Revista Café com Pão - 2ª Edição

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ÃO • I Ç •• B U TA RI UI S T AT DI • GR ••

revista

casa, comida, família e mineiridades

ano 1 • n.2 • out/nov. de 2020

Um novo amor chamado

chocolate artesanal Saiba como são feitos, o que têm de especial e porque você precisa provar os chocolates bean-to-bar

PORTA- RETRATO

SALA DE ESTAR

DE LÁ PRA CASA

Cris Guerra e a bela história por trás de uma foto

Thalita Carvalho fala sobre casa, decoração e mais

Gostosuras de delivery que pedimos e adoramos!

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EDITORIAL

Tudo certo em casa? É assim que muita gente se expressa quando quer saber se está tudo bem na sua vida, com o que importa pra você. Isso é lindo e muito significativo do que o espaço que construímos como lar representa na nossa vida como um todo. A recepção que tivemos ao entrar na sua casa com nossa primeira edição em agosto foi mais acolhedora do que a gente esperava. Fizemos até parte da decoração de muitos lares, como nos mostraram algumas fotos que recebemos por aqui. E pra continuar fazendo bonito e jus a essa carinhosa acolhida, preparamos um conteúdo bem legal e cheio de cuidado nesta edição, veja só. A simpatia tem papel de destaque por aqui, nas presenças da escritora e palestrante Cris Guerra e da apresentadora Thalita Carvalho. A Cris nos presenteou com uma beleza de texto na estreia da seção “Porta-retrato”, em que uma foto representativa para o convidado vira ponto de partida para reflexões e resgate de memórias. Com a Thalita, tivemos um papo leve e muito gostoso sobre casa, decoração e, claro, cor e criatividade. Você já provou o chocolate bean to bar? Sabe o que é e como é feito? Te contamos tudo! Na cozinha, trazemos receitas com aquela pegada bem prática, mas com toquezinho de sofisticação bem genuína, que sabemos que você adora. E, pra quando a preguiça bater, sugerimos também algumas opções de pratos provados e aprovados pra você pedir com a captura de um QRCode. Deixa eu adivinhar: o tempo que seu filho passa nas telas aumentou muito nos últimos meses, certo? Isso é problema de quem? Segundo a psicóloga Anna Cláudia Eutrópio, de todos nós. E seu homeoffice, como é que anda? A arquiteta Paula Greiner dá dicas precisosas para torná-lo ainda melhor. O espaço para o editorial ficou pequeno pra contar o que mais te espera na Café com Pão de primavera. O jeito é você abrir, levar a gente pra casa de novo e conferir tudinho. Um beijo carinhoso,

Carolina Lentz Café com Pão® é uma publicação bimestral desenvolvida pela Gíria Design e Comunicação, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Editora responsável: Carolina Lentz. Distribuição gratuita e dirigida, em padarias selecionadas de Belo Horizonte. Para anunciar, opinar, apoiar ou contribuir, entre em contato conosco: cafecompao@giria.com.br • (31) 3222-1829. © Gíria Design e Comunicação 2020. Todos os direitos reservados. (capa: CanStockPhoto).

A Amipão caminha junto da sua padaria! A Amipão é uma entidade composta pelo Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais e pela Associação Mineira da Indústria de Panificação. Nossa missão é promover o desenvolvimento e a transformação da indústria mineira de panificação, com inovação e excelência, através de uma sólida parceria que estabelecemos com nossos associados. Quer saber mais sobre a Amipão? Acesse nossas redes e canais e fique por dentro de todas as nossas ações e do nosso trabalho.

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PORTA- RETRATO

O quarto das meninas Foto: Cris Guerra - arquivo pessoal

POR CRIS GUERRA*

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Boa noite, John Boy! Boa Noite, Mary Ellen! Se você também cresceu nos anos 70, poderá se lembrar do seriado americano The Waltons. John Walton, Jr. é o “John Boy”, o mais velho dos sete filhos do casal John e Olivia. Um rapaz do campo e também um escritor e pensador, que escreve sobre a sua família, amigos e as circunstâncias em torno deles. Ao final de cada episódio, a cena era sempre a mesma: uma imagem da grande casa da família durante a noite, e as luzes dos quartos sendo apagadas enquanto ouvíamos as vozes dos filhos dizendo boa noite uns para os outros. Eu e minhas irmãs ainda usamos esse jargão nas conversas pelo Whatsapp, uma brincadeira que diz muito sobre o baú de afetos de crescer no mesmo quarto. DOS DETALHES Foi a esse quarto que voltamos há alguns dias, quando eu completei 50 anos. COLORIDOS TECEMOS Ali, diante das três camas que redesenhaCOLCHA DE RETALHOS, mos na lembrança, das portas de armários cujas chaves eu colocava na mesma E ALI DEITAMOS CRIANÇAS, posição antes de dormir (esquisitices inCONTEMPLANDO fantis que fazem parecerem grandes as coisas pequenas), recontamos as nossas MONSTROS IMAGINÁRIOS histórias. E se a memória de cada uma é boa romancista, um mesmo enredo gaQUE NOS DEIXARAM ÀS nha nuances outras ao sabor de quem o GARGALHADAS. recorda. Ganhamos todas. Dos detalhes coloridos tecemos colcha de retalhos, e ali deitamos crianças, contemplando monstros imaginários que nos deixaram às gargalhadas. Nada era tão assustador como nas histórias que nos contamos por tanto tempo. O tempo passou e nos fez perder muitas coisas pelo caminho. Diferenças, inclusive. A vida nos convidava a uma viagem para dentro, dessa vez pra dentro do nosso quarto, onde a gente conversava no escuro antes de dormir. Ali tiramos do armário qualquer incômodo ou curva que nos levou pra caminhos diferentes. Vasculhamos um baú das dúvidas, sonhos, medos e afetos. Hoje, algumas décadas mais sábias, somos capazes de compreender os fatos e até rir deles, fazendo de tudo isso um combustível pra seguir adiante. A vida que é curta demais para ser pequena. Pra que a gente se perca dos nossos. Para que olhemos tanto para fora a ponto de não mais enxergarmos dentro. Você pode ouvir um pouco de tudo isso no episódio “Crises do fundo do baú”, do podcast “50 Crises”. {}

