias Psicólogo Clínico - CRP 08/21538 *Especialista em Psicoterapia Psicanalítica *Especialista na Clínica Freud -Lacaniana Telefone: 9 9832-7964

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A NOVA LEI CONTRA O ABUSO DE AUTORIDADE Marcos Noboru Hashimoto

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Foi aprovado pela Câmara de Deputados na quarta-feira p.p. (dia 14/08), o projeto de lei de n. 7.596/17 , de autoria do Senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), que dispõe sobre os crimes de Abuso de Autoridade, e que segue agora para sanção presidencial. Revoga o antigo diploma legal que trata da matéria (de lei n. 4.898, de 09 de dezembro de 1.965) e dispositivos do Código Penal (lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1.940), aquela que, ao longo de seus 53 (cinquenta e três) anos de vigência, se mostrou absolutamente ineficaz para coibir referidas práticas – fosse sob o aspecto preventivo como repressivo; bem como alterou diversos dispositivos correlatos constantes à Lei da Prisão Temporária (lei n. 7.960/89), da Lei de Interceptação Telefônica (lei n. 9.296/96), do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei n. 8.069/90) e do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 8.906/94). Se integralmente sancionada, entrará em vigor 120 (cento e vinte) dias após a sua publicação.

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Como não podia ser diferente, em se tratando de lei que reflete diretamente no exercício do poder legitimamente constituído, em todas as suas esferas, têm desde então sido objeto de inúmeros elogios e ataques, sob os mais diversos argumentos. Para aqueles que a defendem, assegurará o livre direito do cidadão em ver-se protegido contra os mais diversos tipos de arbitrariedade que possam ser praticados pelo agente estatal, aí incluídos (mas não se limitando a estes) os servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas, membros do Poder Legislativo, do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e membros dos tribunais ou conselhos de contas (art. 2º., PL 7.596/17). Reputa-se agente público, para efeito desta lei, qualquer agente público no exercício de suas funções, servidor ou não, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.


Para os que lhes são contrários, referida lei incita a impunidade, incentiva a criminalidade, confere poderes às organizações criminosas, enfraquece o combate à corrupção e fere a independência dos juízes. Há ainda o viés político, daqueles que entendem que se trata de retaliação dos parlamentares contra atuações dos Órgãos de Persecução penal, para coibir a apuração de práticas escusas que se lhes possa atribuir. Independentemente de a quem assista razão, parece salutar algumas considerações. A começar pela conceituação de agente público, como sendo todo aquele que presta qualquer tipo de serviço ao Estado, ou seja, qualquer atividade pública. Trata-se, pois, de um gênero dos quais são espécies o servidor público, o empregado público, o terceirizado e o contratado por tempo determinado. Servidores públicos são ocupantes de cargo de provimento efetivo ou cargo em comissão, regidos pela Lei n. 8.112/90 e que são passíveis de responsabilização

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administrativa, apurada mediante processo administrativo ou disciplinar ou sindicância de rito punitivo. Empregado público pode ter duas acepções: a) ocupante de emprego público na administração direta, autarquias e fundações, nos termos da lei n. 9.962/2000, contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A rescisão desses contratos, em ato unilateral da administração, deve ser precedida de procedimento administrativo, com garantias ao empregado de participação na produção de provas, ampla defesa e julgamento impessoal;b) ocupante de emprego público na administração pública indireta, nas empresas públicas, nas sociedades de economia mista e nas fundações de direito privado. Também são contratados sob o regime da CLT. O agente público contratado por prazo determinado desempenha funções públicas, desvinculadas de cargos ou de empregos públicos, de forma precária e temporária, como os contratados por tempo determinado para necessidade temporária de interesse público, desobrigados de concurso público. Regulados pela Lei n. 8.745, 42

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de 09/12/1993, não se sujeitam aos dispositivos da lei n. 8.112/90 (Fonte: http://www.cgu.gov.br/sobre/perguntasfrequentes/atividade-disciplinar/agentespublicos-e-agentes-politicos#2). Vê-se portanto, que na ampla gama daqueles que podem ser sujeitos ativos (autores) do crime de abuso de autoridade encontram-se os “servidores públicos e militares e pessoas a eles equiparadas” (PL 7.596/17, art. 2º., inciso I), reputando-se “agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangido pelo caput” (art. 2º., parágrafo único), ou seja, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, servidor ou não. Parece simplório demais, pois, outorgar-se o pretenso e citado viés político à aprovação de referida lei. Por mais que tenha como principais destinatários os membros dos Poderes Executivo, Legis-


lativo e Judiciário, membros do Ministério Público e dos Tribunais ou Conselhos de Contas (Art. 2º., incisos II a VI), abrange em universo muito maior TODOS os agentes públicos, servidores ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes constituídos e esferas de poder, de modo que se destina à proteção do cidadão e revitalização/revigoramento de legislação ineficaz e ultrapassada de 53 (cinquenta e três) anos atrás (Lei n. 4.898/65), esta última de há muito totalmente desconforme ao texto constitucional vigente (Constituição Federal promulgada em 05.10.1988, já trintenária) não à toa denominada de Constituição Cidadã, onde se buscou pela maior garantia e proteção possível aos direitos fundamentais individuais e coletivos, vez que promulgada em período posterior a lamentável momento da história brasileira, o do regime ditatorial. O direito é mecanismo vivo, e precisa se adequar à realidade social. É evidente que tanto na esfera pública como na

privada, ocorrem desmandos e abusos de autoridade, seja de quem esta provenha e qual a fonte de poder. Situações em que prevalece o argumento da autoridade, sobre a autoridade do argumento. Para tanto, as leis existentes que combatem referidas práticas exigem constante aperfeiçoamento e adequação à realidade social, do que não destoam aquelas que visam regulamentar o exercício do poder pelos agentes que a recebem de sua maior fonte, o próprio Estado. Daí que, dentre as disposições do projeto de lei aprovado, sem prejuízo das sanções de natureza civil e administrativas, se destacam como crimes (dentre os 38 tipificados): demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo (administrativo ou judicial) de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento (art. 37); decretar em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da

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parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigí-la (art. 36); deixar de corrigir, de ofício ou mediante provocação, tendo competência para fazê-lo, erro relevante que sabe existir em processo ou procedimento (administrativo ou judicial) (art. 34) ; antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação (art. 39); divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado (art. 28); fotografar ou filmar, permitir que fotografem ou filmem, divulgar ou publicar fotografia ou filmagem de preso, internado, investigado, indiciado ou vítima, sem seu consentimento ou com autorização obtida mediante constrangimento ilegal, com o intuito de expor a pessoa a vexame ou à execração pública (art. 14); exigir informação ou cumprimento 44

