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Francisca Martins , Joana Moreira , José Coelho , Liliana Azevedo e Teresa Lacerda Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Lanhoso, Portugal
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INTRODUÇÃO Gestão sustentável de recursos significa gerir conscientemente os recursos naturais, para que estes não se esgotem rapidamente, no sentido de criar uma harmonia entre o que nós, Humanos, precisamos e o que a Terra nos pode fornecer. É necessário reduzir o gasto/consumo de todos os recursos pois, se estes esgotarem brevemente, as gerações futuras não terão ao que recorrer, uma vez que muitos dos recursos utilizados são não renováveis, ou seja, são limitados. A possibilidade de os recursos se virem a esgotar é uma das maiores preocupações que a humanidade enfrenta atualmente, ou pelo menos deveria ser, uma vez que o crescimento populacional tem sido cada vez maior. Em 1850 foi atingida pela primeira vez a marca de 1 bilião de habitantes. Atualmente rondamos os 7 biliões, e a ONU prevê que até 2050 o número de pessoas chegue aos 9,6 biliões. Este crescimento desmesurado está a trazer muitas consequências a nível ambiental, especialmente no que toca aos recursos naturais, pois um maior número de pessoas implica um maior consumo e, como tal, é de extrema importância reduzir os gastos de recursos para o mínimo possível. O objetivo deste estudo assentou em compreender como é feita a gestão dos recursos energéticos na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, e como foi a evolução dos consumos energéticos, tendo como base um trabalho realizado por alunos do 12º ano de Biologia, do curso de ciências e tecnologias, em 2014.
RESUMO Em 2014, no âmbito do projeto “Education for Sustainable Consumption”, realizou-se um estudo relativo aos gastos energéticos, de gás e água na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso. No sentido de verificar a existência de alterações no que respeita aos gastos de recursos energéticos, repetiu-se o referido estudo em 2018. Verificaram-se melhorias na utilização dos recursos energéticos, havendo, contudo, ações que ainda podem ser desenvolvidas para tornar esta escola mais eficiente. Serão apresentadas algumas medidas com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a importância de preservar os recursos.
ABSTRACT
MATERIAIS E MÉTODOS
In 2014, in order of an “Education for Sustainable Consumption” project, a study related with the consumption of energy, gas and water at Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso was realized. In order to verify if there was significate changes related to the resources consumption we decided to repeat the same study some years later. Some ways to aware the population to the importance of energy consumption management will also be presented.
Education for a Sustainable Consumption (ESC): a global challenge é o título de um projeto eTwinning, apoiado pelo programa Erasmus +, encetado em 2014, no Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhoso, envolvendo sete países. No âmbito deste projeto, os alunos de Biologia de 12º ano realizaram um estudo relativo ao consumo energético na escola sede do Agrupamento, a Escola Secundária, tendo elaborado propostas, apresentadas à direção do Agrupamento, que passavam por substituir as lâmpadas de toda a escola por outras de gestão mais eficiente da energia. Volvidos três anos, repetiu-se o estudo que consistiu em: - Pedir autorização à Direção do Agrupamento para a realização do estudo, nomeadamente ao Senhor Diretor do Estabelecimento de Ensino, o professor José Manuel Ramos; - Fazer a contagem de todas as lâmpadas do recinto escolar e dividi-las em categorias: LED e não LED; - Recolher, na secretaria da Escola, as faturas da luz, da água e gás de 2017, com a devida autorização da Direção do AEPL. Relativamente às faturas de 2014, extraímos os dados do trabalho dos alunos de Biologia de 12º ano de 2014; - Recolher dados, também na secretaria, sobre o número de todos os elementos da comunidade escolar do ano letivo 2017/2018; - Entrevistar professores, alunos e funcionários a respeito do tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO No início de 2018 realizou-se a contagem das lâmpadas existentes na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso – LED e Não LED – e compararam-se esses dados com os obtidos em 2014 como se pode verificar pela análise do gráfico 1.
