Jornal VivaDouro dezembro 2017

PUB PUB

Ano 2 - n.º 33 - dezembro 2017

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

Contacte-nos em: geral@vivadouro.org - www.vivadouro.org

Presentes esperam no sapatinho dos que ficam a trabalhar

> VivaDouro foi conhecer profissionais obrigados a estar fora de casa na noite de Natal > Págs. 16 e 17 CIM-Douro

Entrevista VivaDouro

Douro

Representação na ANMP garantida com eleição de vários autarcas

20 anos do Museu do Douro revistos com o arquiteto Fernando Seara

2017 pode ser ano de recorde no turismo fluvial

> Pág. 11

> Pág. 13

> Pág. 14 PUB

2 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Carlos Almeida Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes.

Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 17 JANEIRO

defeito, não gostam principalmente quando são impostas. É por isso que hoje é preciso haver liderança e gestão de pessoas com total compromisso mutuo para que possa haver sucesso. È que regras e regulamentos impostos sem personalização, sem explicação, sem emoção e sem sentimentos não são nunca bem recebidos e por vezes até são contraproducentes.

António Guterres, secretário geral da ONU, apresentou como uma das suas principais ideias a construção de ligações entre quem lidera e que é líder: “Está na altura de reconstruir as relações entre as pessoas e os seus líderes”. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, é o presidente dos afetos, de facto e não por simples retórica. E tem sido o responsável máximo pelas profundas alterações que têm existido nos últimos anos no relacionamento e responsabilização dos líderes políticos com o povo.

E se a nível global e a nível nacional estamos em boas mãos, há agora que trabalharmos todos nas nossas organizações, nas nossas empresas, nas nossas famílias, nas nossas organizações locais e regionais e também junto dos nossos políticos para termos liderança com afetos mas também organização, disciplina, trabalho e resultados.

Um BOM NATAL e um excelente 2018 para todos os leitores do VivaDouro!

Cumprimentos,

A chuva regressou à Região do Douro após vários meses de tempo seco e quente

NEGATIVO

FOTO: DR

Caros leitores, Ai está a chuva e a neve por que tanto aspirávamos. Agora que parece que o pior já passou e as barragens recomeçam a encher, é muito importante que não deixemos de refletir como podemos estrategicamente proteger a existência de água na região. É um enorme desafio para os dirigentes políticos locais, regionais e nacionais procurar desenvolver projetos e medidas concretas que reformem o modo como obtemos, utilizamos e guardamos a água e isto é fundamental para o futuro das nossas produções agrícolas e para o futuro de todos nós.

Mas os projetos que venham a ser lançados são inúteis sem uma alteração essencial nas mentalidades. É essencial que todos percebam que só com modificações sérias nas formas de trabalhar, nomeadamente procurando dimensões criticas, organizações sérias de produtores, organização, disciplina e liderança efetiva comum é que poderemos vir a ser capazes de transformar culturas desavindas, dispersas e destruturadas em produções consistentes, fiáveis e standardizadas que permitam estabelecer relações duradouras com os consumidores e, consequentemente, com os intermediários e os transformadores e aumentar assim os rendimentos.

Mas organização, disciplina, standardização, regras e regulamentos são coisas que as pessoas, por

FOTO: DR

POSITIVO

Montantes do PROVERE disponíveis para o Douro ficam aquém do expectável, pondo em causa a convergência regional

Sumário: Vários Concelhos Páginas 3, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 19, 20, 25 e 26

“Belmiro de Azevedo”

Breves Páginas 4 e 5 Sta. Marta | Penedono Página 6 Régua Páginas 10 e 13 Vila Real | S. J. da Pesqueira Páginas 12 Destaque Vivadouro Páginas 16 e 17 Freixo de Espada à Cinta Página 21 Lamego Página 22 Vila Real Página 24 S. J. Pesqueira Página 27 Opinião Páginas 28, 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

Portugal acaba de perder seguramente uns dos seus maior empresários - Belmiro de Azevedo - e também um dos mais importantes empreendedores portugueses.

Nasceu de uma família humilde, de muito irmãos, no Marco de Canavezes, em 1938, pouco tempo antes da Guerra, tendo experimentado a vida dura e austera na sua juventude, condição que moldou o seu comportamento posterior. Cedo revelou a sua capacidade para lutar e para aperfeiçoar as organizações em que se implicava. Tendo-se licenciado em engenharia, podíamos atribuir tais atributos ao seu espírito prático de engenheiro. Po-

rém o que mais nele surpreendia era a sua capacidade para encarar qualquer novo assunto com visão clara e abertura a novas ideias.

Embora nunca tivesse trabalhado para ele, cruzei-me com ele inúmeras vezes, o suficiente para conhecer alguns traços do seu carácter e da sua maneira de ser. Belmiro de Azevedo era conhecido por ser desassombrado e frontal, não tendo paciência para os palavrosos que não fazem, nem deixam fazer. Mas era justo e havia sentido de retidão nas suas atitudes. Não se compadecia com jogadas e interesses de corte, dizendo o que tinha a dizer se a verdade o reclamava. Naturalmente que defendia os seus interesses e os dos sectores de actividade a que se dedicou. Porque estudava os assuntos de forma aprofundada e exaustiva, tinha sempre as suas opiniões muito bem fundamentadas. Sendo inteligente e dotado de boa memória, as suas posições eram expostas de forma coerente e com lógica. Estando convencido de uma opção era irredutível e persistente a defendê-la. Belmiro de Azevedo, para além de ter sido homem de negócios e dos maiores criadores de emprego qualificado em Portugal, tinha um elevado sentido de altruísmo, revelando disponibilidade para se empenhar em muitos causas e projectos

que contribuíam para o desenvolvimento social e cultural do seu país e da sua pátria regional. Os exemplos que me ocorrem são vários. A criação do Business Inovation Centre do Porto, em 1986, talvez a primeira incubadora de empresas inovadoras do Norte de Portugal, que gerou mais de uma centena de empresas inovadoras, com o envolvimento da universidade e de outras instituições regionais. Ou a Porto Business School, um modelo de escola de negócios de gestão privada dentro de uma organização pública (a Universidade do Porto), que tanto contribuiu para a projecção de novos jovens empresários.

Também apoiou organizações culturais inovadoras, como a Fundação de Serralves. Apesar do seu pouco tempo disponível, aceitou ser seu administrador. Sabendo que Serralves preparava a nova geração para compreender melhor o seu tempo, aceitou apoiá-la.

Dizia que não pretendia tirar qualquer benefício comercial da boa imagem de Serralves, para a SONAE. Fazia-o apenas por responsabilidade social.

Belmiro de Azevedo tinha um fascínio pelo Douro. Quem não se lembra das acções promocionais do “Espírito do Douro” que organizou nos anos 90, desafiando convidados ilustres a conhecerem melhor o esplendor da região duriense...

VIVADOURO DEZEMBRO 2017

3

Vários Concelhos

Douro produziu mais de 250 mil pipas de vinho em 2017 A Região Demarcada do Douro produziu este ano 255.557 pipas de vinho, um acréscimo de 6,9% relativamente à campanha de 2016.

O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), sediado no Peso do Régua, apresentou no final do mês de novembro o resultado da vindima de 2017 anunciando um aumento de produção relativamente ao ano passado, e acima da média de produção dos últimos 10 anos que é de 229.930 pipas/ano.

O aumento de produção era já expectável até porque em 2016 a produção sofreu uma quebra significativa devido aos ataques de míldio e ao granizo. No entanto, o tempo seco e quente limitou esse aumento que inicialmente se previa rondar os 26 a 36%, segundo informações da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Du-

riense (ADVID) reveladas em julho.

De acordo com fontes da ADVID, a evolução das condições climáticas “contribuiu para um adianto significativo do ciclo vegetativo, fazendo com que esta tenha sido uma das vindimas mais precoces de que há memória, com início em meados de agosto, cerca de três semanas mais cedo que o verificado geralmente na Região Demarcada do Douro”.

As condições climatéricas que se registaram ao longo do ciclo evolutivo da videira (com ausência de chuva e temperaturas elevadas), levaram a “um forte stress hídrico, térmico e luminoso, numa fase precoce do ciclo, condicionando a evolução da parede de vegetação da videira e tendo tido um impacto na produção, nomeadamente pela desidratação ocorrida nos cachos que no entanto se apresentavam excecionalmente sãos”.

No que diz respeito à qualidade dos vinhos, a “colheita oportuna proporcionou mostos de grande qualidade, com bons níveis de açúcar e compostos fenólicos”.

O conselho interprofissional do IVDP fixou este ano o benefício em 118 mil pipas de mosto que, depois da adição de aguar-

dente vínica, se traduzirá numa produção total de vinho do Porto de cerca de 147 mil pipas. ■

PUB

4 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Breves

Município da Régua organiza Feira de Natal FOTO: DR

Câmara de Lamego quer dinamizar comércio tradicional no Natal

A partir de 8 de dezembro e até 10 de janeiro, a Câmara Municipal de Lamego vai dinamizar a campanha “No Natal, Comércio Tradicional” com o objetivo de promover e incentivar os Lamecenses a fazerem aqui as suas compras durante a época de Natal e Ano Novo. Esta iniciativa insere-se no programa de apoio ao comércio de rua que a autarquia quer implementar, motivando e incentivando o envolvimento de todos os agentes económicos e com isso atrair mais pessoas à cidade e melhorar a atividade económica.

Artista Penedonense premiada na Bienal do Eixo Atlântico A Artista Plástica Fátima Teles, Penedonense, recebeu o 1º Prémio - Melhor Obra da Bienal do Eixo Atlântico.

A Bienal realizou-se durante o mês de Novembro na cidade de O Barco de Valdeorras- Ourense e durante o próximo ano passará por várias das cidades Portuguesas e Galegas que constituem esta aliança.

FOTO: DR

O Município do Peso da Régua promove nos dias 16, 17 e 23 de dezembro a Feirinha de Natal, no Mercado Municipal, uma mostra de artesanato regional, onde poderá fazer compras muito especiais de Natal.

O evento terá ainda animação musical, dança e insufláveis, com entrada livre.

Mercado de Natal em Alijó Nos dias 16 e 17 de dezembro e 22 e 23 de dezembro vai decorrer no Mercado Municipal o Mercado de Natal.

Uma oportunidade para ficar a conhecer alguns dos produtos regionais locais que estarão em exposição.

Foz Côa distinguida pela qualidade da água “Desporto Rural” é proposta do Orçamento Participativo Jovem Portugal 2017 O “Desporto Rural” é um projeto na área temática do desporto inclusivo, desenvolvido no distrito de Vila Real, abrangendo os concelhos de Vila Real, Sabrosa, Alijó, Santa Marta de Penaguião, Vila Pouca de Aguiar e Peso da Régua, que mobiliza e promove a prática do desporto das crianças e jovens em regiões isoladas. Este projeto é direcionado para as crianças e jovens, visando a integração e participação no desporto, independentemente da sua origem, cultura, crenças, ou problemas físicos e/ou mentais.

UTAD atribui grau Doutor Honoris Causa ao Presidente da Junta Regional da Galiza O Presidente da Junta Regional da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, vai ser distinguido com o grau Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em cerimónia que terá lugar na Aula Magna, no dia 14 de dezembro, pelas 16 horas.

Esta distinção partiu de uma proposta do reitor António Fontainhas Fernandes ao Conselho Geral da Universidade, que a aprovou por unanimidade.

A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) distinguiu a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, na qualidade de entidade gestora “em baixa”, com a atribuição do “Selo de qualidade exemplar de água para consumo humano” 2017.

CCDR-N marca presença em encontro anual da diáspora O “II Encontro de Investidores da Diáspora” decorre nos próximos dias 15 e 16, em Viana do Castelo, e a CCDR-N integrará o V Painel - “Outras realidades: Regiões, Autarquias, Cooperação Regional e Transfronteiriça”.

Quinta de la Rosa celebra 30 anos de bem receber com festa de Passagem de Ano Calças justas, cores vibrantes, cabelos volumosos e maquilhagem arrojada – a lembrar os “eighties” – é apenas uma ínfima parte do dress code do último dia de 2017. Isto porque, ao soar a meia-noite para a passagem de 2018, é chegada a hora de comemorar as três décadas da arte de bem receber da Quinta de la Rosa, papel que esta propriedade duriense, no Pinhão, desempenha desde 1988.

VIVADOURO DEZEMBRO 2017

5

Breves S. João da Pesqueira organiza “Férias de Natal com o Fixolas” Nesta época natalícia, a Biblioteca Municipal promove de 18 a 23 de Dezembro, “As Férias de Natal com o Fixolas”.

Das várias atividades destacamos: Cinema, horas do conto, leitura encenada, oficinas de expressão plástica, peddy-paper, exposições. Esta iniciativa é dirigida a toda a população do Concelho, todas as atividades são gratuitas, mas, sujeitas a inscrição na Biblioteca Municipal, até 15 de Dezembro.

Aquilino Ribeiro dá nome a praça Nascido na freguesia de Carregal em 1885, o escritor Aquilino Ribeiro irá, em breve, ter o seu nome associado a uma praça onde serão colocados seis painéis inspirados na sua vida e obra.

Orçada em 137 mil euros, este é uma obra da responsabilidade do Município local e junta de Carregal, com o objetivo de homenagear aquele que é o principal embaixador do concelho e daquela localidade de Sernancelhe.

Vale do Varosa é oficialmente Emblema Regional Moncorvo organiza passeio pela Rota do Corço O passeio pela Rota Belas Vistas, Rota do Corço terá lugar no dia 17 de Dezembro com a concentração dos participantes marcada para as 08H30 junto à Capela Nossa Sra de Fátima.

As inscrições decorrem até às 12h00 do dia 15 de Dezembro no Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e no Posto de Turismo

O projeto Vale do Varosa é agora “Emblema Regional”, reconhecimento que chegou no final de novembro, pela mão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no âmbito dos prémios “O Norte Somos Nós”.

Mega presépio em exposição em Tarouca . Mais de três centenas de figuras em movimento compõem o mega presépio que já abriu as suas portas ao público.

A dedicação, mestria e singularidade com que José Funina e esposa conceberam esta verdadeira obra de arte certamente deixará todos os seus visitantes boquiabertos.

Até dia 7 de janeiro poderá visitá-lo no centro cívico da cidade de Tarouca. A entrada é gratuita.

Apresentação de duas obras literárias em Sernancelhe Decorre no próximo dia 16 de dezembro, pelas 17h00, no Auditório Municipal de Sernancelhe a apresentação pública das obras “No Adeus à Sombra de Mestre Aquilino” e “O Retrato de Aquilino II - Pintura Sobre Palavras”, da autoria de Manuel de Lima Bastos.

Sons do Douro apresentado na UTAD Apresentação do projeto de formação artística e cultural, que transforma pipas de vinho em instrumentos musicais e cruza as sonoridades da percussão tradicional portuguesa com outros ritmos contemporâneos, que decorre no âmbito do programa de comemorações dos 16 anos Alto Douro Vinhateiro - Património Mundial da UNESCO.

IX Passeio de Pais Natais em bicicleta Realiza-se, em Tarouca, no próximo dia 17 de dezembro o 9º passeio de pais natais em bicicleta.

A iniciativa, de cariz solidário pretende reunir bens alimentícios a serem entregues a instituições de solidariedade social do concelho. Para participar, além da bicicleta os passeantes devem apresentar-se com um gorro ou um fato de pai natal

Pai Natal vai passear no centro de Moimenta da Beira Cinco dias a espalhar magia e a fazer sonhar as crianças. O Pai Natal vai andar pelo Terreiro das Freiras, a praça mais emblemática do centro histórico de Moimenta da Beira, durante as tardes de 14 a 18 de dezembro. Serão dias cheios de atividades natalícias, momentos inesquecíveis para as crianças, em especial nos encontros com Pai Natal

Luz verde do governo para uma EIP nos bombeiros de Sabrosa O município de Sabrosa conta com o apoio do Secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves, para a criação de uma Equipa de Intervenção Permanente, EIP, nos Bombeiros de Sabrosa.

O grupo será vocacionado para um serviço de proximidade, que pretenderá dar uma resposta rápida nas áreas da saúde, transportes, incêndios florestais e urbanos. A EIP será financiada em 50% pelo Município e constituída por cinco bombeiros voluntários da corporação de Sabrosa.