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de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal (art. 33). Em suas “Disposições Finais”, o projeto aprovado reafirma a vedação às interceptações de comunicação telefônica, de informática ou telemática, escutas ou quebras de segredo de justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei; prevê a perda de cargo, mandato ou função aos crimes praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, que de forma reincidente violem as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente; prevê constituir crime a violação de direito ou prerrogativa de advogado previsto na lei n. 8.906/94, cuja violação constitui, por via indireta, na violação de direitos e prerrogativas do cidadão no exercício de seu direito de representação e defesa. Prevê ações penais públicas incondicionadas contra os agentes públicos que praticarem os crimes, e até mesmo ação penal privada subsidiária se a anteriormente mencionada não for intentada no prazo legal. Sem prejuízo de sanções ci-


vis e administrativas, ainda a aplicação de penas restritivas de direitos contra estes agentes, sem prejuízo, como efeitos da condenação, de tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, a inabilitação para o exercício do cargo, mandato ou função pública e até a perda destes. Mas não sem antes lhes ser assegurado o direito ao devido processo legal, e ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e recursos inerentes (CF, art. 5º., LIV e LV). De forma a assegurar a liberdade dos juízes no ato de interpretar, aplicar e decidir no exercício da função jurisdicional, prevê em seu artigo 1º., parágrafo 2º., que “a divergência na interpretação da lei ou na avaliação de fatos e provas não configura, por si só, abuso de autoridade.”. Ademais, o dever de fundamentação das decisões judiciais afasta qualquer pecha de subjetivismo pela qual qualquer um pudesse alegar estar o juiz a incorrer na prática de crimes previstos nesta lei. E o Poder Judiciário como um todo é provido de juízes extremamente qualificados que dificilmente incorreriam nestas condutas, e que, se defrontes a situações tipificadas, já tomariam as providências necessárias para a sua imediata sanação e correção.

Na maior parte dos demais crimes tipificados – relacionados à atividade de persecução penal (elucidação dos crimes e sua[s] autoria[s], para posterior ação penal), nada mais se faz do que assegurar e reiterar o que a Constituição Federal vigente prevê em seu artigo 5º. desde sua promulgação, em 05.10.1988. Em convite que se faz a todos(as) para que leiam o texto do projeto aprovado (basta simples consulta ao Google), se verifica a preocupação na proteção a direitos fundamentais como liberdade (pune-se prisões manifestamente ilegais; conduções coercitivas descabidas e sem prévia intimação; captura em situações que não em flagrante delito e sem ordem escrita de autoridade judiciária; constrangimento de preso ou detento mediante violência); à dignidade, privacidade e presunção de inocência (proíbe-se exposição pública por fotografias não autorizadas de meros suspeitos ou indiciados; divulgação de gravações sem relação com a prova que se pretenda produzir; o uso de algemas sem oferta de resistência; dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada; proíbe-se antecipar o responsável pelas investigações, atribuindo-lhe

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culpa inclusive por meio de redes sociais); assegura-se o direito da parte ser representada e/ou defendida por advogado(s) – previstos na Lei n. 8.906/94 e que não vinham sendo respeitados; pune-se abusos de autoridade praticados contra crianças e adolescentes. Resta saber se haverá vetos, e de qual natureza. Respeita-se as opiniões em contrário, mas parece crível que o sistema legal já prevê mecanismos preventivos e assecuratórios nos quais aqueles agentes públicos que efetivamente exercem suas funções de acordo com a lei, se ancoram e de há muito exercem seu mister. Esta lei vêm apenas para adequar situações legais outrora já previstas, e introduzir outras não previstas, à atual realidade social e jurídica, combatendo excessos, assegurando direitos e asseverando deveres. Aqueles que, ainda que inopinadamente, precisam adequar suas condutas em servir e respeitar aquele que é o verdadeiro destinatário de suas funções e a razão do poder que lhes é investido: o cidadão, têm mais uma oportunidade para fazê-lo. Dr. Marcos Noboru Hashimoto Especialista em Direito Civil e Processual Civil pela Fundação Eurípides Soares da Rocha, de Marília (atual UNIVEM); especialista em Direito dos Contratos pelo IICS/ CEU, de São Paulo; Mestre em Direito Negocial pela UEL (Processo Civil); Doutor em Direito pela PUC/ SP (Processo Civil). Professor do curso de graduação em Direito da PUC/PR e da Universidade Positivo – Campus Londrina, e dos cursos de pós-graduação lato sensu da PUC/ PR Maringá, do IDCC – Instituto de Direito Constitucional e Cidadania de Londrina, e das Faculdades Integrado de Campo Mourão (também MBA). Membro da ABDPro – Associação Brasileira de Direito Processual. Membro Honorário da UIJ – União Ibero-Americana de Juízes. Advogado e Palestrante.

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Saudades...

* Vicente Estanislau Ribeiro

Quando estamos imersos em nós mesmos, parece que, naturalmente, sem muito esforço, os pensamentos voltam ao passado. A gente começa a rebobinar as fases do tempo vivido e vai passando pela nossa memória um acervo de coisas, como se fosse um filme. Será que é o temido vírus da nostalgia? Caso seja, acho que não existe vacina para tal. Ou, também pode ser a idade que vai chegando impiedosamente, e afeta os neurônios, estimulando-nos com frequência as frases “naquele tempo”, “na minha época”, e por aí vai... De fato, ficamos mais emotivos e sensíveis ao toque pretérito.

É o sinal de que estamos ficando velhos? Fico apreensivo com a velhice e suas consequências. Mas, o que é ser idoso e qual seu indício? Deve ser a partir do momento em que as velinhas do bolo, ficam mais caras do que o próprio bolo. Mas, pensando bem, o ato de envelhecer é um privilégio para poucos; muitos se vão na tenra idade. E, só tem histórias de vida para contar aquele que fez parte, quer como protagonista ou coadjuvante, não importando o seu papel e nem o personagem. Então, sentir saudades faz parte do filme de nossas vidas.

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Quem pensa que o tempo faz esquecer, esquece que a saudade faz lembrar. O ilustre amigo, Dr. Celso Rossi, sempre que pode, interage com os internautas, fazendo indagações simples, porém pertinentes, uma delas recentemente foi, (do que você tem saudades de Jacarezinho?). Isso nos remete a tantas coisas, a começar pelas brincadeiras da nossa infância, os amigos e colegas vizinhos, tanto de rua, como ao redor dos quarteirões; das escolas Marilac, Rui Barbosa e Colégio Dom Pedro II, por onde passamos, das matinês dominicais no Cine Iguassu e Cine Éden, com filmes do Tarzan, Mazzaropi, seriado do Batman e tantos outros, com o incansável “lanterninha” vigiando e aquietando a agitada galera. E, as brincadeiras dançantes? Não em clubes, e sim, nas residências dos amigos conhecidos e, às vezes, nem eram conhecidos. 48

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O aparelho de som da época, era o toca-disco, tipo Sonata, portátil, leve, de fácil uso e locomoção. Tudo na mais perfeita harmonia, som audível, músicas lentas inesquecíveis, dança de corpos coladinhos e de olhos cerrados. Não tinha confusão, nem desconfiança. Nada de maldade. O que tinha, era uma concorrência entre os amigos para ver quem iria dançar e ficar com a mais bonita da noite. O ficar de ontem não é o mesmo ficar de hoje. O de hoje é literalmente ficar ficando. O de ontem, era ficar esperando...esperando... e nada acontecia mesmo, com muito custo, uns beijinhos e só! Já era uma vitória para tagarelar a semana e o mês inteiro.

