Central Zine #10

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Central Skate Mag é um projeto colaborativo com o objetivo de fomentar a prática de skate fora dos grandes centros. Como uma vitrine, apresentamos fotógrafos, artistas e todo o universo que o skate permite acessar, estimulando a produção de conteúdo. CAPA: GUILHERME FARIA - BACKSIDE LIPSLIDE FOTO: DIEGO ALMEIDA

LEIA TODAS AS EDIÇÕES EM: w w w. c e n t r a l s k a t e m ag . c o m . b r

Tem um conteúdo legal para compartilhar? Envie para centralskatemag@gmail.com


HENRIQUE BRUNO - BS HEELFLIP

TEXTO/FOTOS: DIEGO ALMEIDA

Lançando um vídeo a cada dois meses com intuito de fomentar a cena de sua cidade. Bimestral é um projeto idealizado por Diogo Hondo, skatista à 18 anos que reside em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Na pegada do “Faça você mesmo” e de forma simples, a produção do filme conta com um celular, uma lente fisheye adaptada e aplicativos de edição. Como boa parte dos skatistas, Diogo sempre gostou de filmar suas sessões na rua e acabou lançando o primeiro filme de forma bem livre, apenas para documentar suas manobras. Atualmente o Bimestral está indo para sua quinta edição e vem movimentando os skatistas da grande Cuiabá com premières e sessões diárias para produção dos filmes. Segundo Diogo, 2 meses foi um prazo razoável que encontrou para filmar e editar os filmes. Assim nasceu o nome e um projeto que não pretende parar de remar. Acesse: www.centralskatemag.com.br e confira todos os filmes da Bimestral. Quer colaborar com o Bimestral? Envie suas imagens para centralskatemag@gmail.com


TEXTO: RENATA OLIVEIRA | FOTOS: PAULO MACEDO

Natural de Brasília, Paulinho como é conhecido pelos amigos, nos contou um pouco sobre a realidade do mercado nos EUA e suas vivências como fotógrafo.

Como surgiu a oportunidade de mudar para os E.U.A? Vim para os Estados Unidos com o intuito de andar de skate e trabalhar, só não imaginava que iria trabalhar com foto. Cheguei aqui pintando casa e fazendo serviços em mercados. Fazia faculdade de jornalismo antes de vir pra cá mas larguei no 5° semestre, quando tive a oportunidade de vir pros EUA. E o envolvimento com foto de skate? Fui comprar minha câmera no final de 2009, porque sempre tive vontade de ter uma, mas não tinha noção de onde uma câmera me levaria. Em 2010 comecei a me envolver com fotografia de skate. Só queria registrar momentos das minhas viagens e dos meus amigos. Com tempo fui aprendendo, evoluindo e tudo foi fluindo naturalmente. Você acha que se tivesse ficado no Brasil, hoje você estaria trabalhando com fotografia ou teria seguido outro caminho? Poderia estar trabalhando, mas não com Skate. Porque o mercado do skate no Brasil está em outras cidades, não onde eu morava. Também existe o fato das marcas não terem dinheiro pra pagar os fotógrafos. Talvez poderia ser outra coisa, porém eu tenho essa filosofia de fazer o que eu gosto e sou feliz sendo fotógrafo, não importa se sou fotógrafo de skate, casamento ou fashion. Quais os impactos que você sentiu tanto como skatista, quanto como fotógrafo ao chegar aí? Foi difícil de me envolver aqui, primeiro pelo fato de ser estrangeiro e também de não conhecer a galera, aprender a falar a língua e o principal adquirir a confiança dos gringos.

