
Em 30 de abril de 2023, nossa irmandade celebra, com grande satisfação e alegria, os sete anos de existência do Céu de São Sebastião. O projeto e a missão nos foram entregues com certeza e confiança pelo Padrinho Pedro Dário, quando insistiu que precisaríamos de uma casa maior e mais próxima da cidade, que fosse capaz de acolher muita gente que chegaria.
Entre a compra do terreno e a inauguração, foram quase seis anos de obras desenvolvidas na medida das nossas possibilidades. Padrinho Pedro nos acompanhando e guiando, mas já diretamente do astral. Grandes sonhos, alguma insegurança, muita entrega e intuição na construção do templo e no nascimento da comunidade.
De lá pra cá, seguimos aprendendo e buscando construir a identidade da nossa casa, fortalecendo nossa institucionalidade e nossa irmandade. Nosso propósito foi e continua sendo o de construção de uma
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rede de apoio verdadeira, que nos segure quando a vida balança.
Atravessamos uma pandemia conectados à distância, apoiando-nos dentro do possível, para fortalecer em cada um o templo em que o Mestre seguiu ensinando. Daime de guarda, trabalhos espirituais pelo zoom, lives… e a chama da fé acesa em nós! Nessa toada, os tempos afastaram materialmente irmãos e irmãs, que foram trabalhar em outras terras ou no astral. Foi um período de apuração, cura, aprendizado, crescimento e transformação para toda a corrente.

Chegamos do outro lado mais maduros, com bases mais fortalecidas; com fé e convicção de seguir nesse caminho do Mestre Império Juramidam, levantando a bandeira de São João e agradecendo por esse jardim de belas flores que nos foi dado para zelar.
Retomamos os trabalhos com o cuidado que o tempo recomendava, primeiro so-
mente para fardados associados, até que foi possível, depois de dois anos, recebermos novamente os visitantes, dando continuidade ao trabalho de cura e de caridade da nossa Doutrina. As portas abertas nos trouxeram mais uma vez a alegria de ver chegar novos irmãos, novas irmãs, novas histórias e laços. Mais brilho. “Mais aparelho pra mais força aparelhar”.

Nesse
percurso, apuramos fluxos e processos muito importantes: reestruturação da recepção e do acolhimento de cada irmão e irmã por meio de uma comissão especializada, cartilha da fiscalização, sistema associativo, cantina deliciosa, eventos, reuniões, ensaios, festas, assistência social… Tudo com a certeza de que as brilhantes pedras finas que pavimentam nosso caminho somos nós, cada irmão e irmã entregue nessa missão de

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vida, buscando acolher e evoluir.
Desafios nos acompanham, mas seguimos destrinchando e limpando o terreiro de nossos corações. A diversidade é nossa riqueza, que nos impele a questionar, reformular, ressignificar, acolher, aprender e sempre seguir em frente, fazendo brilhar no peito a medalha do Santo Daime, o brilho do amor.
Sigo feliz e agradecida por cada irmão e irmã que acreditou e segue acreditando. Pelo Mestre Império, pelo Senhor São Irineu, por meu Padrinho, minha Madrinha e pela Rainha da Floresta, soberana Mãe Divina que conforta a cada um que busca o seu amor. Que nunca deixemos de buscar.
Graziela Viggiano Alcure
PADRINHO PEDRO DÁRIO E A EXPANSÃO DO SANTO DAIME
Sua trajetória e o início da Doutrina no Paraná
Patrono do Céu de São Sebastião e grande incentivador da nossa história enquanto comunidade religiosa, Padrinho Pedro Dário dedicou sua vida ao zelo e à expansão do Santo Daime - em especial, ao cuidado com o cultivo das plantas e com o feitio de nosso sacramento.