*Cris Guerra é escritora, palestrante e lançou recentemente o podcast 50 Crises, que você acessa pelo QRCode ao lado.

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EM FAMÍLIA

“É problema de todo mundo!” POR ANNA CLÁUDIA EUTRÓPIO* game pudesse ser só mais uma atividade e não a principal atividade de seu filho. Como conciliar homeoffice, serviços domésticos, cuidado com as crianças, entretenimento de adolescentes, acompanhamento de aulas online, lazer e descanso? Essa tarefa é impossível. E aí entra o aumento das telas. Não há um modelo de parentalidade saudável e positiva que dê conta das condições que nos foram colocadas em virtude da pandemia. Minha vontade foi colocar minha vizinha no colo e dizer: sim é problema de todo mundo. Sim, você não está sozinha nessa. Sim, vamos ter que, enquanto sociedade, repensar nosso modelo de vida e vamos ter que, pós-pandemia, lidar com as cicatrizes que esse momento vai deixar em todo mundo. Mas, sim, isso é problema de todo mundo. Não se culpe e fique se sentindo uma mãe terrível. Não se culpe e fique achando que só na sua casa isso está acontecendo. Estamos todos tentando dar conta da melhor maneira possível do que está acontecendo neste momento. E é esse o recado que queria deixar para você: crie espaços de auto-acolhimento. Momentos em que você possa olhar para seu cotidiano e se acolher dizendo: “estou tentando... Sei que não está o ideal, mas estou tentando fazer o meu melhor”. E se fortaleça. O auto-acolhimento aumenta nosso discernimento para agir da melhor maneira possível, diante das condições adversas que estão colocadas. É, sim, problema de todo mundo.

Em um domingo do último mês de agosto, eu estava no terraço da minha casa, por volta de 10h30 da manhã estendendo as roupas que tinha lavado. Escutei a vizinha do prédio ao lado dando um supergrito: _“Sai desse videogame AGORA!!!” Não consegui escutar o que o filho respondeu, mas imagino que algo como “Não saio, é problema meu!”. Na sequência ela gritou: _“É problema de todo mundo!” E eu fiquei pensando nisso. Sim, é problema de todo mundo. Sim, a situação que as famílias estão vivendo com a pandemia da Covid-19, com o isolamento social, com a ausência de escolas presenciais e outras atividades, tem aumentado o tempo de exposição às telas de crianças e adolescentes e isso é problema de todo mundo. Na mesma semana recebi em um grupo de pais um vídeo de comédia (do perfil “Embrulha pra viagem”), em que o humorista relata como eles flexibilizaram as regras sobre videogame durante o isolamento social: se antes os filhos podiam jogar durante uma hora dois dias por semana, agora estavam jogando 9 horas por dia. Fiquei pensando no desespero de minha vizinha que ficou evidente em seu grito. Fiquei pensando no cansaço e na vontade de que o video-

*Anna Cláudia é psicóloga, doutora em Educação e co-autora do livro “Meu Adolescente”, lançado em junto de 2020. (@nosevoz e @meuadolescente) REVISTA CAFÉ COM PÃO • OUT. NOV. 2020

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CAFÉ DA MANHÃ

Bolo de cenoura vegano com calda de chocolate DO QUE PRECISA? Para a massa • 3 xícaras de chá de farinha de trigo (pode ser branca, orgânica, integral, de arroz) • 1 e 1/2 xícara de chá de açúcar demerara (ou outro de sua preferência) • 3 cenouras médias descascadas • 1/2 xícara de chá de óleo de coco (125 ml) • 200 ml de água filtrada • 1 colher de sopa de fermento em pó Para a cobertura • 100g de chocolate vegano amargo ou meio amargo sem lactose, picado ou em gotas • 1/4 de xícara de chá de açúcar ou adoçante • 3/4 xícara de Leite de Amêndoas Fresco Vida Veg

massa lisa. Adicione o fermento e misture até incorporar. Transfira a massa para a forma e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 40 minutos. Para a cobertura, coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo médio. Mexa sem parar até obter uma calda lisa. Despeje a calda ainda quente sobre o bolo. Espere esfriar e sirva.

