Ano 3 - n.º 47 - fevereiro 2019
Preço 0,01€
Mensal
Diretor: Miguel Almeida
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Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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ORGANIZAÇÃO
Carlos Silva Santiago Presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe
Sejam muito bem-vindos à Terra da Castanha A ideia de que um território consegue promove-se se for capaz de organizar eventos autênticos, ricos em tradição e cultura e, ao mesmo tempo, diferenciadores, tem no Festival de Sopas e Encontro de Ranchos de Sernancelhe um bom exemplo. É um exemplo, desde logo, pela forma inclusiva como uma iniciativa simples, que apela à identidade, consegue congregar os saberes do passado, a memória, com as exigências atuais dos visitantes e dos turistas, oferecendolhes um produto que os cativa e que os fideliza ao nosso Concelho e ao nosso território. Razão pela qual, a caminho da sexta edição, espera-se que no fim-de-semana de 15, 16 e 17 de fevereiro, milhares de pessoas nos visitem. À espera de todos vai estar a arte e engenho das associações que confecionam as sopas, resultado de um trabalho aturado de inventariação das sopas tradicionais e depois de preparação de milhares de litros nos dias do Festival. Este evento reflete também um cuidado muito grande com o respeito pela herança cultural que celebramos por estes dias, que nos levam a aliar gastronomia com a etnografia dos ranchos folclóricos, num exercício equilibrado, essencial para que a autenticidade seja mantida. As portas de Sernancelhe estão, por isso, abertas a todos. Seja para provarem as 17 sopas que estarão em grande destaque, seja para participarem nos momentos de alegria proporcionados pelos ranchos folclóricos. O desafio que deixamos, que afinal de contas é um convite, é para que aproveitem a estada pela terra da castanha, de Aquilino Ribeiro e da Lapa para conhecerem os elementos que nos distinguem: a castanha, com as paisagens de soutos a dominarem as encostas; Aquilino Ribeiro, com os testemunhos da sua vida e obra bem vivos no Carregal, na Lapa, em Freixinho e em muitas outras localidades do nosso município; e a Lapa, o Santuário que nos coloca no roteiro da fé em Portugal e na Península Ibérica, com os seus 500 anos de existência e um percurso que caminha lado a lado com os descobrimentos portugueses e com os momentos mais elevados da história do nosso País. São só boas razões para que nos visitem. Esperamos por vós. Um abraço,
Sernancelhe 15, 16 e 17 fevereiro 2019
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A sua solução de transporte no Douro Ano 3 - n.º 47 - fevereiro 2019
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"Defendo que só juntos é que somos mais Norte"
Exclusivo
• A primeira entrevista de Luís Pedro Martins, o novo presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, ao VivaDouro
> Págs. 14, 15 e 16 Reportagem VivaDouro
Mesão Frio
O futuro é da robótica social
Clube com forte Festa dos Saberes aposta na formação e Sabores do Douro
> Págs. 8 e 9
> Pág. 10
São João da Pesqueira
> Pág. 12
Vila Nova Foz Côa
Amendoeiras em flor em festa > Pág. 18
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2 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Editorial
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Caros leitores,
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto
A presença de mais de 400 pessoas na tomada de posse dos novos órgãos do TPNP são um sinal de vitalidade da entidade regional de turismo
NEGATIVO A estrada nacional 222 continua a ser uma preocupação para todos os que nela circulam devido ao perigo de derrocadas que apresenta
Sumário: Breves Página 4 Vila Real Páginas 5 e 20
Agrupamentos de Baldios
Sabrosa Página 6 Vários Concelhos Páginas 7, 17 Reportagem VivaDouro Páginas 8 e 9 Mesão Frio Página 10 Armamar Página 11 São João da Pesqueira Página 12 Destaque VivaDouro Páginas 14, 15 e 16 Foz Côa Página 18
Luís Braga da Cruz
NIF: 507632923
Tarouca Página 19
Engenheiro Civil
Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida
Torre de Moncorvo Página 22
Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro
Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 20 MARÇO
FOTO: DR
Recentemente estive num evento em que ficou claro para todos que participaram que a Europa e os consumidores Europeus estão a reagir muito bem aos novos produtos agro industriais, de grande qualidade, desenvolvidos em Portugal com base em produtos tradicionais. E que essa valorização é maior quando os produtos são oriundos, especificamente, de algumas das regiões do País. O Douro é uma dessas regiões, e é bem claro que o vinho, o azeite, as castanhas, as amêndoas, as nozes, o queijo, os enchidos, todos os produtos hortícolas e muitos outros exemplos que podiam ser aqui apresentados são produtos de exce-
lência, que distinguem a região e o país e que é urgente valorizar ainda mais. Não adianta nada termos o reconhecimento e a saudação positiva de muitos consumidores se não formos capazes de transformar esse reconhecimento em valor concreto, não só para o futuro mas também no presente, recompensando devidamente os agricultores, os que investem no interior e todos aqueles que trabalham na agricultora, pagando o preço justo pelos produtos e pelo trabalho que é feito. Para isso é preciso continuarmos a sensibilizar os consumidores em todo o mundo para a qualidade dos produtos portugueses e para a excelência dos produtos regionais do Douro.
FOTO: DR
POSITIVO
Freixo de Espada à Cinta Página 23 Moimenta da Beira Páginas 24 Nacional Página 25 Opinião Página 26 Lazer Página 27
Há dias, em cerimónia presidida pelo Primeiro Ministro, em Vila Pouca de Aguiar, foi celebrado um protocolo entre a Autoridade Florestal - o ICNF - e as duas federações florestais que mais floresta comunitária - baldios - têm sob sua gestão, a que corresponde um valor de investimento de 2,6 milhões de euros, para três anos. Como presidente de uma dessas associações - a FORESTIS - e por o tema ter actualidade para Trás-os-Montes, não posso deixar de fazer algumas considerações sobre o assunto. Os territórios baldios, de certa forma, têm um caracter simbólico. São o vestígio de formas de
organização comunitária muito antiga, com direitos históricos, que devem merecer respeito. Por a sua localização ser dominante em zonas periféricas, isoladas e de menor oportunidade, merecem solidariedade e atenção. Mas também correspondem a territórios de grande sensibilidade ambiental, incluídos na rede ecológica nacional, em zonas de cumeeira ou de grande infiltração. Devemos-lhe o contributo para a manutenção de valores naturais, preservação da qualidade da água e do ar e de paisagem rural como valor patrimonial. Os baldios são, afinal, credores pelos serviços de ecossistema que prestam à sociedade. Por razões diversas, nem sempre a gestão dos baldios foi exemplar. O Estado tentou que os território baldios tivessem melhores práticas florestais e maior rendimento, intervindo nas zonas comunitárias em regime de cogestão, modalidade que nem sempre teve o melhor acolhimento por parte dos responsáveis locais. A questão que se coloca é como conciliar direitos comunitários e melhor gestão. A FORESTIS, tem nos seu objectivo estatutário: "encorajar e promover o associativismo de base local dos produtores florestais privados e dos compartes dos baldios", bem como "dinamizar a constituição de agrupamentos
de produtores florestais e áreas de intervenção conjunta ". há 30 anos que desenvolve trabalho junto dos baldios, através das suas organizações de produtores florestais, numa base de proximidade. Promoveu o debate sobre modelos de organização e de gestão dos baldios, bem como para a atualização e modernização do seu enquadramento jurídico. Têm concedido apoio técnico e têm dinamizado investimento em centenas de unidades de baldios, assim contribuindo para melhorar a gestão dos recursos florestais: levantamentos cartográficos, ações de fogo controlado, formação de sapadores florestais, elaboração dos Planos de Utilização dos Baldios. Mas compreende, que é necessário dar um salto qualitativo, sobre o trabalho já feito. Com o propósito de qualificar a gestão dos baldios, o Estado vem agora propor uma experiência piloto, com a criação de 20 "Agrupamento de Baldios", com área mínima de 2.500 ha por cada unidade, e conceder apoio por três anos para ter ganhos de escala e poder qualificar a sua gestão. Pretende ainda com esta iniciativa, criar mais floresta certificada e atrair investimento privado por parte da indústria. O desafio para a FORESTIS e para a Baladi - a outra organização convidada - é dar uma nova vida aos baldios e contribuir para o melhor desempenho destes territórios.
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FOZ CÔA
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Fe s t a d a a r i e o d n e Am 2019 em F l o r Lorem ipsum
o rç a M e d 0 1 a o ir re e v 2 2 d e Fe FEVEREIRO 16 | Sábado
08H30 - I FOZ CÔA TT TOUR | Foz Côa Automóvel Clube + J.F. de Almendra - Praça do Município
17 | Domingo
8H30 - V Passeio TT 2019 |
J.F. de Chãs - Largo do Adro
22 | Sexta-feira
21H30 - Abertura Oficial | Stand Up com Aldo Lima |
Centro Cultural
23 | Sábado
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09H00 09H30 10H00 16H00 21H30
- Montaria das Amendoeiras em Flor - 2019 | Clube de Caça e Pesca de V.N. de Foz Côa - Percurso Pedestre da Etapa 10 da Grande Rota do Vale do Côa | Algodres > Castelo Melhor | Museu do Côa - Torneio FIFA | AJGF e GrowUp ESports - Centro Cultural - Oficina de Arqueologia Experimental | Centro de Receção do Parque Arqueológico de Castelo Melhor - Castelo Melhor - Herman José | Praça do Município
24 | Domingo 09H00 09H00 09H00 09H00 09H00 15H00
-
Montaria Almendra em Flor - 2019 | Clube de Caça e Pesca de Almendra Rota das Amendoeiras - Passeio em 2 Rodas | Mcbonellifozcoariders + J.F. de Castelo Melhor e J.F. Almendra XXXI - Passeio de Cicloturismo | Com a participação de Rui Sousa - ACCÔA - Praça do Município XVIII Passeio Pedestre das Mós | ACR d´As Mós Pelos Caminhos das Quintas | Ass. Causas e Contextos - Largo de Terreiro - Seixas VIII Free Style Motard | Mcbonellifozcoariders - Estação de camionagem
MARÇO 1 | Sexta-feira 21H30 - Sarau Cultural |
2a5
Ag. Vert. de Escolas do Concelho de Vila Nova de Foz Côa - Centro Cultural
Fragmentos sonoros para uma paisagem sonora imaginada - Oficina de Som * Museu do Côa e Núcleo de Arte Rupestre - Museu do Côa
2 | Sábado 10H00 14H30 14H30 14H30
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II Naturalmendra | Mercado de produtos endógenos - Largo da Amoreira - J.F. de Almendra Castelo de Numão - Percorrer a História, sentir o local | - J. F. de Numão Jogar com tradição | J ogo da Malha e torneio da Sueca - Ass. Amigos de Murça - Murça XXXIII Festival de Folclore | Coreto do Parque de St. António Rancho Rancho Rancho Rancho Rancho Rancho
20H00 - Jantar Académico 21H30 - Luís Represas | Praça do Município
Folclórico Folclórico Folclórico Folclórico Folclórico Folclórico
de Vila Nova de Foz Côa - Associação de Cultura Popular "Ventosa do Bairro" - Mealhada “Os Loureiros” - Lardosa - Castelo Branco dos " 3 Povos " - Escarigo - Fundão de " Alpedrinha" - Fundão de "Vila Franca das Naves" - Trancoso
3 | Domingo 09H00 09H30 10H00 15H00 15H30 21H30
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Feira Franca Percurso Pedestre | Muxagata > Ribeira de Piscos | Centro de receção do PA de Muxagata - J.F. de Muxagata II Naturalmendra | Mercado de produtos endógenos - Largo da Amoreira - J.F. de Almendra Tertúlias de Pão Tradicional e incursões ao Museu da Telha | J. F. de Touça Mega Zumba - Branco e Rosa | Zumba Côa - Praça do Município Concerto de Orquestra de Guitarra Clássica | Conservatório de Viseu - Centro Cultural
5 | Terça-feira
16H00 - Concerto de Orquestra de Guitarra Clássica |
Centro Cultural
6 | Quarta-feira
10H30 e 15H30 - Pelo Caule da Memória | 7 | Quinta-feira 10H30 e 15H30 - O Vale Mágico |
Dos usos e costumes das Arvores e Plantas do Côa- Museu do Côa *
Oficina de Teatro das marionetes - 4 a 10 anos e famílias - Museu do Côa *
8 | Sexta-feira 10H00 - Um percurso, dois patrimónios | Museu do Côa * 17H30 - Um sorriso, um poema | Da Rua de S. Miguel ao Tablado | 21H30 - Fado Fozcoense | Centro Cultural
DESFILE ETNOGRÁFICO Município de Vila Nova de Foz Côa Praça do Município 5150-642 Vila Nova de Foz Côa www.cm-fozcoa.pt | correio@cm-fozcoa.pt TEL 279 760 400
Escolinha de Artes - ZumbaCôa
9 | Sábado 09H00 - X Torneio de Karaté das Amendoeiras em Flor - 2019 14H30 - Banda Musical de Freixo de Numão | Coreto do Parque de St. António 14H30 - Oficina de beleza e bem-estar | Produtos endógenos | CLDS 3G FOZ CÔA+PERTO - Centro Cultural 21H30 - Virgul | Praça do Município 10 | Domingo 14H00 - Desfile Etnográfico 21H30 - TOY | Praça do Município 23H30 - Fogo de Artifício
4 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Breves Abertas as candidaturas à Bolsa de Estudo Miguel Torga para o Ensino Superior
O melhor Hotel Resort europeu é português e fica em Lamego
A Câmara Municipal de Sabrosa decidiu apoiar os estudos de jovens que frequentem o Ensino Superior, através da revitalização da Bolsa de Estudo Miguel Torga. Desta forma, o Município de Sabrosa pretende apoiar financeiramente um número ainda não definido de jovens, mas que será sempre adequado à sua disponibilidade financeira anual, que se candidatem a esta bolsa de estudo e que cumpram os parâmetros para a sua atribuição. O prazo para apresentação de candidaturas encontra-se disponível até ao próximo dia 20 de fevereiro, estando o Regulamento e o Requerimento de candidatura disponíveis nos serviços de Educação e Ação Escolar da Câmara Municipal de Sabrosa ou na página eletrónica do Município.