CONCLUSÃO
Gráfico 1—Comparação entre o número de lâmpadas em 2014 e 2017
Gráfico 2—Comparação entre os gastos dos recursos, em Euros, em 2014 e em 2017
A análise do gráfico 1 permite verificar que em 2014 não existiam lâmpadas LED, porém existia um elevado número das lâmpadas não económicas. No início de 2017 quase todas as lâmpadas não económicas, que consumiam cerca de 32 watts por hora, foram substituídas por lâmpadas LED que consomem 18 watts por hora. Foi, ainda, possível substituir os balastros que suportavam duas lâmpadas por outros que passaram a ter apenas uma, o que conduziu a que o número total de lâmpadas fosse reduzido para metade. Contudo, observa-se, através do gráfico, que existem ainda algumas das antigas lâmpadas, devido ao processo de troca destas não ser terminado. A consulta os recibos de 2017 correspondentes aos gastos com a eletricidade, água e gás e a sua comparação com os de 2014 (gráfico 2) permitiu verificar que em todos os recursos houve uma diminuição de custos. Apesar do presente estudo se centrar nos recursos energéticos é interessante verificar que existiram também ações para aumentar a eficiência ambiental da escola, Os gastos de luz diminuíram devido à substituição das lâmpadas e os gastos de gás diminuíram devido a um estudo feito sobre quais eram as melhores horas para se ter os radiadores ligados. Quanto à água, houve uma substituição das torneiras por outras equipadas de temporizadores de consumo.
Tabela 1 – Comparação de dados da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso entre os anos de 2014 e 2017
A importância deste estudo consistiu no facto de os alunos terem oportunidade de explorar conteúdos curriculares da disciplina de Biologia de 12º ano com base em problemas reais / locais, bem como terem um papel ativo na proposta de soluções. A comparação dos dados e a sua divulgação na comunidade escolar assume relevância para a formação de cidadãos participativos, já que, cada vez mais, o cidadão comum é chamado a decidir sobre a utilização dos dinheiros públicos. Conscientes de que é sempre possível melhorar, este estudo conduziu a que se elaborasse uma série de recomendações para colocar em prática num futuro próximo. Assim, dever-se-ia equacionar a colocação de sensores de luz nas casas de banho e nos corredores. Verificou-se que nos blocos das salas de aula, os espaços de circulação entre as salas, têm grandes janelas que iluminam bem o interior do edifício, contudo as lâmpadas mantêm-se ligadas todo o dia. Os sensores de luminosidade conduziriam a que as lâmpadas se ligassem apenas quando a luz exterior fosse insuficiente. A colocação de painéis solares é também uma ideia a considerar. Segundo o Senhor professor Ângelo Dias, Diretor adjunto do AEPL, apesar de os custos serem elevados estes seriam superados num curto espaço de tempo tal como aconteceu com as lâmpadas LED, porém é necessário realizar cálculos para assegurar que a relação custo/vantagens é benéfica. O vídeo, acessível a partir do QR CODE acima, foi elaborado com o intuito de servir de base a sessões de sensibilização da comunidade escolar, para a gestão sustentável de energia, no início de cada ano letivo, e, desta forma, a par das recomendações estruturais, contribuir para o desenvolvimento de hábitos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Barbosa, G. S. (2008). O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1. Disponível em https://goo.gl/5Hy6f3 Dulley, R. D. (jul. / dez. 2004). Noção de Natureza, Ambiente, Meio Ambiente, Recursos Ambientais e Recursos Naturais. Agric. São Paulo, São Paulo, v. 51, n. 2, p. 15-26, Disponível em https://goo.gl/9VSfbn Afonso, J.; Gonçalves, P.; Silva, R. (2014). Energy Patrol at School. Disponível em https://goo.gl/kj7C8K Afonso, J.; Gonçalves, P.; Silva, R. (2015). Energy Patrol at School. Disponível em https://goo.gl/KjgQqa Agência Nacional do Ambiente (2012). PNUEA - Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água. Disponível em https://goo.gl/3kg4jQ ONU (2017). World Population Prospects 2017. Disponível em https://esa.un.org/unpd/wpp/ Referências Bibliográficas em QR Code
Gráfico 3 — Comparação dos gastos por ano, por pessoa, em Euros, em 2014 e em 2017
O gráfico 3 traduz o gasto, a nível dos recursos, por pessoa ao longo de um ano civil. Verificou-se que, comparando o número de elementos da comunidade, em 2014 existem 68 pessoas a mais em relação com o ano de 2017, o gasto dos recursos diminuiu consideravelmente. Observa-se que em 2014 cada pessoa custava ao Estado 48,49 €, já em 2017, esse custo diminuiu para 34,8 €. Assim, podemos concluir que diminuíram cerca de 28% os gastos por pessoa tendo em consideração os anos do estudo. A tabela 1 sistematiza os dados recolhidos, permitindo reforçar a ideia de que as medidas implementadas conduziram a uma economia de 3,0 € por pessoa, o que pode parecer um valor baixo mas que, em termos brutos, conduziu a que a escola tivesse poupado, em um ano, cerca de cinco mil euros em energia elétrica. 1
Alunos do AEPL / 2Professora de Biologia do AEPL