COMO É QUE FAZ? Preaqueça o forno a 180 ºC, unte uma forma e polvilhe com farinha. Reserve. Corte a cenoura em pedaços menores e transfira para o liquidificador. Acrescente o óleo, a água e o açúcar. Bata por cerca de 5 minutos, até obter uma mistura homogênea. Em uma tigela grande, coloque a farinha de trigo e acrescente a mistura do liquidificador aos poucos. Mexa delicadamente sem parar para não formar grumos, até obter uma

Esta receita foi enviada pela equipe da Vida Veg (@vidaveg)

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ALMOÇO

Moqueca perfeita de banana da terra DO QUE PRECISA? (Para 6 pessoas) • 5 bananas da terra maduras • 400 g. de cogumelos de Paris frescos • 1 pimentão vermelho • 1 pimentão amarelo • 1 cebola média • 3 dentes de alho picados • 4 tomates maduros • Azeite extravirgem • 1/2 xícara de azeite de dendê • 200 ml de leite de côco • Salsinha picada à gosto • Açafrão, sal e pimenta à gosto

no, acrescente 1/2 copo de água e deixe ferver com a panela semi-tampada por aproximadamente 15 minutos. Em seguida, coloque o azeite de dendê e prove para acertar o tempero. Mexa com cuidado e observe. O ponto certo é quando houver se formado um caldo mais grosso na panela e os legumes estiverem cozidos. Desligue o fogo, acrescente o leite de côco e incorpore-o ao prato. Por cima, acrescente a salsinha fresca, tampe por dois minutos e sirva em seguida. Esse prato fica perfeito com arroz branco e uma boa farofa. Acredite: se você come carne, sequer irá sentir a falta do peixe nesse prato.

COMO É QUE FAZ? Pique todos os ingredientes: as bananas em rodelas grandes ou em diagonal. Os pimentões em tiras finas e a cebola e os tomates em rodelas. Retire os cabinhos dos cogumelos e reserve, já limpos. Em uma panela funda e de boca larga, refogue o alho no azeite. Acrescente as bananas, o açafrão e misture bem. Em seguida, coloque os cogumelos e refogue um pouco mais. Por cima, coloque as tiras de pimentões, a cebola e, por último, os tomates. Coloque sal e pimenta-do-rei-

JANTAR

Ceviche de tilápia com fruta da estação DO QUE PRECISA? (Para 4 porções) • 400g. de Filé de Tilápia Bem Fresco • 1 xícara de manga cortada em cubos (pode substituir por caju ou abacaxi) • 1 cebola roxa • Caldo de 2 limões taiti • 1 pimenta dedo-de-moça • Coentro picado a gosto • Sal a gosto REVISTA CAFÉ COM PÃO • OUT. NOV. 2020

COMO É QUE FAZ? Comece pela fruta. Corte a manga em cubos na mesma proporção do peixe, para que tenha cubos iguais. Descasque e corte a cebola em cubinhos pequenos. Lave, corte a pimenta dedo-de-moça ao meio, descarte as sementes e pique fino. Corte os filés Bem Fresco em cubos. Transfira para uma tigela, junte os cubos de manga, a pimenta e a cebola picada.

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Adicione o caldo dos limões e 4 cubos de gelo (o gelo é opcional, mas garante frescor). Tempere com sal e misture bem. Descarte o cubos de gelo, cubra o preparo com plástico filme, leve à geladeira por 10 minutos e sirva com coentro picado e chips de batatas (baroa, batata doce ou inglesa). Dica: O ceviche é um prato típico da culinária peruana rico em frescor. Ele vai de uma simples entrada até um belo prato principal. Para uma recepção sirva estilo coquetel em copos ou vasilhames pequenos. Dando atenção a temperatura do prato, que deve ser servido frio e com um garfinho. Você encontra essa e outras receitas no E-book da Pescados Bem Fresco @pescadosbemfresco, criado em parceria com a Chef Ana Sandim da @ingredientesdavez (acesse pelo QRCode ao lado)

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Thalita Carvalho, apresentadora e criadora do site Casa de Colorir, conversou com a gente com exclusividade, num bate-papo cheio de doçura e simpatia. A criatividade da jornalista e publicitária que ganhou o Brasil com o programa Mais Cor por Favor, do GNT, tem influenciado muita gente a reiventar seus espaços, experimentar sem medo e por a mão na massa para tornar a própria casa um lugar cada vez mais especial.

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Foto: Jorge Bispo

SALA DE ESTAR


Fotos: Derek Mangabeira e Thalita Carvalho

Você tem formação em jornalismo e publicidade. Como começou sua história com decoração e design para a casa? Eu cresci com a minha mãe fazendo as coisas em casa. Ela não era muito do artesanato não, mas ela era muito “maker”, sabe? Se quebrava, ela consertava, se entupia, ela desentupia, se algo precisava ser trocado, ela trocava. Como ela era comissária de bordo e viajava para muitos países, ela acabava trazendo de fora um monte de ferramentas que não existiam por aqui. Lá fora, o DIY (do it yourself, ou “faça você mesmo”), já era muito disseminado, talvez seja por isso. Então, eu desde pequena cresci achando isso normal. Além disso, eu sempre adorei artesanato. Quando eu era criança, pedi pra minha mãe me matricular em colônias de férias que tinham curso de artes manuais e tudo mais. Pra mim, feira de Ciências era que nem Oscar, sabe? Meu vulcão era sempre maravilhoso, todo bem cuidado. Quando cresci, segui o caminho da Comunicação, fui estudar Jornalismo e Publicidade e quando eu comecei a trabalhar com visual merchandising, que é trabalhar o ponto de venda e o design espacial para marcas, aí eu me encantei e comecei a pesquisar cada vez mais materiais, mais matérias-primas diferentes e também a pensar sobre a influência do espaço nas emoções da gente, no nosso estado de espírito. Como foi o início do blog Casa de Colorir? Quando eu me mudei, saí da casa dos meus pais para ter a minha própria casa, resolvi criar um diário desse processo, porque eu já sabia que lá iria fazer muita coisa (muito pela falta de grana mas também pelo entusiasmo com essa mudança). E, nessa, criei o Casa de Colorir, que em duas semanas já foi procurado por uma repórter e começou a ser notado. Acho que muito pelo fato de eu escrever com muita verdade, muita coragem, já que ia mostrando tudo sem muita vergonha e de um jeito fácil de as pessoas entenderem. Você acha que o DIY (do it yourself) – faça você mesmo – acaba conectando mais as pessoas com os objetos e com a casa? Eu acho que sim, totalmente. E mais do que isso: é uma forma de você ganhar autonomia, de descobrir que nem tudo você precisa comprar. É claro que você também não precisa fazer tudo, mas o DIY te dá esse equilíbrio, entre o que você tem autonomia para fazer e o que você tem que continuar pagando e comprando.

