Revista Ler - setembro de 2016

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ler Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

A Flip aqui

Setembro de 2016

Número 5



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Sumário Apresentação............................................................................. 5 Harry Potter, Hobsbawm, Chico Buarque: a Flip de lá para cá......... 6 Humor, poesia e confidências: edição 2016.................................. 7 Por que Paraty............................................................................ 8 Fontes...................................................................................... 11 Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz........................... 12 Agradecimento pelas doações.................................................... 27

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Apresentação O Sistema de Bibliotecas Vera Cruz celebra a 14a Festa Literária Internacional de Paraty, que aconteceu de 29 de junho a 3 de julho de 2016. Durante cinco dias, como já acontece há 14 anos, a Flip transformou Paraty no palco de um encontro de ideias. Após a escolha do homenageado — nesta edição, a poeta Ana Cristina Cesar —, em torno do qual se constroem relações com a programação, os convidados se reúnem ao redor de temas que circulam por literatura, cultura e atualidade. Nos nossos acervos encontram-se 32 livros de 23 autores dentre os 39 convidados para a festa que ocorreu este ano, o que possibilita a você, leitor, mergulhar em obras da literatura nacional e internacional da atualidade. Do norueguês Karl Ove Knausgård à jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015, seguramente duas grandes atrações desta edição, muitos outros nomes também se destacaram, como o romancista escocês Irvine Welsh, o repórter brasileiro Caco Barcelos, o ensaísta Benjamin Moser e o autor português Ricardo Araujo Pereira. Passeie um pouco pela história da Flip nas próximas páginas e confira a lista das publicações disponíveis em nossas bibliotecas. Boa leitura!

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Harry Potter, Hobsbawm, Chico Buarque: a Flip de lá para cá Criada em 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty conta com aproximadamente 200 eventos, de palestras que fazem parte da programação principal a encontros focados no público infantil (Flipinha) e adolescente (FlipZona), e por atividades voltadas a teatro, música e cinema (FlipMais), eventos não oficiais, mas que dialogam de alguma forma com a literatura (circuito OFF Flip). O que pouca gente sabe é que o sucesso da Flip e sua viabilização se devem, ainda que indiretamente, a um best-seller mundial: a saga Harry Potter. Em uma entrevista à BBC Brasil, em Lon-

Liz Calder, mentora da Festa Literária Internacional de Paraty

dres, Liz Calder, mentora do evento, confessou que as vendas estrondosas da série de J.K. Rowling catapultaram os lucros da Bloomsbury, editora que ajudou a fundar. Abraçada ao seu sonho e com o patrocínio da Bloomsbury, a editora inglesa construiu a primeira edição do festival, com o apoio de uns poucos loucos visionários. Calder também falou sobre a euforia e o nervosismo na ocasião. “A primeira Flip foi uma surpresa completa para nós. Até o mês anterior à sua realização, esperávamos não mais que algumas centenas de visitantes. Tínhamos uma sala na Casa da Cultura com espaço para cerca de 200 pessoas, e isso era tudo. Mas estávamos trazendo nomes muito bons, como Eric Hobsbawm, Julian Barnes, Don DeLillo e Hanif Kureishi. No fim das contas, seis mil pessoas apareceram. A cidade toda ficou infectada pela Flip-mania. Foi ao mesmo tempo emocionante e nos deixou muito ansiosos, porque mal sabíamos o que fazer com tanta gente”, recorda. Quem estava lá certamente não se esquecerá de Eric Hobsbawm sendo perseguido por fãs pelas ruas de Paraty e, depois, dizendo que aquela tinha sido a primeira vez em que fora tratado como um popstar — e que tinha gostado. Tampouco vai se esquecer de vê-lo pulando de um barco de pescador para a praia, no auge dos seus 80 anos. Durante a 6


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passagem pela cidade fluminense, o respeitado historiador britânico foi flagrado ainda em conversas bem-humoradas com cozinheiros e copeiros, após o café da manhã, na pousada onde estava hospedado. São momentos que certamente ficaram marcados na memória de quem os viu ou viveu. Ao longo desses 14 anos, a Flip foi se consagrando e, hoje, é considerada o evento literário mais importante da América Latina. De lá pra cá, já recebeu alguns dos grandes nomes da literatura mundial, como Ian McEwan, Paul Auster, Jonathan Coe, David Grossman, Lidia Jorge, Pierre Michon, Rosa Montero, Jeanette Winterson e J.M. Coetzee. Dos brasileiros, alguns dos nossos mais talentosos escritores passaram por lá, como Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Ferreira Gullar, Luis Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Barbara Heliodora, Ruy Castro e Lygia Fagundes Telles, além de ícones da cultura brasileira como Chico Buarque e Caetano Veloso. A Flip não só inseriu o Brasil no calendário internacional dos principais festivais literários como se tornou uma vitrine da cultura brasileira para o mundo. A cada edição, um autor brasileiro é homenageado. O primeiro foi Vinicius de Moraes, seguido por Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Millôr Fernandes, Mário de Andrade e, por último, a poeta Ana Cristina Cesar.

Humor, poesia e confidências: edição 2016 Segundo a crítica especializada, a edição de 2016 foi marcada pela ausência de um fenômeno que costuma acontecer frequentemente na Flip: um nome desconhecido que causa grande impressão durante uma mesa, torna-se sensação no boca a boca do público e alavanca as vendas da livraria oficial do evento, como aconteceu com a portuguesa Matilde Campilho, em 2015, o norte-americano Michael Pollan, em 2014, a iraniana Lila Azam Zanganeh, em 2013, e o português Valter Hugo Mãe, em 2011. Porém um destaque deste ano foi o humorista português Ricardo Araújo Pereira, o RAP. Festejado por seus pares brasileiros, mas ainda pouco conhecido pelo grande público, suas piadas arrancaram gargalhadas da plateia e geraram comentários entusiasmados pelas ruas de Paraty.