Os leitores do guia turístico britânico Gallivanter’s Guide voltaram a eleger o Six Senses Douro Valley, em Lamego, como o Melhor Hotel Resort da Europa. O guia da hotelaria de luxo promove todos os anos uma eleição em diversas categorias em que a escolha é dos leitores de mais de 40 países, e pela segunda vez (a primeira foi há dois anos, em 2017), a unidade portuguesa foi distinguida como a melhor na sua categoria.
Douro Ultra Trail já tem data para 2019 O Douro Ultra Trail já divulgou a data para a sua sexta edição. A prova irá realizar-se no dia 5 de outubro, sendo de esperar uma forte adesão de participantes à imagem do que tem vindo a acontecer nas edições anteriores.
A importância do sabugueiro no Vale Varosa O Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, participou no dia 6 de fevereiro numa palestra alusiva ao cultivo do sabugueiro, que decorreu na Escola EB2,3/S Dr. José Leite de Vasconcelos, com o objetivo de sensibilizar os jovens alunos para a importância do cultivo do sabugueiro no concelho, enquanto importante fonte de receita para os agricultores locais. O setor agrícola assume-se como um pilar base do desenvolvimento do concelho de Tarouca, posicionando-se neste âmbito a baga de sabugueiro em papel de destaque, enquanto produto endógeno de referência no Vale Varosa.
Zigur agraciada com Prémio de Mérito Cultural do Município de Lamego A "Zigur Associação Cultural" é a instituição agraciada este ano com o "Prémio de Mérito Cultural" promovido pelo Município de Lamego, um galardão que tem por objetivo distinguir personalidades ou instituições que salvaguardem o "património cultural, tornando-o elemento vivificador da identidade cultural comum". Concedida anualmente, esta distinção foi proposta pela Comissão de Atribuição do Prémio de Mérito Cultural e aceite depois, por unanimidade, em reunião de câmara pelo executivo municipal. Com raízes em Lamego, a Zigur é uma plataforma que fomenta a criação artística e o desenvolvimento cultural. Constituída maioritariamente por lamecenses que, por razões académicas e profissionais, vivem noutras cidades, desenvolve um conjunto de eventos e intervenções culturais localizadas, com especial ênfase no incentivo e apoio à criação artístico-cultural.
Câmara de Lamego promove esterilização de animais abandonados
Tendo em vista a promoção da atividade física e de uma melhor qualidade de vida, a Câmara Municipal de Murça está a realizar diversas iniciativas que incentivem as pessoas a colocar a saúde e o desporto nas suas prioridades. Para que todos possam estar incluídos, foram criadas iniciativas para todas as idades. Recentemente, estendeu-se o projeto “Seniores Ativos” a todo o Concelho, uma iniciativa que pretende levar a atividade física a todas as pessoas.
Três palcos e dois dias de concertos para exorcizar o Inverno. O BOREAL está de regresso a 22 e 23 de Fevereiro com dez concertos em três palcos e alguma da melhor nova música portuguesa. O festival de Inverno vila-realense tem já um lugar assegurado no calendário nacional e junta um admirável conjunto de artistas emergentes e novos projectos de nomes já consagrados.
FOTO: DR
A Câmara de Lamego avançou recentemente com a concretização de um programa de esterilizações de animais, cumprindo assim a obrigação legal de implementação desta medida que visa o controlo da população de cães e gatos abandonados e proíbe o seu abate. Em comunicado, a autarquia refere que assinou protocolos com duas clínicas veterinárias da região, para complementar os atos de esterilização de animais que já são prestados pelo serviço de veterinária municipal.
Município de Murça mais próximo da população sénior
Aluna da Escola de Hotelaria do Douro – Lamego, vence concurso “O ADN do pasteleiro” Ana Coutinho, aluna finalista do curso de Gestão e Produção de Pastelaria, preparada e treinada pela equipa de Pastelaria da Escola de Hotelaria do Douro – Lamego, venceu o Concurso “O ADN do Pasteleiro” que decorreu em Lisboa no âmbito do evento “O Chocolate em Lisboa”. Este evento teve lugar no Campo Pequeno de 31 de janeiro a 3 de feveiro. O concurso foi promovido pela Valrhona e um dos prémios recebidos pela Ana foi um estágio na Escola Valrhona em Barcelona, Espanha.
Freixo de Espada á Cinta tem o valor mais baixo do metro quadrado para habitação Para quem está farto dos preços altos praticados em Lisboa e no Porto, existem vários locais em Portugal onde os preços ainda são acessíveis a carteiras mais modestas. O segundo município, ao nível nacional, com o preço mais baixo por metro quadrado é Freixo de Espada à Cinta, com um valor de 134 euros.
VIVADOURO FEVEREIRO 2019
5
Vila Real PUB
Mais de meio milhão de euros para defesa da floresta contra incêndios Com a aprovação destas duas candidaturas, que possibilitarão a realização de Infraestruturas de Defesa Contra Incêndios e a Estabilização de Emergência Pós-Incêndio, fica garantido o financiamento necessário para a concretização da totalidade das ações prevista no âmbito do PMDFCI, que visam tornar os espaços florestais do concelho de Vila Real menos vulneráveis aos incêndios florestais. Entre as ações candidatadas e agora aprovadas, encontram-se a construção de 162ha de Rede Primária de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RPDFCI), a construção de 16ha de Rede Secundária de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RSDFCI), a construção de 3ha de Rede Viária Flores-
tal (RVF), a intervenção em 195ha para a instalação de Mosaicos de Defesa da Floresta Contra Incêndios (Mosaicos) e a construção de 1 Ponto de Água (PA), intervenções num total de 553ha em espaços florestais das freguesias de Borbela e Lamas D’Olo, S.T. Castelo e Justes, Mouçós e Lamares, Constantim e Vale de Nogueiras, Andrães e Abaças, a concluir até ao final do ano de 2019. Com a conclusão destes investimentos serão claramente ultrapassados os objetivos inscritos no PMDFCI, unanimemente aprovados pela Comissão de defesa da Floresta Contra Incêndios de Vila Real, cuja vigência termina no final do corrente ano.
A par do investimento efetuado na melhoria das condições gerais do território para a prevenção e combate eficaz aos incêndios florestais, o Município de Vila Real continua a apostar em ações de proximidade com a realização de campanhas de sensibilização junto das populações para que evitem comportamentos de risco. ■ FOTO: DR
Em resultado de candidatura a apoios comunitários (PDR2020), o Município de Vila Real viu aprovado mais um financiamento, no valor de 578.144,60€, para a realização de um conjunto de ações programadas no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) do concelho de Vila Real, perfazendo um investimento global de 732.000,00€.
6 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Sabrosa
Contratos de apoio à requalificação da estrada Sabrosa – Pinhão assinados
Este ato representa um momento histórico e de enorme simbolismo para o concelho e para a região, sendo, na opinião do Presidente do município de Sabrosa, Domingos Carvas, "um dia que vai ficar para sempre na memória coletiva como o momento em que, finalmente, conseguiremos iniciar o
projeto de requalificação da estrada 323, conseguindo-lhe aportar ainda mais motivos de atratividade, com a construção de miradouros ao longo da via, resolvendo definitivamente os problemas estruturais, sobretudo ao nível da insegurança que até aqui representava para todos quantos nela circulavam". Presente também na cerimónia, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Fernando Freire de Sousa, salientou "este ato como o culminar da perseverança da Câmara Municipal de Sabrosa em conseguir uma obra há muito ambicionada e que só foi possível através da convergências de vontades dos vários agentes e entidades envolvidas". O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, destacou esta obra "como um investimento prioritário no âmbito da estratégia que o governo tem para este território, com a capacitação ao nível das vias de comunicação, que permitirão atrair um maior volume de investimentos, sobretudo ao nível da área do turismo". A requalificação da Estrada Municipal 323 representará um grande investimento
financeiro, e permitirá resolver os graves problemas estruturais e de insegurança que esta vinha apresentando, há alguns anos
a esta parte, a todos os seus utilizadores, acrescentando maior atratividade turística para o concelho e para a região. ■ FOTO: DR
A assinatura dos contratos de apoio à requalificação da EM 323, que liga Sabrosa ao Pinhão, foram assinados , no início deste mês de fevereiro, no espaço Miguel Torga, em Sabrosa. Presentes na cerimónia estiveram o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e do Secretário de Estado da Valorização do Interior, João Catarino.
João Galamba inaugura Rede de Gás Natural de Sabrosa
O projeto, na sua totalidade, contempla a construção da Unidade Autónoma de Gaseificação – UAG, infraestrutura básica para o fornecimento de gás à rede de distribuição, e ainda os trabalhos de adaptação no interior das habitações. A Rede de Distribuição, agora inaugurada, ultrapassa os 7 quilómetros e na sua primeira fase vai servir 800 habitações. Domingos Carvas, autarca sabrosense, congratula-se pela realização desta obra e pelo investimento feito no âmbito deste projeto, reconhecendo as mais valias
que advêm desta obra para a população. “Para além do conforto e da redução dos custos para a população, esta iniciativa contribui decisivamente para a redução da pegada ambiental, contribuindo para a preservação e sustentabilidade ambiental”. Neste sentido, também Armando Moreira, presidente do Conselho de Administração da Sonorgás, empresa do grupo Dourogás, detentora da licença para distribuir o gás natural no concelho, parabenizou a população de Sabrosa por dispor agora de uma energia “moderna, segura e muito mais económica”, que contribui para o apoio da qualidade de vida das populações do interior, e que contribui também para atrair novos investimentos para o território, aumentando assim o seu potencial de desenvolvimento. O Gás Natural é um combustível proveniente de matéria orgânica fóssil. Possui propriedades físico-químicas que lhe conferem inúmeras vantagens, com uma combustão uniforme e muito eficiente. O fornecimento desta forma de energia
é contínuo, oferecendo modernidade, conforto, segurança e economia. Chega aos consumidores através de moderna
rede de distribuição, que garante o fornecimento de forma ininterrupta, 24 horas por dia, todos os dias do ano. ■ FOTO: VD
O Secretário de Estado da Energia, João Galamba, esteve em Sabrosa para a inauguração da Rede de Gás Natural de Sabrosa, que engloba a Rede de distribuição domiciliária de Gás natural e da unidade Autónoma de Gaseificação.