6 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Santa Marta de Penaguião | Penedono PUB

Autarca distribui postais de Natal e ouve população Autarca de Santa Marta de Penaguião dá postais de Natal e aproveita para registar problemas da população. A iniciativa permite dar respostas e melhorar as situações de algumas famílias do concelho.

Serão cerca de 3500 habitações do concelho que vão receber a visita do executivo camarário numa iniciativa que pretende servir dois propósitos, distribuir postais de boas festas e fazer um levantamento dos problemas junto da população, até ao próximo dia 22 de dezembro.

O presidente da Câmara acredita que, “em termos de poder local, este é o maior exemplo de proximidade”, referindo que “é a melhor experiência” que tem enquanto autarca.

Este é já o terceiro ano em que o executivo municipal percorre os 41 lugares do concelho e, segundo Luís Machado, a iniciativa “tem-se revelado extremamente importante, porque permite resolver inúmeros pequenos problemas que afectam o dia-a-dia das pessoas”.

O autarca refere que “muitos munícipes só desta forma é que partilham as suas preocu-

pações” e que a iniciativa “permite a algumas famílias do concelho passarem melhor o Natal, uma vez que, depois de conhecidas as situações menos boas, tudo é feito para encontrar soluções”.

O périplo pelas aldeias e pela vila é, assim, uma oportunidade para fazer uma espécie de “caderno de encargos” dos “inúmeros pequenos problemas” que afectam a população.

O autarca promete que “ainda antes do Natal a Câmara tentará dar resposta a estas questões, que podem ir desde o escoamento das águas pluviais, à falta de pressão de água nas torneiras, a lâmpadas fundidas ou torneiras avariadas, a buracos na estrada ou falta pontos de luz, ou ainda carências sentidas pelas pessoas a nível das habitações ou bens de primeira necessidade”.

“A resolução destes pequenos problemas contribui para o bem-estar das pessoas”, enfatiza o autarca que parte para o terreno disponível para “ouvir críticas” que possam contribuir para melhorar o desempenho do executivo”.

O ano passado, foi também feito um levantamento dos idosos que vivem isolados no concelho, o que permitiu garantir que “nenhum tenha passado o Natal sozinho”.

Uns foram encaminhados para a família e outros para instituições particulares de solidariedade social do concelho.

“O levantamento está feito. Este ano vamos também garantir que ninguém passe a noite de consoada sozinho”, frisa Luís Machado. ■

Ex-Comandante dos Bombeiros de Penedono refuta acusações O Ex-Comandante dos Bombeiros Voluntários de Penedono, António Nogueira, refuta, em comunicado, as acusações que lhe são imputadas por crimes de participação económica em negócio e abuso do poder.

Em comunicado enviado às redações António Nogueira afirma não estar a ser alvo de nenhuma investigação pelo DIAP como é referido na reportagem apresentada pela Antena 1.

Em 19 pontos o ex-Comandante analisa todas as acusações que lhe são apontadas contrariando-as e dando nota da sua posi-

ção perante as informações divulgadas.

Devido à extensão do documento o mesmo não será colocado nesta edição ficando disponível no nosso site a partir desta data para consulta pública. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017

7

Vários Concelhos

Congresso Nacional da Economia Social 2017 Realizou-se, ao longo do ano de 2017 o 1.º Congresso Nacional da Economia Social, dividido em quatro sessões temáticas descentralizadas, e uma sessão final que se realizou a 14 de Novembro em Lisboa.

Lisboa, Póvoa de Varzim, Mangualde e Évora foram as cidade que receberam as sessões temáticas deste congresso que teve por objetivo debater a Economia Social em diferentes vertentes: Caracterização da Economia Social em Portugal: A Conta Satélite da Economia Social/2013, A Economia Social e o relacionamento com o Estado, A Economia Social, os novos conceitos e modelos de organização e de governança e Economia Social: das pessoas, com as pessoas.

> Sessão plenária de encerramento

Social, como um sector específico, designadamente como parceiro social, na concertação, na definição das políticas públicas e nas orientações estratégicas destinadas à Economia Social”, pode ler-se na carta de compromisso para a criação da Confederação da Economia Social Portuguesa, que foi elaborada no final dos trabalhos, acrescentando ainda que “os relevantes passos que, neste sentido, já foram dados, tendo sido possível estabelecer um consenso entre as Entidades signatárias de âmbito nacional da Economia Social para a aprovação do

>Eduardo Graça - secretário executivo da CNES

A realização deste congresso surgiu na sequência de uma proposta aprovada pelo plenário do Conselho Nacional da Economia Social (CNES), tendo por objetivos três pontos específicos: Reforçar o setor da economia social no plano institucional, legal e organizacional promovendo o reforço do seu papel na economia e na sociedade portuguesa; Promover, e aprofundar, um debate alargado em torno de temas nacionais e internacionais relevantes para a economia social portuguesa e para as entidades que a integram e, finalmente, Formular, sob forma de declaração comum, um conjunto de recomendações que, no respeito da diversidade, contribuam para uma melhoria qualitativa da representatividade do sector da

economia social perante os poderes públicos, a sociedade em geral e, em particular, as instâncias de concertação social.

As sessões temáticas, sem prejuízo de iniciativas próprias, promovidas pelas entidades que integram a Comissão Organizadora, foram organizadas tendo em consideração o diagnóstico e auscultação feitos junto das entidades de base da Economia Social.

“A crescente consciência, por todos assumida, de que o primeiro destes objetivos só será eficazmente concretizado através da criação de uma estrutura comum, de natureza confederativa, que, respeitando a autonomia, a independência e o espaço próprio de intervenção de cada entidade, faça a promoção e a defesa da Economia

projeto de Estatutos da Confederação da Economia Social Portuguesa (CESP)” A Comissão Organizadora deste congresso foi composta pelos seguintes elementos: Francisco Silva, Eng.º - Presidente (CONFAGRI), Ana Maria Lima, Dr.ª (CPF), Ana Maria Silva, Dr.ª (UMP – Mutualidades), Augusto Flor, Dr. (CPCCRD), Eduardo Graça, Dr. (Secretário Executivo do CNES), José Leirião, Dr. (CNIS), Marco Domingues, Dr. (ANIMAR), Paulo Gravato, Provedor (UMP – Misericórdias) e Rogério Cação, Dr. (CONFECOOP). ■

8 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vários Concelhos

CCDR-N entregou prémios “O Norte Somos Nós” A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) entregou no final do mês de novembro os prémios “O Norte Somos Nós” a sete projetos inovadores apoiados por fundos comunitários e escolhidos numa votação online. A cerimónia que teve lugar no Museu do Carro Elétrico, no Porto.

As empresas Quinta do Vallado e Azevedos Indústria, a Unidade de Cuidados Continuados Pediátrica KASTELO, o Centro de Investigação da Montanha de Bragança, o Teatro do Bolhão e os projectos “Operação Escola em Rede” e “100.000 Árvores na Área Metropolitana do Porto” foram os investimentos que mais votos re-

ceberam do público que, entre 03 e 24 de novembro, votou na plataforma online da iniciativa.

“A nata da nata estava nos 21 finalistas, três em sete categorias, que foram sujeitos à votação”, destacou Fernando Freire de Sousa, presidente da CCDR-N, a propósito dos prémios atribuídos a partir “de mais de seis mil projetos com mérito regional, finalistas a concurso”.

“A decisão final sobre os sete vencedores coube ao público, que participou em massa na votação online. Mais de 200 mil pessoas mobilizaram-se para votar”, destaca a CCDR-N. Na cerimónia, aquela entidade atribuiu também o galardão “Emblema Regional” a um conjunto de 16 investimentos “de notoriedade consolidada”.

Na área da Valorização do Património, destacaram-se a Rota do Românico, os Passadiços do Paiva, o Vale do Varosa, o programa do Alto Tâmega Aquanatur e a Igreja e Torre dos Clérigos.

Quanto à Ciência, Inovação e Tecnologia,

foram distinguidos o Oliva Creative Factory, o 3B`s Research Group, o UPTEC -- Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, o INL -- Laboratório Internacional de Nanotecnologia, o I3S -- Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e o CMIN -- Centro Materno-Infantil do Norte.

Sob o tema “Cultura do Futuro”, receberam o prémio o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, a iniciativa de Paredes Art on Chairs, o Centro de Mar de Viana do Castelo, o ECODOMUS - Centro de Referência na área do Urbanismo Sustentável de Bragança e Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura.

A iniciativa “O Norte Somos Nós” prossegue em janeiro, com a abertura de candidaturas à “nova categoria” Norte Multimédia, através da página da Internet onortesomosnos.jn.pt.

Podem concorrer a este projeto jovens até aos 30 anos, com fotografias ou curtas alusivas ao tema “A Europa está aqui”. Em concurso estarão em equipamento multi-

média no valor de cinco mil Euros.

A iniciativa “O Norte Somos Nós” foi lançada pela CCDR-N enquanto autoridade gestora do programa operacional “ON.2 - O Novo Norte” que terminou a 31 de março.

A atribuição dos prémios partiu de uma base de mais de seis mil projetos de mérito regional, tendo sido identificados 21 finalistas, três por cada uma das sete categorias definidas: Competitividade, Inovação, Investigação, Inclusão, Qualificação, Sustentabilidade e Património. ■

Docente da UTAD Tese de mestrado na UTAD representa Portugal na FAO cria alcoolímetro portátil A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) lançou em 2011 a iniciativa Parceria Global para o Solo, para a qual foi agora escolhido João Coutinho, docente e investigador da UTAD, em representação de Portugal.

Um dos objetivos do Programa de Acção da Global Soil Laboratory Network é a instalação de uma Rede Global de Laboratórios de Solos, da qual farão parte representantes dos países que constituem a rede que iniciou os seus trabalhos no início do mês de novembro.

Num segundo momento, a organização pretende ainda instalar Redes Regionais e Nacionais de Laboratórios de Solos para controlo da qualidade, harmonização de métodos e colaboração internacional no que respeita às características dos solos, nomeadamente a determinação da matéria orgânica do solo.

Para João Coutinho, a criação desta rede prende-se com o facto de o solo, através da sua matéria orgânica, “ser o principal reservatório de carbono do planeta pelo que, quanto mais retiver carbono, mais poderá contribuir para atenuar as alterações climáticas”.

Em Portugal existe já uma rede de laboratórios desde 2010 e que está sob a alçada da Sociedade Portuguesa de Ciências do Solo que é gerida pelo Laboratório de Plantas e Solos da UTAD, cujo responsável é o próprio João Coutinho.

Esta rede já existente contempla ainda alguns laboratórios espanhóis e pretende integrar também laboratórios dos PALOP. O Laboratório de Plantas e Solos da UTAD funciona na UTAD desde 1979 para apoio à investigação e ao setor agrícola, tendo nos últimos anos recebido uma média de 12.000 amostras de solo e 4.000 de plantas para análise e recomendação de fertilização. ■

Uma aluna do curso de Engenharia Eletrotécnica e Computadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu um alcoolímetro portátil que pode ser incluído num smartwatch, resultante de uma tese de mestrado.

A ideia original para este projeto surgiu do seu orientador, Lio Gonçalves, docente da UTAD e investigador do INESC TEC, e tinha como plano inicial criar um protótipo de alcoolímetro na área da tecnologia wearable, ou seja, que seria incorporado no próprio vestuário, concebemdo assim uma aplicação “que tivesse verdadeiramente impacto na comunidade”.

O protótipo agora apresentado é bastante simples e basta incluir um sensor no smartwatch, acompanhado de um software que faz as medições do consumo, em qualquer local e em qualquer altura.

“Quando o utilizador sopra para o sensor, as moléculas

de etanol suspensas vão reagir com o óxido de estanho e provocar uma alteração na resistência elétrica que vai variar a corrente elétrica”, explica o professor universitário.

“A tecnologia está em grande desenvolvimento e já ninguém dispensa o seu uso em quase todas as tarefas do dia-a-dia. Existem diversos sensores nos nossos smartphones, acelerómetro, giroscópio, entre outros, mas um que não existe e que pode existir no futuro é justamente um sensor de álcool”, explicou Lio Gonçalves, que afirma ter sido desta forma que lhe surgiu a ideia, lembrando ainda que “um smartwatch ou um smartphone com um sensor de álcool poderia ter um grande impacto na prevenção rodoviária”.

“Esta aplicação ainda é um protótipo mas quando se conseguir a miniaturização pode ser muito útil para que os utilizadores possam saber em tempo real qual a sua taxa de alcoolemia”, afirmou.

Segundo o docente do Departamento de Engenharias da Escola de Ciência e Tecnologia da UTAD, “com essa informação podem tomar-se melhores decisões e evitar acidentes rodoviários, podendo ainda ser usada para monitorizar o consumo em pacientes com dependências de álcool”.

Em paralelo foi ainda desenvolvida uma aplicação para “android” onde se pode fazer o emparelhamento com o dispositivo registando as leituras, para que o histórico do consumo possa depois ser fornecido a qualquer médico numa folha de cálculo. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017

9

Vários Concelhos

Cobalto Douro quer ser referência na mecânica industrial

Criada nova associação para potenciar olivicultura em Mesão Frio

Criada em 2015, com sede na freguesia de Cambres, Lamego, a Cobalto Douro tem a sua unidade de produção em Tabuaço onde criou o Cobalto Gin e desenvolve um trabalho essencial à região no que diz respeito à mecânica industrial.

Um grupo de olivicultores de Mesão Frio anunciou, em finais de novembro, a criação de uma nova associação na região para potenciar a cultura da oliveira, melhorar as práticas culturais e de produção e ajudar a diversificar o rendimento dos agricultores, que assenta na viticultura.

Edgar Rocha e Miguel Guedes são os dois nomes por trás da Cobalto que tem vindo a atuar junto de algumas das principais empresas de produção vinícola e quintas do Douro como são exemplo a Sogevinus, a Christie’s, a Quinta de La Rosa, a Quinta de Mourão e a Quinta da Carregosa, entre muitos outros.

“Ao contrário do gin que produzimos nas nossas instalações, este trabalho de mecânica industrial é feito nas instalações dos nossos clientes, até porque muitas das máquinas que reparamos são de grande dimensão e o seu transporte seria sempre complicado e com custos elevados”, afirma Edgar Rocha.

Para Miguel Guedes, este “é um trabalho fundamental para o bom funcionamento

das adegas que muitas vezes se deparam com problemas nas suas máquinas e necessitam de uma reparação urgente e profissional”.

Inovadora é a Lavadora de Caixas Manual, um projeto pensado e concebido nas instalações da Cobalto que permite de forma rápida e eficaz lavar as caixas usadas durante as vindimas num processo que apenas necessita de um colaborador, contribuindo assim para um baixo custo deste serviço num período de tempo mais curto do que a simples lavagem manual das caixas.

A ambição da Cobalto, neste serviço de mecânica industrial é cimentar a sua posição na região, expandindo a mesma em território nacional e além fronteiras. ■

Procura direta de azeitona aumenta em Murça A azeitona de Murça está a ser alvo de uma procura direta por parte de compradores, que oferecem preços aliciantes, na tentativa de combater as fortes quebras que se registam na produção internacional deste produto.

Segundo Francisco Vilela, dirigente da Cooperativa Agrícola de Olivicultores de Murça, alguns dos produtores de Murça têm sido confrontados com propostas aliciantes para a venda de azeitona, algo que é considerado inédito na região que representa a segunda maior produção do país e onde o habitual é a comercialização de azeite e não de azeitona.

“Temos sócios que estão a ser aliciados

por particulares na compra de azeitona a valores muito altos. Acaba por ser uma novidade no mercado regional”, afirmou o dirigente, segundo o qual esta procura se deve à escassez do produto em outros países produtores europeus, como Espanha.

A procura é levada a cabo por intermediários portugueses e estrangeiros que apresentam valores de compra a rondar os 60 cêntimos por quilo, um valor considerado acima da média.

Para Francisco Vilela, o azeite é o maior prejudicado por esta situação pois com a saída de azeitona irá ver reduzida a quantidade produzida, diminuindo assim um dos principais produtos da região. “Acaba por ser azeite que vai para outros países e, no fundo, estamos a perder riqueza interna porque não estamos a valorizar o nosso produto. A azeitona sai daqui a granel e não colocamos nós as nossas marcas no mercado internacional”, salientou.■

A Associação de Olivicultores de Mesão Frio (AOLIMF) decidiu agregar neste momento 28 sócios, no entanto, o objetivo é juntar a maioria dos produtores do concelho, bem como alguns dos municípios vizinhos dando assim mais força ao seu propósito.