Filho de Seu Dário e de Dona Maria, Pedro Nunes da Costa nasceu em 1949, no seringal Bom Destino, município de Sena Madureira, a cerca de 140 quilômetros de Rio Branco/AC. Buscando oportunidades conforme os oito filhos foram nascendo, sua família, ao longo dos anos, subiu o Rio Iaco, até a localidade de Campo Grande.
Entre 1965 e 1966, seu pai passou o verão construindo duas canoas, uma grande e uma pequena, que utilizaram para se mudar, no inverno, para Rio Branco, em uma viagem de dezoito dias. O jovem Pedro foi quem conduziu a canoa menor, que transportava os itens de cozinha e as galinhas da família.
Em Rio Branco, passaram a habitar as redondezas da Colônia Cinco Mil. Nessa época, Dona Maria costumava levar os filhos menores até Custódio Freire, para a comunidade do Mestre Irineu. Pedro, rapaz jovem, nunca os acompanhou, preferindo ir às festas do local junto com os irmãos mais velhos.
De temperamento forte e rebelde, ele apresentava nessa época um comportamento impetuoso e mesmo violento. Chegou a fazer alguns trabalhos com o Santo Daime na
Colônia Cinco Mil, mas sem alcançar transformações. Até que seu pai, não sabendo como lidar com o rapaz e conhecendo a habilidade de Padrinho Sebastião em conduzir pessoas com casos difíceis, solicitou a ele que ficasse com o jovem.
Imediatamente, o “Pedro do Dário” - ou, mais simplesmente, “Pedro Dário” - mudou-se para a Colônia Cinco Mil e seu compor-
tamento rapidamente se transformou. Passou a demonstrar-se afetuoso como nunca antes, tornando-se a grande referência para os demais irmãos. Dali por diante, sua vida foi de-
votada ao Santo Daime.
Nos primeiros anos, por vezes iam até o Alto Santo, para participar dos trabalhos diretamente com o Mestre Irineu. Após a passagem do Mestre, em 1971, a Colônia Cinco Mil seguiu seus próprios rumos, até que, na virada para a década de 1980, a irmandade se transferiu para o Amazonas, para fundar uma nova comunidade em meio à floresta: foram os tempos do Rio do Ouro. Posteriormente, em 1983, foi o Padrinho Pedro quem dirigiu a canoa que primeiro aportou nas terras que hoje abrigam a Vila Céu do Mapiá, onde casou-se com a Madrinha Rosa Maria Raulino da Silva, sua companheira até o fim da vida.

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abertura de muitas igrejas em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. Dentre elas, estão as igrejas Flor das Águas, Céu de Maria, Rainha do Céu, Céu de Midam, Céu da Lua Cheia, Céu do Paraná, Céu de Santa Fé e Céu de São Sebastião.
A partir da década de 1990, até a sua passagem, Padrinho Pedro Dário colaborou de modo fundamental com a expansão nacional do Santo Daime, incentivando e auxiliando a
Foi em 1998 que as irmãs Leila e Cláudia Bona, então iniciantes na Doutrina, conheceram o Padrinho Pedro Dário, dando início à história do Santo Daime no Paraná. Ele acompanhou, algum tempo depois, a abertura dos trabalhos no bairro São Braz, em Curitiba. Mais tarde, fincando uma vara no chão, foi ele quem indicou o local para a construção do Céu do Paraná, inaugurado no fim de 2002; assim como veio dele, em 2011, a autorização para o início da construção do Céu de Sebastião, do qual ele chegou a conhecer apenas a fundação e o teto.
Padrinho Pedro levou o trabalho de feitio a muitos lugares e sempre incentivou, como sua maior missão, o plantio de jagube e de rainha, que ele antevia como necessário ao crescimento e à sustentabilidade da Doutrina.