VIVADOURO FEVEREIRO 2019
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Vários Concelhos
João Catarino desvaloriza críticas ao PNI 2030
Esta é uma Secretaria de Estado nova, qual a importância da sua existência num país como Portugal? Julgo que a importância desta secretaria de estado depende daquilo que tem vindo a ser feito e que se iniciou com a criação, por parte do Governo, de uma Unidade de Missão para a Valorização do Interior e que teve esta evolução natural. Isto resulta da constatação que todos nós fazemos de que há uma assimetria regional gritante entre o interior e o litoral, gerando a necessidade de haver alguém dentro do Governo que acompanhe as políticas
públicas dos diferentes ministérios com o objetivo de que façam a diferenciação para os territórios do interior. Territórios que têm o índice per capita mais baixo, que têm menos oportunidades de emprego, e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar com todos os ministérios. No Douro têm sido várias as vozes a criticar o PNI 2030, como olha para estas criticas? O PNI é um plano onde estão elencados os projetos acima dos 75 milhões de euros, ou seja, com um valor abaixo de 75 milhões, são variados os investimentos que se podem fazer. Depois temos 200 milhões de euros que não estão ainda definidos para que projeto em concreto irão, sabemos apenas que serão para ligações transfronteiriças. É um trabalho que temos vindo a desenvolver de identificação e que depende das ligações que Portugal e Espanha venham a acordar fazer ou completar. Há um conjunto de prioridades que o Governo decidiu, mas este Programa Nacional de Investimentos não está fechado, está na Assembleia da República em debate. Se houver um consenso generalizado em tor-
no de algum projeto que não esteja no programa, ele pode ainda ser considerado. Não nos podemos esquecer que a região, nos últimos anos, em especial na questão das rodovias , foi muito beneficiada, houve aqui muito investimento público. Portugal é hoje o sexto país do mundo com melhores infraestruturas rodoviárias, não nos podemos esquecer disso. Temos de ter consciência de que, provavelmente, na área da criação de emprego, naquilo que pode fixar as pessoas ao território, aí sim, eu julgo que seja importante investir seriamente e é por isso que o Governo, nesta reprogramação do Portugal 2020 alocou 800 milhões de euros exclusivamente para os territórios do interior. Isto mostra bem que há qui uma política que diferencia claramente estas regiões e eu penso que é por essa via que estamos e vamos continuar a fazer a diferença.
do interior, exclusivamente, são os exemplo do programa Valorizar, o programa BEM, um conjunto de avisos específicos e exclusivos para estes territórios, coisa que nunca existiu e que eu acho que é já uma diferença significativa de que há qui uma atenção muito especial. ■ FOTO: VD
Presente numa cerimónia oficial em Sabrosa, João Catarino, Secretário de Estado da Valorização do Interior, falou em exclusivo ao VivaDouro respondendo ás críticas que os autarcas da região têm apontado ao Programa Nacional de Investimentos 2030.
E nesse aspeto uma secretaria de estado como esta pode efetivamente trazer mais atenção para os territórios do interior? Eu julgo que é isso que temos vindo a fazer. Temos hoje um conjunto de medidas no quadro comunitário em que só podem concorrer empresas, municípios e pessoas PUB
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8 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Reportagem VivaDouro
Robótica Social em desenvolvimento Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), investigadores têm trabalhado no desenvolvimento de robôs com capacidade de interação social, ajudando em especial a população mais idosa em tarefas diárias como a toma de medicação. As previsões indicam que, em 2050, metade da população em Portugal terá mais de 65 anos. A quantidade de cuidadores existentes não será suficiente para prestar os serviços necessários a todos os idosos. E é aí que entram os robôs, como nos diz Vítor Filipe, investigador na UTAD. “Há estudos que indicam que em 2050, cerca de 50% da população
portuguesa terá mais de 65 anos, com uma esperança média de vida ainda maior. Vai ser impossível para o estado, e para toda a rede de apoios que existe, ter cuidadores em número suficiente para dar assistência toda a população. Aqui a tecnologia pode ter um papel fundamental, mas sempre como um complemento. A robótica deve estar ao serviço da população humana, o robô pode
ocupar os momentos de solidão da pessoa. O próprio robô pode dar estímulos à pessoa para que esta interaja, pode conter informação, como por exemplo, a data dos aniversários de familiares e no dia de aniversário do neto, avisar e sugerir uma videochamada. Entramos numa dimensão não só de serviços, mas também uma dimensão social, a chamada robótica social. Este tipo de tecnologia pode ser fundamental para esta população. Esta região tem uma população bastante envelhecida e isolada, pessoas a quem muitas vezes falta a comunicação. Não pretendemos substituir o contacto humano pelo robô, até porque esse contacto é fundamental, contudo, há uma espaço para a robótica, auxiliando a pessoa em algumas tarefas do seu dia a dia como tomar a medicação, lembrar a pessoa de comer
e de se manter hidratada, conseguir reconhecer algum comportamento estranho, por exemplo a pessoa não se levantar à hora que normalmente o faz, tudo isto são pequenas tarefas onde a robótica pode ajudar depois a equipa de cuidadores, fornecendo uma vasta quantidade de informação sobre a pessoa”. O investigador tem, contudo, a noção que há ainda alguma resistência nesta interação por receio de ver os robôs substituírem o Homem. “Há um certo receio da sociedade de que a máquina venha ocupar o espaço social, a relação entre humanos. Temos que pensar muito bem como é que estas tecnologias vão ser introduzidas para não isolar completamente as pessoas do contacto humano, a dignidade humana tem que ser tida em consideração. Um serviço destes não pode ser “vendido” como uma substituição. Isto é um dilema que a tecnologia também enfrenta e até por isso defendo que tem de existir regulamentação neste setor”. É a pensar nesta simbiose Homem-máquina, que a UTAD tem vindo a desenvolver alguns protótipos que tem neste momento em testes, um robô que ajuda à toma da medicação e outro pensado para uma interação entre o idoso institucionalizado e os seus familiares e amigos. O robô que ajuda na toma de medicação ainda foi apenas testado em ambiente de laboratório e é um projeto que integra investigadores da Escola superior de saúde da UTAD e do polo INESC-TEC, também da UTAD, financiado pela FCT com a designação Interfaces Naturais com Idosos. “Em termos genéricos o que se pretende é estudar de que forma a robótica pode ajudar as pessoas idosas nas suas tarefas do dia a dia, ou seja, procurar novas formas de interação entre o humano e o robô. Neste projeto nós queremos estudar estas formas de interação entre o robô e o idoso, e ainda perceber como é que esta tecnologia é aceite, quer pelos idosos, quer mesmo pelos seus familiares. Desta forma podemos começar a adaptar estes interfaces às necessidades efetivas desta população”. A tarefa deste robô será, na hora do idoso tomar determinado medicamento, identificar o medicamento, pegar nele e dirigir-se ao idoso para que o tome. "O que nós pretendemos deste robô
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Reportagem VivaDouro
na UTAD FOTO: VD
> Vítor Filipe, investigador da UTAD
temos 50 idosos, todos eles tomam medicação diferente, todos os dias de manhã tem que estar uma pessoa a separar toda esta medicação, um processo cansativo e passível de falhas. A sugestão do empresário é que o robô tenha dentro de si a medicação de cada idoso e, há hora programada, se dirija a este para que a tome. Já existe um equipamento estático que faz esta distribuição, aqui a vantagem seria a mobilidade do robô para ir ter com a pessoa. Este input para nós é importantíssimo, ainda por cima vindo de um empresário ligado ao setor. Nós na academia temos as ideias mas acabamos por viver fechados no nosso meio. Muitas vezes, quando vamos para o terreno testar algum dos nossos protótipos, realmente não se ajusta à realidade para que foi pensado”. Outro robô integrante neste projeto está colocado no Lar de Santo António, em Vila Real, é um bobô de telepresença que é usado como um
elemento facilitador da comunicação dos familiares e amigos com o idoso. “O conceito é simples, os familiares e amigos instalam uma aplicação no seu telemóvel e, quando pretendem comunicar com o idoso, fazem a ligação para o robô que está equipado com câmaras para que possa, ele próprio, conduzir o robô pelo lar até encontrar o familiar com quem quer falar. A possibilidade do robô se dirigir à pessoa por controlo remoto, chegando ao pé dele com a imagem do familiar, é facilitadora de uma relação muito mais saudável. Há um conjunto de famílias que aceitou integrar o estudo e agora vamos aplicar um questionário que nos ajude a perceber que dificuldades é que sentiram, em que é que os ajudou, etc. Desta forma percebemos se está bem adaptado às necessidades de todos e que aspetos podemos melhorar. Surpreendentemente os idosos têm mostrado bastante curiosidade e vontade em utilizar este equipamento e muitos deles falam mesmo de outro tipo de serviços que aquela máquina poderia ter associados. Estas pessoas não são nativas digitais, muitas delas nunca chegaram sequer a ter um telemóvel, por isso este tipo de soluções são facilitadoras de uma
comunicação mais eficaz. O que se pretende não é desincentivar a visita pessoal do familiar ao lar, pretende-se mesmo criar mais uma forma das pessoas estarem ligadas entre si”. Para o investigador, este é o futuro da relação entre Homens e máquinas, que as segundas sirvam para melhorar a qualidade de vida das primeiras. “Depositam-se grandes esperanças na robótica para desempenhar esse tipo de tarefas no futuro. Dentro do conceito de Ambient Assisted Living já existe um conjunto de ferramentas muito diversificadas como as pulseiras que fazem monotorização dos sinais vitais, sensores que podem ser instalados para detetar quedas, etc. Tudo isto está um pouco disperso, no futuro, muitas delas podem ser integradas num só robô que desempenhe este papel, bastará que esteja equipado com um conjunto de sensores e câmaras de diversos tipos. Claro que ainda estamos distantes deste tipo de soluções, tudo isto já existe em projetos piloto e alguns em trajetos comerciais mas há sempre a questão do custo. Como ainda não estão massificados o custo ainda é bastante elevado. E depois era preciso fazer com que todos os elementos comunicassem entre si”. ■ FOTO: DR
é que venha a conseguir identificar o idoso a partir da análise de imagens faciais, reconhecer as embalagens de medicamentos que a pessoa toma e, à hora devida, procurar o medicamento, recolhê-lo e dirigir-se ao idoso para o entregar", explica Vítor Filipe. O investigador conta-nos ainda que, depois de diversas notícias terem saído na comunicação social sobre este robô, recebeu o contacto de um empresário interessado no trabalho que estava a ser ali desenvolvido. “Um empresário que tem uma rede de farmácias que fornece alguns lares, ao ter conhecimento do projeto interessou-se por ele. Já fizemos uma primeira reunião onde nos apresentou algumas sugestões de alterações que considera importantes para tornar este equipamento comercialmente interessante. Uma dessas coisas que nos explicou é que o funcionamento como está pensado, no lar, acaba por ter pouco interesse. Ou seja, num lar
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> O robô que auxilia os idosos já está em testes
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Mesão Frio