Em declarações à comunicação social, Antero Paiva, presidente da recém-criada associação afirma que a ideia é organizar os produtores e a colheita, pretendendo ainda efetuar o cadastro do olival do concelho, para o que já foram encetados contactos com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

De acordo com o mesmo responsável, no concelho de Mesão Frio a produção média anual de azeitona ultrapassa já o milhão de quilos, um valor que permite já pensar numa diversificação do rendimento dos agricultores deste município inserido na Região Demarcada do Douro, que assenta essencialmente na produção de vinho. À Lusa, Antero Paiva afirmou ainda que a associação já criou a marca “Portas do Douro”.

Num comunicado enviado pela AOLIMF às redações é explicado que o objetivo essencial da assoociação é “promover e potenciar a cultura da oliveira no sentido de melhorar as práticas culturais, as condições de produção e de exploração, com vista a melhor aproveitar o produto azeitona e, consequentemente, obter a melhor qualidade do azeite e rentabilizar o aproveitamento dos subprodutos extraídos”, propondo-se “contribuir para melhorar a organização, gestão e controlo de toda a fileira de produção oleícola dos seus associados e, desta forma, melhorar as condições de exploração e os seus rendimentos”.

Com a campanha deste ano a terminar, em Mesão Frio não se verificaram quebras na produção por causa da seca, sendo esperado que o azeite seja de boa qualidade. ■

Santa Marta apoia recuperação de 99 habitações O programa “Bem-estar Habitacional”, para reabilitação de habitações a pessoas carenciadas do município de Santa Marta de Penaguião, ajudou já a recuperação de 99 casas desde 2013.

“O nosso objetivo é erradicar a habitação degradada, não haver nenhum penaguiense que viva em habitações pouco dignas”, afirmou Luís Machado, Presidente da Câmara Municipal, à agência Lusa.

Ainda segundo o autarca, neste momento estão a ser intervencionadas, já em diferentes fases de obra, 58 habitações, num investimento que rondará os 160 mil euros.

A ideia do programa é ajudar em obras que podem ir desde a recuperação de telhados até às casas de banho das habitações, até um valor máximo de três mil euros por habita-

ção, sendo dada prioridade a idosos que vivem sozinhos e a agregados familiares com filhos.

Luís Machado disse ainda que quer que, já em 2018, “não haja nenhuma casa habitada que não tenha a casa de banho e o telhado em condições”.

“Pretende-se também que os idosos permaneçam em casa o maior tempo possível e, ao mesmo tempo, manter também o património. Se saírem das casas, estas acabam por ruir”, frisou o autarca. ■

10

VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Régua

Alunos da Régua sem intérprete de Língua Gestual São três os alunos da Escola Secundária Dr. João da Araújo Correia (ESJAC) que estão sem intérprete de Língua Gestual há cerca de três meses, uma situação que consideram injusta face a outros casos já ocorridos no país. O Viva Douro foi ao encontro de dois destes alunos para perceber melhor a situação que vivem.

A intérprete colocada para acompanhar os alunos esteve presente dois dias, ausentando-se depois por estar grávida e a escola ser distante da sua residência. Tendo em conta a situação foi aberto um concurso para uma nova intérprete que foi colocada, no entanto a mesma também está impedida de exercer as suas funções por se encontrar de licença de maternidade, situação que os alunos estranharam levando-os a investigar casos semelhantes ocorridos no país, deparando-se com uma situação semelhante na escola de Ílhavo, no entanto esta teve uma resolução quase imediata, contrariamente ao que se sucede neste caso.

Maria Oliveira, aluna do 12º ano do curso profissional de multimédia sente-se revoltada e injustiçada com esta situação. “Após uma semana sem a intérprete começamos a questionar porque não nos era atribuída uma, verificamos que em Ílhavo aconteceu o mesmo mas em dois dias foi atribuída uma nova intérprete, para nós esta é uma situação injusta”, afirma.

Também no 12º anda Diogo Fonseca, ambos consideram este um ano crucial para as suas ambições académicas futuras, aumentando o sentimento de frustração por se verem obrigados acompanhar as aulas lendo os lábios dos professores, situação que para Diogo “é muito cansativa e limitativa. Temos que fazer um esforço muito grande e sentimos que não conseguimos acompanhar as matérias em condições, em especial em disciplinas como português, história, filosofia e inglês, é muito complicado”.

Da parte dos professores a situação tem sido gerida de forma preocupada, Maria conta que “entendem a situação e tentam usar muitos elementos visuais para facilitar o acompanhamento das matérias que vão sendo dadas, no entanto há conceitos que falham e que fazem falta para um melhor entendimento”.

Na tentativa de verem esta situação resolvida, os alunos enviaram já diversos emails para a direção da escola, para a Associação de Pais, para a Direção Geral de Educação e para o próprio Ministério da Educação, no entanto as respostas obtidas são inconclusivas, referindo apenas que têm conhecimento da situação e que a mesma estará a ser devidamente tratada.

“Já enviamos email para diversas instituições, no entanto até agora ainda nenhuma nos arranjou uma solução para o nosso problema, recebemos muitas respostas vagas”, afirma Maria.

Para estes alunos, esta situação é, acima de tudo injusta e sentem alguma discriminação por estarem fora dos grandes centros, perdendo assim força na luta que têm vindo a travar na resolução deste caso.

Contactada a direção da escola a mesma não quis prestar declarações ao Viva Douro, afirmando apensa que está preocupada com a

> Diogo Fonseca e Maria Oliveira

situação e informando que tem feito diversos contactos para a sua resolução, não tendo até ao momento conseguido atribuir uma intérprete a estes alunos.

Revoltados com a situação vivida pelos seus filhos estão também os pais dos alunos. Carlos Oliveira, pai de Maria é um dos que se mostra mais revoltado, apresentando a situação nas redes sociais, meio pelo qual espera conseguir fazer passar a sua mensagem.

Para este pai, a situação já ultrapassou os limites do razoável e vê a sua filha frustrada e desanimada com tudo o que tem estado a viver.

“A Maria anda nervosa, já a encontramos diversas vezes a chorar de frustração, por ela, pelos colegas e mesmo pelos professores porque

sente que todos têm que trabalhar muito mais não conseguindo atingir os resultados esperados”, afirma Carlos Oliveira dizendo ainda que “não estão a pedir nada a que não tenham direito, está na Constituição”.

Para este pai, o sentimento de revolta é o que mais se sente, “andamos nisto há demasiado tempo, fazemos contactos todos os dias e não vemos a situação resolvida, para nós, pais e alunos, é revoltante, sentimos que as entidades competentes não nos dão a atenção que estariam obrigadas a dar”.

Da parte da DGEST a informação é que esta situação está a ser acompanhada, no entanto não existe qualquer previsão para a resolução da mesma. ■

Museu do Douro comemorou 20 anos da sua criação O Museu do Douro celebrou no passado dia 2 de dezembro o 20.º aniversário da publicação da lei que criou a unidade museológica que, atualmente, desempenha um importante papel na divulgação da região, na investigação e preservação da sua história.

O Museu do Douro foi o primeiro museu de território construído em Portugal, criado na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República,

em 1997, tendo o edifício sede aberto as suas portas ao público em 2008.

A Lei 125/97 de 02 de dezembro resultou de duas propostas de lei apresentadas pelos então deputados António Martinho, do PS, e Lino de Carvalho, do PCP. O presidente da Fundação do Museu do Douro, Fernando Pinto, afirmou à agência Lusa que há 20 anos se fez história na mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo.

O “Dia do Museu do Douro”, que se realizou então no passado dia 2, na sede da instituição, localizada em Peso da Régua, serve, segundo o responsável, para homenagear os que desempenharam um “papel importante” na concretização deste projeto.

A Assembleia da República, através do presidente Ferro Rodrigues, vai receber o título de fundador honorário, serão ainda distinguidos antigos ministros da cultura, como Augusto Santos Silva, que nomeou a equipa de missão do Museu do Douro, Pedro Roseta, que desbloqueou as verbas para a aquisição da casa da companhia, onde está instalada a sede, e Isabel Pires de Lima que criou a fundação.

No dia de festa, recordaram-se ainda o escritor João de Araújo Correia, que já em 1936 defendia a criação de um museu de território, ainda o mecenato de Irene Viana Pinto, que doou a casa da Presegueda, e os ex deputados Lino de Carvalho (já falecido) e António Martinho.

Fernando Pinto realçou ainda que a instituição encerra o ano com “resultado positivo” e salientou que as “receitas próprias do museu têm vindo a aumentar”, reduzindo a “sua dependência”.

A programação do Dia do Museu do Douro contemplou ainda uma atuação do grupo “Sons do Douro” e a inauguração da exposição de fotografia e do livro “Nove meses de inverno e três de inferno”, de autoria de João Pedro Marnoto.

Nos últimos anos, o número de visitantes na instituição tem crescido consecutivamente vindos um pouco de todo o mundo com destaque para os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália e europeus, como França, Bélgica ou Luxemburgo. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 11

Vários Concelhos

Autarcas da CIM-Douro eleitos na ANMP

Presépio Vivo em Poiares

Reunida em congresso subordinado ao tema “Descentralizar Portugal, Poder Local”, em Portimão, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) elegeu os seus elementos para o Conselho Geral.

Os alunos do colégio Salesianos de Poiares, Peso da Régua, realizam este ano um presépio vivo que pode ser visto naquele estabelecimento.

José Eduardo Ferreira autarca de Moimenta da Beira, surge como substituto para o Conselho directivo da associação eleita no passado dia 9 de dezembro.

No Conselho geral surge ainda Carlos Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, eleito como membro efetivo.

Como substitutos para o Conselho geral surgem ainda Carlos Carvalho de Penedono e João Paulo Fonseca, autarca de Armamar. ■

Ângelo Moura, presidente da Câmara Municipal de Lamego foi eleito como membro efetivo do Conselho Geral que foi aprovado com 85% dos votos dos mais de 800 delegados que participaram na reunião magna da ANMP. “É muito importante que Lamego integre o órgão que terá uma voz ativa na discussão de vários processos muito relevantes para o futuro das autarquias locais: a descentralização das competências, as finanças locais e os fundos comunitários”, sublinha o autarca lamecense.

Em 10 anos Symington oferece 10 ambulâncias no Douro A Symington Family Estates ofereceu, na última década, 10 ambulâncias a bombeiros voluntários da Região Demarcada do Douro, com o objetivo de facilitar o trabalho das corporações na assistência às pessoas que vivem em zonas mais isoladas.

A empresa produtora de vinho da Região Demarcada do Douro distinguiu, este ano, os bombeiros voluntários de Sabrosa, no distrito de Vila Real, a quem ofereceu uma ambulância para o 126.º aniversário da corporação.

Este foi o décimo veículo a ser entregue pela empresa a bombeiros voluntários durienses, com o objetivo de facilitar “o exigente trabalho destas corporações na assistência a pessoas que vivem em zonas mais isoladas e que, por esse motivo, estão condicionadas no que toca ao acesso a in-

fraestruturas e serviços de saúde”.

Desde 2007, foram contempladas com a oferta de uma ambulância, as corporações do Pinhão (Alijó), São João da Pesqueira, Provesende (Sabrosa), Carrazeda de Ansiães, Lamego, Régua, Vila Nova de Foz Côa, Tabuaço e Vila Flor.

A Symington Family Estates referiu ainda que, ao longo dos anos, contribuiu com “ações complementares que beneficiam o bem-estar da população”, elencando como exemplos a aquisição de equipamento médico de suporte de vida para o hospital de Alijó e de equipamento médico específico de cardiologia para a Cruz Vermelha de Sabrosa.

A doação da ambulância aos bombeiros de Sabrosa está integrada no projeto de responsabilidade social da Symington que garante dar “primazia a empresas e entidades da região, onde residem e trabalham cerca de 40% dos seus colaboradores, fomentando assim a economia e a sociedade locais”.

Esta empresa é, atualmente, a maior proprietária de quintas na região do Douro e um dos principais produtores de vinho do Porto de qualidade superior, as chamadas categorias especiais. ■

Dinamizada pelo grupo de jovens «Fé e Obras», com a colaboração de diversas pessoas ligadas ao ambiente salesiano, esta iniciativa acontece em três momentos deste mês, os primeiros aconteceram nos passados dias 08 e 10, estando o último agendado para o dia 17 entre as 17h30 e as 19h00.

O objetivo deste presépio vivo, “uma iniciativa inovadora, visa “colocar Jesus menino no centro do Natal de cada um”, lê-se na nota enviada à comunicação social.

Francisco Batista, funcionário do colégio, é um dos organizadores da iniciativa e disse aos jornalistas que este “presépio vivo” é composto por cerca de 80 figu-

rantes dos meses de idade aos 11 anos. É também uma iniciativa que se repete há sete anos e consegue, segundo frisou, juntar a comunidade escolar, entre alunos, professores e funcionários, aos habitantes de Poiares de outras aldeias vizinhas. “São muitas horas de trabalho mas é um orgulho”, referiu.

O diretor do colégio, José Cordeiro, referiu que, de ano para ano, o presépio vai crescendo em número de figurantes e de novos cenários e salientou o objetivo “de união” que o projeto tem, quer seja ao longo do período de preparação quer depois, no resultado final.

O colégio Salesianos de Poiares fazem parte da congregação dos Salesianos de Dom Bosco, fundada por São João Bosco, um santo educador italiano do século XIX, estando espalhados por todo o mundo dedicando-se à educação da juventude e vivendo uma forma específica de vida religiosa que se traduz no projeto apostólico de ser “sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres.” ■ PUB

12 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vila Real | São João da Pesqueira

Iniciativa “Somos Douro” assinala 16.º aniversário do Douro Património Mundial O lançamento da iniciativa “Somos Douro”, que visa mobilizar os jovens durienses para a dinamização da região, assinala o 16.º aniversário do Douro Património Mundial da UNESCO que se assinala no dia 14, em Vila Real.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e gestor do Alto Douro Vinhateiro (ADV), Freire de Sousa, afirmou, em declarações à agência Lusa, que a sessão evocativa dos 16 anos do Património Mundial vai ter “dois momentos marcantes”.

Segundo o responsável, nesse dia vai ser apresentada a iniciativa “Somos Douro”,

que tem a curadoria da jornalista Anabela Mota Ribeiro. “Trata-se de uma agenda de índole cultural e artística que terá como momento alto um fórum que mobilize, capacite e coloque em contacto jovens empreendedores do Alto Douro Vinhateiro que estejam a fazer carreira por cá e no estrangeiro”, explicou Freire de Sousa.

Esta ideia, acrescentou, surgiu “de um importante repto que foi lançado no ano passado por Miguel Cadilhe, mentor da candidatura do Alto Douro Vinhateiro à UNESCO, e que a CCDR-N não podia deixar passar em vão”.

“Temos muito presente a responsabilidade que nos é cometida de gerir uma paisagem Património Mundial e estamos cientes que o caminho passa por envolver jovens empreendedores para, juntos, dinamizarmos este território vivo”, frisou.

Por outro lado, segundo o mesmo diriPUB

A Cobalto Douro – Mecânica Industrial é uma empresa associada à região do Douro, com produtos e serviços de qualidade nas áreas da mecânica, electrónica, soldadura e estruturas metálicas. Tem como sua principal missão ser reconhecida nacional e internacionalmente.

A trabalhar desde Abril de 2015, estamos sediados em Cambres, com a nossa unidade produtiva a funcionar em Tabuaço, na Zona Industrial. Os nossos serviços de manutenção são adequados à indústria, tendo forte especialização nos seguintes sectores: Sector Vitivinícola; Sector Olivícola; Sector de Bebidas; Sector Alimentar.

Nos nossos corpos técnicos possuímos colaboradores com especialização, dos quais constam mecânicos e soldadores de 1ª categoria com mais de 30 anos de experiência em manutenção industrial.

geral@cobaltodouro.pt

gente, a CCDR-N “está motivada em dar corpo” ao Prémio Arquitetura do Douro, que conta com 10 anos e cinco edições.

Nesse sentido, no dia 14 de dezembro, vai ser apresentada a publicação “10 Anos Prémio Arquitetura do Douro”, pela presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos, Cláudia Costa Santos.

Segundo a CCDR-N, trata-se de um portfólio de fotografias das obras que venceram as cinco edições do galardão, bem como das menções honrosas.