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Quem também brilhou foi a poeta Kate Tempest, com a força de sua oralidade, cujo impacto, mais do que nas letras, está na impressionante forma de declamação, com algo do rap e muito da cultura das ruas. Sua performance foi aplaudida de pé. Não se pode deixar de falar também da presença do norueguês Karl Ove Knausgård, atual queridinho da crítica literária, por sua série Minha luta. Muito aguardada e aplaudida, a mesa de que participou foi considerada um dos grandes momentos da Flip 2016, pelas confidências e declarações autobiográficas.

Por que Paraty

“Eu sempre gostei muito de festivais literários internacionais, onde pessoas do mundo todo podem se encontrar e conversar sobre seus livros. Tendo conhecido Paraty, me ocorreu que seria perfeita para um festival. A cidade reúne muitos hotéis e restaurantes, uma infraestrutura que não se vê em festivais como o Hay (na capital do País de Gales, Hay-on-Wye). Aqui tudo está perto, as pessoas assistem às mesas, depois se encontram para conversar nos cafés”, afirmou Liz Calder à BBC Brasil em Londres . 8


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Com suas ruas de pedra, casarios coloniais, pousadas aconchegantes, restaurantes de frutos do mar e praias de águas cristalinas em contraste com a Serra da Bocaina, Paraty se transformou em estrela da literatura mundial. Não por acaso, a festa já representa para a economia local tanto quanto períodos como o Ano Novo e o Carnaval, e conquistou seu espaço — e importância — no calendário oficial da cidade.

Cartazes de edições passadas da Flip

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Fontes GASPAR, Heloísa. História da FLIP: Festa Literária Internacional de Paraty. Blog de Paraty, Paraty, 25 jun. 2014. Disponível em: <http://www.paraty.com.br/blog/historia-da-flip-festa-literaria-internacional-de-paraty/>. Acesso em: 8 ago. 2016. VILLELA, Gustavo. Flip surge em 2003 e põe Paraty no circuito internacional de literatura. O Globo, Rio de Janeiro, 30 jul. 2014. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/flip-surge-em-2003-poe-paraty-no-circuito-internacional-de-literatura-13431723>. Acesso em: 8 ago. 2016. ZIMMERMANN, Lucas. Flip: programação principal. Folha de S.Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: <http://arte.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/flip/?cmpid=newseditor>. Acesso em: 8 ago. 2016. FLIPZONA. Coleção de cartazes faz a história visual da FLIP. FlipZona, São Paulo, 2 maio 2014. Disponível em: <http://flipzona.wordpress.com/2014/05/02/colecao-de-cartazes-faz-a-historia-visual-da-flip/>. Acesso em: 8 ago. 2016.

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Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz Confira nossa seleção de obras de grande parte dos escritores que participaram da Flip 2016, disponíveis à comunidade Vera Cruz. Agora, basta você, leitor, decidir qual será sua nova aventura literária.

Autora homenageada Ana Cristina Cesar Ana Cristina Cesar viveu pouco, apenas 31 anos, mas tem uma obra relativamente vasta. Começou a vida literária antes mesmo de aprender a escrever: aos 6 anos, ela ditou um poema para que uma professora da escola escrevesse. A partir de então, escrevia e desenhava a capa de seus próprios livros. No final da adolescência, fez um intercâmbio na Inglaterra, o que contribuiu para que se tornasse, também, tradutora de escritoras como Emily Dickinson e Sylvia Plath. Ana Cristina Cesar foi expoente da poesia marginal da década de 1970, movimento que uniu artistas independentes em torno do que ficou conhecido como “geração mimeógrafo”, cuja produção cultural se dava por meios alternativos de circulação, devido à censura durante a ditadura militar. Os poetas marginais, cujos nomes mais conhecidos são os de Paulo Leminski e Torquato Neto, não pertencem a nenhuma escola ou tradição literária. Seus poemas têm traços coloquiais e do cotidiano, gírias, erotismo e pequenos textos. A obra de Ana Cristina Cesar é permeada de textos autobiográficos e ficcionais, cartas e diários. Ela cometeu suicídio em 29 de outubro de 1983. CESAR, Ana Cristina. A teus pés. São Paulo: Brasiliense, 1988. 119 p. (Cantadas Literárias). Unidade: EF 2 e 3 Resumo: A teus pés é o primeiro e único livro de poemas que Ana Cristina Cesar lançou em vida por uma editora, em 1982. Além de material inédito, a obra reúne os três breves volumes que a autora havia publicado entre 1979 e 1980 em edições caseiras: Cenas de abril, Correspondência completa e Luvas de pelica. Ao desafiar o conceito de “literatura feminina” e dissolver as fronteiras entre prosa, poesia e ensaio, o eu lírico e o eu biográfico, Ana logo chamou atenção dos críticos. CESAR, Ana Cristina. Inéditos e dispersos: poesia/prosa. 3. ed. São Paulo: IMS, 1998. 206 p., il. Unidade: EM Resumo: Destaca-se no conjunto da obra poética de Ana Cristina Cesar o modo como ela procura incessantemente dizer o mundo além da apreensão cotidiana. Escritos desde a infância até as vésperas de sua morte, os poemas, fragmentos de diário e trechos em prosa reunidos neste livro comprovam essa obsessão.