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Em sua @casadecolorir no Instagram, Thalita compartilha dicas, inspirações e um mundo de conteúdo imperdível para quem curte casa, cor e decoração afetiva


SALA DE ESTAR Qual foi a premissa que te levou a criar o Mais Cor por Favor? A ideia do Mais Cor por Favor veio justamente daí, de as pessoas começarem a colocar a mão na massa para entender o processo, sem ganhar aquela transformação de mão beijada, né? E também para que elas pudessem ter a autonomia pra mudar de novo, se quisessem. Eu queria também mostrar às pessoas a potência da cor como contadora de uma história, como definição de uma identidade. Então, juntei o DIY com o uso da cor como agentes de transformação EU QUERIA TAMBÉM de espaços e daí saiu o programa.

Fotos: Derek Mangabeira

Você acabou de se mudar. Na sua casa, é “casa de ferreiro, espeto de pau”? É mais difícil fazer um projeto para si mesma? Nunquinha! Estou sempre transformando meus espaços, sempre fazendo coisas e desde o início essa é a graça da minha casa: ela é um grande laboratório de experimentação. Eu saio experimentando aqui em casa mesmo, sem medo, e depois eu compartilho com todo mundo.

A cadela Frida é presença cativa nos registros do cotidiano que enfeitam o Casa de Colorir

MOSTRAR ÀS PESSOAS A POTÊNCIA DA COR COMO CONTADORA DE UMA HISTÓRIA, COMO DEFINIÇÃO DE UMA IDENTIDADE.

O que você mais repara quando vai à casa de alguém? A história que aquela casa conta, sem o morador precisar falar uma palavra. Se ali tem um pouco da história dela, um pouco do que ela gosta, do que ela é ou do que ela quer ser. É isso que eu reparo. O que não pode faltar em uma “decoração by Thalita”? Cor e planta. Pra mim é isso que traz vida, identidade, afeto, essa relação de cuidado, sabe? No caso da planta, você ver crescer e ser responsável por algo naquele espaço é incrível.

E as novidades? Quais sos próximos passos e projetos de trabalho por vir? Eu estou desenhando dois novos programas de TV. Em um, falo sobre cor e, no outro, sobre criatividade. Neste ano eu queria muito levar meu trabalho não só para a decoração do espaço, mas também para o uso da criatividade para você tranformar sua vida, seu trabalho, sua carreira. A gente está num momento de instabilidade e a criatividade enquanto ferramenta é algo muito transformador. {}

JOGO RÁPIDO

>> Um prato irrecusável: Adoro massas em geral, mas irrecusável mesmo...espaguete à Carbonara. >> Lugar predileto da casa: A sala. É onde eu emprego esforço, me dedico mais na decoração. Momento predileto do dia: Aquela hora lusco-fusco, a última luz do dia, em que o céu está violeta, quase preto. Amo e me sinto muito ativa e produtiva nesse horário. >> Pra relaxar: Ioga. Mas, pra relaxar, relaxar mesmo...ir pro meio do mato, sozinha ou acompanhada. >> Uma inspiração: Bel Lobo. Não só uma inspiração profissional, mas também de coração, de alma, de mulher, de mãe, de avó. Me sinto uma pessoa de muita sorte por tê-la conhecido e por ela fazer parte da minha vida.