“Numa paisagem com os atributos do ADV, os projetos de arquitetura ganham uma importância maior e, por isso, pretendemos reforçar o elã em volta deste tema. Esta iniciativa desmistifica questões relacionadas com eventuais constrangimentos em dar vida a paisagens protegidas e reforça o conceito de estarmos presentes num território evolutivo e vivo”, salientou.

Foi a 14 de dezembro de 2001 que o Alto Douro Vinhateiro foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.

A sessão evocativa do Douro Património Mundial está a ser organizada pela CCDR-N, através da Missão Douro, em parceria com a Câmara de Vila Real, a Comunidade Intermunicipal do Douro e a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial.

O Alto Douro Vinhateiro corresponde à área mais representativa e melhor conservada da Região Demarcada do Douro (RDD), que é a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo, com delimitações desde 1756.

A área classificada compreende 24.600 hectares, cerca de um décimo do total da RDD, tendo a sua zona tampão uma área de 225.400 hectares, e abrange 13 municípios. ■

S. João da Pesqueira marca presença em mostra de vinhos em Lisboa Decorreu de 10 a 13 de Novembro de 2017, no Centro de Congressos de Lisboa, mais uma edição do Encontro com Vinhos | Encontro com Sabores, evento onde o CLDS 3G de S. João da Pesqueira, a Câmara Municipal e a Capital Douro, estiveram presentes em parceria, com um stand, levando consigo cerca de 15 produtores do concelho.

Repleta de novidades, desde logo os números desta edição falam por si: mais de 300 marcas presentes, nacionais e internacionais, mais de 2.500 vinhos em prova, 25 chefes de cozinha, de Portugal e do estrangeiro, e mais de 20 provas comentadas por especialistas.

Valores que se complementaram com a presença de uma significativa comitiva internacional de jornalistas e importadores, pela realização de novo “Congresso dos Cozinheiros”, pela reunião de profissionais “Portugal Wine Connection” e pelo destaque conferido em “Mundo Natural”.

Num “blend” de produtores de maior dimensão e os chamados vinhos de autor, ENCONTRO COM VINHOS disponibilizou aos visitantes um impressionante total de dois milhares e meio de rótulos, de novos lançamentos a opções com largo historial.

Em simultâneo à prova livre, ao longo dos quatro dias do evento decorreu também uma intensa programação de provas comentadas conduzidas, na maioria, pelos elementos que constituem o painel de provas da Revista de Vinhos: Alexandre Lalas, António Lopes, Célia Lourenço, Guilherme Corrêa, João Chambel, José João Santos, Manuel Moreira e Rodolfo Tristão. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 13

Régua

Fernando Seara: “Gostava que esta fosse uma região mais equilibrada e que o Museu tivesse aí um forte contributo” O Museu do Douro celebrou este ano o seu 20º aniversário da publicação da lei que criou a unidade museológica e o Viva Douro foi falar com o Arquiteto Fernando Seara, presidente da instituição.

Balanço dos 20 anos do Museu do Douro, como surge, quais os primeiros passos como chegamos onde estamos agora.

Nos últimos 20 anos há uma evolução, e uma evolução é sempre uma coisa positiva até aos dias de hoje. Mas acho que devemos dividir isto em duas etapas, uma antes do museu ter uma estrutura física e uma depois do museu ter essa estrutura. De qualquer maneira há a publicação há 20 anos em Diário da Republica, com a aprovação de uma lei no Parlamento por unanimidade. A partir daí, durante muitos anos, foi a tentativa de afirmação e a conquista do que é hoje o Museu do Douro. Há muita gente envolvida desde o primeiro dia até hoje, houve a necessidade de conquistar este direito, o direito de ter um espaço próprio, de ter um próprio museu e de se construir a fundação.

Essa é talvez a historia que eu conheça melhor, a historia de um museu de território que se afirma pela sede, mas também pela rede de parceiros de outros museus, e que neste momento já passa os 40 espaços museológicos na região.

A função deste museu é da identidade das pessoas que habitam esta região, de salvaguarda, catalogação e inventariação dos arquivos, há uma data de funções que estão inerentes à criação deste museu que serão as mais

importantes. Isto tem a ver com a região, região enquanto produtora de vinho, Região Demarcada do Douro e depois, mais tarde, região Património da Humanidade que, sendo uma área mais pequena, também interessa que as pessoas criem identidade, criem uma afinidade com as instituições que aqui estão instaladas e que contribuem para a salvaguarda de uma zona que temos de preservar, que temos de manter embora seja evolutiva, cada vez mais com condições para que as pessoas vivam bem.

No fundo todo este equipamento, todos estes esforços, todas estas pessoas que estão envolvidas no museu tem uma função, para além das que já disse, que é a de que cada um de nós possa viver um pouco melhor no sítio onde está. Penso que isto tem sido o trabalho de gente com muito valor e que demorou muitos anos afirmar-se.

Quais foram os principais desafios que foram sendo colocados e superados ao longo destes 20 anos?

O maior desafio passa logo por quem manda, quem decidiu que a região precisava de um espaço deste género. Depois a própria ideia e conceção de um museu território que é o primeiro no país. Temos ainda a conquista desses apoios para a sua concretização quer em termos teóricos, quer em termos práticos.

Hoje se falarmos das coleções, do espólio, das atividades que o museu faz, tudo isso foi um processo evolutivo e vive como uma paisagem. Demorou algum tempo e teve as suas lutas, as suas contrariedades mas também os seus tempos de festa como o que vivemos neste dia 2 de dezembro. É um museu que tem como fundadores as autarquias da Região Demarcada do Douro e quase todas as empresas que comercializam o vinho com alguma dimensão é uma gestão sempre com os atores principais da região e do território. É importante tê-los sempre aqui presentes? É importante termos todos os que temos e mais alguns que que irão entrar.

Nos últimos anos entraram alguns fundadores, curiosamente alguns que não estão ligados ao vinho, mas ligados a outras empresas com afirmação no território

como é o caso do turismo que abre novas oportunidades. Se há 20 anos o turismo era um fenómeno que quase não se falava no Douro, a maioria das pessoas nem conhecia o Douro. Hoje a região é conhecida por todo o país e internacionalmente também.

Isto é o trabalho de muita gente, é um trabalho conjunto de divulgação do que nós temos de melhor.

O Museu do Douro será o pilar onde todas as vontades existentes na região se concentram?

O Museu do Douro é e sempre foi, e vai continuar a ser, uma entidade agregadora onde toda gente tem um fim comum, que são as pessoas que vivem no Douro e que têm que sentir que o museu é delas. O museu tem que contribuir para que elas possam, de alguma forma, sentir-se melhor no sitio onde vivem. É evidente que nós vendemos melhor aquilo com que nos identificamos e aquilo que gostamos, portanto se nós gostarmos do nosso museu vamos transmitir uma imagem positiva, mais apaixonada.

O turismo é um fenómeno que tem crescido, no Porto e em Lisboa, é evidente que quando se fala no interior as lutas são diferentes do litoral, porque somos de alguma forma sempre mais esquecidos, ou as coisas demoram mais tempo a chegar. Eu acho que na Região Demarcada do Douro, uma das coisas que me orgulha é que se sente que hoje há um determinado tipo de regras, de princípios que nós próprios, que vivemos e habitamos aqui, sentimos que não devem ser feitas agressões, quer na paisagem, no património construído, ou na natureza. De alguma forma isso está já disseminado por uma cultura da região e das pessoas que cá vivem. Isso é bom, é sinal de que vai crescer mas vai crescer de uma forma equilibrada e sustentável. Não se vão ver projetos que choquem e que não se integrem na região falo das quintas, das aldeias e das pessoas que vivem e trabalham nas quintas, que vivem nas aldeias, isso é um fator fantástico da região e que se mantém. É o que faz com que o turismo daqui seja ligeiramente diferente, uma diferenciação pela positiva.

Quem vem visitar o douro vem também conhecer esta forma de vida que aqui acontece, é também essa mensagem que o Museu transmite?

Sim, todo esse património material e imaterial é importante para nós. É importan-

te preservar esse património, não só para quem nos visita mas para nós próprios também.

Depois temos aquilo que é típico do português, o saber receber bem, quem nos visita não o faz apenas por um sentimento de segurança ou pelo sol, fazem-no porque sabem que somos um povo que respeita quem cá vem, com todas as suas diferenças e isso acontece desde a aldeia mais isolada do Douro ao Algarve, faz parte de nós enquanto país ser assim.

Em que ponto estamos ao nível de visitantes?

Temos estado sempre a crescer numa média de 30% ao ano. Este ano podemos não chegar a esse valor de crescimento mas já ultrapassamos o número de visitantes relativamente ao ano passado onde tivemos 43 mil pessoas a passar pela bilheteira mas isto falamos apenas da sede e quando falamos deste museu não podemos apenas falar na sede. Temos uma série de exposições que acontecem fora daqui, no ano passado, por exemplo, tivemos 20 exposições itinerantes, exposições essas que são baseadas numa pesquisa muito grande e que envolvem muita gente.

E a perspetiva para o próximo ano?

A nossa perspetiva para o próximo ano é que consigamos chegar aos 50 mil visitantes na bilheteira o que significaria um envolvimento de cerca de 175 mil pessoas em toda a região. Temos uma série de projetos que queremos implementar, não só exclusivos do museu mas também com outras instituições como por exemplo a UTAD. Daqui a 20 anos, se voltássemos a ter esta conversa, o que gostaria que se dissesse sobre o Museu do Douro?

Sobre o Museu do Douro é difícil, penso mais a nível de região. Gostava que daqui a 20 anos quem vive nesta região não vivesse numa das regiões mais pobres do país como agora acontece. Gostava que fosse uma região mais equilibrada e que o Museu tivesse aí um forte contributo, tornando a vida das pessoas melhor na região.

Neste momento no museu trabalham cerca de 30 pessoas e na sua maioria são técnicos e quadros superiores, e esta é uma das contribuições que podemos dar à região e seria bom que outras fizessem o mesmo, assim o futuro estaria assegurado. ■

14 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vários Concelhos

Douro pode chegar ao milhão de turistas em 2017 na Via Navegável O verão prolongado beneficiou o turismo fluvial no Douro onde, este ano, se perspetiva bater o recorde de um milhão de passageiros que utilizam as embarcações que cruzam o rio em passeios que podem durante uma hora a uma semana.

A Via Navegável do Douro (VND), que desce de Barca de Alva até ao Porto, atrai cada vez mais turistas que optam por viajar em pequenas embarcações, cruzeiros de uma hora ou um dia, ou em barcos-hotéis com programas que podem ter a duração de uma semana.

Segundo fonte da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em declarações à agência Lusa, até ao final do ano, estima-se atingir o número recorde de um milhão de passageiros fluviais no Douro.

Em 2017, estão a operar na via navegável 60 operadores com 147 embarcações, 20 das

quais barcos-hotéis. No ano passado, cruzaram o Douro 863.043 turistas distribuídos por 85 embarcações de 47 operadores.

“Este ano a época turística prolongou-se e temos reservas que se estendem até ao mês de dezembro”, afirmou à Lusa António Pinto, da empresa Douro à Vela, que proporciona passeios privados e exclusivos a partir do cais da Folgosa, em Armamar, ainda no decorrer do mês de novembro.

O empresário afirmou que 2017 está a ser “o melhor” dos nove anos que possui a empresa.

“E a tendência é ir crescendo. Cada vez mais as pessoas estão a descobrir o Douro e as suas fantásticas quintas, vinhos, gastronomia e cultura”, salientou. António Pinto disse que a sua empresa “não faz voltinhas de barco” mas “proporciona uma experiência o mais genuína possível do Douro, tendo como base o rio”.

Entre os clientes há cada vez mais portugueses. São pessoas com poder de compra “um pouco acima da média” e que “têm também grandes conhecimentos culturais”.

Na foz do Douro, no Porto, este foi também um “bom ano” para a empresa Sailing 360 de Ricardo Oliveira, que faz passeios em pequenas embarcações pela zona da foz, entre o Porto e Gaia e também sobe o rio.

“Comparado com o ano passado, este foi um ano muito melhor”, frisou. A empresa tem vin-

do sempre a crescer. Começou há cinco anos com um barco e agora tem cinco e, segundo o responsável, a grande dificuldade tem sido arranjar “pessoas que queiram trabalhar”.

Estas viagens em pequenas embarcações são um dos segmentos que mais tem crescido na via navegável.

Em terra, Pedro Teixeira tem nos turistas fluviais os principais clientes, com destaque para os que chegam nos barcos hotéis. “Esta foi, sem dúvida alguma, a melhor época de sempre para o projeto e os nossos parceiros”, afirmou.

Pedro Teixeira lançou o projeto Da_Vide que

aproveita as vides, resíduos resultantes da limpeza das videiras após as vindimas, para expor e vender os produtos que já desenvolveu, como canetas, colheres, ímanes, porta-chaves e até enfeites de Natal que são muito procurados pelos norte-americanos. Este ano concentrou a sua atividade na Enoteca da Quinta da Avessada, em Favaios, Alijó.

Em 1990, com a inauguração dos 210 quilómetros da Via Navegável do Douro abriu-se uma porta ao turismo que foi, depois, consolidada em 2001 com a classificação do Douro como Património Mundial da UNESCO. ■

PUB

WINDSPIDERS deseja a todos os seus clientes e fornecedores Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

CONTACTOS Telefones: (+351) 968 499 167 | 259 047 882 Email: geral@windspiders.pt Morada: Windspiders Services Quinta Fonte Rainha lote R ent. C 3ºesq. Parada de Cunhos 5000-471 Vila Real

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 15

Vários Concelhos

Confagri realiza ações de sessões de esclarecimento sobre condução de tratores Na soma dos anos de 2015 e 2016, são 123 as vítimas mortais em consequência de acidentes com tratores, um número que coloca Portugal no terceiro lugar dos países da União Europeia com mais vítimas deste tipo de acidentes.

Para tentar baixar este número a CONFAGRI está a realizar diversas campanhas de sensibilização.

Portugal está em terceiro lugar na estatística da sinistralidade com tractores na União Europeia, logo a seguir à Grécia e à Polónia. Os acidentes com tractores são, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a principal causa de morte no trabalho agrícola a nível nacional. Em 2016, foram registadas 68 vítimas mortais, depois de 55 no ano antecedente, 2015.

É com estes dados em mente e num “esforço para inverter o elevado número de vítimas mortais e de feridos graves resultantes de acidentes com máquinas agrícolas e florestais” que a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas (CONFAGRI) está a realizar sessões de esclarecimento junto dos agricultores.

Segundo Isabel Santana, da CONFAGRI, “todas as semanas ou morre uma pessoa ou fica ferida e com incapacidade para exercer a actividade”. Daí, a necessidade de “sensibilizar, alertar e aconselhar os agricultores para os riscos e perigos com o uso dos tractores”.

Na sua maioria, os acidentes com tratores ocorrem em propriedades agrícolas, sendo em tudo semelhantes: o veículo despista-se, capota e apanha o condutor, esmagando-o.

Aurora Sousa, da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de Vila Real, considera que “muitas vezes, as pessoas que manobram ou operam estas máquinas não estão preparadas para segurarem uma máquina com a quantidade de cavalos que tem”.

“As máquinas são cada vez mais potentes, os trabalhos mais exigentes e as pessoas não se formam suficientemente bem para poderem, de alguma forma, contrariarem este perigo intrínseco da máquina”, sublinha Aurora Sousa, frisando que “a gestão da segurança passa, em primeiro lugar, pelo conhecimento do ambiente em que se vai

operar, dos terrenos”.

“Lavrar num terreno plano é diferente de lavrar num terreno com socalcos; lavrar num terreno onde a terra está fácil é muito diferente de lavrar num terreno onde existem troncos, árvores e pedras”, exemplifica Aurora Sousa, da ACT de Vila Real.

Para esta representante da ACT, é fundamental que os agricultores conheçam bem as máquinas que vão operar, porque “comprar altas máquinas e não conhecer o equipamento que lhe vem associado e para que serve, de nada vale, em caso de acidente”.

Manuel da Silva, habitante em Palheiros, Murça, tem 79 anos e opera um tractor há “uma dúzia de anos”, sempre com a consciência que “é preciso ser cuidadoso”. O “tractor não é para andar em corridas nem fazer rali”, diz o agricultor que nunca teve acidentes.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS LEITORES E COLABORADORES UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!