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Dizia que chegaria o momento em que quem quisesse tomar Daime teria de ir à floresta “pegar de baldinho, trazer para a igreja e servir de colherinha”, alertando que a expansão precisava ser acompanhada pelo proporcional manejo das plantas. Prevendo a escassez, trabalhou para plantar o máximo que pôde. Dizia que ficaria um pouco mais tranquilo quando tivéssemos aqui no Paraná um reinado de pelo menos quarenta mil pés de jagube plantados. Essa abundância nós ainda não atingimos, mas foi de sua perseverança que surgiu a semente do Céu de Santa Fé, idealizado por ele como um ponto de distribuição do nosso sacramento.

Padrinho Pedro Dário viveu sua última década em Boca do Acre/AM. Ele, que durante sua vida dedicou-se à construção civil e principalmente à carpintaria, conduziu durante esses anos uma fábrica de sabonetes artesanais de andiroba e de copaíba, produtos da floresta amazônica.

Iniciando uma série de viagens pelo sul do Brasil, nosso patrono começou a se demonstrar doente em fevereiro de 2012. Um
dia deixou de acordar para trabalhar no feitio - ele, sempre tão pontual! Foi levado a Maringá e, diagnosticado com um câncer no estômago, veio, em março, a Curitiba, onde passou conosco seus últimos meses de vida. No dia 17 de junho, véspera do seu aniversário, e quatro dias antes de sua passagem ao plano espiritual, sob sua orientação, foi fundada em Boca do Acre a igreja Céu do Amazonas. A proposta é de um ponto de luz que represente institucionalmente o movimento de abastecimento construído pelo Padrinho Pedro. A igreja segue conduzida por sua família e, embora ele nunca tenha participado de seus trabalhos em matéria, continua sendo o guia de sua missão.
Padrinho Pedro Dário faleceu em 21 de junho de 2012, aos 63 anos, em Curitiba, junto à irmandade daqui. Foram três dias de velório, com intenso trabalho de Daime. Seu corpo foi levado até Rio Branco, depois para Boca do Acre, onde reuniu a irmandade daimista local para acompanhar sua partida, de barco, até o Céu do Mapiá, onde foi enterrado.
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Depoimento de Felipe Alcure
*Texto escrito em 21/06/2022, por ocasião dos dez anos da passagem do Padrinho Pedro Dário.
Após quase três meses de tratamento, nosso velho amigo e patrono estava cansado. Na verdade, há muitos anos ele vinha avisando que o tempo dele na matéria era pouco. Ele comentava “se vocês soubessem o tempo que tenho, vocês iam aproveitar mais”. No entanto, no dia 03 de junho de 2012, ele havia percebido que, a partir daquele momento, estava iniciando o processo de desenlace material. Era um assunto que ele não comentava abertamente, mas em alguns momentos de intimidade ele expunha, sem que a sua família ouvisse. Quando o mês de junho foi passando, sua matéria foi se deteriorando e a clareza sobre o destino espiritual foi se confirmando aos poucos em sua fala e presença.