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SALA DE JANTAR

30 anos

de puro amor pelo queijo Laticínios Puroleite completa três décadas de dedicação e respeito pela cultura queijeira de Minas Gerais Quem vê os produtos da Puroleite nas prateleiras dos maiores supermercados de BH não imagina quantos afetos, histórias, viagens e aventuras estão por trás da construção da marca mineira referência em produção queijeira no estado. A proprietária e fundadora da empresa Margarida Vaz de Oliveira lembra, porém, que muito antes da consolidação da Puroleite, o queijo já tinha papel de destaque na sua história. “Minha paixão pelo queijo começou na infância. Meu pai vendia leite produzido na fazendo da nossa família e voltava para casa com meio quilo de queijo prato para dividirmos entre 9 irmãos. Eu ficava encantada com o sabor daquele alimento e curiosa para entender como é que o leite se transformava naquele queijo tão gostoso”, lembra. As primeiras experiências de Margarida na produção de queijo aconteceram quando ela tinha apenas 18 anos de idade. “Eu tinha feito Magistério em BH e tinha acabado de retornar para a fazenda, em Carmópolis de Minas. Trabalhei um pouco como professora, mas essa não era a minha vocação. Eu queria mesmo era mexer com queijo. Foi então que resolvi a fazer um curso e começar a produzir sozinha, experimentando e me aprimorando cada vez mais”. E a empreitada valeu muito a pena. Todos os queijos que eram produzidos eram vendidos e elogiados nos arredores. A demanda foi crescendo e em pouco tempo surgiu a necessidade de se ampliar a produção. “Quando me casei, me mudei para a região do Margarida e o sucesso da Puroleite: Campo das Vertentes, no EU QUERIA LEVAR AO foco nos clientes e na qualidade município de Passa Temdos produtos CLIENTE A CONFIANÇA po, onde meu sogro tinha uma fazenda. Para evitar que ficássemos viajando muito, DE CONSUMIR ALGO meu sogro me convidou para transferir a fábrica para a faREALMENTE PURO, zenda e passar a produzir o queijo lá. Ele e meu marido Maurício foram grandes incentivadores ao longo de toda a SEGURO, FEITO COM história da Puroleite”, lembra. RESPONSABILIDADE A marca, em si, nasceu em 1990, quando surgiu a necessidade de formalização da empresa e também de assoE DEDICAÇÃO. DAÍ O ciar os produtos a um nome que representasse bem aqueNOME PUROLEITE. les sabores, processos e valores envolvidos na produção.

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“Eu queria levar ao cliente a confiança de consumir algo realmente puro, seguro, feito com responsabilidade e dedicação. Daí o nome Puroleite.”, explica Margarida. VERTENTES DE MINAS No mundo do queijo, é costumeiro dizer que quem vende em BH, vende em todo lugar. O sucesso da Puroleite por aqui encorajou Margarida a avançar em direção ao público de São Paulo, outro exigente mercado no ramo. “Quando expandimos para o mercado paulista, na mesma época estava se evidenciando a produção de queijo artesanal, feito com leite cru, que não era a nossa especialidade. Sentimos aí a necessidade de nos destacar com o que a gente tinha de melhor para oferecer. Foi aí que decidimos criar a linha Vertentes de Minas, que tem produtos muito diferenciados, desses para serem presenteados, sabe?” Segundo Margarida, a linha Vertentes de Minas é um resgate cultural da forma de se pensar e se produzir queijo. “Essa linha visa colocar o queijo em um outro patamar, reforçando sua verdadeira essência e singularidade, como uma obra arte. A linha resgata e cria novos produtos, pensados e produzidos especialmente desde o leite no tanque até a embalagem final.”, acrescenta. OS PRÓXIMOS 30 Atualmente com 45 funcionários, a Puroleite caminha confiante para seguir conquistando novos clientes e caminhando em direção às próximas gerações de gestores e consumidores. A empresa conta hoje também com a gestão de Maurício Vaz, filho de Margarida que é engenheiro de alimentos, cresceu acompanhando os passos da mãe e conhece bem a trajetória da Puroleite. Segundo Margarida, o segredo de três décadas de sucesso da empresa é o mesmo desde sempre: foco no consumidor e na qualidade da matéria-prima. “A prioridade da empresa é produzir queijos gostosos e que preservem as características sensoriais mais importantes do produto, como sabor, aroma e textura. A produção não é moldada pensando apenas na produtividade e no menor custo, o principal é conseguir um produto final de alta qualidade. Dessa forma, algumas etapas do processo produtivo permanecem as mesmas de trinta anos atrás, ainda artesanais. Além disso, o que sempre me incentivou a crescer foram os elogios e retornos que sempre tive em relação aos produtos, e isso não mudou. Até hoje o sucesso da Puroleite e a nossa coragem para expandir vem sempre do mesmo lugar: o retorno do cliente”, finaliza. {}

Saiba mais sobre a Puroleite e a Vertentes de Minas www.puroleite.com.br Instagram: @laticiniospuroleite


DE LÁ PRA CASA

Deu preguiça de cozinhar? Ou você só quer comer algo bem gostoso e que chegue prontinho? Selecionamos aqui algumas opções de delivery aqui de BH que pedimos, provamos, adoramos e indicamos! Tá bonito isso aí, né? Pois é ainda mais gostoso do que bonito. O prato é o risoto de pesto de manjericão com gorgonzola e salmão grelhado com mel de beterrada, lá da A Casa Cozinha Criativa. Os pratos são deliciosos, fartos e o novo cardápio tem ótimas opções vegetarianas também! Esse prato custa R$ 32,00 e dá pra pedir pelo QRCode aí do lado. No Instagram: @acasacozinhacriativa.