Também Manuel Costa, de 73 anos e residente na aldeia de Jou, refere que “é preciso ter atenção, fazer as revisões com o tractor e andar com cuidado nos terrenos”.

Isabel Santana da CONFAGRI alerta ainda para a “importância e para a obrigatoriedade da formação para a condução de tractores”, referindo que o risco de morte dos condutores de tractores agrícolas “é oito vezes superior ao dos que conduzem automóveis ligeiros ou pesados”.

De acordo com esta responsável, entre 2004 e 2013, morreram em acidentes de tractores 305 pessoas em Portugal.

As autoridades acreditam que, se fosse utilizado o arco protector ou se a máquina tivesse cabina, muitas vidas seriam poupadas. Como o uso do arco de Santo António não é obrigatório, apenas recomendado, os condutores dispensam-no, referindo que os prejudica nas tarefas agrícolas. ■

16 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Destaque VivaDouro

Natal longe da família para garantir b

Para alguns profissionais o Natal e a Passagem de Ano não são sinónimo de momentos em família mas sim de trabalho. É o caso dos dias em ambiente profissional.

Texto e Fotos: Carlos Almeida

Alexandra Rodrigues é enfermeira no Hospital de Lamego, João Pereira é militar da GNR no posto de Peso da Régua e David Almeida trabalha numa unidade hoteleira na cidade de Lamego, os três têm em comum o facto de estarem de serviço nas noites festivas, algo que lhes trás um misto de sentimentos que vai desde a obrigação profissional à falta do calor familiar que se vive nestes dias. “É extremamente difícil a nível familiar e extremamente gratificante a nível profissional”, é assim que Alexandra define o que sente quando tem que se ausentar para trabalhar na noite de Natal. “Do ponto de vista familiar, quando fechamos a porta de casa para ir trabalhar ficamos com o coração apertado sabendo que deixamos ali as pessoas que amamos. Do ponto de vista profissional sabemos que vamos dar um pouquinho de calor e afeto a pessoas que por motivos de saúde estão numa situação complicada e nos, o pouco tempo que vamos estar com elas no nosso local de trabalho vamos ser um pouco a família delas”, conclui a enfermeira.

Já João Pereira, militar da GNR, fala da fórmula que ajuda a colmatar esta ausência, “não é fácil, passa-se esquecendo que do outro lado está a família e estando focado a

> Alexandra Rodrigues, enfermeira

100% ao trabalho”.

Para David Almeida, o facto de trabalhar num hotel muito frequentado por famílias nesta época acaba por ser um escape para o facto de estar fora do seio familiar. “Acaba por ser uma experiência engraçada. As famílias que nos visitam nestas datas fazem do hotel a sua casa e vive-se um ambiente muito familiar que acaba por fazer com que nos sintamos mais enquadrados”.

“Na noite de Natal, por hábito, a equipa reúne-se para fazer um jantar antes de começarmos o serviço aos clientes e aí nota-se que o ambiente é de festa mas também existe aquele sentimento de que nos falta a família. Funciona como um escape que temos, convivemos o ano inteiro juntos, portanto acaba por ser uma segunda família e quem trabalha em hotelaria sabe que nestes dias é sempre assim, são momentos que temos de saber viver com eles”.

A época festiva é uma época de sentimentos fortes onde as conversas andam sempre à volta da família e da ajuda ao próximo. “É uma altura em que toda a gente fala da família, da ajuda ao outro, diversas ações de caridade que são feitas nesta época. A nível profissional percebemos que não somos só nós que estamos longe dos nossos, em especial num ambiente hospitalar em que as pessoas por estarem doentes já estão mais fragilizadas, acaba-

mos por ser a família dessas pessoas, muito mais do que nos restantes dias do ano”, afirma Alexandra.

“Em profissões como a enfermagem os colegas de trabalho são quase uma segunda família, temos que trabalhar em equipa e passamos muito tempo juntos, por isso existe um respeito muito grande entre todos e acabamos por ser o suporte uns dos outros.

São laços que vamos criando e que nestas alturas se tornam mais evidentes”.

João Pereira diz-nos que nos posto o sentimento fica atenuado “ fazendo a nossa própria ceia de natal e tentando criar um ambiente familiar. São pessoas com quem trabalhamos todo o ano e os nossos colegas acabam por ser a nossa segunda família, não estamos juntos dos nossos entes queridos mas acabamos por nos apoiar uns aos outros e o sentimento de falta fica atenuado”.

Depois existem “as ocorrências que têm de ser resolvidas e que acabam também por ajudar o tempo a passar o que é uma vantagem”.

Os colegas de profissão são também uma ajuda no caso de Alexandra, que encontra ali uma segunda família. “O nosso ambiente profissional é a nossa segunda casa, onde passamos muito tempo e nestas alturas acabamos por ter uma abordagem um pouco diferente, estamos mais disponíveis até para estar mais alguns minutos junto das pessoas dando-lhes um pouco mais de atenção”.

Do outro lado fica a família, em casa, e apesar de estarem muitos elementos reunidos o cenário nunca fica completo.

“Obviamente que sentem um vazio por faltar um membro da família mas compreendem que é a nossa profissão e que temos de estar ausentes nesses momentos”, afirma David.

João e Alexandra acabam por ter um pouco mais de sorte neste caso, a proximidade entre o local de trabalho e a residência é mote para a família fazer uma breve visita e colmatar horas de ausência.

“Existe essa vantagem da família poder vir aqui ao posto fazer uma visita e ajudar a colmatar a falha, a proximidade ajuda a isso, para quem é de longe isso é mais difícil”, diz João.

“Obviamente que lhes custa mas acabam por entender. Eu tenho uma filha e ela num dos trabalhos que teve de fazer na escola escreveu num texto que o pai tem que trabalhar no Natal para que as pessoas estejam em segurança, acaba por ser um aconchego saber que existe essa noção do outro lado, que não fica apenas o vazio da ausência daquele elemento.

“Felizmente tenho ao meu lado alguém que entende a minha profissão e o meu marido

sabe que é importante ver os meus filhos nessa noite e acabam por me visitar nem que seja só para lhes dar um abraço e um beijo. Aproveito também esse momento para lhes dizer que o Natal é isto mesmo, é um sentimento de entrega e nesta profissão é também isso que fazemos. Tento mostrar aos meus filhos que ao contrário de nós que temos uma família e estamos bem de saúde, há pessoas que não podem dizer o mesmo.

Mostro-lhes que o ideal não existe”, afirma Alexandra concluindo que “era mais difícil quando eles eram mais pequenos, agora que já são um pouco mais crescidos já entendem que temos que trabalhar nestas noites porque há alguém que está a precisar. Tento sempre dizer-lhes que se eu vou é porque alguém precisa de mim e eu tenho que estar lá, para aliviar a dor de quem precisa”.

Trabalhar nestas noites acaba sempre por acarretar um sentimento diferente, de maior entrega. “Quem está nesta profissão tem esse pensamento sempre presente, estamos aqui para servir o outro. Obviamente que nestas noites por todos os sentimentos que estão envolvidos isso acaba por ser mais evidente, a nossa intenção é que a nossa existência transmita um sentimento de segurança à população, por isso é que trabalhamos também nestas noites. Se o posto estivesse fechado certamente que a população teria um maior sentimento de insegurança”, conta João Pereira.

Para a enfermeira Alexandra esta é também uma noite diferente com os pacientes, “acabamos por ter mais atenção com os utentes, somos capazes de passar mais algum tempo junto deles a conversar um pouco ajudando-os também a passar a noite da melhor forma, já estão fragilizados por estarem naquela situação, por isso temos de tentar fazê-los sentir um pouco melhor, mais acarinhados”.

Em zonas mais isoladas como é o caso do Douro, existem muitas pessoas que vivem em isolamento e acabam por recorrer a estes profissionais para se sentirem um pouco mais acompanhada, no entanto Alexandra afirma que sentiu mais este fator quando trabalhou num grande centro.

“Ao contrário do que se possa pensar, isso é algo que se nota mais nas grandes cidades.

Já trabalhei em grandes centros e senti mais isso, as pessoas procuram o hospital em busca de um pouco de atenção, de alguém que converse um pouco com eles.

Nestas zonas a família acaba por ter outro tipo de atenção, nota-se que isso tem vindo a mudar mas ainda existe um sentimento familiar muito forte e mesmo quando não

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 17

Destaque VivaDouro

bem estar dos outros

s militares da GNR, enfermeiros e hoteleiros, profissionais com quem o Viva Douro foi falar para tentar perceber como se vivem estes

há a família, há sempre um vizinho ou um amigo que está presente para que a pessoa não esteja só”.

“Nas forças na autoridade isso não acontece muito. Vemos que os idosos, por exemplo, vão ao centro de saúde ou chamam a ambulância para terem um pouco de companhia, alguém com quem falar, no nosso caso é diferente, nós somos chamados quando há problemas. Temos algumas pessoas que ligam para o posto e percebemos que querem apenas conversar um pouco, mandar cumprimentos, etc mas não acontece com tanta frequência como em outras profissões”, conta-nos João Pereira.

Já David destaca o sentimento de proximidade que se consegue com os clientes nesta época. “Temos muitos visitantes que ano após ano voltam ao hotel e isso, além de denotar que confiam no nosso serviço, também é bom pois existe uma maior proximidade. Quando a pessoa chega ao check-in e diz: “então David, tudo bem? Como vão as coisas?” quebra-se logo o gelo e para nós ver ali uma cara que nos é familiar também ajuda”.

Depois existe também uma maior tolerância por parte do cliente o que acaba por eliminar alguns fatores de stress habituais em hotelaria.

“Apesar de estarem a gastar dinheiro que não gastariam em casa são também mais

> João Pereira, militar da GNR

compreensíveis com qualquer falha que possa surgir. Obviamente que do nosso lado existe a preocupação que nada falhe mas todos somos humanos e por vezes acontece escapar um ou outro pormenor e notamos que as pessoas acabam por ter uma atitude diferente relativamente a outros momentos do ano”.

“Nestas noites estamos mais próximos do cliente. O próprio cliente acaba por passar mais tempo no hotel não anda tanto tempo a passear pela cidade ou arredores e isso permite que estejamos mais tempo com eles, fala-se um pouco de tudo, desde trabalho até às coisas mais banais. Temos também mais tempo para conviver com a família do cliente e isso torna-nos mais próximos”, conclui David.

Entre o Natal e a Passagem de Ano o sentimento pode ser o mesmo mas o trabalho que aparece é diferente.

“Nós somos católicos e a noite de Natal tem um significado muito forte para nós.

A noite de passagem de ano também acaba por ser diferente até porque a minha filha faz anos precisamente no dia 31, por isso acaba também por ser uma noite difícil quando tenho que ir trabalhar, normalmente jantamos e depois tenho que sair para ir para o serviço. A vantagem é que ela, com a idade que tem já percebe que tem que ser assim”, dia Alexandra.

> David Almeida, responsável hoteleiro

“Eu trabalho nas urgências por isso a diferença está logo no tipo de pessoas que recorrem ao serviço. Tentamos sempre pensar positivo e acreditar que vamos passar aquela noite da melhor maneira.

Normalmente quando comemos as passas pedimos como desejos saúde, amor e trabalho, pelo menos este último está garantido, isso é uma certeza”, conta a enfermeira entre alguns sorrisos.

No caso da GNR, as ocorrências são também bastante diferentes de uma data para a outra, “na noite de Natal as maiores ocorrências são as divergências familiares, quando as famílias se juntam acaba sempre por haver uma ou outra discussão que, por se ter bebido um ou outro copo a mais acaba por gerar numa discussão mais acesa e nós somos chamados a intervir. Depois temos os acidentes rodoviários e problemas com lareiras, basicamente são estes os casos a que temos de responder na noite de dia 24.

Na passagem de ano é diferente, as ocorrências prendem-se mais com alguns excessos em especial no consumo de álcool e drogas.

Jogamos muito na prevenção marcando presença nas ruas evitando que as pessoas se exaltem. Ao contrário do natal, a passagem de ano é uma noite de maior trabalho. Existem mais problemas na rua com acidentes, condução sob efeito de álcool, altercações na via pública, etc”.

Apesar desta diferença nas ocorrências o militar afirma que a resposta é sempre dada de forma semelhante, “quando chegamos observamos o ambiente, tentamos falar com as partes e perceber qual é o problema para o resolver. Mas logo à partida, quando as pessoas nos vêm chegar acabam por ficar desde logo mais calmas”.

No ramo hoteleiro a diferença passa muito pela forma diferenciada como se vivem as duas noites, num contraste entre o recato familiar e a explosão de alegria típica da noite marcada pelas doze badaladas. “É diferente porque no Natal o ambiente é mais familiar, na passagem de ano nem tanto. A noite de natal tende a ser uma festa mais recatada, com a família e o momento alto acaba por ser o jantar. Na passagem de ano é diferente, o ambiente é mais de festa e a animação acontece desde que o cliente chega até ao dia seguinte quando normalmente regressam à sua casa. Acaba por ser melhor para nós porque conseguimos abstrair-nos mais do que se passa lá fora, da família que ficou em casa”.

Para que todos possamos ter umas festas em segurança e junto daqueles que nos são mais importantes são muitos os profissionais que têm de estar ao serviço, sacrificando assim a sua própria vida familiar, um sentimento que apesar da falta encaram com grande responsabilidade. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 19

Vários Concelhos

“O Melhor Bolo-Rei do Mundo” CRUP reúne com governo é o das Escolas do Turismo para debater de Portugal “contrato de legislatura” Produzido nas Escolas do Turismo de Portugal, “O Melhor Bolo-Rei do Mundo” pode ser adquirido até 6 de janeiro, no âmbito de uma ação solidária que reverte a favor de entidades e instituições de cariz social.

A iniciativa surgiu com a partilha da receita secreta do Chef Inácio Berlinda, da área de Pastelaria da Escola do Turismo de Portugal / Lisboa, por toda a rede escolar

do Turismo de Portugal para uma venda solidária.

Surge assim “O Melhor Bolo-Rei do Mundo”, cujo ingrediente especial é a cerveja preta que, segundo o Chef, confere características únicas e marcantes ao bolo.

As encomendas podem ser feitas numa das Escolas do Turismo de Portugal, de norte a sul do país: Porto, Douro/Lamego, Viana do Castelo, Coimbra, Oeste, Estoril, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Vila Real de Santo António, Portimão e Faro, esperando-se atingir a quantidade de bolos vendida no ano passado, num total de três mil.

Para fazer a encomenda na Escola de Douro/ Lamego deverá utilizar o seguinte contacto de email: sandra.cruz@turismodeportugal.pt ■

Em julho de 2016 o XXI Governo Constitucional assinou, com as universidades públicas, um “contrato de legislatura” onde assumiu compromissos respeitantes às dotações a serem atribuídas às instituições de ensino superior público, no decorrer da atual legislatura, e que no início deste mês de dezembro foi quebrado em despacho governamental.

Os compromissos assumidos pelo Governo previam que, durante a presente legislatura, as dotações de Orçamento de Estado se mantivessem constantes, acrescidas dos montantes correspondentes aos aumentos de encargos salariais para a administração pública que o Governo viesse a determinar, assim como de alterações legislativas da Assembleia da República ou do Governo.

Contudo, no dia 5 de dezembro, um despacho do Secretário de Estado do Orçamento confrontou os reitores com a decisão de não prever a atribuição do reforço orçamental devido e cuja transferência foi

Filandorra apresenta digressão natalícia Na época mais especial e aguardada do ano pelas crianças, o Natal, a Filandorra – Teatro do Nordeste realiza até 17 de dezembro a digressão do espetáculo “História de uma boneca abandonada… numa noite de natal”, com base no texto original do dramaturgo espanhol Alfonso Sastre.

Em palco as crianças vão poder assistir à história de Lolita e Chica que “disputam” uma linda boneca, num espetáculo que a Filandorra recuperou em jeito de presente a miúdos e graúdos, vinte e cinco anos depois da sua estreia, em 1994, ano em que foi apontada pela então Direcção Geral de Espetáculos como o segundo espetáculo mais visto a nível nacional.

Vila Real, Santa Marta de Penaguião, Baião, Amarante, Sernancelhe, Valpaços, Vinhais e Vila Nova de Foz Côa, num total de dezassete espetáculos, são os concelhos para onde vai “viajar” a História de uma Boneca Abandonada, inspirada no texto “O Círculo de Giz Caucasiano” de Bertold Brecht.

