Reportagem Semanário Mundo Português

12 de NOVEMBRO 2010 a 18 de NOVEMBRO 2010

CONFRARIA DA CERVEJA ALERTA PARA SAGRES DO CHEGOU IMPORTÂNCIAAECONÓMICA SECTOR

À CIDADE DO “LEÃO” APÓS 277 DIAS DE VIAGEM

EDIÇÃO 1572 1,20 Euro

P.21 34 34 > P. 20>>eP. www.mundoportugues.org redaccao@mundoportugues.org

Director: Maria da Conceição Granado de Almeida

PELA TERCEIRA VEZ

CHAVES

ENCONTRO INTERNACIONAL DE TURISMO NA MADEIRA

> P. 4

- Deficientes motores com melhor mobilidade urbana > P. 12 a 14

PELO MUNDO

> P. 2 e 3

- CCP: Cortes orçamentais reduzem actividades do Conselho - Venezuela: Luso-descendentes organizam primeiro encontro PAPEL NA INTERNET

- Importância do Português e da cultura lusófona foi tema de encontro internacional > P. 16 EXPO XANGAI

Tal como temos noticiado está a decorrer na Madeira a 15ª edição do EIT que reúne um grupo de 150 pessoas e 25 agentes de viagens que pela primeira vez fazem um educacional na ilha, depois do temporal de Fevereiro.

- Pavilhão de Portugal ganhou um prémio de design > P. 17 CASA ANGOLA

COM ABSTENÇÃO DO PSD E VOTOS CONTRA DO RESTO DA OPOSIÇÃO

> P. 10

GOVERNO CONSEGUE APROVAR ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO PARA 2011 CLÁSSICO NO DRAGÃO

> P. 27

VOLTA A PORTUGAL

> P. 34

> P. 22-23

História de uma pequena mercearia em Matosinhos que se transformou numa grande empresa de exportação > P. 22 e 23

FC Porto imparável goleia Benfica por 5-0 VILA VERDE mostra > P. 17 realidade do mundo rural

Tabuaço: terra de festas, feiras e romarias TIAGO OUTEIRO

ANTÓNIO PAIS ANTUNES

Este investigador português e a sua equipa ganharam um prémio atribuido pela fundação Michel J. Fox pelo seu projecto de investigação da doença > P. 18 de Parkinson

Trabalha na Universidade de Coimbra e foi seleccionado pela MIT para consultor científico de um porograma de investigação avançada que irá mudar o futuro da mobilidade urbana

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19 DE NOVEMBRO DE 2010

EMPRESAS COM HISTÓRIA

CASA ANGOLA INTERNACIONAL

A casa de todas as suas Fundada, em 1932, nasceu de uma pequena mercearia localizada em Matosinhos, pertença de José Moreira, cuja especialidade era precisamente “torrar e vender” café proveniente de Angola. Era assim conhecida por “Casa do Café de Angola” designação posteriormente abreviada para “Casa Angola”...

Ao longo dos anos, nomeadamente nas décadas de 50 e 60, soube tirar partido de novas oportunidades de mercado tornadas possíveis pela construção do porto de Leixões, iniciando a actividade de shipchandler (fornecedor de navios). Entretanto, a sua acção estende-se aos restantes portos nacionais e mesmo ao de Vigo, dada a sua proximidade geográfica.

Com o desmantelamento da frota mercante após 1974, e a consequente diminuição do movimento portuário, tornava-se necessário diversificar. É, neste contexto que surge a criação com supervisão da alfândega de Leixões do primeiro entreposto aduaneiro, sendo que este investimento inicia a Casa Angola no mercado do duty-

free; aproveitando este know-how, dá-se o início do fornecimento de matéria-prima a caterings e companhias de aviação. Durante os anos 80, a experiência acumulada, sobretudo na área do duty-free e os contactos com grandes fornecedores nacionais e internacionais, possibilitaram iniciar a actividade de exportação, fornecendo hotéis, cantinas, distribuidores, retalhistas e armazenistas, sendo hoje uma empresa de raiz 100% exportadora.

Com uma média de doze milhões de euros anuais de exportações, e empregando 36 pessoas estivemos na sede desta empresa a dois passos do Aeroporto Sá Carneiro na Maia onde falámos com Rui Moreira, administrador da empresa e neto

do fundador.Na altura da nossa visita já se preparavam os milhares de Cabazes de Natal que a Casa Angola fornece aos seus clientes, destinados aos mais diversos países, com um vasto leque de produtos nacionais, levam o nome de Portugal pelo mundo fora.

MP- A Casa Angola trabalha sobretudo os produtos alimentares ou também trabalha outro tipo de produtos?

RM- Somos especialistas em produtos alimentares e bebidas, no entanto a grande vantagem que oferecemos aos nossos clientes é o serviço, ou seja a possibilidade de trabalharem com uma só empresa que lhes disponibiliza uma quantidade muito diversificada de referências

e marcas, o que permite aos nossos clientes poupanças significativas, nomeadamente em termos administrativos, logísticos ou de comunicação. Deste modo, poderão os nossos clientes despreocupar-se de todas estas questões burocráticas e logísticas que estão associadas ao processo da compra e concentrarem-se exclusivamente no seu negócio.

MP- O mercado da exportação tem crescido nestes últimos anos?

RM- O mercado da exportação tem vindo a reconhecer e a valorizar a nossa filosofia de “one stop shop”, o que nos tem permitido crescer a um ritmo interessante, mesmo nestes anos difíceis de crise internacional.