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CESAR, Ana Cristina. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 504 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Reunida pela primeira vez em volume único, a obra poética de Ana Cristina Cesar ainda se abre, passados 30 anos de sua morte, a leituras sem fim. Cenas de abril, Correspondência completa, Luvas de pelica, A teus pés, Inéditos e dispersos, Antigos e soltos: livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice.

Autores convidados Abud Said Nascido em Manbij, no norte da Síria, em 1983, o ferreiro Abud Said começou a escrever no Facebook em 2009. Seus posts na rede social, irônicos e líricos, estão reunidos no livro O cara mais esperto do Facebook.

SAID, Abud. O cara mais esperto do Facebook: posts da Síria. Tradução de Pedro Martins Criado. São Paulo: Editora 34, 2016. 96 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Quando, em março de 2011, foi deflagrada a guerra civil na Síria, Abud Said era um ferreiro que vivia na província de Alepo, em uma pequena casa, com a mãe e muitos irmãos. O Facebook era sua janela para o mundo, e foi ali que ele resolveu começar a sua revolução pessoal, postando quase diariamente textos poéticos, críticos e provocativos, que chamaram atenção de escritores e intelectuais no mundo inteiro e acabaram sendo publicados como e-book na Alemanha, onde ele vive hoje como asilado político. A literatura produzida na internet e nas mídias sociais é cada vez mais frequente. Em Said, porém, mais do que um simples meio, o Facebook é um tema recorrente em seus textos, que falam também da guerra, do amor, da solidão e da injustiça. Mas não espere encontrar aqui um escritor idealista, politicamente correto, um herói literário. Abud Said está mais para anti-herói, uma espécie de pícaro contemporâneo do mundo virtual, que não poupa nada nem ninguém. Álvaro Enrigue Nascido no México, em 1969, Álvaro Enrigue ganhou destaque nas letras mexicanas já com seu primeiro livro, La muerte de un instalador (1996). Depois, lançou ainda Hipotermia (2005) e Vidas perpendiculares (2008). Chegou a trabalhar como editor na prestigiosa casa Fondo de Cultura Económica e na revista Letras Libres. Colaborador do New York Times, ele lançou na Flip Morte súbita, seu primeiro livro publicado no Brasil.

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ENRIGUE, Álvaro. Morte súbita. Tradução de Sérgio Molina. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 256 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Outubro de 1599, Piazza Navona, Roma. O pintor milanês Caravaggio e o poeta madrilenho Francisco de Quevedo se enfrentam numa quadra de tênis — ou pallacorda. Um encontro improvável, mas historicamente possível. Em torno desse jogo, o mexicano Álvaro Enrigue compõe uma colagem barroca de histórias da História. Cada game disputado traz à baila uma cena, um grupo de figuras emblemáticas de uma época especialmente conturbada: a do doloroso parto da modernidade. Nessa partida, se enlaçam desde o martírio de Ana Bolena até a saga cruel do conquistador Hernán Cortés; desde as intrigas do papado contrarreformista até os embates da arte e da ciência entre a cruz e o cofre. Enquanto o romance penetra de forma sanguinária na intimidade de uma singular galeria de personagens históricos, cresce a curiosidade sobre o motivo do duelo de raquetes e a suspeita de que está em jogo muito mais que a simples vitória na quadra. Annita Costa Malufe É professora na pós-graduação em literatura e crítica literária da PUC-SP. Nessa mesma instituição, formou-se em jornalismo e, em 2003, concluiu o mestrado sobre a poesia de Ana Cristina Cesar, no Programa de Comunicação e Semiótica. Também é doutora pela Unicamp, no departamento de Teoria e História Literária, sobre poesia brasileira contemporânea. Nasceu em 1975, na cidade de São Paulo, onde mora atualmente. MALUFE, Annita Costa. Como se caísse devagar. São Paulo: Editora 34, 2008. 152 p. (Poesia). Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Concebido como uma espécie de partitura musical, a obra encena uma subjetividade becketiana e jazzística, em que infinitas modulações de vozes se fazem ouvir por trás da fluidez de uma escrita a um só tempo solta e exata. Nas palavras de Armando Freitas Filho, que assina a orelha do livro, a obra é “um continuum, uma reescrita ininterrupta que não permite que se destaque qualquer trecho, ou linhas, ou versos, pois, na verdade, mesmo que este corpo exposto seja feito de poemas, ele é orgânico, tem uma sequência, digamos, biológica, que não permite, sem que haja prejuízo, qualquer desmembramento”. Arthur Japin Nasceu em 1956. Estudou teatro em Amsterdã e Londres e, por vários anos, foi ator de teatro, cinema e TV. Seu primeiro romance, De zwarte met het witte hart [Os dois corações de Kwasi Boachi], de 1997, que narra a vida de um príncipe da Costa do Ouro africana levado à força para a Europa, foi publicado em 30 idiomas e terá adaptação para ópera e cinema. Best-seller em seu país, a Holanda, Arthur Japin é conhecido pelos romances sobre personalidade de diferentes épocas da história.