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Bebidas? Me lembro como se fosse hoje, o tal do “ponche” uma mistura de vinho com pedacinhos de maçã dentro de um caldeirão de alumínio, juntamente com uma concha, e aquilo era o máximo, uma loucura. Cigarros? A maioria para fazer bonito para as garotas, como uma auto-afirmação, mais para aparecer do que propriamente um doce prazer. Até tentei, usando a famosa marca da época, cigarrettes “du Maurier”, mas por curtíssimo tempo, não fui convencido e nem aliciado pela multinacional do tabaco. Ainda na adolescência, fui guarda mirim, era feliz, e não sabia. E, para ser um mirim, tinha que estar estudando, se não, nem pensar. Além do que, duas horas de instrução militar diária, na parte da manhã, e depois cada qual no seu trabalho.

Na foto (1972) abaixo: Vicentinho é o 1º da esquerda p/ a direita de blusão escuro.

O meu, era no Banco Bamerindus, onde permaneci por mais de vinte anos. Esse meu primeiro emprego, posso dizer que foi o meu doutorado de vida, ali aprendi muitas coisas; o que sou, fiz, faço e tenho, é graças a ela, a Guarda Mirim. Relembro, com saudades, dos movimentos de jovens católicos, como o SHALOM, ao qual pertenci, mas tinham outros, como o JAPA e o JAUNAC. O Tiro de Guerra, que aprendizado de vida, de hierarquia, disciplina, responsabilidade, ordem, respeito e acima de tudo, cidadania. Os companheiros atiradores, quantos momentos de guardas, cumplicidades, sofrimentos, risadas; mas conseguimos terminar o que começamos. As recordações são tantas e tantas, que fica difícil expressá-las no papel, são períodos distintos e inesquecíveis ao longo de nossa vida. E, parafraseando o mestre e poeta Mário Quintana, “O tempo não pára! Só a saudade faz as coisas pararem no tempo”. * Vicentinho é Secretário de Planejamento do Município de Jacarezinho, PR.

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A SÍNDROME DO VITIMISMO Cida Freitas

Li, certa vez, que o povo brasileiro sofre da síndrome do vitimismo, pois sempre tem um motivo para reclamar. Se está frio, reclama; se está calor, reclama; se tem emprego, reclama da segunda-feira, pois não vê a hora de chegar a sexta-feira, mas se está desempregado, reclama por um emprego... Até na forma de se cumprimentar sempre há um palavra de vitimismo: Bom dia! Tudo bem? Tudo bem nada (e aí vêm as reclamações: gripe, dor de cabeça, falta de dinheiro, crise econômica, e vai por aí afora). Na verdade, quando se pergunta “Tudo bem?”- é só uma forma de cumprimento, não é uma consulta. James Allen e Ricardo S. Marques escreveram o livro: Você é aquilo que você pensa. Além deles, há outros títulos parecidos e a mensagem é a mesma: Pensamentos positivos atraem situações positivas; pensamentos negativos atraem situações negativas.

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Pessoas que possuem “alto astral” são sempre bem vindas nos diversos ambientes, quer na família, quer no ambiente de trabalho, nos grupos de amigos... Por quê? – Porque todos gostam do que é positivo, alegre, de ideias que somam, que plantam esperança, fé... É diferente de quem fala com desânimo, que critica tudo sem ter uma sugestão para melhorar, que fazem drama, “tempestade em copo d’água”, como diziam os antigos. Existe um livro que sempre vou citar porque ele me ajudou muito em uma época que fiquei meio sem saber o que fazer. Eu me julgava frágil diante da situação, não sabia a quem recorrer e comecei a pensar negativamente toda a minha história. Meus planos pareciam não ter sentido, os pensamentos me atropelavam e eu me perdia neles. Um médico amigo meu me indicou o livro O Poder do Subconsciente, de Joseph Murphy.

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Li, reli, li outra vez até dar ordens ao meu subconsciente. Afastei-me de tudo o que me lembrava tristeza, decepção e fracasso. Agarrei-me nos pensamentos positivos e comecei a sonhar com um futuro diferente onde a alegria, a coragem de ousar e a certeza de estar no caminho certo eram os propulsores de minhas ações. Esse livro fez muito sucesso nos anos 70/80 e ajudou muitas pessoas a renovarem seu paradigma. Atualmente, com a tecnologia, as redes sociais permitem que todos falem de tudo. Seria bom que aproveitássemos essa ferramenta para promover a ‘corrente do bem” , sem assuntos negativos. Certamente afastaríamos a síndrome do vitimismo que tanto mal faz ao indivíduo e à sociedade. Prof. Cida Freitas profcidafreitas@uol.com.br

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AS NOVENAS E OS LOBISOMENS

* Dirce Bartotti Salvadori

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A infância na zona rural nos aproximava dos lobisomens, da mula sem cabeça, do boitatá, do Saci Pererê e de tantos outros seres que preferiam viver nestas paragens, principalmente na quaresma, palavra que em si já nos arrepiava os cabelos. Enquanto o sol brilhava, o campo era uma festa de cores e sons, mas quando o sol se punha e a lua e as estrelas despontavam no céu, o campo se transformava no reino dos seres misteriosos que povoavam a noite. Era hora dos homens se recolherem à sua insignificância. Para se verem livres destas entidades, era comum que os sitiantes, chacareiros, fazendeiros, peões e demais trabalhadores da zona rural evitassem sair a campo no profundo da noite, principalmente nas sextas-feiras, nos dias treze e nas datas de lua cheia. Assim, para que ninguém tivesse que enfrentar

os perigos de um encontro fatal com os seres da noite, as novenas da quaresma eram rezadas, no máximo, até às dezenove horas. Ninguém do entorno das casas onde a novenas se desenvolviam deixava de comparecer, pois estas rezas funcionavam quase como um amuleto protetor contra as temíveis entidades. Vô Pedro, lavrador de mãos calejadas, mas falador de latim, italiano e português e leitor da Bíblia e dos demais livros de orações poderosas, era o rezador de sua comunidade rural. Trabalhador incansável o avô levantava-se muito antes que o sol iluminasse o dia. No raiar da aurora, seguia com seus filhos, irmãos e sobrinhos para a dura labuta do campo. Formador de fazendas e sítios de café, liderava seu grupo familiar nos contratos de meiagem ou arrendamento de terras e/ou armazéns rurais de fornecimento a agricultores.

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De estudos, tinha apenas o curso primário, mas seu pai, italiano do Vêneto ensinara o latim e a língua patrícia aos filhos, pois não admitia que se comunicassem, em casa, utilizando a língua portuguesa. No tempo das novenas, no entardecer, quando retornava da roça, o avô despia a camisa e as alpercatas de trabalho, lavava-se rapidamente e vestia calças e camisas domingueiras. Quando a novena era em sua grande casa de madeira acinzentada, dispunha o terço, os livros sagrados e as imagens dos santos na mesa da varanda, enquanto aguardava os vizinhos para as orações. Num breve espaço de tempo, a grande varanda que circundava a casa estava repleta de homens, mulheres e crianças. Tão logo aprendi a ler, tornei-me auxiliar do avô e os mistérios do terço eram intercalados entre nós dois, mas a ladainha final, que era em latim e à qual todos respondiam “ora pro nóbis”, ficava ao encargo dele.