Sport Clube de Mesão Frio aposta na formação Em Mesão Frio, um concelho com cerca de 5000 habitantes, há um clube onde quase 100 jovens praticam desporto e que sobrevive com o apoio da autarquia. O Sport Clube de Mesão Frio é a segunda família destes jovens. São 19 horas e os jovens começam a chegar ao campo do Sport Clube de Mesão Frio onde, nas próximas duas horas irão ter mais um treino, à nossa espera está o presidente do clube, António César Gomes, que ao ver os miúdos no centro do relvado em conversa com o treinador, faz uma contagem mental e afirma “faltam dois, hoje não está a equipa toda”. Refere-se aos juvenis, o escalão que treina neste dia. Possivelmente as faltas podem dever-se a algum castigo em casa, como nos conta o presidente, “quando se portam mal ou têm más notas é o futebol que paga, o castigo é logo ficar sem os treinos, em vez de ser o telemóvel ou o computador. É preciso começar a olhar para estas atividades pelo lado desportivo. Durante o tempo que estes jovens estão aqui é a isto que se dedicam, abstraindo-se das coisas más. Estão concentrados, e bem, naquilo que estão aqui a fazer”. A expressão do responsável do clube muda ao falar dos jovens que vêm de outros concelhos para treinar aqui, sente-se o orgulho nas suas palavras. “Temos alguns jovens que vêm para aqui mesmo sendo de concelhos vizinhos como é o caso da Régua ou Baião, não só pela proximidade como também pelas boas condições que aqui encontram”. As condições parecem ser realmente boas, apesar dos balneários serem ainda em contentores, “já foi bem pior”, afirma um dos funcionários do clube que por ali passa. “Este sintético foi inaugurado em 2017, ainda não são as condições totais que eu, como presidente, gostava de ter mas a autarquia tem
> António Ribeiro
feito um esforço enorme para nos proporcionar aquilo que temos. Ainda falta construir as bancadas e os balneários. Segundo o autarca, até ao final do seu mandato, as obras da bancada e balneários ficam prontas. Sempre cumpriu a palavra que nos deu, por isso acredito nele. Neste momento o apoio da câmara é o suficiente, até porque não é um apoio só das verbas que nos dão mas também ao nível dos transportes para as deslocações das equipas para os jogos. Parecendo que não é um apoio muito importante para nós. A Câmara dá dois mil euros por equipa, um total de 10 mil euros anuais, que são recebidos em cinco parcelas mensais. Se não fosse a Câmara o clube não existia, não seria possível. Aqui é difícil conseguir patrocínios de empresas particulares, temos alguns patrocinadores mas a verba não é muito elevada e para conseguir o que temos já foi um esforço muito grande e como se sabe “isto é de marés”, este ano a empresa “x” pode apoiar mas no próximo ano já não apoia, enquanto da parte da autarquia sabemos sempre o financiamento que podemos esperar”, afirma António Gomes. De fora do concelho vêm também alguns dos treinadores que aqui trabalham, “todos formados em educação física e com curso de treinador”, como é o caso de Paulo Machado, treinador do escalão que continua a treinar afincadamente. Para o treinador, natural de Resende, este é o projeto ideal para esta fase da sua carreira. “É um clube que aposta somente nos escalões de formação e tudo o que se passa no clube gira em volta destes miúdos. Nesta fase da minha vida era um projeto que eu queria, no futuro poderei ambicionar trabalhar com seniores mas por agora estes escalões são os que eu queria trabalhar”. Para o jovem treinador, esta é uma parte importante do dia destes atletas, que funciona não só como um momento de distração como os pode ajudar em termos escolares, dando-lhes valências que de outra forma seriam mais difíceis de atingir. “É um fator de inclusão, temos aqui miúdos que passam algumas necessidades ao nível económico e praticar desporto é muito bom. Quando chegam ao final do seu dia de escola têm aqui a oportunidade de realizar uma atividade que, para além de tudo o resto, lhes transmite valores
> Margarida Alves
> António César Gomes
como a dedicação e o empenho com que fazem, e mesmo a sua capacidade de superação. Depois é uma atividade que lhes enriquece o currículo e nós aqui tentamos sempre que eles tenham um bom aproveitamento escolar mas não é fácil controlar isso”. Entre os jovens que treinam há uma rapariga, a Margarida, “grande jogadora e uma excelente aluna”, afirma o presidente. “O futebol para mim é também um escape que eu tenho para libertar o stress que acumulo durante a semana. Treino aqui duas vezes por semana, mais uma na seleção e jogo ao fim de semana, são horas em que na minha cabeça não há mais nada a não ser o futebol. A minha prioridade são os estudos mas aí o futebol também desempenha um papel muito importante, até porque me ajuda, por exemplo, com a concentração. A minha posição é guarda-redes, tenho que estar com muita atenção ao que se vai passando no jogo e não posso em momento algum distrair-me, na escola funciona da mesma forma”, diz-nos Margarida. António Ribeiro, outro dos atletas diz que nem sempre é fácil conciliar os dois mas o esforço compensa. “Ás vezes é difícil conciliar os estudos com o futebol mas é bom para nos ajudar na concentração e a ganhar respeito pelos outros”, o jovem atleta reforça ainda a importância da pratica desportiva,
“temos oportunidade de praticar desporto, ainda por cima futebol que todos nós gostamos”. Margarida é das poucas raparigas a jogar futebol no clube, já chegou à seleção distrital mas diz que o Sport Clube de Mesão Frio será sempre a sua segunda família, que sempre a acompanhou mesmo num momento mais difícil como uma lesão que teve, e que a afastou dos relvados por um longo período de tempo. “Eu comecei a jogar aqui com 6 anos de idade. Infelizmente estive afastada alguns anos devido a uma lesão e voltei este ano a jogar. O desporto sempre foi muito importante para mim, nomeadamente o futebol, algo que eu gosto muito. Sempre fui bem recebida aqui, mesmo quando estive afastada devido à lesão fui acompanhando o clube e o clube foi-me acompanhando a mim, nunca deixou de fazer parte da minha vida. Embora ainda sejam poucas as raparigas a praticar futebol acho bastante positivo que a direção do clube aposte no futebol feminino, foi assim que eu consegui chegar à seleção distrital, de outra forma não o teria conseguido. Eu desde pequena que me habituei a jogar com rapazes. É completamente diferente de jogar com outras raparigas mas o ambiente é bom, os colegas são bons para mim, não aqui aquela coisa de “ela é rapariga não sabe jogar”. Somos uma família aqui dentro”. ■
> Paulo Machado
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Armamar
Armamar organiza montaria ao Javali “Para nós é importante quer a nível cinegético quer ao nível da economia local. Cerca de 40% dos participantes são de fora de Armamar e muitos deles vêm acompa-
nhados, por exemplo, pela família, criando sempre uma envolvência muito grande ao longo de todo o dia”. No total o município disponibiliza anual-
mente 120 portas “que são todas preenchidas”, sendo previsível o mesmo cenário na edição deste ano, estando as inscrições já abertas. ■ FOTO: DR
O município de Armamar vai organizar, no próximo dia 23 de fevereiro, mais uma montaria ao javali, uma iniciativa que atrai sempre muitos visitante ao concelho liderado por João Paulo Fonseca. Em declarações ao nosso jornal, o vice-presidente da autarquia, António Silva, afirma a importância deste evento para o munício. “Para nós é muitíssimo importante continuar com este evento que já se realiza há 12 anos. Há muitos caçadores habituados a frequentar a nossa montaria, é habitual virem todos anos”. Para o vice-presidente a importância deste evento é mais do que cinegética, é uma oportunidade para a economia local pelo número de forasteiros que viajem até Armamar para esta montaria.
Parentalidade positiva em debate The World Café em Armamar
Os desafios que a contemporaneidade coloca aos pais estarão em cima da mesa ao longo do dia. Regras e limites na educação parental, tempo de uso das tecnologias e práticas saudáveis de ocupação dos tempos livres, alimentação e desempenho escolar estão entre os temas. A metodologia The World Café surgiu em 1995 na Califórnia, USA. Desde então vem sendo cada vez mais usada como instrumento para estimular o espírito crítico de um grupo de pessoas que se reúne para discutir uma ou mais temáticas. A partilha de ideias, a procura de respostas e soluções
são objetivos numa lógica de colaboração coletiva muito ao jeito do brainstorming.
Os interessados em participar devem inscrever-se na Câmara Municipal (serviço
de desenvolvimento social) ou junto da CPCJ de Armamar. ■
FOTO: DR
A Câmara Municipal de Armamar e a CPCJ local organizam no próximo dia 15 de fevereiro uma sessão em que a parentalidade positiva vai ser debatida e analisada.
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São João da Pesqueira
Saberes e Sabores do Douro mostram-se na Pesqueira São João da Pesqueira organiza, uma vez mais, a Festa dos Saberes e Sabores, um certame onde os sabores tradicionais nos chegam apoiados em saberes das nossas memórias. O evento decorre em três fins de semana (23 e 24 de fevereiro, 2 e 3 e, 9 e 10 de março), dividido por algumas atividades ao ar livre e uma mostra de produtos endógenos, artesanato, ofícios e outros. O VivaDouro falou com Manuel Cordeiro, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, sobre o certame. Depois do sucesso deste evento no ano passado, quais as expectativas da autarquia para esta edição? A edição 2018 da Festa dos Saberes e Sabores foi efetivamente muito bem conseguida e o nosso propósito é aproveitar esse sucesso para catapultar e consolidar o evento numa lógica local, mas também regional. Temos essa ambição. O evento atrai produtores locais num número muito significativo, havendo já uma certa fidelização ao evento, não descurando a atratividade e presença complementar de operadores de fora do concelho, na medida em que lhe conferem maior qualidade e diversidade. O sucesso até comercial que os produtores tiveram o ano passado, permite não só consolidar a sua presença e atrair outros operadores atentos a estes eventos e dispostos a apostar numa fórmula que se revelou como bem sucedida. As expectativas são na verdade conseguir ultrapassar o número de visitantes, de comerciantes e artesãos da edição anterior. Na preparação do evento damos conta de um interesse crescente no número e na qualidade dos operadores, comerciantes e artesãos a pro-
mover a sua inscrição no evento. Não sendo este o evento principal de S. J. da Pesqueira, esta é uma aposta para continuar? Porquê? A Festa dos Saberes e Sabores não constitui o nosso principal evento, que é obviamente a Vindouro, mas a par do S. João e da Senhora do Monte é um evento importante, que procuramos consolidar e valorizar no contexto dos eventos organizados pelo Município. Sendo um evento com uma importante vertente comercial, (óbviamente à nossa dimensão), é também um mostruário da nossa cultura e das nossas tradições que prezamos e pretendemos respeitar e divulgar não descurando ainda a vertente lúdica do evento. No ano passado, durante a cerimónia de abertura do certame, o Secretário de Estado afirmou que este tipo de eventos são importantes para a promoção do território, partilha desta opinião? A Festa dos Saberes e Sabores constitui um importante certame no nosso concelho em que procuramos aliar a gastronomia, a cultura, o artesanato, o turismo e a valorização dos nossos produtos, sendo importante a componente económica e a valorização da nossa cultura, mas também a criação de uma marca identitária do nosso concelho no conjunto de eventos desta natureza. O nosso concelho tem uma história rica no capítulo cultural e das tradições e do ponto de vista econômico é um território que reclama por um lugar cimeiro a que tem direito pelos seus recursos. O executivo entende que este esforço no sentido de divulgar o concelho nas suas vertentes cultural e económico colocá-lo no lugar a que tem direito e potencial, constitui para nós um dever, sentindo que os munícipes nos acompanham nesse objetivo. Boa parte dos expositores deste certame são particulares, a sua presença é importante para a economia local? Sendo o nosso concelho eminentemente agrícola em que a cultura da vinha e da oliveira são absolutamente
centrais, não podemos descurar outras atividades que vêm reclamando alguma visibilidade, merecida aliás, de acordo com uma importância crescente no contexto económico, como nomeadamente os frutos secos, a maçã, os produtos da terra, o mel, e as compotas e este certame permite também aumentar a sua visibilidade, indo ao encontro dos agricultores que se dedicam a estas atividades com uma qualidade que pretendemos dar a conhecer e valorizar. Para além de produções artesanais de fumeiro ou pão já importantes. A FSS cumpre assim uma função de apoio e divulgação dos nossos agentes económicos, estimulando e valorizando a sua importância crescente. Quem visitar a Pesqueira durante estes três fins-de-semana, o que pode esperar encontrar? Para além de desfrutar