Antes mesmo de fazer o pedido, ajoelhe e comece a rezar. Os doces franceses da Laroche, charmosíssima pátisserie na Savassi são realmente especiais. Lá tudo é feito pelo proprietário, o francês Florian Laroche, desde as receitas até o atendimento muito amigável e cuidadoso. Não temos condições de indicar um só: ao lado, eclair por R$ 11,00, torta de limão siciliano por R$ 13,00 e frasier por R$ 18,00. Pede aqui, direto com o Florian. No Instagram, @larochesavassi. O Yan Shan Zay, restaurante vegetariano de uma família de taiwaneses que fica na Savassi, é daqueles lugares que têm uma magia, um carinho explícito na comida que eles fazem. Eles não trabalhavam com delivery, mas em virtude da pandemia, começaram com as entregas e têm conquistado ainda mais clientes que curtem uma comida genuinamente afetiva e muito gostosa. Tudo sem carne e super farto. O prato do dia em formato de marmita média custa R$ 20,00 e o grande custa R$ 25,00. Pelo QRCode ao lado você pode experimentar! Pelo Instagram, procure por @yanshanzay. REVISTA CAFÉ COM PÃO • OUT. NOV. 2020

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JARDINAGEM

Flores,

Vida mais cor rima com flor, e não é à toa. Com a chegada da primavera, as florações estão à toda e, acredite, dá pra florir a casa inteira gastando pouco e transformar seu ambiente e o astral do seu lar!

aqui, ali e em todo lugar

Petúnia

Além de possuir diversas cores e tamanhos, é uma planta frondosa que enche o ambiente. Precisa de claridade e fica perfeita em ambientes com iluminação indireta, recebendo um pouco de sol todos os dias. Adora água, deve ser bem molhada diariamente. E, acredite, sua floração pode durar até 3 meses se bem cuidada. O vaso médio custa em torno de R$ 45,00.

Espatifilo ou Lírio-da-paz

Conhecido também como Lírio da Paz, das suas lindas folhagens nasce uma flor branca muito elegante. A grande vantagem dessa planta é a perenidade: dá muitas florações ao longo do ano, está quase sempre linda e, se bem cuidada, pode durar muito tempo. Ela gosta de sombra, claridade, e água dia sim, dia não. Um vaso grande custa, em média, R$ 50,00.

Bromélia

Próprias de sombra, precisam de pouca água (molhe pouco duas vezes por semana). No mercado, a mais comum é essa da foto. Mas há também versões rosas, amarelas e lilás. A grande vantagem delas é a imponência e a durabilidade. Ficam assim, lindas e fortes por, no mínimo 90 dias se bem cuidadas. São perfeitas para centros de mesa. Uma bromélia grande custa, em média R$ 40,00.

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Columeia Batom

Essa planta pendente tem folhas firmes gosta de meia-sombra, água de dois em dois dias e dá uma florzinha super diferente que parece um batom. Se bem cuidada, pode durar anos com muitas flores. O bom dessa planta é que, mesmo sem estar florida, a folhagem dela já enfeita demais. O vaso custa, em média, R$ 45,00.

Angelônia

A flor dessa planta linda lembra um tipo de orquídea. Gosta de sombra e claridade indireta. Deve ser aguada de dois em dois dias e dura, em média, de 20 a 30 dias bem florida. As cores mais comuns que encontramos dessa flor são as rosas, brancas e amarelas. O vaso médio custa em torno de R$ 25,00.

Kalanchoe

Com versões de flores simples ou duplas e uma variedade enorme de cores vivas, essa florzinha é um coringa: enfeita qualquer cantinho, se dá bem em ambientes internos ou externos e florece por muitas vezes, durante grande parte do ano. O vaso pequeno custa em média R$ 5,00. Arranjos multicor em vasos maiores ficam lindíssimos. {}

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CAPA

DA AMÊNDOA À BARRA: movimento bean to bar apresenta uma nova forma de experienciar o chocolate Com sabores inigualáveis, preservação ambiental e cuidado com todos envolvidos no processo, o conceito conquista cada vez mais produtores e consumidores POR CAMILA BASTOS Você sabe de onde vem o chocolate que você consome? Onde, como e por quem ele é plantado? Como é feita a sua maturação, secagem e torra? O que tem na receita além do cacau? É com essas questões que o movimento bean to bar, que até poucos anos era estranho aos brasileiros, chega em Minas Gerais. Principalmente nos últimos dois anos, cresce o número de produtores que se dedicam a entregar um produto de qualidade primorosa, que leva em conta toda a cadeia de produção, da amêndoa à barra. “O resultado final do chocolate bean to bar é bem distinto do convencional, o processo todo no campo é muito diferente e a separação já aparece desde o plantio e da forma de fermentação, que é o processo mais importante para um bom chocolate”, explica Luiza Santiago, à frente da Kalãpa, uma marca voltada para as possibilidades sensoriais de cada chocolate. Segundo a produtora – ou fazedora, como gosta de se identificar – um chocolate convencional tem uma fermentação média de três dias, enquanto os produtos artesanais passam até sete dias no processo. “A indústria pega um cacau de má qualidade, com uma fermentação rápida e vai mascarar os defeitos. O bean to bar quer o contrário, o objetivo é exaltar o potencial do cacau”, aponta. Na hora da fermentação e da torra é que o cacau desenvolve as notas de sabor únicas de cada REVISTA CAFÉ COM PÃO • OUT. NOV. 2020