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JAPIN, Arthur. Os olhos de Lucia. Tradução de Dina Titan. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 280 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Para contar a história de Lucia, prostituta radicada em Amsterdã, Arthur Japin parte das memórias de Giacomo Casanova (1725–1798). Casanova descreve o seu choque ao reencontrar Lucia em Amsterdã, depois de 16 anos, mas não explica o que aconteceu com a linda menina de 14 anos por quem se apaixonara – e o que o autor faz então é criar uma história para Lucia e para o relacionamento dos dois. A Lucia de Japin é repulsiva porque foi deformada pela varíola. A certa altura, ela decide usar um véu, e a vida muda inteiramente – a feiura se transforma em mistério. Em 1758, quando Casanova chega à cidade sob a identidade de Jacques de Seingalt, Lucia logo reconhece o rapazinho a quem amara. Ele é imediatamente atraído pela mulher que esconde o rosto e dá início aos trabalhos de sedução, mas acabará deixando a Holanda sem saber que a perfumada cortesã de véu e a prostituta desfigurada que encontra num bordel barato são a mesma pessoa. Benjamin Moser O norte-americano Benjamin Moser tornou-se conhecido no Brasil com a publicação de Clarice, obra sobre a vida da escritora Clarice Lispector, um dos principais nomes da literatura brasileira no século 20. Ao organizar uma edição em inglês com todos os contos de Clarice, ele ajudou a dar projeção internacional à obra dela. Atualmente, ele trabalha numa biografia da intelectual norteamericana Susan Sontag. MOSER, Benjamin. Clarice,. Tradução de José Geraldo Couto. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 648 p. Unidades: Educador EF 2 e 3 / EM Resumo: Biografia de Clarice Lispector, a obra revela aspectos fundamentais na trajetória da escritora, desde a origem miserável e violenta na Ucrânia – para onde o autor viajou – ao reconhecimento internacional. A partir dessa pesquisa, Moser tece relações entre a vida e a obra da brasileira. Bill Clegg O autor norte-americano é um dos principais agentes literários de Nova York. Ele estreou como autor, porém, só em 2010, com o livro Retrato de um viciado quando jovem, no qual narra sua dependência de crack. Sua reabilitação do vício foi narrada em Noventa dias. CLEGG, Bill. Retrato de um viciado quando jovem. Tradução de Julia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 216 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Bill Clegg fuma crack pela primeira vez no apartamento de um advogado no Upper East Side. Rapidamente, a experiência o atira no circuito costumeiro dos viciados: em vez de pensões imundas e noites na sarjeta, sua via crucis inclui hotéis e bares de luxo, aeroportos e táxis que o conduzem de um lado a outro

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em Manhattan enquanto duram as dezenas de milhares de dólares em sua conta. Nessa jornada sombria, Clegg não se propõe a fazer um estudo psicologizante de sua condição. Não tenta arrumar pretextos de traumas passados que justifiquem atitudes muitas vezes sórdidas com todos os que tentam ajudá-lo. Ao mesmo tempo, flashes da infância e adolescência ajudam a identificar um padrão compulsivo e transgressivo em seus hábitos. O livro acompanha a queda e a redenção de alguém que se propôs a destruir tudo o que tem e ama. CLEGG, Bill. Noventa dias: diário de uma recuperação. Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 152 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Depois de narrar seu mergulho insano nas profundezas da droga, Bill Clegg descreve a batalha cotidiana para abandonar o vício do crack e do álcool. Ele está de volta a Nova York, após passar uma temporada numa clínica de desintoxicação, e tem um único objetivo na vida: completar noventa dias – apenas três meses – sem se drogar. Para o comum dos mortais, parece coisa simples. Para o viciado, é uma luta diária contra a fissura pela droga, contra a força magnética avassaladora que o leva a procurar traficantes e antros de junkies. O autor narra, com absoluta honestidade, o drama monstruoso de sua vida, que a qualquer momento pode se transformar em tragédia. Caco Barcellos Nascido em 5 de março de 1950, em Porto Alegre, é jornalista, repórter de televisão e escritor brasileiro, que se especializou em jornalismo investigativo, documentários e grandes reportagens sobre injustiça social e violência policial. Iniciou a carreira no jornal Folha da Manhã, do extinto grupo Caldas Júnior (hoje, Rede Record RS). Em 1981, estreou na TV, na equipe do Globo Repórter, e, atualmente, é responsável pelo programa Profissão Repórter, da TV Globo. BARCELLOS, Caco. Abusado: o dono do Morro Dona Marta. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. 558 p. Unidades: Educador EF 2 e 3 / EM Resumo: Uma reportagem investigativa sobre a entrada do Comando Vermelho na favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, e a formação de uma geração de traficantes. O livro acompanha a escalada da criminalidade no Rio, revelando o seu código de ética e modus operandi por meio da história de Juliano VP, codinome de um famoso traficante carioca. BARCELLOS, Caco. Profissão Repórter 10 anos: grandes aventuras, grandes coberturas. Organização de Caio Cavechini. Planeta, 2016. 384 p. Unidade: EF 2 e 3 Resumo: Comandado por Caco Barcellos, o programa Profissão Repórter chega a uma década de existência. Ao longo de cerca de 250 programas, a produção semanal exibida na TV Globo conquistou inúmeros prêmios, foi objeto de estudo em universidades e virou referência para quem quer ser repórter. Em comemoração do aniversário do programa, o livro Profissão Repórter 10 anos apresenta, além

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de textos exclusivos do próprio Caco, o relato dos jornalistas que fizeram 20 das melhores reportagens exibidas pela TV. Mais do que apenas um relato dos bastidores, os autores das reportagens revelam um pouco da alma de cada programa. BARCELLOS, Caco. Rota 66: a história da polícia que mata. 14. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. 350 p. Unidades: Educador EF 2 e 3 / EF 2 e 3 / EM / INSTITUTO Resumo: Vencedor do Prêmio Jabuti de 1993, Rota 66 é uma rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, o jornalista Caco Barcellos denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela morte de milhares de pessoas. A maioria delas inocente. O livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio, demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. Resultado de um trabalho de pesquisa de cinco anos, esse livro emblemático assume proporções de uma grave denúncia social. Gabriela Wiener Nascida em Lima, em 1975, a escritora, cronista, poeta e jornalista peruana vive na Espanha desde 2003. Integrante do grupo de novos cronistas latinoamericanos, é filha do destacado analista político e jornalista peruano Raúl Wiener e da assistente social Elsi Bravo.