da paisagem do nosso concelho e da nossa forma calorosa de receber, terão o espaço de venda de produtos permanentemente aberto, poderão igualmente usufruir da nossa gastronomia. Terá lugar uma montaria, momentos musicais, animação de rua, tasquinhas com gastronomia típica cozinhada em potes(modo tradicional da região),para além de poder apreciar espaços emblemáticos do nosso concelho, como a Praça da República, o Museu do Vinho, a Igreja matriz de Trevões, (património nacional), Ferradosa e tantos outros espaços únicos. ■
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Destaque VivaDouro
Luís Pedro Martins: “Venho com uma grande motivação e com um g Licenciado em Marketing, Luís Pedro Martins é ex-diretor executivo da Torre dos Clérigos do Porto, lugar que dividia com as aulas que continuará a lecionar na Porto Business School. Pretende manter a função de professor enquanto se mostra pronto para o desafio que será gerir o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). Horas depois da tomada de posse, o novo presidente da entidade regional de turismo falou em exclusivo ao grupo VivaCidade / VivaDouro. Texto e Fotos: Carlos Almeida
Começamos por lhe perguntar: quem é Luís Pedro Martins? Sou natural de Aveiro mas desde muito cedo, antes mesmo da idade de começar a primária, que nos mudamos para Rio Tinto portanto, toda a minha vida foi aí. Andei na Escola Primária de Rio Tinto. Foi nessa altura, era ainda um míudo, que tive as minhas primeiras aprendizagens sobre o que é isto da vida pública, do bem comum e do tentar fazer algo pela comunidade. Acompanhava o meu pai, e um grupo de cidadãos de Rio Tinto, quando criou aquela que hoje é uma das maiores IPSS’s de Gondomar, que é o Centro Social Soutelo (CSS), e do qual foi Presidente, se não estou em erro, durante os primeiros 10 anos da instituição. Recordo-me que na altura era “uma seca” estar ali mas hoje reconheço que recebi aprendizagens muito importantes. Mais tarde juntei-me à Juventude Socialista em Gondomar onde conheci alguns amigos que são para a vida e que hoje desempenham cargos executivos como o Marco Martins, o Carlos Brás, o Nuno Coelho que foi Presidente da Junta de Baguim até há pouco tempo e o Nuno Fonseca, atual presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto. Foi aí que me despertou a vontade de querer
dar o meu contributo à sociedade. Licenciei-me em design no Porto e logo a seguir fui eleito para a Assembleia da República onde estive durante os dois mandatos de António Guterres. Quando estava em Lisboa despertou o interesse pelo Marketing Político, área a que acabei por dedicar a minha formação. Fui para os Estados Unidos, onde fiz o primeiro curso mesmo de Marketing Político, e depois São Paulo onde fiz uma segunda graduação na área. De regresso ao Porto ainda fiz uma Pós-Graduação em Marketing na Porto Business School, para onde fui convidado, um ano mais tarde, como Professor e onde me mantenho desde então, há cerca de nove anos. Durante este tempo fiz mais de 150 campanhas de marketing, não só político mas também empresarial e institucional. Antes de chegar aos Clérigos ainda regresso novamente a Lisboa, como assessor do Alberto Martins. O convite do Padre Américo Aguiar surge quando eu estava no departamento de Marketing e Comunicação da Santa Casa, para estar desde a primeira hora no projeto de devolução da igreja da Torre dos Clérigos à cidade, depois das obras profundas em 2013. A partir daí a minha vida passou a dividir-se entre a Torre dos Clérigos e a Porto Business School. É aqui, na Torre dos Clérigos, que tenho o meu primeiro contacto com o setor do Turismo, estando envolvido na “explosão” turística que se registou neste monumento, que passou de uma média de 100 mil visitantes ano para 1,3 milhões, bem como o conjunto de eventos que aqui se realizam e as parcerias que se establecem. A minha dedicação obrigou-me a “meter as mãos” mais a fundo no setor para o conhecer melhor e acredito que hoje, na minha candidatura esse conhecimento é fundamental. E a candidatura, surge como? A candidatura surge pelo interesse comum de um conjunto de autarcas - do PS, do PSD, do CDS e independentes, um espectro transversal – que me colocam o desafio de me candidatar ao TPNP porque, segundo eles cumpria os três requisitos que procuravam: Um, não ter qualquer relação com o
"Acredito que no final o entendimento surgiu com alguma naturalidade e esse entendimento permitiu uma união em torno da Entidade" passado da entidade, o que é verdade; Dois, alguém familiarizado com os corredores do poder ao nível político, onde podemos garantir apoios e para manter um bom relacionamento com o Governo e os autarcas, o que também é verdade; e finalmente a terceira, uma pessoa que estivesse bastante envolvido com o turismo, alguém atualizado e conhecedor daquelas que são as melhores práticas do setor, outra verdade. Aceitei o desafio e, como em diversos momentos da minha vida, até ao aparecimento da minha candidatura há uma lista única e eu tenho sempre que “ir a combate” e assim aconteceu, culminando depois por ser mesmo lista única após um acordo obtido com o meu adversário. Passado que está o ato eleitoral, como olha para o momento de elaboração das listas e o entendimento com o seu adversário para a apresentação de uma lista única? O facto de inicialmente existirem duas listas eu acredito que foi bastante positivo, a falta de adversários pode-nos tornar mais facilitadores, está ganho à partida, assim não, assim obriga-nos a ir para o terreno, falar com as pessoas, discutir ideias e isso é sempre positivo. Acredito que no final o entendimento surgiu com alguma naturalidade e esse entendimento permitiu uma união em torno da Entidade. Isto é muito importante por uma razão, a instituição estava a atravessar um caminho menos simpático com tudo o que aconteceu, foi uma ajuda porque é uma demonstração de coesão da região. Desta forma, foi com bons olhos que vi este entendimento e a partir daqui, vamos ao trabalho. Foi um entendimento pacífico? Sim, foi um entendimento pacífico. O
que eu fiz foi integrar nos órgãos sociais uma entidade que estava noutra lista, a AHRESP – uma associação muito importante neste setor – na Comissão Executiva.
"Eu atuo sempre com transparência e em total acordo com a lei em todos os procedimentos, portanto não estou preocupado" Acredita então que esta foi a melhor opção para o organismo e para a região? Como disse no meu discurso de tomada de posse e repito aqui, gosto de combates, nunca fugi a nenhum mas, tendo em conta a atual circunstância, o facto de ter havido este entendimento foi o melhor para a Entidade. Não ignorando o passado, mesmo o mais recente, mas olhando para o futuro, como vê o TPNP nesse tempo? Eu nunca ignorei essas questões mas tam-
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Destaque VivaDouro
grande espírito de ‘pôr as mãos na terra’” turismo e também na atenção prestada às pessoas mais velhas, que vão viver cada vez mais e que vão encontrar em Portugal um local fantástico para residir. Os números que são conhecidos dão-nos alguma tranquilidade até 2030, pelo menos, essa certeza nós temos. O que temos que fazer é receber bem quem nos visita, como dizia a senhora Secretária de Estado na cerimónia de tomada de posse, “só custa é que eles venham cá uma vez”, porque depois de certeza que vêm mais. Temos da melhor gastronomia do mundo, das mais belas paisagens do mundo, temos património… Ainda há dias fui fazer a Rota do Românico, é impressionante o que nós temos aqui no norte para oferecer. O turismo religioso também encontra aqui muitos pontos de interesse como a Semana Santa em Braga, o maravilhoso Douro, Trás-os-Montes e o Minho, temos verde e o azul do mar, temos rios e cascatas, uma diversidade imensa que tem tudo para dar certo.
bém não me canso de dizer que, passado é passado e a mim interessa-me o futuro. Há coisas que foram feitas no passado e que foram bem feitas, esses projetos certamente que continuarão a ser uma aposta para o TPNP. Os fins de semana gastronómicos são um bom exemplo disso, foram criados na direção do Francisco Sampaio e hoje, com as devidas atualizações, continuam a ser eventos de sucesso. Com o Melchior tivemos uma viragem da Entidade para o interior, é também algo que pretendo continuar, porque vejo esse esforço com bons olhos. Teremos uma colaboração total quando nos for solicitada pela investigação, como não podia deixar de ser mas, a minha forma de atuar não se altera, independentemente de haver, ou não, investigação. Eu atuo sempre com transparência e em total acordo com a lei em todos os procedimentos, portanto não estou preocupado. Aproveito a oportunidade para deixar uma palavra aos colaboradores da Entidade que passaram por uma fase
muito difícil e que gerou eventualmente alguma desmotivação. Eu conto com eles. Até provas em contrário todos são inocentes, mesmo quem foi mencionado no caso. Resta aguardar os resultados da investigação com tranquilidade e depois agir em conformidade. O que queremos é criar normalidade dentro da Entidade para podermos trabalhar.
"Defendemos, e não me canso de o dizer, que só juntos é que somos mais Norte" O turismo tem registado números crescentes ano após ano e a previsão é que esse crescimento se mantenha. Acredita que este setor possa ser um dos maiores contribuintes da economia nacional a curto prazo? Este setor já está a ser. Há muitos anos atrás assisti a uma conferência de marketing e um orador, do qual agora não me recordo o nome, dizia que o futuro de Portugal estava em setores como o
Nesse sentido, o que falta ainda fazer pelo setor a nível legislativo? Penso que na tomada de posse ficou evidente que o setor está satisfeito com aquilo que o Governo tem estado a criar, nomeadamente com esta Secretária de Estado que é muito pragmática e próxima das pessoas. O trabalho que está a ser feito está a ser bem feito, este apoio que tem estado a ser dado aos municípios, mesmo no que diz respeito à transferência de competências que algumas abrangem este setor, eu julgo que é o caminho certo. A entidade regional procura aqui ser um elo agregador da região e trazer para o terreno aquelas que são as diretrizes do Governo. Defendemos, e não me canso de o dizer, que só juntos é que somos mais Norte, daí eu privilegiar os projetos que sejam agregadores, que sejam transversais. Em seguida, irei lançar alguns temas sobre os quais gostaria de ter a sua visão como Presidente do TPNP: Projeto EN2 Começo por afirmar que cheguei agora ao cargo, ainda não tive tempo para me debruçar a sério sobre os projetos
todos do TPNP. Contudo, digo desde já que este projeto da EN2 é para apoiar, é um projeto que atravessa 35 municípios, de todo o país, que já é conhecido internacionalmente sendo referenciado nos Estados Unidos como uma das estradas a percorrer obrigatoriamente. É este tipo de projetos que nós queremos apoiar, como é que o vamos fazer? Isso ainda vamos trabalhar em conjunto com os municípios que estão a trabalhar nele. Taxas turísticas As taxas turísticas não são responsabilidade da entidade de turismo, são das autarquias. Cabe a cada autarquia estabelecer as suas regras e eu não me vou manifestar nem a favor nem contra, vou só manifestar uma preocupação, que é a forma como essas taxas são depois aplicadas. Do meu ponto de vista elas deviam ser aplicadas de duas formas: uma na promoção do destino turístico; a outra, na preservação do território, aplicando em áreas como a limpeza, a segurança e a reabilitação urbana, para que aqueles que aqui residem não sintam a pegada turística. Aproveitamos essa taxa para colocar em ordem algo que esta pegada turística possa deixar de menos bom. Rio Douro O Rio Douro é estratégico para a região. Já há projetos muito interessantes a explorar a nossa pérola e outros estão a caminho, quer pela aposta de privados, quer por parte dos municípios ribeirinhos. Acredito que o melhor ainda está para vir para este rio. A partir do momento que o mundo começar a descobrir o Rio Douro vamos ter muita coisa para fazer naquela região, é uma região que tem muito mais do que simplesmente as questões ligadas ao vinho e à vinha. Há muitos projetos que eu também vou pegar agora na fase inicial como é o caso da Rota Magalhânica. Gastronomia Em termos de entidade nós vamos manter os nossos fins de semana gastronómicos que têm um sucesso total. Tenho também já diversas reuniões agendadas com grandes empresários daqui do Norte, com projetos muito interessantes para levar, para fora, a gastronomia regional.