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Depois da novena de sexta-feira e do sábado, já se tornara habitual o cafezinho ou o chá de folhas de figo acompanhados do bolo de milho ou de fubá, servidos pela avó. Nestes dias, como os homens não trabalhassem em suas roças no sábado e no domingo, a prosa se delongava após as orações, mas ninguém se esquecia de observar o cair da noite, principalmente os que precisavam caminhar em meio ao mato para o retorno. Como o sítio era de boas dimensões, alguns trabalhadores caminhavam até dois quilômetros no deslocamento para acompanhar as novenas. Completados os nove dias de orações numa casa passava-se para a outra, até o término da quaresma e, como não se conseguia contemplar todas as casas num período quaresmal, dava-se prefe-

rência àquelas de melhor acesso a todos, embora isso não significasse que fossem próximas entre si. Mas o avô ia rezar a novena em todas elas e eu o acompanhava. Criança educada entre as facilidades da cidade e as dificuldades do campo, eu compreendia porque ver-me lendo as orações espantava a todos e, vaidosa, gostava de ser motivo destes espantos e dos comentários deslumbrados dos parentes e amigos da família. Numa tarde – e os meus avós maternos desta vez estavam conosco, pois passariam a Páscoa na casa do avô Pedro fomos rezar na casa de um irmão do avô, a mais distante de todas nas quais a novena daquele ano se desenvolvera. Atravessamos um riacho raso e transparente por sobre as pedras e seguimos num carreador longo e ascendente que cortava a plantação de milho, que já ia alta e plena de espigas. Um capão de mato denso e fechado separava a clareira onde a casa se situava da plantação de milho.

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Uma picada estreita, por onde só se conseguia caminhar em fila, permitia atravessar este espaço. Chegamos à casa do tio no cair da tarde, com o acinzentado do céu tingindo-se de alaranjado na linha do horizonte. Não demorou muito, a sala se encheu com a presença dos noveneiros e o avô deu início às orações. Concluídas as rezas, com a lua cheia já iluminando a copa das árvores, enquanto tia Santa, a dona da casa, servia o cafezinho, tio Jorge, seu esposo e conhecido contador de causos, começou a narrar a história de um cabrito que perdera na semana anterior. Engordado e reservado para o almoço da Páscoa, o

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tal cabrito fugira do cercado durante a noite e só fora encontrado, estraçalhado, dois dias depois, no meio do capão de mata fechada, por um dos filhos do tio, enquanto caçava. - Num há de vê que tinha marca de garra e dente no pescoço e o animar tava estraçaiado? Dizia o tio. - Será que foi onça ou cachorro do mato, seu Jorge? Perguntou minha avó materna. - Que sei eu, dona Maria? Por mim que foi coisa pior. Tinha rasto de bicho grande por ali, pois o mato em vorta tava todo quebrado e o capim amassado. Aqui di casa nois iscuitou muitos uivo grande naquela noite, coisa de arrepiá os cabelos, explicou tio Jorge.


A conversa do tio Jorge provocou um rebuliço e todos se apressaram em voltar a casa. O avô Pedro, eu e a avó Ana, seguidos de perto pelos meus avós maternos, nos juntamos ao grupo e nos despedindo dos donos da casa nos pusemos a caminho. A noite ia clara, pois a lua cheia brilhava no céu cobrindo a mata de uma luz fria que delineava a natureza criando formas escuras e densas, o que dava ao mundo um aspecto fantasmagórico. Caminhávamos mais ou menos em fila indiana, quando minha avó materna perguntou ao meu avô: - Que dia do mês é hoje, Antônho? - É dia treze, sexta-feira, Maria. Por causa di que ocê pergunta? Retrucou ele. - Uai homi, por nada não, só pra sabê e lembra oceis que é mió apressa o passo! Sexta-feira, treze, lua cheia… vichi...é noite de bicho tinhoso, minha gente!

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E a fila desembestou, cada um querendo andar mais depressa que o outro para não ficar para trás. Quando o grupo já chegava ao milharal, seu João Bino, que era o primeiro, estancou de chofre e, colocando o dedo indicador frente aos lábios, fez um “Pssssiiiiiiiiuuuuuuu” que foi ouvido até o final da fila. Paramos todos, as vozes emudeceram e os ouvidos se aguçaram, enquanto os corações disparavam na expectativa. - Que foi, seu João Bino? Perguntou dona Carlota que era a terceira da fila. - Tô ouvino um baruio de gaio quebrado, minha gente ! Acho que tem coisa no meio do miaral. Assunte pro ceis vê! Com todos assuntando, não se ouvia qualquer ruído humano! Alguns evitavam até o barulho da respiração, levando a mão à boca. De repente, todos escutaram o som de pé de milho se quebrando e de algo sendo arrastado pelo meio do milharal. Foi um deus-nos-acuda! Aquela fila de gente desembestou a correr, cada um cuidando para não ser o último e todos se atropelando na tresloucada ação de esca-

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par do que quer que fosse que viesse pelo meio do milharal. Repentinamente João Bino se deteve momentaneamente e gritou: - Seu Pedro, destampa o seu latim que é língua de santo e manda esta assombração pra longe da gente! Isso é assombração, gente! E das braba! E o avô, enquanto corria, rezava a altos brados: - In nomine Iesu Exorcizo te! Vade malum! In nomine Iesu! Sequetur evanescit, quia sumus filii Dei! A avó Maria dizia: - Reza, mas corre cumpadi Pedro! Reza, mas corre! Mesmo com os brados do avô Pedro o som foi crescendo e se aproximando do grupo. Alguns prosseguiam gritando pela proteção de Jesus e de todos os santos, alguns corriam com a mão no rosto como se temessem ver o que lá vinha, outros não sabiam se corriam ou se ajoelhavam em oração, havia também os que colocavam as mãos na cabeça, em desespero. Súbito, saindo do meio do milharal o ca-


valo despontou arrastando uma corda e sacudindo violentamente a crina. Ele irrompeu pelo meio do povo, quase atropelando alguns e seguiu em desembestada carreira, como se fosse perseguido. O susto fez o povo estancar! O primeiro a desatar em gargalhada foi o avô Pedro que arrastava a mim a e minha avó Ana pelas mãos. O contágio não se fez esperar e em segundos todos riam a mais não poder. Seu João Bino, sentando-se ao chão, segurava a barriga para poder gargalhar melhor. Enfim, a ordem voltou e todos seguiram para suas casas comentando que ainda bem que aquele era o último dia de novena e que o domingo seguinte já era Domingo de Ramos. Seu José das Dores (um dos que mais correra) dizia para todos: - Fui o único a não me assustá! Eu sabia que só podia se um cavalo! Seu João Bino retrucou: - Que isso cumpadi? Ocê quase se borrou de medo! Eu é que falei aqui pra Mariquita, isso é bicho correno no mato! Né memo Mariquita?