WIENER, Gabriela. Sexografias. Tradução de Raquel Romero Faz. Rio de Janeiro: Foz, 2016. 196 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Escritora adepta do jornalismo gonzo, aquele em que o repórter participa das matérias, Gabriela Wiener faz um relato poderoso do sexo contemporâneo. Ela frequenta suingues com o marido, passeia nas ruas com putas, transa com o rei do pornô. Ela narra a história de diversos personagens e suas relações com o sexo. De um guru a uma dominatrix, Gabriela conta a vida dessas pessoas sem se remover da narrativa. Helen Macdonald Escritora premiada, poeta, ilustradora, historiadora, exímia falcoeira e pesquisadora afiliada ao departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Cambridge. Também é autora de Falcon, uma importante obra sobre a história cultural dos falcões, três coletâneas de poesia e F de falcão.

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MACDONALD, Helen. F de falcão. Tradução de Maria Carmelita Dias. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 288 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: F de falcão é uma autobiografia nada usual sobre superação e autodesenvolvimento. A autora, Helen MacDonald, conta sua história a partir do momento em que viaja até a Escócia para comprar um falcão. A depressão que lhe acometera após a morte do pai criara um abismo entre ela e as demais pessoas e nada mais fazia sentido em sua vida. Porém, ao praticar a falcoaria com Mabel, sua nova ave de rapina, e ler os diários de T. H. White, clássico autor da literatura inglesa, Helen começa a entender que o luto é um estado que não pode ser evitado, mas que pode ser superado inclusive com a ajuda de um inusitado açor. Muito mais do que explicar como domesticar ou caçar com falcões, o livro narra a angustiante história de uma mulher que se sente infeliz e sem rumo. Uma mulher que, na ânsia por superar a melancolia, encontra ao lado de um dos mais ferozes animais o caminho para expulsar os próprios demônios. Irvine Welsh Humor e ironia causticamente refinados. Eis as marcas de Irvine Welsh, aclamado (e controverso) autor de romances, contos, peças e roteiros. Em 1993, publicou seu primeiro romance, Trainspotting, sobre o submundo dos jovens britânicos viciados em heroína. Sucesso de público e crítica, o livro ganhou as telas em 1996. Natural de Edimburgo, Escócia, Welsh afirma ter nascido em 1958. Outras fontes, porém, citam 1961, e mesmo 1951 — polêmica irrelevante. O que importa é o talento narrativo que o consagrou como um dos mais brilhantes autores britânicos surgidos nos anos 1990. WELSH, Irvine. A vida sexual das gêmeas siamesas. Tradução de Paulo Reis. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. 416 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Ao esbanjar humor e economizar delicadeza, Irvine Welsh aponta seu novo livro aos Estados Unidos, onde mora há alguns anos, para, em torno do culto ao corpo, traçar uma sátira ácida e impiedosa de uma sociedade obcecada por sua própria imagem. No livro, o autor revela o humano e o grotesco da sociedade ocidental, ao contar a história de Lucy Brennan e Lena Sorenson, duas mulheres muito diferentes que se veem intimamente ligadas após um incidente. Capitaneada pelas duas personagens femininas, cujos pontos de vista se alternam durante a narrativa, o romance é uma hilária descida ao inferno da malhação, com direito a barrigas saradas, suor, sangue, cárcere privado, sexo e sadomasoquismo. João Paulo Cuenca Nascido no Rio de Janeiro, em 1978, é autor de romances e crônicas e participou de diversas antologias no Brasil e no exterior. Além disso, é um dos integrantes da edição “Os melhores jovens escritores brasileiros”, da revista inglesa Granta.

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CUENCA, João Paulo. Corpo presente. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 144 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Esse romance urbano tem uma ação de cortes cinematográficos, levando o leitor a lugares caóticos e inóspitos. O narrador busca, em cada página, Carmen, o corpo presente que povoa os sonhos e assombra a sua realidade. Ela está em cada cenário, em cada situação desse romance composto de pequenos contos. Os capítulos fazem seu retrato múltiplo, que, somados, compõem esse todo desconcertante e perturbador, como é a procura pelo ideal feminino. Mãe, mulher, amante, cadáver, prostituta: não há fantasia que Carmen não vista. Não há modelo no qual o narrador não tente enquadrá-la e encontrá-la. Mas ela não se deixa rotular. CUENCA, João Paulo. O único final feliz para uma história de amor é um acidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 146 p. (Amores Expressos). Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: O romance se passa em um futuro próximo, na cidade de Tóquio, e é centrado na figura de Shunsuke Okuda, um jovem funcionário de uma multinacional. Conquistador inveterado, ele cria uma identidade para cada namorada que conhece nos bares do distrito de Kabukicho. Mas sua rotina é abalada pelo aparecimento de Iulana, uma garçonete por quem fica obcecado. Iulana é apaixonada por uma dançarina e mal fala japonês, mas nada disso impede que os dois mergulhem numa relação conturbada. O maior problema, contudo, é que estão sendo observados. O pai de Shunsuke, sr. Okuda, paira sobre o livro como uma figura onipresente e maligna que parece querer destruir qualquer chance de felicidade do filho. Operando um complexo sistema de espionagem, Okuda grava os passos de Shunsuke, e poderá pôr em perigo a vida do casal. Juliana Frank Nasceu em São Paulo, em 1985. É roteirista e escritora e vive no Rio de Janeiro. Chamou atenção da crítica ao publicar seu primeiro livro, a novela Quenga de plástico (2011), narrada com toques surrealistas por uma ex-atriz pornô. Atualmente, trabalha no roteiro da versão cinematográfica do romance Pornopopeia, de Reinaldo Moraes. FRANK, Juliana. Meu coração de pedra-pomes. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 112 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Lawanda trabalha num hospital, mas não está ali para lidar com os pacientes – não oficialmente, pelo menos. Ela é faxineira e vive sob a fiscalização da insuportável Lucrécia, que insiste em controlar seus horários e reclamar de seus atrasos. Mas, como os serviços de faxina são muito mal pagos, Lawanda precisa de outros meios para conseguir comprar os besouros que coleciona. Assim, vende pequenos serviços escusos aos internos do hospital, sobretudo comida industrializada e favores noturnos. Com humor desbocado, Juliana Frank narra as várias facetas do universo fantástico dessa jovem mulher que foge a todas as convenções.