Pedro Biaggio - Switch Flip


Gabriel Fortunato - Bs Ollie

Como as mídias (revistas/sites) o recebeu? A The Skateboard Mag tinha um espaço no site para novos fotógrafos, eu enviei umas fotos, mas nunca obtive resposta deles. Eu estava no Brasil trabalhando com fotografia de casamento e ajudando a minha mãe e comecei a juntar dinheiro para mandar para minha ex, que já morava aqui. Ela ia comprar uma fisheye (lente), então postei num site aqui dos EUA procurando por uma lente e quem me respondeu foi o Anthony Acosta. Quando eu vi o e-mail, perguntei se era o fotógrafo de skate e ele disse que sim, falei pra ele que também era fotógrafo de skate, que estava no Brasil. Ele quis ver o meu trabalho, quando mostrei, ele falou: - Pow cara, você é um fotógrafo incrível, eu quero te conhecer pessoalmente. Passado um tempo, minha ex foi lá comprar a lente, ele me deu um livro dele autografado e eu fui à uma exposição de fotos dele quando cheguei nos EUA. A segunda vez que eu o vi, foi no The Berrics. Ele estava com uma galera que acabei conhecendo através dele, o Dave Swift, editor de fotografia da revista e o Grant Brittain, o editor chefe. Como sempre tenho meus trabalhos no celular, mostrei a eles e falei que tinha enviado no site, mas ninguém me respondeu. Então eles falaram: - A partir de hoje você vai começar a mandar foto direto pra gente. O fato de ser irmão do Felipe Gustavo me facilitou contato com muitos skatistas, mas o Acosta foi o cara que me abriu as portas na Skateboard Mag. Com relação a valorização do material fotográfico, você cita que as marcas nacionais não tem dinheiro, como que é essa questão aí, já que são marcas a nível mundial, como que é a relação: marca, fotógrafo e skatista? Aqui com 100 dólares você compra qualquer equipamento de foto, dá pra você comprar uma lente, dá pra você consertar alguma coisa, já com 100 reais no brasil não consigo ter o mesmo acesso que aqui. Tem essa diferença de valor e aqui os caras valorizam mais, as marcas têm mais grana, já tem tipo um padrão. Já no Brasil não, os caras ficam chorando, esse é o problema.


Ivan Monteiro - Fs Feeble

Gino - Flip

O que mudou na sua visão em relação ao Brasil, por você estar inserido agora em outro meio, tendo uma percepção de fora, onde você percebe as falhas tanto com os skatistas, quanto com os fotógrafos. O que você acha que faria o mercado do skate avançar e talvez sair desse polo Rio – São Paulo, enfim, ter visibilidade mesmo não só naquele lugar? O Brasil é minha raiz, minha casa. Mas no Brasil tem uma grande indústria no skate mundial e tem vários skatistas com nível absurdo, não só no skate como na foto. Pra te falar a verdade no skate sempre vai ter panelas. É igual aqui. Califórnia é a cena mundial e se você não vier pra cá você não vai estar inserido nessa panela. No meu caso nunca tive que ir a São Paulo ou pra nenhum outro lugar do Brasil para as pessoas reconhecerem meu trabalho. Sempre fiquei em Brasília e acredito quando você é bom no que você faz, sempre vai ter espaço e as pessoas vão te achar. Sempre procurei evoluir no que fiz independente de lugar ou da opinião dos outros. Muitas pessoas vão falar que consegui pelo meu irmão ou sorte. Mas sempre tive muita fé em Deus e também no que fiz. Acreditei que um dia iria tirar fotos dos melhores skatistas e tudo foi um processo. Envolver-me com os gringos é totalmente diferente do que com os brasileiros, aqui é outra cultura e não tem o jeitinho brasileiro. Os caras são business e poucos são seus amigos. Então faço o meu melhor e tento meu relacionar da melhor forma possível com as pessoas. Tudo na vida é baseado em relacionamento. Porém, você não pode desistir dos seus sonhos não importa o que as pessoas vão falar ou pensar. Tenha fé em Deus e em você. Obrigado central pela oportunidade, minha família e amigos que acreditaram no meu trabalho e Deus por me guiar nesse mundo.


TEXTO: RENATA OLIVEIRA

O evento idealizado por Estefânia Lima, fundadora do Divas Skateras, aconteceu simultaneamente em 14 estados do Brasil. Algo inédito no mundo.

“Foi um sonho realizado, minha vontade sempre foi juntar as meninas em uma sessão, mas como a distância geográfica não nos favorece, rs! Formei um grupo e pouco a pouco as meninas foram dando ideias e mais ideias e o que era pra ser uma sessãozinha, acabou virando esse evento com o apoio de 100 marcas. Para muitas meninas foi a primeira experiência com organização de evento, agora elas pensam em movimentar mais a cena.” Além de impulsionar as meninas a continuarem andando e se unindo cada vez mais, o Divas Sessions também abraçou várias causas sociais. “Se

depender de mim, todos os eventos do Divas

apoiará uma causa” Esse rolezão mostrou que o skate feminino continua mais vivo do que nunca. E que as meninas querem sim, devem e vão ocupar o espaço que também é nosso. Confira essa entrevista na íntegra no nosso site.


Skate livre é poder andar em todos os lugares? Guilherme Moraes levou a sério e botou pra baixo no tronco da árvore. Foto: Maycol Entony


Rafael Eastwoart soltando as pernas com um flipรฃo gap abaixo em Cuiabรก. Foto: Diego Almeida

Boneless da Sabrina Lustosa durante o evento Divas Session no Setor Bancรกrio. Foto: Dennes Ferreira



Contruir e andar. Ederson Xaxa dando um grindão de back em sua transição DIY. Foto: Diego Almeida

Paulo Galera - Fs Rockslide Foto: Quadros

Mikhael



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