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Destaque VivaDouro Vinhos do Porto e Douro A questão do vinho, não só dos vinhos do Porto e Douro mas também os verdes, por exemplo, são os produtos principais da nossa região, estão sempre presentes em tudo que é ação de promoção e divulgação do turismo. Não irei falar de nenhum projeto até conhecer os que existem e dentro desses aqueles que queremos continuar a apoiar. Caminhos de Santiago Com os Caminhos de Santiago, dá-se aqui a coincidência que é o bom relacionamento que eu tenho com parceiros estratégicos, nomeadamente na Galiza. Nota-se que a procura turística para este produto tem aumentado e nós
temos diversos caminhos no nosso território. Vou ter uma reunião muito em breve, em Espanha, com o responsável pelos Caminhos de Santiago daquele lado da fronteira. Há algumas questões que estão já a ser trabalhadas como é o caso da sinalética, por exemplo. Curiosamente, começam a surgir várias start-ups cujo core é exclusivamente tratar o turista que está a fazer o Caminho, das mais variadas formas, quer seja através do reconhecimento do percurso, apoio logístico, etc. Ou seja, em torno dos Caminhos de Santiago podem aqui despertar uma quantidade relevante de iniciativas empresariais interessantes.
"Contem acima de tudo com a minha vontade de fazer" Na cerimónia que o empossou afirmou que “só juntos seremos verdadeiramente Norte”, sublinhando que repetirá esta expressão tantas vezes quantas necessárias. Com uma região tão vasta e com tantas diferenças acredita que essa união é possível? Eu tenho a certeza absoluta que essa união é possível e só com ela seremos efetivamente mais norte. Conforme os números espelham, é óbvio que é através do Porto que chega o grande bolo do turismo até porque é onde se localiza o Aeroporto e o Porto de Leixões. O que nós queremos fazer, e acho que os autarcas dos concelhos circundantes ao Porto têm o mesmo entendimento, é que este seja um ponto de distribuição do turismo para toda a região norte. Nós não queremos que os turistas venham para 2 ou 3 dias, queremos que eles prolonguem a sua estadia e para isso temos que lhes dar conteúdos que também se esgotam por aqui, portanto é importante dizer-lhe que há mais para conhecer do que Porto, Matosinhos e Gaia, e aqui bem próximo, a uma hora daqui estão em qualquer ponto da região. Para um brasileiro, por exemplo, que no seu país se desloca 2 ou 3 horas para chegar a uma praia, fazer uma hora de viagem para ir até ao Douro não é um problema. O que temos de fazer é trabalhar articulados e comigo não há fantasmas ou guerras que impeçam esse trabalho. No Douro encontramos dois Patrimónios da Humanidade (a paisagem vinhateira e as gravuras rupestres de Foz Côa), qual o seu papel na dinâmica turística da região? Esses dois patrimónios são mais dois conteúdos fantásticos que temos para mostrar ao turista. O que temos de fazer é promove-los da melhor forma possível e é isso que quero fazer. Uma promoção a ser feita fora da
região, porque promover cá dentro não nos ajuda na atração de turistas. Temos uma grande vantagem, é que temos a certeza absoluta que estamos a promover coisas únicas. E Foz Côa, sendo o único concelho onde coexistem esses dois patrimónios, terá nessa dinâmica um papel de relevo? Pode ter e vai ter. Pela primeira vez, neste ano de 2019, uma cidade duriense, Peso da Régua, foi nomeada Cidade do Vinho. Que efeitos pode esta distinção ter no turismo duriense? Conforme temos percebido todos no norte de Portugal, estas distinções que recebemos funcionam muito bem. Foi assim com o Porto com o ‘Best Destination’, ou o que tem acontecido com Braga, por exemplo, e certamente que será assim com a Régua. Quer queiramos quer não, estas distinções são bastante importantes porque, para o turista que está aqui próximo isso não tem um grande significado mas, para o turista que não conhece e que se cruza com a informação de uma cidade que obteve uma distinção como esta, claro que lhe vai despertar a curiosidade. É importante que sempre que haja oportunidade de candidatar o nosso património a qualquer distinção, o façamos. Uma mensagem aos munícipes, aos municípios e a todos que estão na região norte. Contem com o TPNP, queremos ser os primeiros a dar o exemplo. Contem com os nossos colaboradores que conhecem bastante bem o terreno, e contem acima de tudo com a minha vontade de fazer. Como disse no discurso de tomada de posse, “fazer”. Eu sou bastante jovem para estar ainda acomodado a um lugar, não é com essa intenção que chego aqui, venho com uma grande motivação e com um grande espírito de “pôr as mãos na terra”, balizado por princípios como a transparência e ser agregador, ajudar a juntar e não a dividir. ■
VIVADOURO FEVEREIRO 2019 17
Maioria das autarquias não devolve IRS Aquando do apuramento do imposto (IRS) a pagar referente ao exercício de 2018, algo que sucederá após a entrega da declaração anual de IRS em 2019, serão 129 os municípios nacionais que irão devolver uma fração ou a totalidade da fatia de 5% do IRS dos seus respetivos residentes. Na tabelas que pode consultar em baixo, pode ver a percentagem que o município retém e que, no máximo, pode ser de 5%. A 2 de abril de 2018, constavam no Portal das Finanças, na área referente à Taxa de Participação no IRS dos Municípios, dados para 304 dos 308 concelhos do país e entre estes, 129 comprometeram-se devolver pelo menos algum parte dos 5% do IRS
do ano de 2018 pago pelos seus respetivos contribuintes. A devolução faz-se aquando do apuramento da liquidação do IRS após a entrega da declaração anual em 2019. Destes 129 municípios, 20 devolvem menos de um ponto percentual, 33 devolvem exatamente um ponto percentual dos cinco possíveis, 26 devolvem mais de um ponto percentual mas menos de dois e meio, 18 devolvem exatamente metade do que podem devolver, oito devolvem mais de metade mas ainda retêm algum parte para si e há, finalmente, 24 concelhos que devolvem totalidade do IRS que poderiam reter, ou seja, 5% do IRS dos seus residentes. Nos 19 municípios que integram a nossa região, a maioria opta por reter os 5%, num total de 13 concelhos, já no lado oposto, os que devolvem a totalidade desse valor são apenas três: Armamar, Carrazeda de Ansiães e Sabrosa. Conheça a lista completa do valor a reter, por município, no nosso território:
Retenção de IRS por município Alijó - 5% Armamar - 0% Carrazeda de Ansiães - 0% Freixo de Espada à Cinta - 5% Lamego - 4% Mesão Frio - 5% Moimenta da Beira - 5% Murça - 5% Penedono - 1% Peso da Régua - 5% São João da Pesqueira - 5% Sabrosa - 0% Santa Marta de Penaguião - 0,50% Sernancelhe - 5% Tabuaço - 5% Tarouca - 5% Torre de Moncorvo - 5% Vila Nova de Foz Côa - 5% Vila Real - 5% * Fonte: Portal da Autoridade Tributária
Vários Concelhos PUB
18 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Vila Nova de Foz Côa
João Paulo Sousa:
“Queremos manter o desígnio da Capital da Amendoeira em flor” A Festa da Amendoeira em flor acontece em Vila Nova de Foz Côa entre os dias 16 de fevereiro e 10 de março. Esta 38ª edição conta com mais de 40 atividades e tem reservada a sua abertura oficial para o dia 22 de fevereiro pelas 21 horas no centro cultural da cidade. Atualmente, qual o peso da amêndoa, na economia local? Em outros tempos éramos o maior produtor de amêndoa, de qualidade. Aos nossos amendoais era conferida qualidade e, com a produção em quantidade, liderávamos o setor. Hoje em dia isso já não acontece, a aposta tem recaído no setor vitivinícola, foram comprados amendoais e olivais para se plantar vinha. O que vemos agora é que, pontualmente, alguns dos maiores produtores de vinho que temos no concelho comecem a apostar novamente na amêndoa. A qualidade do produto que aqui se produz pode ter as mais diversas formas de utilização, desde o aquecimento até aos produtos cosméticos, a doçaria, a cozinha gourmet, entre muitos outros. Estão a ser dados os primeiros passos, ainda está longe do peso que o vinho tem mas quero acreditar que, num futuro próximo, possamos estar a falar da amêndoa como um produto que está em grande expansão. Podemos afirmar que a Festa da Amendoeira justifica o investimento que a autarquia faz? Sim, cada vez mais. A amêndoa já “bateu no fundo”, agora estamos a recuperar ao nível da quantidade produzida. Estamos a falar de 0,04% da produção ao nível da União Europeia, um número muito baixo, mesmo em relação aos nossos vizinhos, apesar de sabermos da qualidade que é reconhecida à amêndoa de Foz Côa. Ao nível da produção estamos a evoluir e já nos começamos a aproximar dos maiores produtores da região. A amêndoa nunca pode ficar esquecida, até porque queremos manter o desígnio da Capital da Amendoeira em flor. Desta forma estamos também a ajudar os nossos agricultores porque, promovendo o nosso produto em eventos desta dimensão, podem significar maior
"Este evento atrai milhares de turistas até nós, apaixonados pelas paisagens pintadas de branco e rosa, uma experiência única" retorno financeiro. Um outro aspeto que justifica o investimento, é o turismo. Este evento atrai milhares de turistas até nós, apaixonados pelas paisagens pintadas de branco e rosa, uma experiência única que beneficiará com a plantação de mais amendoais. Assim teremos uma paisagem com estas manchas coloridas entre os olivais e as vinhas que, juntamente com o xisto, formam os grandes pilares da economia local, quatro produtos de excelência: vinho, azeite, amêndoa e o xisto. Qual é a vantagem de estarmos a olhar para um cartaz desta envergadura? A vantagem de olhar para um cartaz desta envergadura é, em primeiro lugar, destacar a forte presença associativa. Na CIM Douro, nós somos o terceiro concelho com mais associações inscritas, sendo que 45 delas se mostram ativas, portanto, é uma grande força que temos aqui. Todas elas, de uma forma ou de outra, vão dar o seu contributo ao evento, porque todos devem sentir a aposta que o município faz na amendoeira em flor. São estas associações, as Juntas de Freguesia, e os particulares que queiram participar. Vamos ter, por exemplo, duas feiras em que uma delas acontece fora do recinto, em que participam mais de 100 expositores, a NaturAlmendra, enquanto outra decorre no recinto do certame durante os três fins de semana. Vamos ter uma Oficina de Beleza e Bem-estar relacionados com produtos endógenos, ou seja, vamos ter aqui alguém conhecedor do setor e que nos vem explicar qual é a melhor forma de podermos criar derivados da própria amêndoa, que é o caminho que começamos a traçar. Quando refere que as Associações são ativas, significa que não há necessidade de as “picar” para que se envolvam num projeto desta dimensão? Quando chega o grandioso momento do certame, que é o Desfile Etnográfico, temos cerca de 60 a 70 carros alegóricos a participar, e todos eles estão sempre ligados aos nossos quatro grandes produtos. Somos bafejados pela sorte de que os nossos produtos são efetivamente muito bons. Acabamos por perceber que eles participam, num universo de 50 carros, 40 são seguramente de associações. Num município com 6600 habitantes, como é o nosso, são cerca de 400 as pessoas que participam neste desfile, e isso é muito importante para nós. É certo que este não é um trabalho fácil, nós temos 14 freguesias, é preciso ir ao terreno, falar com as pessoas cara-a-cara, envolvendo-as. Por exemplo, na Freguesia de
Murça temos o jogo da malha e da sueca que atrai muita gente de fora para jogar, temos o Museu da Telha na Touça, o Museu do Pão onde as pessoas podem participar nas atividades ao som da animação das concertinas. Uma diversidade de atividades que envolve várias freguesias. A Festa da Amendoeira em flor de Foz Côa é diferente, não acontece num espaço fechado, limitado às suas capacidades. São três fins de semana em que temos atividades por todo o concelho, envolvendo toda a nossa população. É correto afirmar que a Festa da Amendoeira em flor é um cartão de visita do concelho de Vila Nova de Foz Côa? Agradavelmente, percebemos que as pessoas acabam por fazer essa conjugação. Há atividades como os passeios todo o terreno de jipes, motas ou bicicleta, que têm mais de 150 participantes cada um. Pessoas que se deslumbram com o nosso concelho porque temos um pouco de tudo para lhes oferecer: um bom vinho, uma boa refeição, uma boa paisagem, o saber receber, e isso é importantíssimo. O feedback que temos é que as pessoas que nos visitam ficam surpreendidas com o que encontram. Eu costumo dizer que nós temos dois tipos de visitantes, os que não conhecem o interior mas que estão conscientes dos recursos aqui existentes e que agora começam a vir conhecer; e os que não têm qualquer ideia sobre o que é o interior e que ficam surpreendidos quando nos descobrem. Notamos um crescimento do turismo no nosso concelho, o Museu, por exemplo, cresceu no número de visitantes anuais de 45 para 50 mil. É óbvio que num espaço temporal curto como este evento, a resposta ao fluxo turístico é mais difícil, daí ser importante aproveitar o momento para cativar os turistas a regressarem mais tarde. E o concelho tem capacidade hoteleira para receber esse fluxo? É difícil. Sabemos que não há essa capacidade para o fluxo deste momento pontual. E isso continuará a ser um problema porque cada vez trazemos mais gente. Contudo, isso para nós não é um problema grave até porque temos a noção exata do que é o nosso território, é habitual que muitos daqueles que nos visitam ficarem a dormir nos municípios vizinhos. Um evento desta dimensão acaba por ter reflexos não só no nosso concelho como nos nossos vizinhos. A situação das capelinhas tem que acabar. O que fazemos é estar em contacto com os municípios vizinhos, de forma a que não haja uma sobreposição de eventos, o que temos conseguido fazer. Que momentos destacaria do cartaz deste ano? Tal como já disse antes, estamos a falar de mais de 40 atividades, todas elas com a sua importância. Como habitual, o destaque leva-nos a começar pelo fim, o Desfile Etnográfico. Este é o momento que retrata aqui que é a cultura, as tradições, o modo de viver das nossas gentes. Não é um desfile carnavalesco, é um desfile etnográfico. De resto, aquilo que me parece importante, não é destacar uma ou outra atividade, até porque seria injusto para todos aqueles que fazem verdadeiros sacrifícios pessoais para organizar a sua. O importante é o entrosamento entre a cultura, o desporto,