Dirce Bortotti Salvadori Professora aposentada da Unespar/Fecilcam. Membro da Academia Mourãoense de Letras, cadeira 37. Membro fundador da Academia Mourãoense de Filosofia.

Ao que dona Mariquita lhe respondeu: - Né não, João! Ocê isqueceu até di eu, homi! E assim seguiram, cada um querendo rir do medo dos demais. O que só a avó Maria percebera foi que eu não rira e me mantinha calada. - Se assustou muito, Saracura? Perguntou ela. Nem tive coragem para lhe contar que quando o cavalo passou meus cabelos se ouriçaram e minha voz estancou na garganta. Acho que fui a única a ver a diáfana personagem de vestes brancas que, montada em pelo, fustigava o cavalo. Bem que eu tentara avisar a todos, mas não conseguira, pois a voz sumira mesmo. Embora eu nada dissesse, fiquei imaginando o que seria correr os quase dois quilômetros que nos separavam da casa do avô Pedro, se eu contasse isso para a avó Maria.

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TRANSMISSÃO E POSSE - ROTARY CLUB CAMPO MOURÃO GRALHA AZUL Foi emocionante a posse da nova diretoria do Rotary Club Gralha Azul. Para a gestão 2019/2020, tomou posse o Pres. Gerson José Batista (esposa Daiane Lopes Cunha Batista) com o lema O Rotary conecta o mundo. O evento aconteceu na Casa da Amizade em 25/06/2019. Foi empossado também o Conselho Diretor, Na Oportunidade o Rotary Club Gralha Azul também comemorou seus 40 Anos com reunião festiva quando o presidente Carlos Alves e Elza Mendes De Souza Alves se despediram do ano rotário 2018/2019. Presentes no evento os Governadores do Distrito 4630, Edio Martello e sua esposa Rosy Martello 2019/2020; Carlos Naves e Ana Marcia C. Naves 2018/2019. Sucesso é o que desejamos!

Gerson José Batista e Esposa Daiane Lopes Cunha Batista (Presidente Gestão 2019-20 Rotary Club de Campo Mourão Gralha Azul.

O PRESIDENTE GERSON JOSÉ BATISTA 2019/2020 Gerson, é Administrador de Empresa, natural de Goioerê. Casado com Daiane Lopes Cunha Batista, tem três filhos. Do primeiro casamento, Ewerton Leandro Marques Batista, professor de Educação Física e Danielle Marques Batista – Nutricionista. Com Daiane, tem o filho Jhonatha Willian Cunha Batista – estudante. Gerson trabalha na Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar. FORMAÇÃO Graduação em Administração de Empresas na FACEU – Faculdade de Ciências Administrativas, Contábeis e Econômicas de Umuarama – Pr. Pós Graduação Latu Sensu – Especialista em Qualidade Total e Readministração – UNIPAR – Universidade Paranaense – Umuarama Pr. Facilitadores para a Qualidade – Curso Extensão Universitária – PUC – Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba – Pr. Pós Graduação Latu Sensu – Gestão para a Qualidade Total – PUC – Pós Graduação Latu Sensu MBA Executivo em Saneamento – FGV – Fundação Getúlio Vargas – Pr Foto com Presidente Gestão 2018-19 Carlos Alves e Esposa Elza

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Momento do Discurso do Presidente Gerson José Batista

Conselheiros do Club Gestão 2019-20

Gerson e Esposa Daiane com o Governador Gestão 2019-20 Édio Martello e Esposa Rosy

Conselho Diretor da Gestão 2019-20

Foto com os Padrinhos em Rotary José Turozi e Esposa Marilda

Foto com os filhos

Carlos Naves e Márcia e governador 2018-19

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Foto com a familia

HISTÓRICO NO ROTARY Sócio Representativo do Rotary Club de Campo Mourão Gralha Azul. Foi admitido no RI – Rotary Internacional em 31/05/2009, tendo como Padrinhos José Turozi e sua esposa Marilda. Classificação em Rotary Internacional Administrador Cargos Exercidos: Gestão 2009 – 2011 Presidente da Comissão de Projetos e Prestação de Serviços a Comunidade Gestão 2011 - 2012 Secretário Executivo Gestão 2012 – 2018 Presidente da Comissão de Administração do Club Gestão 2018 – 2019 Presidente Indicado para a gestão 2019/2020 Presidente Eleito do para a gestão 2019/2020

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Na Gestão 2014 – 2015: Participação na Convenção Internacional do Rotary, na cidade de São Paulo, nos dias 06 e 07 de junho 2015. (Juntamente com o Presidente da época Isaias Tavares) Período da convenção de 06 a 09 de junho 2015, no Centro de Eventos do Anhembi – SP – Maior Centro de Eventos da América Latina, com mais de 150 países presentes), com 35 mil participantes! A nova diretoria nossos votos de sucesso! Cidinha Coletty Jornalista, empresária, fotógrafa e colunista


BODAS DE OURO JOSÉ CARLOS E MARIA JOANA Linda e abençoada comemoração dos 50 anos de união do casal amigo, José Carlos e Maria Joana. A liturgia foi conduzida pelo Pr. João F. dos Anjos; Pr Rovaldo M. de Matos trouxe a mensagem muito edificante e o Pr. Nelson M. Gonçalves também participou da cerimônia. O evento foi abrilhantado pela presença dos três filhos, dos netos, da bisneta, genro e nora; assim como os irmãos dele e dela e grande número de amigos. Uma bênção maravilhosa!!!

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CASAMENTO MARIANA E RICARDO Após 4 anos de relacionamento, no dia 25 de maio de 2019, Mariana de Matos Alves Pereira e Ricardo Zvolinski Bomgiorno celebraram o casamento no Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, em cerimônia belíssima realizada pelo Pe. Ricardo Arica ao som de Gran Duo Concert. A noiva Mariana estava maravilhosa. Ela tem 25 anos, é advogada, filha de Eraldo Alves Pereira Junior e Adriane de Matos Alves Pereira; o noivo Ricardo, tem 31 anos, é contador, filho de Moacir Rener Bomgiorno e Maria Izabel Zvolinski. A dança marcou o momento com a coreógrafa Maryangela Dala Rosa. Nossos votos de felicidades.

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POSSE DA ASR Noite singular, posse da Associação de Senhoras de Rotarianos de Campo Mourão. A nova diretoria da Presidente Mara Hinokuma, que foi empossada para gestão 2019/2020 na Casa da Amizade em destaque. Maria Eleni Pereira Martins, (Pres. 18/19) fez um excelente trabalho fechando sua gestão com amor e gratidão!! Que bom gosto na decoração em rosas vermelhas e menu caprichado da Cheff Silvana Bassani. Parabéns e sucesso querida Mara, poderá contar com minha singela ajuda. Deus abençoe!!

