Serra de Sintra

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“Como se terá gerado a Serra de Sintra?”: Uma atividade de modelação análoga sobre diapirismo magmático - orientações para o professor. Edite Bolacha, Helena Moita de Deus e Anabela Cruces

Introdução A atividade de modelação análoga da geração e instalação do Maciço Ígneo de Sintra, que aqui se apresenta, é aplicável aos diversos níveis de ensino de Geologia e Ciências Naturais. Pelo grau de complexidade com que é apresentada aplica-se, preferencialmente a partir do 7º ano de escolaridade. Se o propósito for a aplicação em contextos e/ou níveis de aprendizagem mais elevados, a atividade apresentada é facilmente enquadrável e passível de cumprir outros objetivos que exijam abordagens mais profundas e complexas relativamente aos conteúdos e capacidades que se pretendam desenvolver. Por essa razão, e para que se reconheça alguma da complexidade do assunto tratado, segue-se uma breve contextualização científica do Maciço Ígneo de Sintra. Passa-se depois a uma breve explicação sobre a relevância dos modelos na compreensão dos fenómenos geológicos e, finalmente, à proposta da atividade de modelação análoga (cuja orientação para os alunos está em formato PPT).

Enquadramento científico A área abrangida pelo Mapa Tectónico de Sintra (fig. 1, mapa estratigráfico e litológico-estrutural da autoria de Kullberg e Kullberg, 2000), localiza-se na chamada Península de Lisboa, sendo geologicamente constituída por formações litológicas do Meso-Cenozoico. Essas formações são sobretudo sedimentares, com idades que vão do Jurássico superior (Oxfordiano) até à atualidade. Afloram, igualmente, diversos tipos de rochas ígneas, intrusivas e extrusivas e, ainda uma estreita faixa de rochas metamórficas formadas por metamorfismo de contacto. As rochas ígneas intrusivas predominam e resultaram da intrusão de um diapiro magmático em níveis estratigráficos superiores, “cortando-os” e deformando-os. O maciço diapírico tem a forma de um doma, aproximadamente elítico, com eixo maior de 10 km, segundo a direção E-W, e eixo menor de 5 km segundo N-S. Se tivermos em conta a espessura da sequência sedimentar que envolve o maciço e que o cobriria, mesmo tendo em conta que a erosão foi atuando à medida que ele foi ascendendo, este relevo terá sido no passado bem mais imponente. A Serra de Sintra, segundo Cachão e Silva (2000) terá sido mesmo uma península, no Miocénico, dado que existem depósitos marinhos em seu redor. O maciço encontra-se enraizado num acidente crustal (uma falha) profundo de orientação NW-SE a NNW-SSE, em regime de desligamento direito, que terá controlado a instalação do maciço (vide sequência de imagens nos diapositivos 5 e 6 da apresentação PowerPoint® e fig. 2). As condições petrogenéticas, estruturais e geotectónicas em que se deu a instalação do maciço, terão sido responsáveis pela sua forma alongada e assimétrica segundo E-W, 1


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