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produção.“O chocolate pode ser ácido, floral, frutado… pode-se criar uma infinidade de sabores. O bean to bar muda de patamar o que a gente conhece como chocolate de alto padrão. Não é aquela receita de sempre, a gente consegue fazer o cacau brilhar, contar a história de onde ele vem”, explica Arthur Kis, sócio diretor da Yor Chocolates, marca lançada no último mês de junho. SABORES, AROMAS E NUANCES Assim como os vinhos, que constroem uma complexa cadeia de notas e sabores desde o terroir – conceito que é definido pela relação entre solo, clima e outras variáveis – até o envelhecimento da bebida, um chocolate de qualidade também é enriquecido com variadas nuances que surgem ao longo do processo. A idéia, que já é conhecida dos enólogos e apreciadores de vinhos e cafés e, agora, também conquista o público chocólatra. “Quando a gente fala de um chocolate de origem, que tem rastreabilidade, você não vai ter um padrão único. A cada safra você vai encontrar uma especificidade diferente. É muito fácil de relacionar com o vinho, a gente consegue notas naquele sabor que seriam alcalinizadas em um chocolate commodity”, explica a chocolatier Renata Penido, uma das três sócias da Ambar, uma marca de chocolate bean to bar que foi inaugurada no final de 2019 em Belo Horizonte. Renata ainda destaca a importância que a origem do cacau tem sobre o sabor final do chocolate: “Um bean to bar de qualidade da minha empresa e um de outro marca, ou até dentro de uma mesma fábrica, com a mesma receita, mas com o cacau de origens distintas, serão completamente diferentes, é O BEAN TO BAR MUDA outro chocolate”, aponta. Por isso, o relacionamento com os produtor de caDE PATAMAR O QUE A cau é tão importante para o sucesso do trabalho. Artur GENTE CONHECE COMO Kis, da Yor, acredita que essa troca beneficia todos os envolvidos no processo. “Quando você trabalha direto CHOCOLATE DE ALTO com o produtor, ele entende a necessidade de aprimoPADRÃO. (...) A GENTE rar o processo. Consequentemente, o pequeno produtor paga pelo cacau um valor muito mais justo do que as CONSEGUE FAZER O grandes marcas. Essa relação é muito importante para CACAU BRILHAR, toda a cadeia produtiva: o consumidor vai receber uma chocolate excelente. o chocolateiro vai ter uma boa maCONTAR A HISTÓRIA téria-prima a o próprio fazendeiro vai conseguir girar o negócio dele e pagar bem os seus trabalhadores” . DE ONDE ELE VEM.

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Foto: Ambar/divulgação

CHOCOLATE COM REPONSABILIDADE O bean to bar é um movimento que tem seus primeiros registros no Estados Unidos, há cerca de quinze anos. Por ser um conceito relativamente novo no Brasil – a maioria das empresas especializadas floresceram nos últimos seis anos – ainda existe certa dualidade na compreensão do termo. Em uma visão simplista, o bean to bar pode ser apenas a respeito do método de trabalho: uma empresa compra os grãos de cacau, trabalha o processamento e vende os chocolates e derivados. Por outro lado, na visão purista do bean to bar como movimento, o conceito vai além e engloba valores e características específicas dentro de uma lógica de filosofia do trabalho. Nela, cresce a responsabilidade socioambiental e o processo de produção se torna mais do que etapas a serem cumpridas em sequência. “A importância ambiental já é algo bem entendido, mas a preocupação social é uma ideia que ainda está crescendo. Também é nossa responsabilidade a

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Os cuidados na produção da Ambar também aparecem nas próprias formas do produto final

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Colheita: dos frutos maduros, é feita manualmente

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Foto: Luiza Santiago

CAPA

A avaliação da qualidade da fermentação das amêndoas é etapa importante na produção da Kalãpa

qualidade de vida de todas as pessoas na cadeia produtiva”, defende a chocolatier Renata Penido. Em fevereiro deste ano, a pesquisadora Mariele Laís Christ, da Universidade Federal de Pernambuco (UFB) publicou um artigo sobre a internacionalização e a cadeia de produção do cacau ao chocolate, em que detalha as características de produção purista de um chocolate bean to bar. Ela aponta que, a produção deve ser artesanal e em pequenos lotes, os ingredientes devem ser puros com objetivo de destacar o cacau e é preciso haver um relacionamento com a cadeia produtiva, valorizando o contato direto com o produtor do cacau. Outro ponto essencial no processo de um chocolate bean to bar purista seria a responsabilidade, ou seja, “a preocupação com as condições do ser humano que cultiva o cacau e com o ambiente em que é produzido”, como aponta Mariele Christ em seu artigo. A transparência também é outro aspecto marcante no movimento e muito valorizada pelos produtores, que fazem questão de contar de

Secagem: o processo serve para se eliminar os resquícios de umidade da fermentação e evitar a formação de bolor

Fermentação: retiram-se as sementes e polpas do cacau, que ficam cobertos por até 8 dias

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Quebra e separação: nesta etapa, as cascas são separadas dos grãos e permanecem apenas os miolos, chamados “nibs”

Seleção e torrefação: após a retirada de possíveis impurezas, os grãos são torrados a uma temperatura que pode variar de 120ºC a 150ºC

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Foto: Yör/divulgação

A loja conceito da Yör, recém-inaugurada no Belvedere, convida o público a perceber o chocolate de novas maneiras

onde veio aquele chocolate: onde, como e por quem ele foi ele produzido. “No verso das embalagens da Ambar contamos um pouco sobre a origem daquele chocolate e também apresentamos a pessoa que foi responsável pela produção, para que ele tenha o mesmo status que nós”, explica Renata. ALIMENTO DOS DEUSES Bem diferente da fama de ser um alimento com malefícios à saúde, o chocolate pode ser uma fonte riquíssima de antioxidantes e outras propriedades que podem ajudar na qualidade de vida. Tanto é que o cacau era amplamente utilizado de forma medicinal pelos povos originários da América Latina. No ano passado, uma pesquisa publicada por uma equipe italiana no periódico de saúde Frontiers in Nutrition mostrou como o consumo regular de chocolate pode beneficiar a memória e o processamento de informações visuais. Em comunicado, Valentina Socci e Michele Ferrara, pesquisadoras responsáveis pelo estudo, dizem: “os flavonoides do cacau trazem benefícios para a saúde do coração e podem aumentar a quan-