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Karl Ove Knausgård Nascido em Oslo, em 1968, é considerado o mais importante escritor norueguês de sua geração. É autor de Ute av verden [Fora do mundo], que venceu o Prêmio da Crítica na Noruega em 1998, de En tid for alt [Tudo tem seu tempo], eleito um dos 25 melhores romances noruegueses de todos os tempos, e da série Minha luta. Kanusgård vive hoje em Malmö, na Suécia. KNAUSGÅRD, Karl Ove. A morte do pai: minha luta 1. Tradução de Leonardo Pinto Silva. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 512 p. Unidades: Educador EF 2 e 3 / Instituto Resumo: Ao embarcar numa investigação proustiana e incansável do próprio passado, o narrador busca reconstruir a trajetória do pai, figura distante e insondável que entra em declínio e leva o núcleo familiar à ruína. Knausgård investiga também o próprio presente: aos 39 anos, pai de três filhos, ele deve se ajustar à rotina em família enquanto tenta escrever seu novo romance. Primeiro romance da série autobiográfica, Minha luta, o autor se concentra em narrar os anos de sua juventude e inaugura um projeto monumental e ambicioso: são seis volumes híbridos entre a ficção e a memória, em que o autor explora as possibilidades da ficção contemporânea. KNAUSGÅRD, Karl Ove. Um outro amor: minha luta 2. Tradução de Guilherme da Silva Braga. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 586 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Se, no primeiro volume da série, acompanhamos sua infância e o processo destrutivo que levou seu pai a beber até a morte, na sequência, Um outro amor, Knausgård se debruça sobre o começo turbulento de seu segundo casamento e a descoberta da paternidade, conflituosa com suas ambições literárias. Logo depois de se separar da primeira mulher, Karl Ove deixa Oslo e se muda para Estocolmo, onde começa uma nova vida, experimentando a perspectiva do estrangeiro. Lá, ele cultiva uma amizade profunda e muitas vezes competitiva com Geir e persegue Linda, poeta que o conquistara anos antes durante um encontro de escritores. Kate Tempest A poeta, performer e rapper britânica Kate Tempest, nascida em 1985, foi a primeira mulher com menos de 40 anos a vencer o Ted Hughes Award, que premia a inovação na poesia britânica.

TEMPEST, Kate. Os tijolos nas paredes das casas. Tradução de Daniela P. B. Dias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016. 336 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: A bordo de um Ford Cortina, os jovens londrinos Beck, Harry e Leon deixam a cidade com uma mala cheia de dinheiro. Estão fugindo de namorados ciumentos, empregos vazios, maníacos violentos e traficantes descontentes. Mas, sobretudo, estão carregando a esperança de escapar do tédio inesgotável

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da vida no sudeste de Londres – o lugar que sempre chamaram de casa. À medida que voltamos na história desses personagens, para o momento em que ainda não haviam partido, vemos seus dias divididos entre confiança e aversão à própria existência, solidão e desejo, uma ambição desesperada e a assustadora perspectiva de não alcançar objetivo algum. Em Os tijolos nas paredes das casas, a poeta Kate Tempest explora a vida contemporânea das cidades através das lentes poderosas de um microscópio moral, dando-nos irresistíveis histórias de vidas obscuras e mostrando-nos como as melhores intenções nem sempre levam a decisões acertadas. Marcílio França Castro Nasceu em Belo Horizonte, em 1967. Mestre em Teoria Literária pela UFMG, publicou A casa dos outros e Breve cartografia de lugares sem nenhum interesse, pelo qual recebeu o Prêmio Literário Biblioteca Nacional em 2012.

CASTRO, Marcílio França. A casa dos outros. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009. 165 p. (Rocinante). Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Mundos inventados, cenários cotidianos, sonho e ficção se fundem nos contos de A casa dos outros. Cartas, monólogos e fragmentos de diários dão vida a personagens que transitam pelos terrenos da extradição, se refugiam em solidão e se descobrem em paisagens emprestadas. Esses são alguns ingredientes que compõem as dez narrativas desse livro de estreia de Marcílio França Castro, evidenciando que a literatura é, antes de tudo, um espaço privilegiado para o exercício da imaginação. CASTRO, Marcílio França. Histórias naturais: ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 200 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Histórias naturais abarca ficções dos mais diversos temas e tamanhos. Desde a longa história que abre o livro, sobre um datilógrafo de tribunal que faz carreira no cinema como dublê de mãos de escritores famosos, até uma reflexão de apenas um parágrafo sobre um par de sapatos velhos. Ao exibir domínio técnico, um olhar original sobre as relações humanas e um ponto de vista singular para tratar a matéria imaginativa, Marcílio França Castro se debruça sobre as estranhezas que compõem a vida cotidiana. A partir de situações aparentemente corriqueiras, um mundo de extravagâncias absorve o leitor, fazendo-o desconfiar das armadilhas que construímos para nós mesmos e para os outros. Misha Glenny Nascido em 1958, o jornalista e historiador britânico trabalhou como correspondente do jornal The Guardian e da emissora BBC na Europa Central. Cobriu o colapso do comunismo e as guerras que despedaçaram a ex-Iugoslávia. Atualmente, mora em Londres.