a atividade lúdica, etc. Tudo isso está vertido neste programa em que, cada fim de semana, é pensado para o público alvo que pretendemos atingir. O primeiro fim de semana é marcado pela presença dos amantes de todo o terreno que irão circular por aí de jipe, mota ou bicicleta, um total de 500 ou 600 pessoas que vêm participar nos eventos, fora os que vêm assistir. O nosso passeio de cicloturismo já vai na 31ª edição, há muita história por trás destas atividades, o Festival de Folclore, também no cartaz, conta com 33 edições, e tantas outras. Depois há eventos transversais como o Sarau Cultural da Escola Secundária, onde há participantes que vão do primeiro ao último grau de ensino escolar. O Jantar Académico onde participam todos os jovens foz-coenses que estudam na universidade. Também a Universidade Sénior tem um papel de destaque aqui, sempre com uma participação muito rica, com um regresso às origens, à história de Foz Côa. Há aqui uma identidade muito própria, não fazemos um cartaz por fazer. Aquilo que ouvimos quando há a divulgação de um cartaz de um evento destes é a referência à presenta do grupo “x” ou do cantor “y”, eu não partilho dessa opinião. O investimento que se faz é muito grande, as pessoas chegam meia hora antes do concerto, assistem ao espetáculo e vão-se embora, muitos nem chegam a jantar cá, não é esse o nosso objetivo. Não podemos medir o sucesso desta festa pelos cantores que aqui vêm, temos de medir pela envolvência que é conseguida com todos e que atrai gente de fora, que frequenta o nosso comércio tradicional trazendo mais valias para os nossos comerciantes. A forma de ver esta festa é diferente de todas as outras a que estamos habituados. Por exemplo, no dia 8, Dia da Mulher, o dia vai ser dedicado a elas com elementos da Escola de Artes nas ruas a entregar poemas às pessoas. Uma mensagem para que o público venha até à Festa das Amendoeiras em flor. É comum dizer-se que é no Douro que tudo acontece. Mas é em foz Côa, sinalizado no mapa da interioridade, que surgem evidências incomensuráveis, capazes de deslumbrar quem nos visita. Estamos definitivamente no ponto de partida do reino maravilhoso de Miguel Torga. As amendoeiras em flor, nesta época do ano, atraem milhares de turistas. Apesar das amplitudes térmicas incaracterísticas a que o território está sujeito ao longo do ano, nesta altura predomina um tempo frio e bastante seco. Mas é com este tempo e nesta região que a primavera desabrocha numa floração magnifica de branco e rosa. Conscientes de tal atratividade, tornarmo-nos pioneiros na elaboração das grandiosas festividades alusivas à contemplação de tal floração. A diversidade de opções temáticas culturais, a animação musical e a aposta nas sinergias locais são motivos motivacionais mais que suficientes para se deslocar ao concelho de Foz Côa. O desfile etnográfico do dia 10 de março é o culminar de um cruzamento perfeito entre emoções e sensações únicas - trilhos da memória das nossas gentes - e a força das formas inspiradas da natureza, da história e da arte. Visite este livro. Seja bem-vindo. ■
VIVADOURO FEVEREIRO 2019 19
Tarouca
Centro Interpretativo do Mosteiro de São João de Tarouca está encerrado Num comunicado enviado às redações, o Museu de Lamego, responsável pela gestão do projeto Vale do Varosa, informa que o Centro Interpretativo do Mosteiro de São João de Tarouca se encontra temporariamente encerrado ao público, contudo, a igreja e a área arqueológica mantêm-se visitáveis. No documento pode ler-se que, "o encerramento manter-se-á enquanto decorrem os trabalhos de valorização do espaço, no âmbito da segunda fase do Projeto Vale do Varosa", que é promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte, e cofinanciado pelo Programa Norte 2020. Iniciado em 2009 o projeto Vale do Varosa, que agora entra na segunda fase, permitiu a criação e abertura ao público de uma rede de monumentos. O projeto "incluiu a recuperação parcial e abertura
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ao público do Mosteiro de São João de Tarouca, do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e do Convento de Santo António de Ferreirim", recorda o museu, frisando que se tratam de "imóveis históricos de enorme valor identitário, artístico e patrimonial, e como tal, de elevado potencial turístico". Em abril de 2014, "a rede foi ampliada com a integração da ponte fortificada de Ucanha e da capela de São Pedro de Balsemão", acrescenta. De acordo com o Museu de Lamego, agora, com a segunda fase do projeto, está prevista a "continuação, consolidação, alargamento e melhoria" do trabalho já feito. Serão realizadas "ações que visam o alargamento das áreas de visita já abertas", a "integração de novos elementos patrimoniais nos percursos de visita", o "aumento da diversidade de elementos e temáticas de visita e o reforço da comunicação do projeto", avança. Os trabalhos de valorização no Centro Interpretativo do Mosteiro de São João de Tarouca juntam-se à já consolidada intervenção de conservação e restauro do teto da antiga botica do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, em Tarouca, "que marcou, ainda em 2018, o arranque da operação do Projeto Vale do Varosa 2", refere o museu. Este projeto tem um investimento global de cerca de dois milhões de euros. ■ PUB
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20 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Vila Real Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira
Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária
“Dentes saudáveis a vida toda”
Durante dois dias, 30 e 31 de março, o Mercado Municipal de Vila Real será um espaço ocupado por criativos do Douro que irão apresentar as suas ideias em áreas que vão desde o artesanato, à música, à gastronomia ou à arquitetura, uma iniciativa inserida no projeto Douro Creative Hub. O ‘Mercado Criativo’, nome dado ao evento, é o culminar do Douro Creative Hub, um projeto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), criado com o propósito de identificar e promover as indústrias criativas do Douro. Na apresentação da iniciativa, representando a instituição de ensino, esteve Artur Cristóvão, vice-reitor, que explicou que o objetivo do projeto é que a universidade se mostre fora de portas. "Estamos na fase final deste projeto que pretendeu agregar pessoas em volta desta área das industrias criativas. O Douro Criativo reforça também a ligação da própria universidade com a comunidade do Douro. Não é um projeto virado para dentro, mas sim um projeto onde a universidade põe ao serviço as suas potências e recursos para ajudar a dar visibilidade a um setor, a criatividade, que nem sempre é reconhecido como seria o ideal", afirmou. João Calejo, gestor do projeto Douro Creative Hub, começou por lembrar o início do projeto, sublinhando o envolvimento da sociedade civil. “Este projeto nasceu de uma provocação da sociedade civil, demonstrando a necessidade de criar um projeto que agrupasse aquilo a que se intitula de industrias criativas, e a UTAD, como instituição de relevância da região aceitou o repto”.
João Calejo passou depois a apresentar o programa deste ‘Mercado Criativo’ que “pretende ser o somatório de tudo aquilo que temos vindo a fazer e também, ser uma montra para os criativos da região. Temos tudo preparado para receber 30 expositores, um limite imposto pela própria dimensão do espaço. A própria gastronomia, também ela uma industria criativa, terá cinco expositores no evento. O programa foi pensado para dar uma imagem daquilo que a região pode oferecer em termos criativos”. Durante os dois dias do ‘Mercado Criativo’, irão ainda ter lugar diversos debates sobre arquitetura e artes visuais, 'showcookings', atividades para crianças, concertos, exposições e um espaço para apresentação de empresas da área das indústrias criativas. O arranque do evento será marcado pela estreia do espetáculo "Lago dos Caretos", um projeto liderado pelo músico Luís Filipe Santos e vencedor do Prémio Douro Criativo, na categoria de "Projetos ligados às Indústrias Criativas - a realizar", no dia 29. Este será também o momento escolhido para a apresentação de um livro que reúne grande parte dos criativos dos 19 municípios do Douro e que resultou de um levantamento de agentes criativos a trabalhar neste território. Terminado o ‘Mercado Criativo’, o projeto irá ser apresentado em algumas escolas do 1.º ciclo dos municípios durienses, para a partilha de experiências e realização de ateliers, tendo sempre como foco a criatividade. O Douro Creative Hub, cofinanciado com o apoio do Norte 2020, foi lançado em 2017 e teve como objetivo "identificar, dinamizar, e promover as indústrias criativas da região do Douro". Para além do mapeamento dos criativos, o projeto promoveu ainda o primeiro prémio de indústrias criativas, direcionado à região NUTS III do Douro, um plano estratégico para a dinamização da economia cultural e um 'creative camp'. ■ FOTO:VD
A saúde oral tem um papel fundamental na prevenção de cáries e doenças de gengivas, mas não só, pois os dentes são necessários para mastigar, falar e sorrir. Para além dos dentes é também importante proteger e tratar a língua e as gengivas. Sabe-se atualmente que as infeções orais podem influenciar a evolução e controlo de outras doenças como por exemplos a diabetes, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares obstrutivas crónicas etc., para além destas, as doenças da boca podem ser muito desconfortáveis e até mesmo influenciar a capacidade de nos relacionarmos com os outros. É fundamental que a população tenha conhecimento de que existe o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, que prevê a atribuição de cheques-dentista em várias etapas da infância (entregues nas escolas aos 7, 10 e 13 anos e pelos médicos de família se houver necessidade nas idades intermédias). Para além das crianças também as grávidas têm direito ao cheque-dentista e devem solicitar a sua emissão ao médico de família (DGS, 2013). O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral foi alargado às pessoas idosas que sejam beneficiários do Complemento Solidário do Idoso, pela vulnerabilidade que apresentam nomeadamente a nível económico e de saúde (DGS, 2008). As pessoas idosas têm vários fatores de risco, que podem aumentar a probabilidade de terem doenças da boca, como por exemplo: toma de muitos medicamentos, falta de dentes que não ajuda na mastigação, próteses não adequadas e ajustadas. É importante que os idosos que reúnam estas condições digam ao seu médico que pretendem ir ao dentista. Para manter uma boa saúde oral é da maior importância: - Escovar os dentes duas ou mais vezes por dia (uma delas antes de dormir), com uma escova macia, que deve ser substituída de 3 em 3 meses; - Usar um dentífrico com flúor, porque torna os dentes mais resistentes e ajuda a prevenir as cáries; - Usar fio dentário como complemento (nunca palitar os dentes); - Se usar prótese dentária é importante escová-la bem com um produto próprio para esse efeito e prestar atenção ao seu desgaste e ajuste na boca. Se não estiver bem-adaptada pode provocar lesões na boca e dificultar tanto a mastigação como a própria fala. Para proteger a saúde oral, para além das medidas de higiene é também muito importante uma alimentação saudável e ainda a realização de visitas regulares ao dentista e higienista oral, para se detetar precocemente alterações que necessitem de tratamento. Preservar uma boa saúde oral é fundamental para manter uma boa saúde no geral, por isso não se esqueça de fazer a sua consulta de rotina dentária pelo menos uma vez por ano!