Com base no princípio de que “as coisas pertencem a quem delas trata bem. Que aquele que já tem tudo e de nada tem cuidado as queira guardar para si é coisa que não está bem”, o público vai conhecer a história de Lolita, uma menina muito rica e mimada que um dia, farta da boneca que o pai lhe trouxera de Roma, a deita fora, abandonando-a... Chiquita, aprendiza de cozinheira, encontra a boneca e trata dela com muito amor e carinho. Tudo se passa na noite de Natal… De quem é a boneca?

Este é o mote deste espetáculo que conta com encenação de David Carvalho, criação musical de Marília Miranda e as interpretações de Bibiana Mota, Débora Ribeiro, Anita Pizarro, Helena Vital, Sofia Duarte e Silvano Magalhães. ■

sucessivamente prometida.

Pelo contrário, o despacho determina que as universidades devem suportar os encargos salariais adicionais por saldos de receitas próprias, que são essenciais para o normal funcionamento das instituições.

Indignados com a mudança do contrato os reitores reuniram esta terça-feira (dia 12 de dezembro) com o Ministério das Finanças e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Durante a reunião o Governo reiterou a impossibilidade de cumprir o contrato em 2017, tendo-se comprometido a proceder à transferência das verbas em falta em janeiro de 2018.

Falta decidir ainda o valor total da verba a transferir pelo Estado para as instituições. São reclamados mais de 10,5 milhões de euros, mas essas contas terão que ser confirmadas pelo Ministério das Finanças numa reunião agendada para o início do próximo mês. ■

PUB

20 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vários Concelhos

Douro lotado para Natal e Passagem de Ano A tradição já não é o que era e cada vez mais as famílias procuram programas alternativos para celebrarem o Natal e a Passagem de Ano. O Viva Douro percorreu a região para perceber como é que a hotelaria e a restauração se preparam para esta época festiva.

Por toda a região os hotéis estão já lotados para a noite de Passagem de Ano, esta é uma festa menos familiar e os programas apresentados incluindo jantar, animação musical e fogo-de-artifício são um forte chamariz para os turistas que se deslocam ao Douro nesta data mas também para muitos que aqui vivem e não querem ficar por casa.

Carmen Ribeiro, responsável de marketing e publicidade do Hotel Régua Douro, em Peso da Régua confirma que o hotel “está já lotado para a noite de Passagem de Ano, essencialmente com turistas nacionais e alguns mesmo da região que irão apenas participar do jantar e da festa que está a ser organizada e que conta sempre com um grande fogo de artifício virado para o rio num cenário que encanta todos os presentes”.

Já para o Natal “ainda existem alguns quartos disponíveis, a taxa de ocupação está na casa dos 80% mas é de esperar que fique completamente cheio até ao dia 24 tendo em conta os contactos que têm sido recebidos”. Nesta noite o hotel organizará um jantar especial para os clientes mas também para quem for da cidade ou arredores e quiser apenas jantar, “temos algumas pessoas da cidade que gostam de vir aqui jantar e depois vão para casa trcar os presentes. Já no dia 25 o cenário é diferente, há muita gente da cidade que procura o hotel para o almoço com a família, é também uma forma de terem um dia mais descansados sem

ter trabalho em casa”.

Ainda na capital do Douro, os restaurantes Cais da Vila e SUS Douro, estarão “fechados na noite de dia 24 de dezembro mas para dia 25 o cenário pode ser outro”, afirma Edgar Gouveia, um dos proprietários, “temos um grupo grande que solicitou uma reserva para dia 25 ao almoço, ainda não está nada confirmado mas existe essa possibilidade”.

Para a noite que recebe o ano de 2018 ambos os espaços estarão abertos e têm já “uma ocupação que ronda os 40 a 50%, essencialmente clientes nacionais”. Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores não haverá um menu especial para esta noite. “Nos anos passados reparamos que muita gente acabava por não reservar por termos um menu fechado para essa noite, tendo isso em conta este ano iremos trabalhar à lista”, conclui Edgar.

Do outro lado do rio, no Hotel Vila Galé, em Cambres, Lamego, o cenário é semelhante, “a noite de dia 31 está completa-

mente lotada”, afirma Paulo Guedes.

“São essencialmente turistas nacionais mas também temos algumas reservas do estrangeiro, certamente que será uma noite muita animada com o programa que temos preparado”, conclui o mesmo responsável.

Na noite de Natal estão até ao momento reservados “22 dos 58 quartos disponíveis”, no entanto com o aproximar da data “é possível que a ocupação aumente”. Também nesta noite os clientes são maioritariamente portugueses, com destaque para pessoas vindas de cidade como Lisboa e Porto.

Para este hotel, estes números representam um “aumento considerável de fluxo comparativamente com anos anteriores”.

Subindo um pouco mais o rio chegamos ao Hotel Vintage House no Pinhão, concelho de Alijó, também aqui os números são coincidentes com a restante região.

“Na passagem de ano estamos já lotados, é uma data que as pessoas marcam com maior antecipação até porque sabem que a procura é maior”, afirma Beatriz Garcia,

assistente de direção do hotel. “O programa que temos é de 1 ou 2 noites e inclui ainda um jantar de gala no dia 31” Para o Natal as coisas são um pouco diferentes o hotel ainda não está lotado, “temos cerca de 30 quartos reservados num total de 50, essencialmente este ano com turistas brasileiros”. Para celebrar a data está preparada uma “ceia especial”, reservada apenas aos clientes do hotel por uma questão de conforto e privacidade.

Em Vila Real, a Estalagem da Quinta do Paço está encerrada na noite de Natal, já na Passagem de Ano as coisas são diferentes, “neste momento a ocupação é de 90% no que diz respeito aos quartos, já para a festa que está preparada esse número baixa para cerca de 70%, isto porque algumas pessoas optam por ir festejar na cidade onde existem diversas festas em bares e discotecas”.

O Douro está na moda e não é apenas no verão e em época de vindimas, também em datas especiais como estas é um destino cada vez mais procurado por turistas. ■ PUB

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 21

Freixo de Espada à Cinta

Clone do Freixo de Duarte de Armas plantado em Amarante A árvore que dá nome a Freixo de Espada à Cinta, com mais de 500 anos, é o clone de freixo mais famoso de Portugal e foi plantado no Parque Natural de Amarante no âmbito das celebrações do Dia da Floresta Autóctone.

O Freixo de Duarte de Armas, nome oficial desta árvore, conta já com cinco clones, tendo o primeiro sido oferecido em 2016 à Presidência da República para ser plantado nos jardins do Palácio de Belém.

Luís Martins, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro explicou que após um processo “delicado de recuperação da árvore, foram entregues a 24 de maio de 2016, 20 clones da mesma às 20 capitais de distrito, incluindo Madeira e Açores, e foi também apresentado o livro que descreve

todo o processo”.

O Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), envolvendo diretamente o Viveiro Florestal de Amarante, da Divisão de Gestão Operacional e Valorização do Norte, comprometeu-se em estudar a viabilidade da propagação vegetativa e seminal do Freixo de Duarte de Armas e ajustar os procedimentos técnicos e científicos para a sua realização.

Carlos Silva, do ICNF, afirmou que este esforço “de reprodução do exemplar arbóreo mais icónico da terra natal de Guerra Junqueiro, levado a efeito pelo Viveiro Florestal de Amarante, manifestou a complexidade de reprodução vegetativa de árvores centenárias e, em simultâneo, o carácter vincadamente resiliente da espécie”.

“Trata-se de uma espécie autóctone e fortemente plástica em todo o território nacional, relevante ao nível medicinal e ecológico”, concluiu.

Os clones e o livro resultam de um “trabalho conjunto de recuperação, da condição e estrutura por processos cirúrgicos e técnicas

para estabilização do tronco e copa e que incluiu pesquisas de história, arqueologia, botânica, fisiologia e fitossanidade, por uma equipa de investigadores da UTAD, da Universidade do Algarve, do ICNF e do município de Freixo de Espada à Cinta”, comentou Luís Martins.

Provenientes da árvore que tem mais de 500 anos, os clones emprestaram o nome à pequena vila transmontana. De acordo com o

investigador Luís Martins, foram feitas cerca de 900 tentativas para assegurar os primeiros cinco clones, já que a clonagem foi feita a partir de raízes novas, que nasceram após o início do processo de recuperação do freixo.

O freixo tem o seu nome associado a Duarte de Armas, que representou cartograficamente, a mando do rei Manuel I, a cartografia de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510. ■

PUB

22 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Lamego

Lamego recebe Bolsa DOP Vinhos Porto e Douro em 2018 A abertura mundial da Bolsa DOP Vinhos Porto Douro terá lugar no primeiro semestre de 2018, em Lamego, e vai dedicar-se exclusivamente aos vinhos de denominação de origem protegida deste território.

Até lá, a empresa que está a desenvolver o projeto, a Intelligent Trade Agency, vai formalizar cerca de 200 protocolos com entidades públicas e privadas, sendo que os primeiros foram já assinados com a Comissão Europeia, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e a Turismo do Porto e Norte (TPN).

O diretor executivo (CEO) da empresa, Rui Fraga, afirmou à agência Lusa que a “Bolsa DOP Vinhos Porto Douro, individual e permanente, é a primeira do género no mercado global”.

“Na realidade é a primeira vez que a região, para as suas duas DOP de maior relevância, consegue apresentar-se ao mercado global de acordo com os tempos de hoje, com a economia digi-

tal e aquilo que o mundo quer ter: rapidez na maneira como conhece os produtos, eficiência na maneira como os adquire e competência na maneira como os interpreta”, salientou.

A empresa, sediada no Regia Douro Park, em Vila Real, desenvolveu o sistema de gestão estratégica do mercado global para comércio internacional de produtos DOP/IGP (Denominação de Origem Protegida / Indicação Geográfica Protegida), que suporta o lançamento destas bolsas.

Segundo Rui Fraga, trata-se de “um novo e inovador canal de comercialização com dois sentidos”.

“A Bolsa DOP consegue reduzir custos da comercialização dos produtos, consegue criar oportunidades de negócio que é impossível encontrar noutra cadeia de valor e torna eficiente a conclusão desses negócios. Mas faz isso para a oferta e para a procura ao mesmo tempo”, referiu.

O negócio é livre. De acordo com o responsável, “os produtores e os ‘traders’ (negociantes) vendem e compram tanto quanto queiram e pelo valor que muito bem entendam”.

O local escolhido para a abertura mundial foi o pavilhão multiusos de Lamego. Será um evento com três dias, em que estarão presentes, após

seleção, os produtores da região e os “traders” de diversos países, e ainda outras entidades essenciais para a conclusão de negócios como bancos, despachantes oficiais, seguradoras, fabricantes de materiais secos (rolhas ou garrafas), entre outros.

Depois do evento, os negócios desta Bolsa DOP prosseguem “online”, à semelhança das outras bolsas, dando assim continuidade ao projeto.

Durante este mês de dezembro serão ainda assinados protocolos com as câmaras de Vila Real, Peso da Régua e Lamego, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Regia Douro Park, o Museu do Douro, a Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego e o Turismo de Portugal - Escola de Hotelaria e Turismo do Douro. ■

Misericórdia aprova, por unanimidade, orçamento superior a 2 milhões O Plano de Atividades e Orçamento, para o exercício de 2018, da Santa Casa da Misericórdia de Lamego foi aprovado por unanimidade na última Assembleia Geral.

Em 2018 a Misericórdia de Lamego irá comemorar o seu 499º aniversário, uma data que “nos enche de orgulho pelo trabalho desenvolvido em prol dos cidadãos do nosso concelho. Orgulho pelo empenho, dedicação e amor ao próximo, dos muitos que nos antecederam, na direção e na irmandade desta instituição, orgulho pelo património material e imaterial de que esta instituição foi e continuará a ser fiel depositária”, pode ler-se no documento que a instituição enviou à comunicação social.

Considerado um “documento de continuidade” relativamente aos anos anteriores, o Plano de Atividades para 2018 dá especial atenção a investimentos e projetos que já deram os seus primeiros passos, nomeadamente a remodelação e reconstrução do Lar de Idosos de Arneirós, cuja “ala velha” se encontrava em estado de profunda degradação e desadequada em relação às exigências atuais.

No conjunto das grandes iniciativas a desenvolver, terminado que está o projeto de remodelação da Ilha do Bairro Amarelo, na cidade do Porto, a atual Mesa Administrativa quer escolher a melhor opção de investimento a concretizar neste equipamento para solucionar em definitivo um problema que se arrasta há décadas e que pode constituir uma excelente fonte de receita. Esta decisão será apoiada num estudo de viabilidade financeira e dependerá da negociação do seu financiamento, junto de várias entidades bancárias. Depois de negociadas e conhecidas estas condições, a Mesa Administrativa tomará uma decisão que será proposta à Assembleia Geral para discussão e votação.

A Misericórdia também tem a expetativa, ao longo do próximo ano, que a empresa de hemodiálise com a qual celebrou um contrato de arrendamento de uma parte das instalações do antigo Hospital Distrital de Lamego, propriedade desta instituição social, dê início aos trabalhos de requalificação do espaço para iniciar a sua atividade.

“Continuaremos a desenvolver esforços no sentido da procura duma solução para a restante parte das instalações”, afirmou o Provedor António Marques Luís.

As outras intervenções consideradas prioritárias para implementar ao longo do próximo ano são, a conclusão do licenciamento do prédio que possui na Rua Nova,

com vista à sua reconstrução e criação de apartamentos para aluguer, a continuação da valorização da “Quinta de Lobrigos”, um importante ativo rústico em Santa Marta de Penaguião, de modo a rentabilizar a sua componente agrícola e, por último, constituir no imóvel que detém na Rua da Olaria uma “experiência inovadora”, através da criação de uma residência para jovens em risco.

Nas perspetivas orçamentais, é estimado para 2018 um total de despesas de 2.052.739,42 euros e 1.912.963,88 euros de receitas, com um saldo negativo de

139.775,54 euros. Está previsto o aumento do peso das despesas com pessoal devido à atualização do salário mínimo nacional e à necessidade de contratação de mais funcionários, para servir os utentes do Lar de Arneirós e da creche. Ao mesmo tempo, está prevista a estagnação ou a diminuição das receitas provenientes de acordos com a Segurança Social e das mensalidades dos utentes do Lar. Mais uma vez, uma das razões apontadas para a origem do défice de exploração corrente é o subfinanciamento de algumas valências que apresentam regularmente situações deficitárias. ■

> Mesa da assembleia durante a reunião plenária

PUB

24 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vila Real

47 Mil euros para celebrar o Natal em Vila Real O município de Vila Real irá aplicar 47 mil euros na “Bila Natal 2017”, uma iniciativa que inclui iluminações e presépios, o concerto de passagem de ano e tradições regionais como a Festa do Pito, um doce típico local.

Segundo a autarquia a ideia é assinalar a quadra natalícia e ao mesmo tempo dinamizar o comércio tradicional, preparando um programa que inclui vários eventos e termina com um concerto de fim de ano protagonizado pelo grupo GNR. Além da iluminação que enfeita o centro histórico, do outro lado da cidade foi colocada uma árvore que se ergue a mais de 25 metros e foi ainda preparada uma mostra de presépios pelas 20 freguesias do concelho.

Novidade da Bila Natal 2017 foi o Mercado de Natal, que se realizou entre os dias 7 e 10 des-

te mês, na praça do município, contando com a presença de produtores e artesãos locais. A programação de Natal inclui também, segundo anunciou a autarquia, a Festa do Pito, no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia.

Nesse dia, Vila Real volta a cumprir a tradição de as mulheres oferecerem aos homens o pito, um doce típico de massa e abóbora que protagoniza uma brincadeira que ajuda a dinamizar o negócio e pretende ser atração turística. Esta tradição tem raízes religiosas mas transformou-se numa tradição popular que se repete todos os anos: o rapaz oferece a gancha (feita de açúcar e água) à rapariga que retribui com o pito, doces relacionados com São Brás e Santa Luzia que protagonizam uma das iniciativas mais genuínas deste concelho, que vem passando de geração em geração.

A programação natalícia inclui ainda o Eco-Natal, uma iniciativa que conta com a participação da comunidade escolar, do ensino público ao ensino privado, e utentes dos lares e centros de dia do concelho, visando sensibilizar para a educação ambiental e sustentável.