Para todos ao redor era muito difícil pensar nessa possibilidade, pois aquele velho sempre foi nossa fortaleza e referência. Como aceitar a falência da matéria? O fracasso daquele corpo? Aquele velho trabalhador, firmeza, agora precisava de apoio para ir ao banheiro e mal conseguia dar umas colheradas no “caldo de caridade”.
Durante a concentração do dia 15 de junho de 2012, nosso velho quase partiu. Nós
fomos para a igreja e ele ficou com a familia em casa. No inicio do “Cruzeirinho”, um companheiro foi nos buscar na igreja, pedindo para que voltássemos rapidamente, pois ele estava no processo de desencarne. Na verdade, o Padrinho Pedro partiu, deu uma volta e conseguiu retornar para a matéria. Chegou a relatar como foi a viagem, mas, após esse momento, ele entrou num voto de silêncio e de jejum. Não conseguia mais falar nem se alimentar. Nós seguíamos ao lado, rezando, tomando Daime e trazendo o máximo de conforto para ele nos cuidados paliativos. No dia 17, tivemos a celebração de seu aniversário, pela primeira vez. Cantamos o hinario do Mestre no Céu do Paraná e no Céu do Amazonas, pequena casa de oração que estava sendo inaugurada naquela oportunidade, após um período de lutas e de obras.
No dia 18, dia em que completou 63 anos, perguntei a ele se estava bem e se precisava de algo. Ele só respondeu que estava pronto, mas tinha algo que não estava conseguindo desatar. Perguntou pelo Paulo Roberto. Imediatamente procuramos o amigo, Padrinho do Céu do Mar, para chamá-lo para apoiar nesse momento. O Padrinho Paulo Roberto prontamente atendeu ao chamado e veio para Curitiba. Ele chegou na terra dos pinheirais no dia
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21 de junho. O velho Pedro havia comentado que queria rezar o terço de Jesus Cristo com o amigo Paulo Roberto. E assim foi. Quando chegou na casa, o Padrinho Paulo andou ao redor da casa rezando o terço. Veio com a amiga de longa data, Iracema Melo. Junto da família estavam os cunhados Carlos César e Odemir, bem como a Nena e a irmandade paranaense. Quando estávamos no quarto, em oração, naqueles últimos minutos, algo aconteceu. Nosso velho deu um suspiro longo, daqueles de encher o peito. E o suspiro que deu foi o derradeiro. Naquele momento, o Padrinho Paulo Roberto comentou que tinha mirado a chegada do Padrinho Sebastião com uma espada de fogo e que, naquele suspiro, ele cortou o que estava mantendo nosso amigo na matéria. Foi um momento de muita dor para todos nós. Por um instante, perdemos nossa referência. Nosso guia. O desatador dos nós, o homem que acolhia todo mundo, que sabia mexer nos pontos mais sensíveis da irmandade e que sabia, acima de tudo, tirar de cada um o que tinha de melhor para dar. Faz 10 anos que não vemos mais nosso velho entre nós em matéria. Aliás, faz 10 anos que não temos mais seu corpo entre nós. Nosso velho, graças a Deus, está entre nós. Em nossos trabalhos, nos nossos feitios, nos mutirões, nas decisões importantes que precisam ser tomadas, em sua esposa, filhos e netos... O Padrinho Pedro Dário está vivo em nossas lembranças e corações e, acima de tudo, na nossa união. Pai, irmão, amigo e companheiro, do meu Padrinho és um guerreiro. Quem teve a oportunidade de conhecê-lo, celebra sua vida e sua obra no dia de hoje. Saudades do fundo do peito. Viva o Padrinho Pedro Dário!!!
Conheci o Santo Daime em Curitiba, quando eu tinha 19 anos, buscando respostas sobre a vida e a espiritualidade. A Doutrina não me trouxe as respostas, me trouxe muitas perguntas. Me trouxe um caminho para a consciência, a busca pelo autoconhecimento e pela autorresponsabilidade.
Nessa época, éramos um pequeno grupo, com alguns poucos fardados. A gente foi estudando, aprendendo, confiando na força maior que nos guia e principalmente confiando no nosso professor “Seu Pedro”. Ele também confiava na gente. Quando o Padrinho Pedro Dário chegava, para visitar o grupo, a gente já sabia que iria fazer uns trabalhos fortes, de derreter. Ele sempre deixava muitas orientações, algumas fitas com hinários e cadernos para a gente estudar.
Logo começamos a fazer as Concentrações. Em setembro de 2001, ele veio com uma comitiva com cantora e violeiros e fize-