MP- Em termos de produPUB

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EMPRESAS COM HISTÓRIA

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compras (...) O “mercado da saudade”, é um mercado que nos dá muito prazer trabalhar, o facto de levarmos os produtos portugueses aos nossos compatriotas, é como se levássemos um cantinho da casa que deixaram para trás em busca de uma vida melhor. É muito reconfortante ver o carinho e o respeito com que tratam o produto nacional (...) tos a Casa Angola Internacional disponibiliza apenas as principais marcas nacionais ou também trabalha as suas próprias marcas?

RM – Nós trabalhamos, para além das principais marcas do mercado, com marcas exclusivas. São produtos de qualidade superior, mas com preços muito competitivos, que permitem dar mais estabilidade ao negócio dos nossos clientes. Entre elas destacamos o café Lote Particular®, os produtos gourmet e biológicos quatro folhas®, e os vinhos do Alentejo, Douro e Porto da marca Borrelho®.

MP- E essa aposta nas vossas marcas exclusivas foi uma aposta ganha?

RM- Relativamente aos vinhos Borrelho®, temos trabalhado com uma excelente equipa de enólogos e, temos apostado numa filosofia pouco comum ao que é habitual no mercado. Uma vez que nós não somos produtores, isso permite-nos “produzir” os vinhos que o mercado “necessita”, ou seja definimos as características que pretendemos no vinho e procuramos a região de Portugal mais apropriada para o produzir, e em conjunto com a nossa equipa de enólogos trabalhamos, de forma a conseguir um vinho de qualidade com as características e preço que o mercado preten-

de.

De salientar que o crescimento da marca Borrelho® em 2009 foi superior a 45%.

Para 2010, temos algumas novidades, nomeadamente o Regional Alentejano, o DOC Douro e a juntar ao Porto Tawny o Porto White. Estamos já com um portfólio interessante e a grande aposta para 2011 vai ser lançar os primeiros vinhos reserva.

MP- Pelo que nos é dado a conhecer o mercado dos vinhos está em crescimento, isso é sinal que os vinhos portugueses estão com boa aceitação no mercado da exportação?

RM- Portugal tem excelentes condições para produzir vinhos de qualidade, no en-

Rui Moreira administrador da empresa - CASA ANGOLA INTERNACIONAL Marrocos e Namíbia. Nas Américas: Brasil, Estados Unidos da América e Canadá. Na Ásia: Timor-Leste, Macau, China, Índia e Hong Kong. Na Europa Comunitária: Alemanha, Bélgica, França, Chipre, Espanha, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia e Reino Unido. No Resto da Europa: Croácia, Islândia, Noruega, Suíça e Turquia.

E na Oceânia: Austrália e Nova Caledónia.

tanto enfrentamos forte concorrência dos vinhos estrangeiros, mas é nossa convicção que os vinhos portugueses a par da qualidade, têm imagem e prestígio para se poderem afirmar cada vez mais, nos mercados internacionais.

MP- E em que mais países querem estar?

RM- Estamos a dar os primeiros passos na China, o mercado das regiões autónomas de Macau e Hong Kong já é regular, mas o mercado da China Continental é objectivo prioritário. Nos restantes mercados, queremos essencialmente trabalhar mais e melhor com os clientes que já temos.

MP- Uma empresa 100% exportadora; quantos países recebem produtos da Casa Angola Internacional?

RM- Trabalhamos regularmente com 36 países, nos cinco continentes.

Em África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, África do Sul, Mauritânia,

MP- Alguém que esteja estabelecido no estrangeiro e que queira trabalhar e vender produtos alimentares portugueses, não necessita de procurar diversos fornecedores ou produtores, pois a Casa Angola Internacional dá resposta às necessidades. Esta é a mensagem que deduzimos que

quer transmitir?

RM – Sim, todo o nosso serviço assenta em quatro pilares básicos: compromisso, dedicação, flexibilidade e responsabilidade.

Deste modo, quem nos contactar terá a garantia do nosso compromisso em nos empenharmos na procura da solução adequada às suas necessidades. Quero com isto dizer, que procuraremos oferecer os produtos que necessita, na quantidade requerida, dentro dos prazos solicitados e no local pretendido.

Para tal, tivemos de investir num departamento aduaneiro próprio e na obtenção do estatuto de exportador autorizado pela União Económica Europeia, o que nos permite estar ligados pela via informática com toda a rede de alfândegas a nível europeu, bem como o facto de termos disponíveis todas as licenças aduaneiras, veterinárias e de segurança alimentar, relevantes.

MP- A Casa Angola Internacional marca presença no SISAB. O evento tem ido ao encontro das expectativas desta empresa?

RM – A Casa Angola tem presença assídua no SISAB à vários anos, julgo que tal facto por si só demonstra a importância do certame. O SISAB é uma excelente montra dos produtos portugueses para o Mundo.

MP- O “mercado da saudade” que alguns dizem que já se diluiu, ainda é importante para a Casa Angola Interna-

cional?

RM- O “mercado da saudade”, é um mercado que nos dá muito prazer trabalhar, o facto de levarmos os produtos portugueses aos nossos compatriotas, é como se levássemos um cantinho da casa que deixaram para trás em busca de uma vida melhor. É muito reconfortante ver o carinho e o respeito com que tratam o produto nacional. Não quero com isto dizer que não são exigentes, antes pelo contrário, querem e privilegiam o produto português de qualidade.