Os trabalhos desenvolvidos, desde árvores de Natal ou presépios feitos com materiais reci-

clados, foram expostos nas rotundas e montras do comércio tradicional.

A Bila Natal 2017 integra ainda as iniciativas Natal ao Centro e Natal Radical, concertos pelo Conservatório Regional de Música e pelo Coral da Cidade de Vila Real e também a Cor-

rida São Silvestre Cidade de Vila Real que irá percorrer as ruas da cidade, no dia 30 de dezembro.

Já anunciados para a noite de Passagem de Ano estão os GNR e o DJ Miguel Simões que irão animar a festa a ter lugar na praça do município. ■

PUB

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 25

Apresentação Love Tiles Douro Granfondo – 2018 O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, na cidade invicta, foi o cenário escolhido para a apresentação do Love Tiles Douro Granfondo de 2018, que decorrerá a 6 de maio.

antiga região demarcada do mundo, cenários familiares mas que se renovam a cada novo olhar, a cada nova pedalada.

Partindo do Peso da Régua, a prova passará pelos concelhos de Sabrosa, Alijó, S. João da Pesqueira, Tabuaço e Armamar. E os ciclistas terão de superar o Muro Cadão e o Alto de Armamar antes de regressarem à Régua e ao conforto da família.

Como já é habitual neste evento, a prova será

Em 2018, o Love Tiles Douro Granfondo volta a ser o colosso que todos conhecem e que ano após ano tem solidificado o estatuto de maior e mais participada prova de ciclismo para todos do nosso país. Um colosso familiar e feito a pensar na família.

Ao desafio de pedalar na região património mundial, e depois da Amizade e do Amor, na edição de 2018 o tema é a Família.

O maior evento de ciclismo de Portugal vai levar o pelotão por cenários de sonho da mais

dividida em três distâncias, Minifondo, com 50 km, Mediofondo, com 114 Km, e Granfondo, com 160 km, atraindo assim atletas de diferentes níveis desportivos.

Além de Manuel Zeferino, também usaram da palavra os autarcas cujo território será atravessado pelos quatro mil ciclistas que vão alinhar no quarto Love Tiles Douro Granfondo e que fizeram questão de marcar presença, S. João da Pesqueira e Régua, entre outros convidados. ■

Vários Concelhos PUB

26 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Vários Concelhos

600 mil euros para indústrias Ambiente e tradições são prioridades para nova associação criativas do Douro O projeto Douro Creative Hub, apresentado no início do mês de dezembro, em Vila Real, dispõe de 600 mil euros para identificar, dinamizar e promover as indústrias criativas que se espalham pelos 19 municípios da sub-região do Douro.

Lançado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), este projeto pretende servir de rampa de lançamento para a criação do pólo das indústrias criativas do Douro.

Com origem na criatividade, capacidade e talento individuais, nas indústrias criativas incluem-se áreas como o artesanato, artes, ‘design’, música, publicidade, comunicação, moda, cinema, teatro ou arquitetura. “É uma área geradora de valor para as regiões”, afirmou o vice-reitor da UTAD, Artur Cristóvão, durante a apresentação do projeto.

Entre os objetivos do Douro Creative Hub está a identificação dos criativos da região, através de um levantamento de empresas, associações e trabalhadores individuais inseridos neste setor, assim como a incubação e a mentoria, Será ainda implementado o “creative camp” que funcionará como um espaço de colabo-

ração entre criativos no apoio ao desenvolvimento e um mercado criativo, e que visa promover e dar visibilidade a este setor.

O trabalho de campo será alargado aos 19 municípios que integram a CIM-Douro onde será feito um diagnóstico prospetivo das necessidades e oportunidades no setor e criada uma plataforma digital para a colocação e divulgação da informação recolhida.

O projeto inclui ainda a atribuição do prémio “Douro Criativo”, com foco na região mas promovido a nível nacional, visando promover o empreendedorismo.

“No fundo, um conjunto de atividades que procuram agregar, dar visibilidade e também compreender o que significa aqui na região este setor da criatividade”, salientou Artur Cristóvão.

A comunicação será uma das apostas fortes do projeto com o intuito de mobilizar a comunidade e dar a conhecer a economia criativa e quais as atividades que existem neste território.

Eduarda Freitas, da Inquieta - Produção e Comunicação Cultural, fez questão de salientar que “é possível criar mais e melhor a partir no interior do país” frisando ainda que, neste território “há mais condições para desenvolver a criatividade”.

O Douro Creative Hub tem um orçamento de cerca de 600 mil euros e uma duração prevista de 24 meses, terminando em abril de 2019.

A Câmara de Vila Real está a negociar um espaço físico para acolher algumas destas atividades, que se pretende que fiquem instaladas no centro histórico de Vila Real. ■

Costuma dizer-se que é à mesa que se fazem grandes negócios.

Não foi um negócio mas foi à mesa, durante um almoço com produtos exclusivamente da terra que surgiu a ideia de criar uma nova associação na aldeia de Parambos, em Carrazeda de Ansiães.

A ALDEIAVERDE- Associação Ambiente, Património e Cultural surge assim com o objetivo de “salvaguardar o ambiente, o património e a cultura local” e “ser voz ativa e interveniente para alcançar a sustentabilidade do território em que está inserida”.

A ideia é simples, a partir da pequena aldeia de Parambos, com cerca de 200 habitantes, os membros desta associação pretendem mostrar que através das práticas mais tradicionais, em especial as ligada à agricultura, é possível ser sustentável e proteger o ambiente, mas também recuperar património e tradições, como contou Casimiro Hélder Seixas, membro da ALDEIAVERDE. Segundo Casimiro Seixas, a ideia para a criação desta associação surgiu há cerca de cinco anos, quando um grupo de pessoas com ligação àquela aldeia transmontana decidiu juntar-se e fazer “um almoço sustentável com base na recolha de produtos agrícolas só da região”.

A iniciativa envolveu ainda a Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), instituição à qual alguns dos membros têm ligação, lançando assim “a semente para a criação da associação” que foi oficialmente legalizada em agosto, tendo sido apresentada publicamente já no final do passado mês de novembro.

Casimiro Seixas afirma que um dos objetivos é “tornar a aldeia sustentável, proteger a região a nível ambiental e contribuir para que a pegada de carbono seja a mais curta possível”. Para isso, os membros da ALDEIAVERDE acreditam que a utilização de pesticidas pode ser substituída por produtos da região, criando condições para melhorar a produção.

Outro dos propósitos da associação será o de elaborar e acompanhar projetos de reflorestação com plantas autóctones, assim como intervenção na área do património tradicional como a reabilitação de pombais tradicionais. ■

Apresentação de percursos pedestres do Município de Alijó

Novo Parque Geriátrico inaugurado em Pinhão Cel

Foram apresentados no final do passado mês de novembro, na Fnac do Mar Shopping, no Porto, dois trilhos da rede de percursos pedestres do Parque Natural Regional do Vale do Tua existentes no Município de Alijó.

Decorreu no passado dia 26 de novembro, em Pinhão Cel, freguesia de Torre do Pinhão, a inauguração de um novo Parque Geriátrico no concelho de Sabrosa, que passará a estar ao dispor daquela população.

Tratam-se os trilhos das “Fragas Más”, na freguesia de São Mamede de Ribatua e o trilho da “Senhora da Cunha”, que atravessa as freguesias de Alijó, São Mamede de Ribatua e a União de Freguesias de Carlão e Amieiro.

A apresentação contou com a presença do Diretor do Parque Regional, que falou sobre esta iniciativa e os objetivos que se pretendem atingir

com os percursos. Também falaram os respetivos Presidentes das Freguesias por onde passam os trilhos, que referiram os principais pontos de interesse e os produtos gastronómicos e culturais de que podem usufruir. Por fim, falou o Presidente da Câmara que convidou todos os presentes para realizarem uma visita ao Município de Alijó, um território Património Mundial e que recebe quem o vista sempre de braços abertos.

No final da apresentação foram servidos alguns dos produtos que trazem fama à região, nomeadamente os vinhos e enchidos, os frutos secos e o mel, a bôla de carne, o pão e a afamada laranja de São Mamede de Ribatua.

Durante o mês de dezembro foram já inaugurados estes dois novos trilhos, o das “Fragas Más” no passado dia 2 e o da “Senhora da Cunha” no dia 9, estando agora disponíveis para todos quantos os queiram percorrer. ■

Resultante da recuperação da zona envolvente da antiga Escola Primária, este projeto veio recuperar um espaço que se encontrava sem qualquer utilização, ajudando também à preservação do edifício escolar estando agora à disposição da população.

O novo Parque Geriátrico, que conta com diversos equipamentos, é também composto por

um espaço de lazer constituindo assim mais um investimento no bem-estar e na qualidade de vida dos idosos, daquela freguesia.

O presidente do município de Sabrosa, Domingos Carvas, realça a “importância de cuidar do nosso património, acrescentando-lhe valor e devolvendo-o às populações com novas funcionalidades que vão ao encontro das suas necessidades”.

A ocasião foi também um momento de homenagem póstuma a um benfeitor da aldeia, José Gomes Lopes, que contou com a presença da família no descerrar de uma placa evocativa, e na atribuição do seu nome ao novo espaço inaugurado.

Esta obra resultou de uma parceria entre o município de Sabrosa e a Junta de Freguesia de Torre do Pinhão, com o município a assegurar financeiramente o custo total da mesma. ■

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 27

Vários Concelhos

Rita Redshoes em projeto que incentiva crianças a comer legumes O PI+PA 3G em parceria com a Câmara Municipal de São João da Pesqueira e o Agrupamento de Escolas, promoveram no dia 29 de Novembro, pelas 14h30, no Cineteatro João Costa, a apresentação do livro, “Rita e a Floresta dos Legumes”, um projeto pedagógico que promove uma Alimentação e Estilos de Vida Saudáveis, dirigido a alunos e alunas do Ensino Pré-escolar e 1.º Ciclo de Escolaridade, desenvolvido pela artista musical Rita Redshoes, em parceria com a empresa Betweien, Lda. A apresentação contou com uma sala cheia com cerca de 400 crianças que aprenderam sobre os melhores hábitos alimentares ouvin-

do a artista interpretar três temas musicais dedicados à alimentação.

“Apresentamos este livros há cerca de um mês e agora queremos ir ao maior número possível de municípios para passar esta mensagem de que uma alimentação saudável é importante, para pais e filhos”, afirma a cantora de 36 anos, admitindo que os seus pais “sofriam horrores” com a sua alimentação pois apenas gostava de “arroz e bife”, acabando mesmo “por ter alguns problemas de saúde derivados de uma alimentação onde a fruta e os legumes não entravam”.

Para Rita Redshoes, trabalhar com crianças é muito satisfatório, “é um público mais caloroso, sem grandes filtros e foi muito bom ver esta sala cheia e todos os abraços e carinhos que me vieram dar no final”.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Cordeiro, destaca a importância desta men-

> Graça Anunciação, Manuel Cordeiro, Rita Redshoes, Agostinha Veiga e Eduardo Pinto

> Rita Redshoes

sagem “para as crianças e para o seu futuro”.

Para o autarca este tipo de iniciativas são também importantes para o concelho, “em especial pela presença de uma figura pública”, desafiando mesmo Rita a “visitar o concelho, podendo depois recomendar a outros que façam o mesmo”.

Catarina Santos da Betweien estava também bastante satisfeita com o resultado da apresentação, destacando que a mensagem “passa melhor quando figuras conhecidas, como a Rita, se associam a projetos destes”.

São João da Pesqueira foi a quarta paragem deste projeto que até ao final do ano letivo continuará a percorrer o país alertando as crianças para os benefícios de uma alimentação saudável. ■

28 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Opinião

A Confederação da Economia Social Portuguesa (CESP)

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

O acontecimento mais relevante dos últimos anos da economia social portuguesa foi a decisão recente de criação de uma entidade

confederal que reforce a representatividade do setor da economia social.

De facto, foi assinado, no passado dia 14 de novembro, na sessão final do Congresso Nacional da Economia Social, pelas duas Confederações Cooperativas (CONFECOOP e CONFAGRI), Confederação das IPSS s (CNIS), União das Misericórdias, União das Mutualidades, Centro Português das Fundações, ANIMAR e Confederação das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto), um compromisso para a criação da Confederação da Economia Social Portuguesa (CESP).

A importância do setor da economia social, para além

da sua consagração constitucional, sob a designação de “setor cooperativo e social”, foi revelado, de forma credível, através de duas contas satélites da economia social, elaboradas pelo INE e pela CASES, com dados de 2010 e 2013. Este instrumento estatístico, oficial, e certificado, pelo INE e pelo Eurostat, permite verificar a existência de mais de 60 000 entidades da economia social e capacidade de resiliência deste setor à crise. O setor entre 2010 e 2013 cresceu em quantidade, criou mais emprego e acrescentou mais valor.

A Economia Social dá um contributo muito relevante no que respeita, em particular, ao emprego. De fato

a Conta Satélite revela que, com dados de 2013, o setor representa 6% do emprego remunerado a tempo completo, o segundo setor de atividade económica, logo a seguir à Construção, que mais emprego cria no país.

Isto é muito relevante, mas Portugal ainda está abaixo da média europeia, o que quer dizer que este setor tem um potencial de crescimento.

Neste momento representa 2,8 por cento do Valor Acrescentado Bruto (VAB), o que é significativo na criação da riqueza nacional.

Em conclusão, estamos a

falar de um setor cuja relevância para a coesão social e territorial do país supera o seu reconhecimento institucional, e politico, apesar dos avanços que têm sido alcançados nos últimos anos. Por esta razão é da maior importância a decisão, corajosa, das oito entidades que integram o Conselho Nacional da Economia Social (CNES) em assinaram a referida carta de compromisso, onde se explicita a vontade de criar até final de março de 2018 a Confederação da Economia Social Portuguesa (CESP).

O Douro sabe bem...

Futebol da melhor marca

Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia

Nos antípodas do turbilhão de e-mails, passwords e afins, mora o futebol. O verdadeiro futebol. Aquele jogo que tantos milhões apaixona. E acredite, o futebol não se joga no dia seguinte. Muito menos no prolongamento.

Joga-se durante 90 minutos e mais uns descontos, dentro de um relvado, com as balizas como principais referências. FC Porto e Sporting vão dividindo o primeiro lugar

do Campeonato Nacional, sem terem sentido ainda o sabor amargo da derrota.

Já o SL Benfica mantém-se atento na perseguição, levando três pontos de atraso e com o derby lisboeta em mente, marcado para o próximo dia 3 de janeiro, no Estádio da Luz. E falando desse mesmo futebol, o futebol a sério, uma diferença marcante entre os cinco primeiros classificados da Liga Portuguesa é a (in)capacidade para criar diversas situações de finalização em ataque posicional. Somente duas equipas se tornam verdadeiramente perigosas quando têm pela frente um bloco baixo e é necessário rapidez na circulação de bola, com aproveitamento da largura e passes de rutura nos últimos 30 metros do terreno. São elas o Sporting de Jorge Jesus e o Braga de Abel Ferreira. O FC Porto vive muito de uma excelente organização defensiva, da

profundidade de Marega e Aboubakar e da genialidade de Brahimi. Por outro lado, a formação encarnada tem, agora, outro desenho tático e ganha um pouco mais de consistência neste 1x4x3x3, com Jonas e Krovinovic a inventarem o que muitas vezes o coletivo não consegue proporcionar. Sendo que a falta de inspiração dos laterais é gritante. Grimaldo tem sido uma sombra daquilo que mostrou em anos anteriores e André Almeida cumpre em várias posições do terreno de jogo. Mas não é brilhante em nenhuma delas. O Marítimo de Daniel Ramos, quinto classificado, derrotou a turma bracarense na última segunda-feira, ficando apenas a um ponto do quarto lugar. Num jogo em que o único golo foi marcado num lance de bola parada e que ficou mais uma vez demonstrada a enorme qualidade da equipa de Abel. Que quer sempre jogar

futebol. Que não se encolhe e que assume o protagonismo, em qualquer que seja o estádio. Os madeirenses estavam a jogar na sua ilha e, por isso, mantiveram-se sempre fiéis aos seus princípios de jogo: muito coesos defensivamente e com transições rápidas extremamente venenosas.