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Conchagem: Nessa fase são incorporados os outros ingredientes, como a manteiga de cacau, açúcar, emulsificante, etc (a depender da receita). É aqui também que se homogeiniza a mistura

Moagem e refino: processo do qual se obtém uma pasta de cacau (como o fruto gorduroso, quando os grãos são moídos, forma-se uma pasta, e não um pó)

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tidade de sangue presente no giro denteado, uma área específica do hipocampo. Essa estrutura cerebral é particularmente afetada pelo envelhecimento, e uma potencial fonte para a perda de memória em humanos”. No entanto, séculos antes dos estudiosos europeus se aprofundarem nos incontáveis benefícios do chocolate para o organismo, ele já era utilizado na América do Sul por conta de suas propriedades de saúde. De origem Amazônica, o cacaueiro tem nome científico de Theobroma cacao, que em grego não quer dizer nada menos do que Alimento dos Deuses. No México e na América Central, o tchocolatl era servido em forma de bebida, sem açúcar e misturado com pimenta e outros temperos. Muito consumido pelos maias, astecas e outros povos originários da região, a bebida era extremamente valiosa e seu consumo era associado a rituais religiosos e medicinais. Com a colonização ibérica no século XVI, o alimento foi levado para a Europa, onde a mistura perdeu os temperos e ganhou mel e, posteriormente, açúcar, chegando a receita do que popularmente é conhecido hoje como chocolate. {}

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Moldagem: O chocolate líquido é finalmente inserido nas fôrmas, resfriado e desenformado.

Temperagem: é a fase responsável pela aparência do chocolate e define seu brilho. Os chocolates são aquecidos e resfriados a temperaturas específicas, a depender do tipo.


1.

A definição do lugar do homeoffice na casa é fundamental. Escolha um ambiente mais silencioso e reservado. Pode ser um cantinho na sala, varanda ou em outro local.

2.

Dê um toque especial no seu ambiente! Utilize livros, plantas, uma coleção, porta-retratos ou outros objetos decorativos. Caso faça opção de compra de algum móvel, a utilização de madeira na bancada de trabalho é interessante, pois garante durabilidade, neutralidade na combinação com outros elementos decorativos, além de fazer com que o ambiente fique mais aconchegante.

DICAS PARA TORNAR SEU AMBIENTE DE TRABALHO MAIS CONFORTÁVEL, BONITO E FUNCIONAL POR PAULA GREINER* Percebemos nos últimos meses um aumento da demanda por organização dos espaços já existentes nas residências das pessoas, que adotaram o trabalho remoto para desenvolver suas atividades profissionais. Tal tendência requer certas adaptações no ambiente da casa, agora com ares de escritório, ou às vezes até mesmo intervenções maiores. Essa mistura de um ambiente profissional, que passa a fazer parte de nosso lar, não pode deixar de lado a ideia de conforto e afetividade. Caso esse espaço já exista, devemos pensar em como ele pode ser mais bem aproveitado, uma vez que ficamos, geralmente, várias horas por lá. Entretanto, se não dispomos de um local na nossa residência previamente destinado para tal, precisamos adaptá-lo. Então vamos lá! Confira cinco sugestões para proporcionar ao ambiente de trabalho maior conforto e produtividade:

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Fotos: Arquivo pessoal

HOME OFFICE


3.

Organize e planeje! Um quadro ou um mural à vista podem ser de muita utilidade no planejamento das atividades. O uso de prateleiras, gaveteiros, porta-objetos e caixas organizadoras também facilita na organização dos materiais.

4.

Fique atento à ergonomia! Aproveite ao máximo a luz natural. Cuidado para que ela não reflita diretamente no monitor, pois isso poderá causar desconforto e até fadiga visual. Utilize a iluminação artificial como complemento; pode ser uma luminária de mesa ou abajur. Tenha uma mesa de trabalho com dimensões confortáveis. A largura pode variar de acordo com o espaço disponível e a organização dos materiais. A altura deve ficar entre 70 cm a 75 cm e a profundidade mínima de 50 cm. Prefira uma cadeira regulável, com encosto de cabeça e apoio de braços. Para monitores, utilize um suporte para ajustar a altura. Regule também o brilho e o contraste da tela. Quanto à postura, evite deixar o pescoço inclinado para frente ao olhar para o monitor e mantenha a cabeça sempre alinhada. As costas devem estar sempre bem apoiadas no encosto da cadeira. Se ele for muito profundo, coloque uma almofada. Os pés devem ficar firmemente apoiados no chão ou sobre um suporte. Por fim, faça pausas regulares.

5.

Fique atento às instalações elétricas! O dimensionamento do circuito deve ser suficiente para a utilização dos seus equipamentos. Na dúvida, procure um técnico. Além disso, não utilize diversos aparelhos ligados em uma só tomada, pois isso pode causar sobrecarrega nos interruptores e curto-circuito. {}

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*Paula é Arquiteta e Urbanista, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Para conhecer um pouco do seu trabalho, acesse a conta no Instagram: @paulagreiner

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