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mos o primeiro fardamento na igrejinha do São Braz. A corrente foi crescendo e, em pouco tempo, estava inaugurada nossa igreja Céu do Paraná.
Esse tempo de convívio com Seu Pedro traz muitas saudades e boas lembranças do velho. As viagens acompanhando-o pelas igrejas, as histórias do Padrinho Sebastião, as preleções sobre o compromisso e o zelo com a Doutrina, os feitios… Ele falava muito da importância de estudar os hinários e de plantar jagube e rainha. Estar na presença dele era sempre aprender um bocadinho. Ele nos ensinou muito sobre a responsabilidade e sobre o valor de trabalhar, por nós e pelo próximo. Foi um exemplo de trabalhador, se dedicando à Doutrina com sua família.
O Padrinho Pedro conviveu desde pequeno com o Padrinho Sebastião e chegou a tomar o Santo Daime das mãos do próprio Mestre Irineu. Acompanhou o Padrinho na fundação do Céu do Mapiá e plantou muitas sementes boas, consolidando algumas igrejas pelo Brasil. Por onde passava, ele tinha grandes amigos, era muito querido e respeitado por todos.
Essa amizade nos levou também a conhecer e conviver de perto com a Madrinha Cristina e com o Vô Nel. Foi um período muito especial na presença dessa família, que nos trouxe ainda mais conhecimento da história da Doutrina e de toda a fé desse povo da floresta.
Foi ele também que nos incentivou a expandir e abriu os caminhos para a realização do nosso sonho de viver junto à irmandade.

Ele chegou a conhecer as terras do Céu de São Sebastião, aprovando e sempre apoiando o nosso movimento de crescimento e expansão.
Os últimos meses de sua vida também foram junto a nossa irmandade. Acompanhamos de perto seu tratamento de saúde e estivemos presentes na passagem do Padrinho Pedro Dário para o plano espiritual. Foi um período forte, de muita cura e fortalecimento para gente poder seguir sem a presença física do nosso professor.
Ele nos deixou muitos ensinamentos, muita saudades, muitas lembranças especiais e será para sempre lembrado e honrado por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Agradecemos por toda a confiança que depositou em nós e por todas as lições de humildade e união. Seguimos fazendo nosso melhor, inspirados por sua dedicação e por seu comprometimento com a nossa Doutrina.
Sua benção, Padrinho!

AUTO DE NATAL DO CÉU DE SÃO SEBASTIÃO
Apresentação completa é retomada nos festejos natalinos de 2022
Com o propósito de encenar o nascimento de Jesus Cristo de forma integrada com hinos do Santo Daime, o Auto de Natal surgiu no Céu da Montanha, em Visconde de Mauá/MG, por iniciativa de Gilda Coelho Gomes Gonçalves, no ano de 1986. De lá, chegou ao Céu do Mapiá em 1989, convertendo-se, desde então, em uma tradição daimista. Para além do teatro, o auto tem por proposta a condução de uma “meditação viva” em torno do significado do Natal, proporcionando uma imersão espiritual dos participantes, em uma experiência a um só tempo artística, educacional e religiosa.
Contando com o apoio de Gilda, o Auto de Natal chegou ao Céu de São Sebastião antes mesmo de nossa inauguração oficial. Ao todo, foram cinco encenações, sempre com a colaboração de integrantes do grupo espaçonautas - teatro - circo - experiência. A primeira montagem, de 2015, foi dirigida por nosso irmão Vicente Prafivelo, que, desde a infância, já havia por diversas vezes participado das encenações no Mapiá. Em 2016, a direção foi compartilhada por Vicente Prafivelo e Simo-