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GLENNY, Misha. O dono do morro: um homem e a batalha pelo Rio. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 358 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: O dono do morro apresenta a história impressionante de um homem comum forçado a tomar uma decisão que transformaria sua vida. Como Antônio Francisco Bonfim Lopes, um jovem pai trabalhador, se transformou em Nem, o líder do tráfico de drogas na Rocinha? A partir de uma série de entrevistas na prisão de segurança máxima onde o criminoso cumpre sentença, o jornalista e historiador britânico Misha Glenny narra a ascensão e a queda do traficante, assim como a tragédia de uma cidade. Da inundação do Rio de Janeiro pela cocaína nos anos 1980 à situação atual que embaralha voto, armas, política, polícia e bandidagem, a apuração de Misha Glenny revela cada peça de um complicado quebra-cabeça. Paula Sibilia Ensaísta e pesquisadora argentina residente no Rio de Janeiro, dedica-se ao estudo de diversos temas culturais contemporâneos sob a perspectiva genealógica, contemplando particularmente as relações entre corpos, subjetividades, tecnologias e manifestações midiáticas ou artísticas.

SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. 222 p. Unidade: EM Resumo: Para que serve a escola? Será que essa instituição se tornou obsoleta? Essas duas perguntas inquietantes são o ponto de partida para a reflexão ensaística sobre a “crise da escola”, que constitui o livro. A ênfase recai sobre a maneira como as novas tecnologias de comunicação, sobretudo os aparelhos móveis de acesso às redes informáticas e os estilos de vida que eles implicam, estão afetando o funcionamento dessa instituição-chave da modernidade. De que maneira as subjetividades e os corpos contemporâneos reagem ao contato cotidiano com esses dispositivos, e como isso influencia sua relação com a escola? A obra analisa os fatores envolvidos na crescente incompatibilidade entre os novos modos de ser e estar no mundo, por um lado, e as já antiquadas instalações escolares, por outro, com suas regras e seus valores, suas premissas e ambições definidas há cerca de 200 anos. Ricardo Araújo Pereira Nascido em Lisboa, Ricardo Araújo Pereira é um dos grandes autores do texto de humor em língua portuguesa da atualidade. Ganhou notoriedade em Portugal com o grupo de humor Gato Fedorento, que fundou com amigos em 2003. Coordena a coleção de clássicos do humor da editora Tinta da China. Como escritor, publicou quatro coletâneas de crônicas em sua terra natal; no Brasil, lançou Se não entenderes eu conto de novo, pá, em 2012.

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PEREIRA, Ricardo Araújo. Se não entenderes eu conto de novo, pá. Rio de Janeiro: Tinta da China Brasil, 2012. 168 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Seleção das melhores crônicas humorísticas que Ricardo Araújo Pereira escreveu entre 2004 e 2012. Do acontecimento mais banal à atualidade política, passando por temáticas sociais, religiosas, futebolísticas, tudo se torna motivo para sua observação hilária e ironia certeira.

Sérgio Alcides Sérgio Alcides, nascido no Rio de Janeiro, em 1967, está entre os melhores ensaístas de sua geração, com trabalhos e pesquisas que cruzam aspectos de literatura e de história do Brasil. Em 2003, publicou pela Hucitec Estes penhascos: Cláudio Manuel da Costa e a paisagem das Minas, 1753-1773, sobre a poesia do inconfidente e sua inserção cultural, social e política. ALCIDES, Sérgio. Píer. São Paulo: Editora 34, 2012. 136 p. (Poesia). Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: O livro tem como cenário recorrente o litoral, a praia, a marinha. Muitos textos são compostos como se fossem paisagens, mas o “país” que eles retratam não se prende completamente a nenhuma geografia exterior à própria linguagem da poesia. O conjunto inclui, além de números avulsos, três “suítes” de poemas: Ossada, Píer (iniciada quando o autor foi escritor-residente do Instituto Sacatar de Itaparica, em 2004) e À margem do São Francisco. Suzana Herculano-Houzel Neurocientista carioca nascida em 1972, é especialista em neuroanatomia comparada. É colunista da Folha e autora de diversos livros sobre o funcionamento do cérebro; o último, The human advantage (MIT Press, 2016), ainda inédito em português, compara o desenvolvimento do cérebro de humanos com o de outros primatas. HERCULANO-HOUZEL, Suzana. O cérebro em transformação. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. 222 p., il. Unidade: EM Resumo: Em O cérebro em transformação, o leitor descobrirá que nem só de hormônio vive a adolescência. Na verdade, tudo o que ocorre entre os 11 e os 18 anos é fruto de uma grande revolução química e neurológica. Daí as súbitas mudanças de humor, as inúmeras questões, a insegurança. Numa abordagem original, a autora revela que a adolescência é um período necessário e desejável da vida. O que acontece na cabeça do adolescente é muito mais do que uma simples enxurrada hormonal. Seu comportamento é fruto de um cérebro adolescente, que passa por uma grande reformulação.

