04 OGaribaldi - Revista

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FILOSOFIA E ESTÓRIA por Mário José dos Santos

Como é salutar, abrir os olhos, qualquer manhã, não importa se repleta de sol ou nublada e lembrar-se de um sonho bom ou da real possibilidade de retomar os projetos de vida ensejados. Como é reconfortante esse borbulhar da vida interior, rasgando os diques das dificuldades e dos desafios inerentes à condição humana. É preciso vibrar para poder viver. Essa experiência, viver, quando elevada ao nível da consciência, é, sem dúvida, uma das mais complexas. Há aqueles que confundem dificuldades reais com impossibilidades imaginárias. Onde buscar e como renovar, então, as forças imprescindíveis para sustentar-se frente aos desafios que o viver impõe de forma inevitável? Não há como fugir à responsabilidade de ser livre e ter que escolher entre entregar os pontos ou sacudir o medo e recontar os degraus de uma conquista árida que ainda não terminou. Fato é que viver bem não é fácil, seja qual for a circunstância que nos é dada. O sol está para o corpo, como o Bem está para a vida interior. Mas, viver bem é mais difícil do que bronzear o corpo. Faz parte das minhas reminiscências uma estória de duas moscas que sobrevoavam, no curral de uma fazenda, uma lata de leite e, por descuido, ali caíram. As duas iniciaram uma luta desesperada pela sobrevivência. Nadam, batem as asinhas frágeis o quanto podem. Nadam e… nada. Estavam ambas, no entender de suas minúsculas inteligências, fadadas à morte iminente. Uma delas, bem pessimista, como sói acontecer entre seres humanos tão diferentes, declara: é o fim, não há

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