ne Violanti e, em 2017, por Simone Violanti e Julio Simpson. Em 2021, ainda no contexto de pandemia e com base no reconhecimento da importância de celebrar o nascimento de Cristo em cada um de nós, o auto foi apresentado em uma versão adaptada para a linguagem de bonecos, sob a direção de Simone Violanti e Ester Ramos.
No fim de 2022, dando abertura ao nosso festival da Virgem da Conceição, tivemos a alegria de apresentar, pela primeira vez após o período de isolamento social, a montagem completa do Auto de Natal do Céu de São Sebastião, contando com cerca de 50 participantes, entre atores, músicos e auxiliares de infraestrutura. Com forte protagonismo feminino, o projeto ganhou forças com a chegada de nossas irmãs Neidiane e Adriana, moradoras da Vila Céu do Mapiá e possuidoras de anos de experiência com o auto, que participaram conosco, respectivamente, como Maria e a Estrela.
A montagem, além disso, foi produzida e dirigida por três mulheres de nossa irmandade:
Juliana Sanson, Graziela Viggiano Alcure e Simone Violanti.
Em nome de nossa coletividade, deixamos registrado nosso agradecimento a essas mulheres, cujo talento e dedicação ajudaram a proporcionar a nós e a nossos familiares mais um lindo momento de integração e louvor, levando adiante a mensagem do Santo Daime e do nascimento de Jesus Cristo de forma artística e espiritual. Viva o menino Jesus!





Comissão de Fiscalização
O ano de 2022 foi marcado pela reabertura da igreja aos visitantes, a partir do mês de março. Para a Comissão de Fiscalização, isso trouxe a necessidade de realinhar e sistematizar protocolos, adequando-os às demandas atuais do contexto em que vivemos.
Seguindo esse propósito, retomamos o projeto já antigo da Cartilha da Fiscalização, documento que compila as orientações e procedimentos gerais de atendimento em nossa casa. Isso deu início a um ciclo de oito reuniões com o dirigente, entre agosto de 2022 e fevereiro de 2023, com o objetivo de revisar e melhorar o documento já existente da cartilha, além de discutir questões que surgiram a partir dos trabalhos.
Nesse processo, percebemos a necessidade de levarmos ao Conselho da Igreja assuntos relativos às nossas diretrizes de atendimento a irmãos em processos fortes e à nossa maneira de lidar com atuações mediúnicas. Parte do resultado de todas essas discussões foi apresentado à irmandade em nossa reunião anual de planejamento, no mês de fevereiro deste ano.
Nesse dia, também definimos como metas para 2023, dentre outras, um treinamento de primeiros socorros, a reestruturação do acervo de hinários, a construção de um espaço de cura e, em conjunto com a Comissão de Recepção e Saúde Mental, a retomada de um núcleo responsável pela secretaria da igreja.
Por fim, a Comissão de Fiscalização pretende seguir realizando reuniões periódicas, para estudo e atualização constantes da cartilha. Além disso, com o intuito de fortalecer a comissão, serão realizados trabalhos exclusivos para os fiscais.
COMISSÕES EM AÇÃO
Comissão de Ação Social
A Comissão de Ação Social tem seguido no propósito de fortalecimento da assistência a comunidades indígenas da região. Realizamos três entregas de alimentos para a Aldeia Araçaí, do povo Mbyá Guarani, entre janeiro e março de 2023, e viabilizamos uma cerimônia de bênção de frutas após a passagem do filho do cacique. Pretendemos tornar essa uma ação permanente, com entregas mensais de alimentos.

Além disso, temos também como meta a elaboração de um formulário socioeconômico a ser aplicado em nossa irmandade, cujos dados encaminharemos a um profissional da assistência social, para que possamos compreender as demandas próprias da nossa irmandade.
Nossos planos também incluem a promoção de ações educativas, com a abordagem de temas como educação ambiental e cuidados com as mulheres, bem como de mutirões agroecológicos para a produção de alimentos.
COMISSÕES EM AÇÃO
Comissão de Recepção e Saúde Mental
Entre 2021 e 2022, a Comissão de Recepção e Saúde Mental estruturou-se a partir da antiga Comissão de Psicologia, reformulando nossos protocolos de recepção de visitantes e, desde março de 2022, coordenando a reabertura dos trabalhos àqueles que buscam
acolhimento espiritual em nossa igreja. O diagrama abaixo ilustra um passo a passo de como participar de nossos trabalhos e compila, em números, os resultados dessa comissão entre março de 2022 e março de 2023.