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HERCULANO-HOUZEL, Suzana. O cérebro nosso de cada dia: descobertas da neurociência sobre a vida cotidiana. 2. ed. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2012. 224 p. Unidades: EM / Inglês / Instituto Resumo: Porque não se consegue fazer contas de cabeça depois de uma noite em claro? Porque é tão fácil esquecer o que se estava sonhando? Nos 47 ensaios desse livro, Suzana Herculano-Houzel apresenta, em linguagem simples e bem-humorada, descobertas recentes da pesquisa sobre o cérebro relacionadas ao cotidiano. O cérebro nosso de cada dia espera despertar no leitor a curiosidade e a vontade de entender como o cérebro faz de nós o que somos e o que fazemos no dia a dia. HERCULANO-HOUZEL, Suzana. Sexo, drogas, rock’n’roll... & chocolate: o cérebro e os prazeres da vida cotidiana. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2003. 220 p., il. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Nessa obra, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel interpreta as mais recentes pesquisas científicas sobre a base neurobiológica daqueles atos e fatos prazerosos da vida cotidiana, conduzindo o leitor a um passeio pelas regiões que compõem o sistema de recompensa do cérebro, responsável pelas sensações de prazer. Por que vários hábitos, como comer, fumar, beber, fazer sexo, exercício e ouvir música se mantêm ao longo dos séculos? Sexo, drogas, rock’n’roll... & chocolate explica detalhadamente como agem as células receptoras olfativas e gustativas, o funcionamento dos circuitos neurais que provocam ejaculação e orgasmo, a atividade das áreas cerebrais envolvidas com a sensação de prazer e, também, o mecanismo de ação das drogas que provocam dependência. Svetlana Aleksiévitch A bielorrussa alcançou fama internacional ao ganhar, em 2015, o Prêmio Nobel de Literatura, o primeiro concedido a uma obra jornalística. Ela foi celebrada pela Academia Sueca por sua “obra polifônica, monumento ao sofrimento em nossos dias”.

ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 392 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se, em muitos conflitos, as mulheres ficaram na retaguarda, em outros, estiveram na linha de frente. É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói nesse livro. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada com o devido empenho. Esse livro contém as memórias de centenas delas. Svetlana Aleksiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.

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ALEKSIÉVITCH, Svetlana. Vozes de Tchernóbil: crônica do futuro. Tradução de Sonia Branco. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 384 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Em 26 de abril de 1986, uma explosão seguida de incêndio na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia – então parte da finada União Soviética –, provocou uma catástrofe sem precedentes em toda a era nuclear: uma quantidade imensa de partículas radioativas foi lançada na atmosfera da URSS e em boa parte da Europa. Em poucos dias, a cidade de Prípiat, fundada em 1970, teve que ser evacuada. Pessoas, animais e plantas, expostos à radiação liberada pelo vazamento da usina, padeceram imediatamente ou nas semanas seguintes. Tão grave quanto o acidente foi a postura dos governantes e gestores soviéticos. Esquivavam-se da verdade e expunham trabalhadores, cientistas e soldados à morte durante os serviços de reparo na usina. É por meio das múltiplas vozes – de viúvas, trabalhadores afetados, cientistas ainda debilitados pela experiência, soldados, gente do povo – que Svetlana Aleksiévitch constrói esse livro, a um só tempo, relato e testemunho de uma tragédia. Tati Bernardi É paulistana, nascida em abril de 1979. Formada em Propaganda e Marketing e pós-graduada em Literatura, a escritora é colunista da Folha de S. Paulo, autora da Rede Globo e roteirista de cinema. Comportamento, amor, sexo e questões femininas são os temas das crônicas da escritora.

BERNARDI, Tati. Tô com vontade de uma coisa que eu não sei o que é: contos e crônicas. São Paulo: Panda Books, 2008. 136 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Das vontades que não podia entender e de outras tantas sensações, tão familiares a qualquer um, Tati Bernardi fez nascer esse livro, uma reunião de contos e crônicas do cotidiano. Com um humor pontual, marcado pela riqueza de detalhes, alguns deliciosamente sórdidos, Tati consegue transcrever a vida e suas peculiaridades com uma veracidade quase constrangedora. Como quando fala do maldito manobrista que sempre solta pum no carro, ou do homem comum, que pode ser até agradável e divertido quando o assunto é conseguir sexo. Tati fala de amor, solidão, sucesso, sexo e de todas essas coisas de que são feitas as vidas. Valeria Luiselli Nascida na Cidade do México, em 1983, é colaboradora da revista Letras Libres, e seus textos já foram publicados nos jornais The New York Times e Reforma. Seu primeiro livro, a coletânea de ensaios Papeles falsos, foi publicado em 2010. Atualmente, ela vive entre o México e Nova York, onde faz um doutorado na Universidade Columbia.

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LUISELLI, Valeria. A história dos meus dentes. Tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016. 166 p. Unidade: Educador EF 2 e 3 Resumo: Gustavo Sánchez Sánchez, mais conhecido como “Estrada”, tem uma missão: quer trocar todos os seus dentes. Ele possui algumas habilidades que podem ajudar nessa empreitada, como, por exemplo, imitar Janis Joplin e decifrar biscoitos da sorte chineses. Além disso, ele é o melhor leiloeiro do mundo — mesmo que ninguém saiba disso, já que ele é muito discreto. Enquanto estuda o ofício com o grande mestre Oklahoma, Estrada viaja o mundo aperfeiçoando seu talento. Uma narrativa engraçada e comovente sobre como as histórias que inventamos moldam a nossa vida e nossa identidade.

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Agradecimento pelas doações

Daniella Ferreira Borges Bahia Gabriel de Held Silveira Gisa Bustamante Janine Bitencourt Jorge Josca Ailine Baroukh Márcia Lopez Maria de Lourdes Melo Martins Renata Blois Renata Bozola Zilma de Moraes Ramos de Oliveira

Companhia das Letras Editora 34 Global Editora Panda Books 27



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