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PARABÉNS MÁRCIA LINHARES QUE DEUS TE ABENÇOE E ILUMINE SEMPRE!! Ah, que noite agradabilíssima comemoramos o aniversário de Márcia Linhares com a presença da família e pessoas maravilhosas. Elmo Linhares, Alexandre Queiroz, Marcel, Cassiane Sartori Linhares e aquele suculento churrasco por Jota Linhares. Amigos queridos de longos anos e os melhores anfitriões!

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QUE JOS & VINHOS – ARCAM 2019 Show de bola a noite de Queijos e Vinhos da Arcam 2019. Realizada em 22 de junho foi mais um sucesso o tradicional baile. Belíssima a decoração de Claudete e toda equipe, atendimento Vip, ao som da Banda Santa Mônica, com mesa de frios, prato quente na madrugada e vinho.

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ANIVERSÁRIO DOS AMIGOS JOANI E DIRCÉLIA Almoço surpresa da família para comemorar o aniversário dos queridos Profs. Joani Teixeira e sua esposa Dircelia. Com a presença dos filhos, professor e Diretor Geraldo Augusto ; Antônio Carlos, Advogado; Manoel Henrique, Jornalista; Joani Júnior, Administrador de Empresa; noras, netos e amigos. No almoço, foi servido delicioso churrasco.

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CHÁ DA TARDE É TEMPO DE SONHAR Um sábado especial com Chá da Tarde na Primeira Igreja Presbiteriana de Campo Mourão. Tudo maravilhoso com palavras que edificam e bênçãos do Pastor Rovaldo Miranda de Matos e sua esposa Eliane Matos.

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14º ARRAIAL 10 FESTA EM LOUVOR A JESUS CRISTO Eita que isso tá bom, isso aqui tá bom demais!! A festa em louvor a Jesus que animou a noite fria do Arraial 10 da 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular com os Pastores Jurema e André. Parabéns ao jovem casal Samara Lorena Portes Mordhorst e Filipe Mordhorst pela organização do evento, realmente foi 10!! Teve muitas atrações com show de prêmios, Barraquinhas, brinquedos e brincadeiras.

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1º ANIVERSÁRIO DO INÁCIO DE PAOLIS Linda festa de aniversário do Inácio De Paolis, com o tema: Universo e decoração dos planetas, representando a noite e as estrelas numa aventura no espaço. Com alegria e felicidade os pais Edinara e Emilio De Paolis Junior receberam os convidados mirins ao lado do irmãozinho Lucas. Parabéns e muitas felicidades para o Inácio. Amamos vocês!!

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COMENDA VIDA E LIBERDADE

Noite encantadora!! Academia Mourãoense de Letras homenageou os professores Cida Freitas e José Carlos Paraguaio com a Comenda Vida e Liberdade. O evento aconteceu no dia 8 de junho na Câmara Municipal que esteve movimentada na ocasião. A comenda Vida e Liberdade foi criada pela AML para homenagear pessoas que se destacam na literatura e na cultura de Campo Mourão e Região. Ambos foram merecedores da homenagem. Apresentação maravilhosa da Orquestra Viola no Campo, de Campo Mourão.

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MEU RISO É TÃO FELIZ COM O CAÇA AO TESOURO LITERÁRIO! * Prescila Francioli O Projeto Caça ao Tesouro Literário de autoria da escritora Prescila Francioli, a qual possui premiação internacional como escritora, teve a maior pontuação entre os oito projetos contemplados pela Prefeitura Municipal de Campo Mourão. No dia 05/08/2019 o Projeto, realizado com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura (lei 1.103/98), através da Fundação Cultural e da Prefeitura Municipal de Campo Mourão, teve seu início na Escola Municipal Professor Domingos José de Souza, atendendo duas turmas do quinto ano. No momento, o Projeto Caça ao Tesouro Literário está sendo desenvolvido em quatro escolas: Escola Municipal Monteiro Lobato; Escola Municipal Professor Domingos José de Souza, Escola Municipal Mário de Miranda Quintana e Escola Estadual Doutor Oswaldo Cruz. Cento e sessenta e uma crianças participam do

projeto. De acordo com as Professoras que estão acompanhando o andamento do projeto, os alunos ficam contando as horas para o dia em que a escritora vem para realizar as atividades. Fazem parte das atividades desenvolvidas: caçar um tesouro que é cuidadosamente preparado pela escritora e escondido nas dependências do colégio. Ao encontrar o tesouro, cada equipe recebe uma atividade para desenvolver. Cada atividade faz parte da competição, a qual tem ao final premiação. As equipes recebem agrados durante os desenvolvimentos dessas atividades. As manifestações de alegria dos alunos são visíveis. Os professores disseram para a escritora não estranhar se algum aluno não se sentisse motivado a participar, mas todos têm se mostrado interessados e motivados. O resultado tem sido notável, na interação uns com os outros, no CIDADE EM REVISTA

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CAÇA AO TESOURO LITERÁRIO!

perder da timidez, vez que eles precisam explicar o resultado da atividade e a escritora não abre mão que todos falem sobre suas experiências em cada atividade. O desenvolvimento da leitura é excelente, vez que todos têm que ler. A criatividade tem sido trabalhada a cada encontro, uma vez que cada grupo recebe um tema para escrever, os quais servem de idéia para a escritora, que está utilizando das atividades desenvolvidas como itens de pesquisa para escrever um livro infanto juvenil. Os resultados positivos já são visíveis. Um aluno, nada receptivo, o qual a escritora tentava conversar com ele e o mesmo evitava, na terceira atividade chamou a escritora para conversar e perguntou se ela podia ler o texto dele. Ao ler, a mesma foi surpreendida com três páginas de excelente produção.

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O aluno disse para a escritora: Quando você apareceu aqui eu não gostei muito, mas agora eu estou gostando demais de participar desse jogo literário e descobri que escrever é uma coisa que me faz muito feliz. Na verdade, “meu riso é tão feliz com o caça ao tesouro literário”, afirmou o aluno antes inacessível e agora participante motivado do projeto. A Professora Édina Sacramento afirma: “os alunos, além do aprendizado em leitura e escrita, estão gostando e se divertindo muito com cada dia de caça ao tesouro literário.” A Professora Rozania Cristina G. Valença disse: “Esse Projeto é um divisor de águas na vida dessas crianças, porque eles estão aprendendo todo o processo de como se escreve um livro, desenvolvendo o gosto pela leitura e a criatividade para compor bons textos. As escolas precisam disso.” Uma aluna falou: “cada

dia é uma emoção diferente, porque além da adrenalina do caçar e não sabermos o que vamos encontrar na caçada, ainda tem a emoção de ler e escrever junto com a escritora. Eu amo isso e não vejo a hora dela vir.” Para a escritora, que planejava atender 100 alunos e abriu exceção para mais 61, porque várias escolas e professores, até de outras cidades tem solicitado o projeto, é uma surpresa agradável. De acordo com a mesma, escrever o seu próximo livro tendo os futuros leitores como espelho é algo maravilhoso, vez que ela está ali, vendo a reação deles a cada palavra lida e de acordo com a reação, ela vai adaptando o texto de acordo com as críticas e sugestões dos mesmos. Isso está resultando num livro adequado para a idade deles e que agrada, tanto às meninas quanto aos meninos.

