Eparrei Online - Edição Março / 2014

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Programa de Combate ao Racismo A professora de História Aparecida dos Reis, integra o N’zinga há 17 anos. Começou fazendo parte da coordenação provisória, representando o Coletivo e atualmente coordena o programa de “Combate ao Racismo”. Sua área de atuação é nas escolas, onde vem desenvolvendo medidas na luta contra o preconceito e a discriminação na sala de aula. Experiente no trabalho de educação e racismo, Cida Reis, em parceria com alguns Movimentos Sociais Negros, tem trabalhado efetivamente nas denúncias contra o racismo no ambiente de trabalho. Em breve essa iniciativa será implantada junto à Comissão de Direitos Humanos e agências que atuam na questão. O objetivo é estar discutindo uma maior inclusão do negro no mercado. Outra área que a professora acha que deve ser intensificada pelo grupo é a atuação nas universidades, já que acredita que o profissional da educação se forma e vai para a sala de aula sem clarezas. “O professor vai para a sala de aula com a maior boa vontade, mas não sabe como atuar. Quando eles começam a contar sobre as atividades realizadas me dá vontade de chorar, porquê ao invés de ajudar, reforçam a baixa auto-estima do aluno. É muito importante capacitar esses profissionais desde o ensino fundamental até a graduação”, finaliza.

Professoras coordenam pré-vestibular para negro/as e carentes em Itabira/MG Ângela Nunes, pedagoga e Jatael Senhorinha, professora de português estão à frente da coordenação do pré-vestibular Alvorada, um cursinho alternativo para negro/as e carentes da cidade de Itabira, no Estado de Minas Gerais. O projeto surgido da união do Movimento Negro e da Pastoral de Consciência Negra existe há cinco anos e atende as pessoas que não têm condições de pagar um curso preparatório para entrar na universidade. “Nós sentíamos uma necessidade de ingressar um número maior de alunos/as negros/as nas universidades. Víamos alunos que chegavam na 5ª série e paravam de estudar porque tinham que trabalhar o dia inteiro e não agüentavam ir para a escola à noite, então nós, como professores, tínhamos que procurar fazer um trabalho na área educativa que levasse esse aluno/a negro/a a ingressar na faculdade”, ressalta Jatael. Nas reuniões ocorridas uma vez por mês, temas atuais como cotas e ações afirmativas são debatidos entre os alunos com idade que variam de 18 a 50 anos.

Segundo Ângela o resultado está sendo satisfatório, já que o número de alunos/as do cursinho que entram nas universidades vem crescendo e comemora o fato recente de um aluno ter entrado em 9º lugar em uma universidade federal. “Temos feito um trabalho intenso para preparar e dar subsídios a essas pessoas que nos procuram, porque em Itabira temos apenas duas faculdades que são caras e não fornecem bolsas de estudos. Esse ano melhorou um pouco por causa dos 30% das bolsas que a PUC está oferecendo para os alunos/as negros/as, oriundos de cursinhos alternativos”. De acordo com Ângela a procura é grande, tanto que as aulas estão sendo reforçadas aos sábados para que todos possam estar participando e atribui o sucesso ao empenho e credibilidade que as professoras passam durante o curso. A taxa para o pré-vestibular é irrisória, apenas 10% do salário mínimo para custear despesas com apostilas, transporte e lanche.

A Diretoria Com a Coordenação Geral da Professora Benilda Regina Paiva de Brito, a diretoria do N´zinga – Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte está constituída por Patrícia Santana – vice coordenadora; Cida Reis – coordenadora do Programa de Combate ao Racismo; Andrea Ferreira que coordena programas voltados à área de cooperativismo e geração de renda.

N´zinga - Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte Rua Hermilio Alves, 34 - Santas Tereza - Belo Horizonte - MG CEP 31010-070 - Tel: (31) 3222-2077 - E-mail: nzinga@ibest.com.br

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