Unidade 1 – A intervenção psicopedagógica clínica e a afetividade...
ensino e aprendizagem, tanto do ponto de vista do sujeito que aprende (determinantes neurológicos, intelectuais, afetivos) como dos contextos nos quais ele está inserido (socioculturais e educativos). As áreas de trabalho do psicopedagogo são a institucional e a clínica. Na primeira, ele atuará em instituições educativas, orientando pais e docentes em relação ao ensinar e ao aprender. Também poderá assumir o papel de suporte e de assessoramento em caso de crianças com dificuldades de aprendizagem, com a finalidade de garantir a sua inserção adequada na instituição. Isso inclui desde orientação e assessoramento a docente e famílias, coordenação de especialistas para planejar estratégias comuns para lidar com o caso em questão, até adaptações de currículo no caso de dificuldades mais severas, permitindo, assim, a integração de alunos portadores de necessidades educacionais especiais. É ainda tarefa do psicopedagogo institucional intervir na concepção e na implementação de programas e projetos de atualização e formação de profissionais nas áreas de educação e saúde mental, bem como supervisionar equipes interdisciplinares envolvidas nas instituições de ensino. Na segunda área, a Clínica, o psicopedagogo se dedica, principalmente, ao diagnóstico e tratamento dos transtornos do desenvolvimento e das dificuldades de aprendizagem em crianças e adolescentes. O trabalho é feito individualmente com o paciente e em coordenação com a escola, a família e outros profissionais (fonoaudiólogos, psicomotricistas, neurologistas, psiquiatras, neuropsicólogos, assistentes sociais, psicólogos) que são os profissionais mais frequentemente ligados ao trabalho em psicopedagogia. A psicopedagogia clínica exerce o papel da intervenção terapêutica/curativa, uma vez que existe um profissional especializado no caso, o psicopedagogo, e um sujeito que possui dificuldade de aprendizagem. Já a psicopedagogia institucional exerce o papel preventivo, identificando possíveis perturbações no processo de aprendizagem e promovendo orientações metodológicas conforme as características dos indivíduos e grupos.
2. A psicopedagogia clínica Tradicionalmente, vincula-se o clínico à enfermidade. Na verdade, o termo é oriundo da medicina, já que a raiz da palavra clínica é “kliné” que, em grego, significa “cama”. Portanto, não é difícil associar esse termo com doença, patologia. No entanto, se partirmos do princípio de que o objeto de estudo da psicopedagogia é o ser humano, temos que parar neste momento para reconsiderar o objeto da clínica: um ser humano único, particular e integral. Uma pessoa com a qual o mapa genético foi criado de forma única. Então, a clínica não se ocupa de uma patologia ou um problema de aprendizagem,
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