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O sucesso do projeto se pode perceber, tanto pela empolgação dos participantes, quanto nos olhos brilhantes da escritora ao contar suas experiências junto aos mesmos. As professoras que vestiram a camisa do projeto, Rozania, Cristina G. Valença, Andréa de Fátima Maciel, Maria José B. Guirro, Débora Duarte Ramos, Maria S.S. Pasquine, Edina do Sacramento, Sandra Martins Alves Gonçal-

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ves declaram que estão felizes por terem aceitado fazer parte do Projeto, vez que o projeto é dinâmico, educativo, motivador e os alunos estão se divertindo muito com cada dia que a escritora vem realizar as atividades do Projeto Caça ao Tesouro Literário. É um projeto inédito na área da literatura e além deles se divertirem, estão recebendo ensinamentos de escrita criativa. É maravilhoso! Escritora: Prescila Francioli


DICAS DE LEITURA MINHA HISTÓRIA

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om uma vida repleta de realizações significativas, Michelle Obama se consolidou como uma das mulheres mais icônicas e cativantes de nosso tempo. Como primeira-dama dos Estados Unidos - a primeira afro-americana a ocupar essa posição -, ela ajudou a criar a mais acolhedora e inclusiva Casa Branca da história. Ao mesmo tempo, se posicionou como uma poderosa porta-voz das mulheres e meninas nos Estados Unidos e ao redor do mundo, mudando drasticamente a forma como as famílias levam suas vidas em busca de um modelo mais saudável e ativo, e se posicionando ao lado de seu marido durante os anos em que Obama presidiu os Estados Unidos em alguns dos momentos mais angustiantes da história do país. Ao longo do caminho, ela nos ensinou alguns passos de dança, arrasou no Carpool Karaoke e criou duas filhas responsáveis e centradas, apesar do impiedoso olhar da mídia.

Autor: Michelle Obama Nº de Páginas: 416 Assunto: Biografia Ano: 2019

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O Livro De Salomão - A Sabedoria Da Contemplação O Livro da Sabedoria permite abordar a questão da compatibilidade ou da incompatibilidade da religião e da filosofia, mas também a da não oposição possível ou impossível, da transcendência de Deus e da sua imanência no cosmo e na história. Daí a necessidade de um mediador ou de um intermediário, “terceiro incluso” que o Livro de Salomão chama de Sophia, e São João chama de Logos. O Livro da Sabedoria é realmente o livro que faz a articulação entre o Primeiro e o Segundo testamentos, assim como ele faz a articulação entre a revelação e a filosofia. À imagem desta sabedoria que mantém unidos, “sem confundi-los, sem separá-los”, thanatos e athanatos, o visível e o invisível, a Eternidade e o tempo, o Infinito e o finito, o homem e Deus.

Autor: Jean-Yves Leloup Nº de Páginas: 184 Assunto: Religião Ano: 2019

O Que Só Passarinho Entende

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m uma época em que somos atravessados por tantas informações, por excessos e desperdícios, O que só passarinho entende faz um convite ao singelo. Propõe uma reflexão sobre nossas experiências pessoais diante à natureza e convida o expectador a um momento de apreciação. Explorando a poesia de uma maneira singela de se viver, sem deixar de mergulhar fundo numa realidade que diz respeito a toda sociedade, abordando questões como a solidão, o abandono e a seca. Tem como pano de fundo o Vale do Jequitinhonha, no Nordeste do estado de Minas Gerais e, assume um compromisso de resgate e valorização das riquezas da cultura nacional.

Autor: Agatha Duarte Nº de Páginas: 82 Assunto: Dramaturgia Nacional Ano: 2019

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O apanhador no campo de centeio

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natal, e Holden Caulfield conseguiu ser expulso de mais uma escola. Apenas com uns trocados e seu boné vermelho, o jovem traça um plano incerto: tomar um trem para Nova York, adiando a volta à casa dos pais até que eles recebam a notícia da expulsão. Seus dias e noites serão marcados por encontros confusos com estranhos, brigas com tipos desprezíveis, encontros com exnamoradas, visitas à sua irmã e por dúvidas que irão consumi-lo durante sua estadia. Acima de todos esses fatos, preocupações e pensamentos pairam o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão quase sem fim de ressentimento, humor, frases lapidares, insegurança e rebelião juvenil.

Autor: J.D. Salinger Nº de Páginas: 256 Assunto: Romance Ano: 1951

A Coragem de Ser Imperfeito

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uando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, Brené Brown concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”. Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.

Autor: Brené Brown Nº de Páginas: 208 Assunto: Autoajuda Ano: 2016

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A mulher na cabine 10

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o Blacklock, jornalista de uma revista de turismo, recebe um convite para cobrir a viagem inaugural de um luxuoso navio, o Aurora Boreal. No meio de uma noite, Lo acorda com um grito, corre para a janela e vê o que lhe parece um corpo sendo jogado ao mar da cabine vizinha à sua. Mas os registros mostram que ninguém se hospedara ao seu lado e que não falta ninguém da lista de passageiros. Lo começa uma investigação para encontrar qualquer prova de que foi testemunha de um assassinato. Exausta, abalada e desacreditada por todos os passageiros, que seguem viagem como se nada tivesse acontecido, ela precisa encarar a possibilidade de que talvez tenha cometido um terrível engano. Ou se convencer de uma vez por todas de que está presa em um navio com um assassino à solta.

Autor: Ruth Ware Nº de Páginas: 320 Assunto: Suspense Ano: 2017

A livraria dos finais felizes

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ara tem 28 anos e nunca saiu da Suécia. Quando sua amiga Amy, uma senhora com quem troca livros pelo correio há anos, a convida para visitá-la na cidade de Broken Wheel, Sara decide se aventurar. Mas, ao chegar lá, descobre que Amy faleceu. Sara se vê desacompanhada na casa da amiga e começa a pensar que talvez esse não seja o tipo de férias que havia planejado. Com o tempo, Sara descobre que não está sozinha. Nessa cidade isolada e antiga, estão todas as pessoas que ela conheceu através das cartas da amiga. Logo Sara percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de alguma aventura, um pouquinho de autoajuda e talvez uma pitada de romance. Resumindo: a cidade precisa de uma livraria.

Autor: Katarina Bivald Nº de Páginas: 336 Assunto: Romance Ano: 2016

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O Barqueiro

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ansada dos problemas na escola e em casa, Dylan sai da cidade decidida a conhecer seu pai. Mesmo com todas as advertências da mãe, ela compra a passagem de trem que a levará rumo às Terras Altas da Escócia. Mas um acidente terrível a tira de seu caminho. De repente, ela se vê em um lugar completamente desconhecido, e descobre que foi a única a sobreviver.Exceto pelo fato de que ela não sobreviveu. Perdida, Dylan encontra Tristan, um misterioso ser cuja função é guiar sua alma pelo mundo dos mortos.

Autor: Claire Mcfall Nº de Páginas: 283 Assunto: Romance Ano: 2018

CAIXA DE PASSÁROS

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asta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora - uma decisão errada e eles morrerão.