Por falar em protagonismo, a equipa que melhor futebol pratica atualmente perdeu pela primeira vez na presente época. O Shaktar derrotou o Manchester City por 2-1, apurando-se para os oitavos de final da Liga dos Campeões e acabando com a invencibilidade dos pupilos de Pep Guardiola. Pelo menos na Europa. Porque na Premier League o registo é assombroso: 15 vitórias e somente um empate, frente ao Everton. Muitos ousavam afirmar ser impossível que o paradigma de Pep pudesse ter tanto sucesso em Inglaterra. Bem, o impossível é apenas uma questão de opinião.

E a qualidade de jogo dos “citizens” é absolutamente impressionante. O que cresceram alguns jogadores com o técnico catalão. Kevin De Bruyne, Otamendi e Raheem Sterling, por exemplo. Mas falando também do primeiro treinador a derrotar o City, Paulo Fonseca tem colecionado resultados fabulosos.

Para além do primeiro lugar no Campeonato da Ucrânia, a prova da enorme qualidade da sua ideia de jogo é todo este sucesso na Europa. Com City, Nápoles e Feyenoord no mesmo grupo. Um motivo de orgulho para o futebol português. Que está faminto de uma atmosfera positiva.

Sendo que a marca de Zorro é eterna. Trata-se de um legado que acarreta muita responsabilidade. Ainda assim, um treinador português ousou trazê-la para o ecrã principal e cumpriu a promessa na conferência de imprensa, vestindo-se a rigor.

F. F de Fonseca.

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 29

Opinião

Homenagem ao Povo Galego

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

Ao longo da sua história, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro tem vindo a assumir um crescente compromisso com a Região do Douro.

Este ano entendeu a UTAD assinalar a comemoração dos 16 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade atribuindo o grau de doutor Honoris causa ao presidente do Governo Regional da Galiza Alberto Feijóo. Esta distinção sublinha toda uma história da ligação da Galiza ao Douro e ao Norte de Portugal, que o homenageado tão bem tem interpretado e reforçado, no contexto de um mundo cada vez mais global.

Com efeito, ao longo do seu per-

curso histórico, a UTAD tem tido o privilégio de homenagear com esta distinção, ilustres figuras que têm contribuído para o desenvolvimento da Humanidade e para a ligação entre os povos, bem como personalidades ligadas ao Douro.

Foram distinguidas personalidades que foram capazes de interpretar a história, o passado, ler o presente, mas acima de tudo por terem uma visão capaz de antecipar o futuro e, deste modo, garantirem uma melhoria de bem-estar intergeracional.

A homenagem a Alberto Feijóo reconhece e valoriza o contributo do povo galego para a história, cultura e património do Alto Douro Vinhateiro.

Mas esta distinção valoriza e reforça

também a ligação entre as três Universidades do Norte de Portugal e as três Universidades da Galiza, num espaço territorial que se pretende afirmar cada vez como uma euro-região.

Os tempos atuais, marcados por fatores como a globalização, a digitalização, o conhecimento, apelam, cada vez mais a que as regiões se agreguem numa visão comum de território. Indubitavelmente, uma efetiva cooperação transfronteiriça exige dinâmicas e políticas que promovam investimentos conjuntos que criem e fixem valor, bem como investimentos que assentem na inovação e promovam o emprego. Exige também dinâmicas que comprometam e fortaleçam os atores e as instituições das duas regiões.

Ao nível das instituições do ensino superior, da articulação entre educação, investigação e inovação, poderão surgir novos motores de crescimento económico, que estimulem a criação de riqueza, ao mesmo tempo, que promovam o desenvolvimento integrado de todo o território. É na educação, no conhecimento e na inovação, que assenta o Futuro desta Região. Assim, colocar o conhecimento e a inovação no topo das prioridades coletivas, é uma ambição que requer grande convergência de esforços.

Esta homenagem reforça o papel da UTAD, enquanto instituição ligada ao território, um agente proactivo e dinamizador do seu desenvolvimento e do progresso.

A Vinha e o Vinho no Desenvolvimento do Território

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

A importância da Região Demarcada do Douro (RDD) na vitivinicultura nacional e o peso que a vitivinicultura assume para o desenvolvimento do território reforçam o papel do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) como centro aglutinador e de conhecimento do território e da respetiva atividade económica.

A prioridade é assegurar o prestígio e notoriedade da Região e isso começa pela certificação, controlo, fiscalização, promoção e proteção das denominações de origem. O objetivo é reforçar continuamente a visibilidade e a internacionalização dos agentes económicos numa estreita ligação com o território e

as atividades que nele se enraízam e se consolidam como forte atrativo e alavanca de desenvolvimento.

- Portugal é o 9.o país no mundo com maior área de vinha e o 11o em termos de produção de vinho; - A RDD é a principal região vitivinícola de Portugal com 39% da produção de vinhos portugueses com DOP e 22% da produção total de vinho no nosso país e representa 75% das exportações de vinho com DOP e 50% do total das exportações portuguesas de vinho.

O setor do vinho está intrinsecamente ligado ao do turismo. No primeiro semestre de 2017, as visitas à região do Porto e Norte aumentaram 9% em relação a 2016. Os viajantes vêm sobretudo de França, Reino Unido,

Alemanha, Espanha e Holanda, estes países estão entre os primeiros dez mercados do Vinho do Porto que, juntos, representam 90% dos resultados das exportações.

A RDD tem vindo a seguir um processo notável de capacitação técnica e humana, de reestruturação das vinhas e de modernização das adegas. Também nas caves do Vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, se tem observado uma forte aposta em melhorias que proporcionam hoje renovadas experiências aos visitantes. Aproveitando um património vitícola único, de elevada biodiversidade e as tradições vitícolas da região, concordantes com o interesse crescente do mercado mundial pelas castas tradicionais e

pelo blending, as marcas têm investido cada vez mais em promoção. Aqui têm um papel fundamental as empresas que se reinventam, apresentam novos tipos de vinhos e promovem diversificadas formas e momentos de consumo. Os hotéis e os projetos de enoturismo têm sabido tirar partido da vinha e do vinho e, pelas atividades que promovem, também vão incrementando a sua importância e confirmando o seu papel no desenvolvimento e na economia do território.

A vinha e o vinho constituem um forte e constante apelo ao investimento e à presença frequente de um consumidor cada vez mais interessado, mais informado, mais curioso e mais fiel.

Douro: o futuro continua a ser agora!

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

Passados que são 16 anos sobre a consagração do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade é sempre uma tentação, nesta altura do ano, começar a elencar o que foi

ou não feito, listando projetos ou ações que trouxeram mais ou menos valor ao território.

Não valerá tanto a pena apontar os pontos fracos ou os fortes, as dificuldades, ou o potencial já de todos conhecido, mas parece-me bem mais interessante confrontarmo-nos com o presente e percebermos se os desejos, as vontades e outras necessidades de então ainda se mantêm, ou mesmo se perderam...

Desejávamos, então, que se efetivassem os compromissos assumidos pela Administração Central no que respeita à conectividade externa da região, designadamente, o IP4, o IP3, o IO2 e o IC5; Desejávamos, então, que a rede urbana se densificasse, melhorando a conectividade interna regional e a ligação dos centros urbanos às principais vias estruturantes de mobilidade do País; Desejávamos, então, a elevação dos níveis de satisfação de necessidades básicas e dos padrões de qualidade de

vida, sobretudo nos principais aglomerados, reforçando a concentração demográfica.

Haverá muitas outras necessidades e desejos mas estes eram, sem dúvida, dos mais importantes.

Atente-se que hoje, 54% da população vive em freguesias urbanas, quando em 1991 viviam 43%. Existe um acesso generalizado da população aos serviços públicos e aos serviços de interesse geral. O problema, o verdadeiro problema com que nos debatíamos, continuou e agravou-se. Nestes quase trinta anos, a população reduziu-se em quase 91 mil habitantes, cerca de 19%.

O envelhecimento não constitui o mesmo problema do passado ou do futuro: ter hoje 65 anos é diferente do que ter esses mesmos 65 anos há 30 anos ou daqui a 30 anos. É possível alterar a atual situação demográfica. É preciso aprender com as políticas públicas e as boas práticas de outros países, como a França onde se registaram

progressos substanciais.

Houve a oportunidade e gosto em trabalhar numa das regiões mais pobres do País, que por sua vez, era das mais pobres da Europa. Faltava tudo de praticamente de tudo, na educação, na saúde, no apoio aos idosos e à infância, na mobilidade, na habitação. Fez-se de tudo e quase tudo foi feito.

Os vinhos do Douro dispõem de qualidade e de reconhecimento internacional dificilmente comparáveis em Portugal. O Douro Vinhateiro é Património da Humanidade. O vinho deixou de ser só vinho e passou a designar território.

Estamos conectados com a principais redes de conhecimento da Europa e do Mundo. Não estamos na periferia. Somos das regiões mais centrais de um País, esse sim, periférico quando se tem como referência a Península Ibérica ou o Centro da Europa. A geografia não nos condena, assim saibamos criar as condições infraestruturais para não

nos condenar.

Importa pensar e fazer futuro. Outras regiões o estão a fazer também. Se não o fizermos, ficaremos para trás e ficar para trás é condenarmo-nos à irrelevância.

O desenvolvimento económico de hoje e do futuro assenta em processos produtivos intensivos em conhecimento e tecnologia e noutros fatores dinâmicos de promoção da competitividade como o marketing.

Aquilo que parece não ser propriamente o mais inovador num dado território ou numa dada escala espacial, pode-o ser noutro território ou noutra escala espacial. As políticas públicas não têm ainda reconhecido, convenientemente, essas diferenças. É nesse esforço de inclusão com respeito pelas diferenças que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte tem vindo a trabalhar...

“O caminho faz-se caminhando...” como dizia o poeta.

30 VIVADOURO DEZEMBRO 2017

Opinião

Reforçar a confiança!

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

São os princípios e valores morais e éticos, que melhor controlam as ações dos seres humanos, indiferentemente, nas organizações públicas, privadas ou do terceiro setor!

No setor não lucrativo, a lei, só por si, não resolve

a necessidade fundamental de se manter sempre muito vivo o capital social destas organizações - a Confiança dos cidadãos e reconhecimento pela sua ação na resolução de problemas da vida!

Por isso, para além dos mecanismos de controlo interno e externo, importa promover a adoção de códigos de conduta e ética, com a devida divulgação pública de informação!

A generosidade e altruísmo humanos, são em Portugal uma riqueza institucionalizada com altos serviços prestados à sociedade.

Há uma quantidade significativa de gente que todos os dias dirigem ou colaboram nas instituições do se-

tor social e humanitário.

Independentemente da origem inspiradora, moral, religiosa ou simplesmente de cidadania ativa e solidária, o esforço destas pessoas permite minimizar problemas da vida humana, dando o seu bom nome a um propósito não lucrativo.

Os cidadãos, também por princípios e valores, identificam-se profundamente com a ação destas instituições e reconhecem nelas um valor irrepreensível e insubstituível para melhor qualidade de vida de todos os portugueses, independentemente da sua condição social, raça ou religião! É também comum e generalizado o alto reconhecimento dos líderes destas

organizações pelos cidadãos. Há claramente uma notoriedade social e um sentido de confiança e por isso, superiormente considerados na comunidade.

Se por um lado dão o seu bom nome, tempo, esforço e dedicação, ganham a justa notoriedade.

A sociedade retribui quase sempre de forma generosa o que de bom se faz por todos os cidadãos, em especial pelos mais desprotegidos.

Mas, a sociedade espera destas pessoas um elevado sentido de responsabilidade e honestidade.

Os cidadãos não perdoarão nunca a estes seus concidadãos, quando, pela ação ou omissão, prejudicam a

instituição, os seus utentes e colaboradores. Ficam desiludidos também, quando lhes são apresentadas provas de benefícios indevidos para si próprios, familiares ou outros.

a avaliar de forma simples e clara a acuidade visual do condutor (capacidade em distinguir detalhes), os seus campos visuais (área que os olhos conseguem captar olhando em frente), as capacidades visuais em condições de baixa luminosidade, a existência ou não de visão dupla, a sensibilidade aos contrastes e o encandeamento. Dada a especificidade destes testes visuais, o médico de família pode e deve recorrer ao oftalmologista ou OPTOMETRISTA (técnico com competências específicas na área) (anexo V; decreto lei nº37/2014), que depois de uma consulta meticulosa

emite o seu parecer através de um relatório detalhado ou preenchendo o formulário que o médico de família entrega ao condutor. Analisando, finalmente, todos os exames solicitados, o médico de família emite o seu parecer final emitindo o atestado médico exigido por lei. Se necessitar deste tipo de declarações, pode dirigir-se à sua MultiOpticas Oliveiras em Lamego, Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria-a-Velha, onde temos diariamente optometristas legalmente aptos para a realização destes exames e com gabinetes registados na ERS (Entidade Reguladora da Saúde).

Resta-nos, olhar os casos que nos desiludem como casos isolados e, por isso, reforçar a confiança nas instituições, nos seus colaboradores e dirigentes, fazendo bem viva esta extraordinária forma de exercício de cidadania.

Acredito, valorizo e, sempre que posso, sou um dos tantos que se disponibilizam para dar de si, recebendo o que de melhor podemos receber: o respeito dos nossos concidadãos!

Renovação da Carta! E agora?

Ivan Borges Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

Os automóveis e todos os meios de transporte próprio são cada vez mais uma ferramenta útil para todos nós, dando-nos uma enor-

me liberdade no nosso dia-a-dia. Com o aumento do número destes veículos em circulação no nosso país, torna-se cada vez mais importante aumentar a segurança rodoviária e o controle das competências de todos os condutores. Através das últimas alterações feitas ao regulamento da habilitação legal para conduzir, este controle passou a ser mais rigoroso, principalmente no que diz respeito à renovação das cartas de condução. A exigência de um atestado médico que confirme as capacidades físicas e psicológicas para conduzir tornou-se desde essa altura um problema

para muitos condutores, mas na realidade acaba por ser um procedimento rápido e simples. De acordo com o regulamento, a responsabilidade da avaliação das aptidões dos condutores que pretendam renovar a carta de condução (ou tirá-la pela primeira vez) é do respectivo médico de família (artigo nº25; decreto lei nº37/2014) que, se assim o entender, pode requerer exames complementares de diagnóstico de qualquer especialidade por forma a fundamentar a sua decisão final (artigo nº27; decreto lei nº37/2014). No que diz respeito ao sentido da visão, estes exames complementares ajudam

VIVADOURO DEZEMBRO 2017 31

Lazer

B OA S FE ST AS

Piadas de bolso:

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Ele ia jantar pela primeira vez em casa da namorada. Quando ia atacar a sopa, reparou no olhar severo da futura sogra, que lhe perguntou friamente: - Em sua casa não costumam orar, antes de começarem a comer?

- Não, minha senhora - disse ele atrapalhado -.

A minha mãe é muito boa cozinheira...

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego Pão-de-ló com Noz

Ingredientes 5 Ovos 15 Gemas 250 gr açúcar 190 gr farinha 100 gr miolo de Noz “Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais”

Preparação

O Presidente da Câmara

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora

(Carlos André Teles Paulo de Carvalho) 210 929 000 Bater as gemas com os ovos mariahelena@mariahelena.pt juntamente com o açúcar até duplicar a quantidade.

De seguida juntar a farinha Amor: Liberte-se do passado pois o envolvendo com cuidado. presente tem muitas coisas boas para Juntar o miolo de Noz. lhe oferecer. Você merece ser feliz!

Numa forma de barro própria Saúde: Procure fazer uma vida forrar com papel de almaço. mais saudável.

Verter o preparado e levar ao Dinheiro: Cuidado com os forno a cozer durante 40 migastos supérfluos. nutos a 220º

Chegou um NERD e disse a um amigo: - Eih, tu que te achas o máximo, por acaso não sabes quem é que bebe mais água do mundo?

O outro intrigado responde: - Nem faço a mínima ideia... Mas quem é?

- É o TAVEL...

- TAVEL? Onde viste isso?

- Ah, de vez em quando passa um camião onde está escrito: ÁGUA POTAVEL Um homem um pouco apressado pergunta a um pescador: - Por acaso o senhor não teria visto passar por aqui a minha mulher?

O pescador pergunta: - A sua esposa é uma moça loura, que vestia blusa branca e saia verde?

- Isso mesmo, se você a viu ela não deve estar longe!

- Também acho! A corrente do rio hoje está fraca!

Desafio VivaDouro Quantos buracos tem esta t-shirt?

Foto: DR

SOLUÇÕES:

a) 4

b) 6

c) 8

d) 10

PUB