Autor: Josh Malerman Nº de Páginas: 272 Assunto: Suspense Ano: 2018

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PODER E ALTA PERFORMANCE “Mudanças profundas e substanciais acontecem rapidamente.” Ter uma vida melhor e ser bem-sucedido na vida pessoal e, ao mesmo tempo, na profissional é perfeitamente possível. NO entanto, como fazer isso é a questão que aflige muitas pessoas, pois é difícil pôr as estratégias em prática. COm o objetivo de promover mudanças rápidas, profundas e permanentes no ser humano, Paulo Vieira oferece neste livro as ferramentas fundamentais para que o leitor tenha uma vida plena e assuma o controle do seu destino, tonando-se tudo aquilo para o que ele foi criado.

Autor: Paulo Vieira Nº de Páginas: 256 Assunto: Desenvolvimento Profissional Ano: 2017

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Pai Rico, Pai Pobre Edição de 20 Anos

ai Rico, Pai Pobre demonstra que a questão não é ser empregado ou empregador, mas ter o controle do próprio destino ou delegá-lo a alguém. É essa a tese de Robert Kiyosaki neste livro substancial e visionário. Para ele, a formação proporcionada pelo sistema educacional não prepara os jovens para o mundo que encontrarão depois de formados.E como os pais podem ensinar aos filhos o que a escola relega? Essa é outra das muitas perguntas que o leitor encontra em Pai Rico, Pai Pobre. Nesse sentido, a proposta do autor é facilitar a tarefa dos pais.

Autor: Robert Kiyosaki Nº de Páginas: 336 Assunto: Ficanças Ano: 2018

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HEBE A ESTRELA DO BRASIL

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urante os anos 1980, o Brasil está mergulhado em uma crise inflacionária, e Hebe Camargo (Andréa Beltrão) é sucesso absoluto na televisão. Embora existissem outros comunicadores populares, como Chacrinha (Otávio Augusto) e Sílvio Santos (Daniel Boaventura), Hebe vivia um momento especial. E com quase 60 anos de vida, 40 de profissão, e ciente de seu poder, ela decide enfrentar seus chefes poderosos, o governo, censores, o preconceito, e até expôr seus problemas pessoais. Com a coragem reconhecida pelo público, que se identificou com seus dramas, ela se tornou a mais autêntica e querida celebridade da televisão brasileira. Do mesmo diretor dos sucessos Vai que Dá Certo e A Grande Família.

Lançamento 29/09/2019 Direção: Maurício Farias Duração: Indisponível Gênero: Biografia CIDADE EM REVISTA

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IT - CAPITULO 2

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inte e sete anos se passaram, após o primeiro encontro dos integrantes do Clube dos Otários (ou Perdedores) com o assustador Pennywise (Bill Skarsgård). A surra sofrida pelo jovem Adrian (Xavier Dolan), por conta de sua orientação sexual, é só um dos indícios de que as influências e a maldade do palhaço continuam presentes em Derry, no Maine. Já adulto, Mike (Isaiah Mustafa) chama os amigos Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Ben (Jay Ryan), Eddie (James Ransone) e Stanley (Andy Bean) de volta à cidade, para enfrentarem Pennywise de uma vez por todas.

Lançamento 05/09/2019 Direção: Andy Muschietti Duração: Indisponível Gênero: Terror

PLAYMOBIL

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s irmãos Marla e Charlie, como num passe de mágica, foram parar no universo animado Playmobil. Até aí, tudo poderia ter ares de pura diversão, mas o problema é que Charlie desapareceu. Agora, Marla embarcará em uma aventura fantástica, cheia de personagens inusitados e corajosos, como o agente secreto Rex Dasher, o caminhoneiro Del, uma fadamadrinha e até um robô rebelde. Ao lado deles, e outros divertidos novos amigos, Marla viajará por mundos incríveis para encontrar o irmão Charlie. Juntos, vivenciarão uma fascinante jornada de descobertas e conhecimento.

Lançamento 12/09/2019 Direção: Lino Di Salvo Duração: Indisponível Gênero: Animação

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VAI QUE COLA 2

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ouve um tempo em que os coloridos suburbanos de uma famosa pensão, no Méier, não se conheciam. A casa da Dona Jô (Catarina Abdalla) era habitada apenas por ela e Jéssica (Samantha Schmütz), jovem em fase de vestibular. Ferdinando (Marcus Majella) e Máicol (Emiliano d´Avila) chegavam ao Rio, e, no Morro do Cerol, a moradora Terezinha (Cacau Protásio) era só amor para o bicheiro Tiziu (Fábio Lago). Durante uma feijoada organizada pra ele, essa turma e ainda Velna (Fiorella Mattheis) e Lacraia (Silvio Guindane), entre outros, darão início a uma divertida e barulhenta amizade.

Lançamento 12/09/2019 Direção: César Rodrigues Duração: Indisponível Gênero: Comédia

RAMBO V: LAST BLOOD

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tempo passou para Rambo (Sylvester Stallone), agora ele vive recluso e trabalha em um rancho que fica na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Sua vida antiga marcada por lutas violentas, mas quase sempre vitoriosas, ficou no passado. No entanto, quando a filha de um amigo é sequestrada, Rambo não consegue controlar seu ímpeto por justiça e resolve enfrentar um dos mais perigosos cartéis do México.

Lançamento 19/09/2019 Direção: Adrian Grunberg Duração: 1h 39Min Gênero: Ação

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CORINGA

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o início dos anos 1980, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) e sua mãe Penny (Frances Conroy) não passam por um bom momento. Mergulhado na depressão, Fleck achava que seu destino era trazer alegria para as pessoas da cidade, mas Gotham responde com violência; e ele libera suas tendências psicóticas, devolvendo a atitude da mesma forma. História sobre a origem do icônico palhaço do crime, livremente inspirada nos quadrinhos da editora DC Comics. Produzido por Bradley Cooper e do mesmo diretor da bemsucedida trilogia Se Beber, Não Case!.

Lançamento 03/10/2019 Direção: Todd Phillips Duração: Indisponível Gênero: Ação

MALÉVOLA DONA DO MAL

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Princesa Aurora (Elle Fanning) esteve sob os cuidados da fada com chifres (Angelina Jolie), após os fatos ocorridos em Malévola (2014). Agora, a complexa relação entre a malvada e a futura rainha ganha contornos decisivos. Aurora pretende aceitar um pedido de casamento do Príncipe Philip (Harris Dickinson), e a Rainha Ingrith (Michelle Pfeiffer) revela sua vontade de acolher a jovem como filha. Malévola considera tais atitudes inaceitáveis, se rebela e descobre que sua dedicação e cuidados estavam sendo aguardados por aqueles de sua espécie.

Lançamento 17/10/2019 Direção: Joachim Rønning Duração: Indisponível Gênero: Aventura 90

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O Lugar Ideal

PA R A E T E R N I Z A R

NA SUA VIDA!

Arte: Cidade em Revista

Momentos Únicos

Informaçãoes e Reservas 44.99978.3128 Mamborê - Paraná

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18 de Outubro

Dia do Médico


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