A criatividade invade o mercado
> João Calejo e Artur Cristóvão
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22 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Torre de Moncorvo
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Taxa Turística no Douro!
O município de Torre de Moncorvo, lançou no início de fevereiro o concurso público para as obras de requalificação da Escola Dr. Ramiro Salgado, representando um investimento total de cerca de 2,3 milhões de euros. De acordo com o aviso do concurso publicado em Diário da República, a obra tem como prazo de execução um ano e meio (480 dias) e prevê a remodelação e requalificação da sede do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, em Torre de Moncorvo. Em declarações à comunicação social, o presidente da câmara de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, disse que espera que a empreitada tenha muitos concorrentes, já que se trata de um processo que se arrasta desde 2014. "No ano de 2018 já deveriam estar concretizados 618 mil euros de obra e, sem termos qualquer responsabilidade neste processo, ele tem vindo a ser adiado", vincou o autarca social-democrata. Nuno Gonçalves espera agora que o tempo de atraso para a requalificação do estabelecimento de ensino seja recuperado e que, em 2021, tal como o previsto, a escola esteja complemente requalificada. "São 40 anos sem qualquer tipo de intervenção na Escola Dr. Ramiro Salgado, sendo necessário dar as melhores condições aos alunos, aos docentes
e todos que ali trabalham, para assim podermos exigir bons resultados", frisou o autarca. A autarquia espera também que este concurso público "não fique deserto", já que a empreitada tem um valor superior a dois milhões. "Estou certo que deverá haver interessados para evitar que o concurso fiquei deserto", enfatizou. Outro dos anseios do autarca transmontano é que não haja "derrapagens", sendo esta, em sua opinião, "a grande missão de quem vai fiscalizar a obra", considerando que o valor da obra deveria rondar os três milhões de euros para evitar "percalços e atrasos" na requalificação do equipamento. "Para ter a devida requalificação, deveriam ser investidos, no mínimo, cerca de três milhões de euros", disse o autarca. A intervenção na escola Dr. Ramiro Salgado ronda os 2,3 milhões de euros financiados em 85% pelo Norte 2020, 7,5% pelo Orçamento de Estado e 7,5% pelo município de Torre de Moncorvo. Em outubro do ano passado, o presidente da Câmara de Torre de Moncorvo lamentou que as obras prometidas para a escola secundária Dr. Ramiro Salgado, cujo edifício apresenta deficiências estruturais, estivessem já com dois anos de atraso. "O atraso de dois anos para o início das obras não o podemos recuperar. Em 2018 estava previsto um investimento de 618 mil euros, uma situação que já não será recuperável. Depois da assinatura do protocolo que visava a intervenção, em 2016, o processo burocrático arrastou-se por 24 meses", disse, na ocasião, Nuno Gonçalves. ■ FOTO:VD
Para apoiar os mais idosos e promover o empreendedorismo jovem! Alguns territórios usam este mecanismo para promover equilíbrio e redistribuição de recursos. Um mecanismo para se obterem, de forma mais óbvia e direta, receitas provenientes do turismo e se possam usar a favor dos residentes. O turismo é uma atividade humana que se apoia em equipamentos hoteleiros. Os turistas fazem opções em função da atratividade dos territórios. Pelas suas riquezas paisagísticas, históricas, gastronómicas etc. Mas, o que faz os territórios verdadeiramente atrativos são as pessoas que neles vivem. O Douro é tudo o que lhe conhecemos mas é fundamentalmente pessoas. E é dessas que precisamos cuidar. Por isso, é chegada a hora de aplicar uma taxa turística no Douro! Para se fazer dessa taxa um instrumento financeiro de apoio à pessoas mais desfavorecidas e para se promover o empreendedorismo jovem. Este apoio poderia ser canalizado através das instituições que apoiam as pessoas. Particularmente as Pessoas idosas. Pode, também, instituir-se um Fundo para a criação de novos negócios por jovens que pretendam iniciar atividade profissional no Douro. Dar oportunidades aos jovens neste território em desertificação, é oxigénio para quem está em agonia respiratória. Queremos um Douro cheio de glamour, um Douro de encanto! Mas um Douro também para as pessoas que cá vivem. Um Douro de Oportunidades e inclusivo. Um Douro que não deixe ninguém para trás. Um Douro vivo! Proponho, assim, que todos os 19 concelhos da CIM Douro-Comunidade Intermunicipal do Douro, aprovem a taxa turística de 2 euros. Os fundos obtidos pela aplicação da taxa turística em todos os 19 municípios, para que tivesse impacto, seria gerido, assente no principio da equidade e solidariedade territorial, pela CIM Douro. Estaríamos a falar de valores consideráveis para a região, mas que não oneravam de forma minimamente significativa quem procura o Douro e não criava qualquer problema de competitividade às unidades hoteleiras aqui instaladas. Algumas delas, eventualmente uma grande parte, nem domicilio fiscal têm por cá. Incluiria aqui, se exequível, as dormidas em barcos ancorados ou a circular na região. Do turismo fica cá pouco, queremos que fique mais. Um Grande Douro, para todos!
Requalificação de escola em Moncorvo vai custar cerca de 2,3 M€
> Nuno Gonçalves, presidente C. M. Torre de Moncorvo
VIVADOURO FEVEREIRO 2019 23
Freixo com Interesse Público Freixo Duarte D’Armas enraizado na História com classificação de interesse Publico O Freixo de Freixo de Espada à Cinta, árvore icónica do Concelho, e que contabiliza mais de 500 anos, foi classificada pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e Florestas) como Árvore de Interesse Público. Saliente-se que este processo de preservação e classificação foi despoletado pelo Município Freixenista em colaboração com outras entidades, designadamente a UTAD, Universidade do Algarve e o próprio ICNF. O primeiro momento simbólico da revitalização do Freixo ocorreu em 2017 com a oferta, e plantação, de um clone do Freixo
Freixo de Espada à Cinta
Duarte D' Armas à Presidência da República. Para Maria do Céu Quintas, Presidente da Autarquia, “esta classificação é importante não apenas pelo rigor cientifico que a alimenta, mas também para o vigor simbólico da História de um território e de um Povo”. ■
Freixo de Espada à Cinta Concorda com Transferência de Competências do Estado para os Municípios Município de Freixo de Espada à Cinta aceita a transferência de competências do Estado para os Municípios, confirmou Maria do Céu Quintas, Presidente da Autarquia ao VivaDouro.
“A questão foi levada a conhecimento em sede de reunião de Câmara e Sessão da Assembleia Municipal. É minha convicção, enquanto Presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, que o pacote de transferência de competências sugeridas pelo Governo, é benéfi-
co para o concelho”, enfatizou a Autarca. Por um lado, porque vai permitir uma melhor gestão dos recursos humanos das instituições abrangidas: gere melhor, quem está mais próximo, na circunstância, a Autarquia. Por outro lado, parte dessa gestão de re-
Freixo de Espada à Cinta conquista Fitur Município do Douro Superior representou-se com espaço próprio na terceira maior feira do sector, do Mundo, e a segunda da Europa. “Sucesso indiscutível”, é assim que Maria do Ceu Quintas classifica a estreia de Freixo de Espada à Cinta na FITUR-Feira Internacional de Turismo de Madrid, uma das maiores da Europa, a mais importante do mercado Ibero-Americano, e a terceira maior do Mundo.
Freixo de Espada à Cinta fez-se representar com a Seda, referência do concelho, num espaço de 16m2 que serviu, também, como mencionou a Autarca “para promover o território no seu conjunto, onde se incluiu a oferta privada do sector”. Para além desta presença foi assinado no Pavilhão da Extremadura Espanhola o protocolo “Duas bandeiras, um único coração - Dos banderas, un único corazon” Um Protocolo de Cooperação, na área do Turismo, com o Ayuntamiento Extremeño de Orellana la Vieja (primeiro município Espanhol a receber Bandeira Azul). ■
cursos (pessoal não Docente do Agrupamento) já é assumida pelo Município. A que está afecta ao Centro de Saúde não nos acarreta dificuldades de maior. Em suma: com esse pacote, garante-se melhor gestão de recursos e defende-se a empregabilidade local”, concluiu a Autarca. ■
24 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Moimenta da Beira
Moimenta da Beira tem nova rede de transportes públicos
Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia
O 10 de Chalana no massacre da Luz FOTO:DR
“Este é já o 15º projeto SIM – ‘Solução Integrada de Mobilidade’ que a Transdev implementa em Portugal, sendo que estamos em negociações com vista à implementação de projetos semelhantes em mais cinco municípios”, referiu José Gomes, diretor de exploração da Transdev Portugal. O responsável da empresa acrescentou ainda que “a conceção destes projetos implica sempre um elevado grau de cooperação com as autarquias, na medida em que as soluções de mobilidade colocadas no terreno são desenhadas à medida das reais necessidades das populações”. O novo serviço de mobilidade foi apresentado à população pela autarquia de Moimenta da Beira, numa sessão no Auditório da Biblioteca Aquilino Ribeiro. Para o presidente da autarquia, José Eduardo Ferreira, “esta nova rede de transportes públicos confere uma melhor mobilidade urbana e periurbana, cobrindo todas as freguesias”, e reforça “a oferta de alternativas e soluções mais económicas de transporte às localidades mais afastadas da sede do concelho vai também significar mais qualidade de vida”. Com a “Mobilidade à Beirinha”, os habitantes do concelho de Moimenta da Beira pas-
sam agora a dispor de mais percursos, com cinco linhas, uma para cada dia da semana, e com todos os circuitos a serem efetuados em simultâneo nos dias de feira, que se realiza quinzenalmente, às segundas-feiras. A par das cinco linhas foi também implementado um circuito urbano, com sete circulações diárias de segunda a sexta-feira, que fará também a distribuição e recolha dos passageiros oriundos das diversas freguesias pelos vários pontos da vila. O serviço prevê ainda a possibilidade de os habitantes de algumas das localidades mais afastadas do centro da vila poderem viajar mediante transporte a pedido, disponibilizando para tal um contacto telefónico gratuito, que deverá ser feito no dia útil anterior ao da viagem, até às 12h00. Até ao final do mês de fevereiro, todas as viagens na nova rede de transportes serão gratuitas. Depois, a partir de março, as viagens terão o custo de 1 euro, no caso dos circuitos regulares e a pedido, e de 0,50 euros no caso das viagens no circuito urbano. O funcionamento das cinco linhas que, a cada dia da semana, vão aproximar os habitantes das freguesias de Moimenta da Beira da sede do concelho, vai começar por ligar, às segundas-feiras, as localidades de Sarzedo, Sanfins, Cabaços e Peva à Central de Camionagem de Moimenta da Beira. Às terças-feiras, a rede fará a ligação entre Nagosa e Moimenta da Beira, seguindo-se, às quartas-feiras, o transporte das localidades de Castelo e Pêra Velha para Moimenta da Beira, com os habitantes de Semitela a ficarem com a opção de transporte a pedido. Às quintas-feiras, o serviço vai ligar Alvite ao centro do concelho, ficando os habitantes de Espinheiro com a opção de transporte a pedido. Por fim, às sextas-feiras, “A MOBILIDADE À BEIRINHA” fará a ligação entre Mileu e Moimenta da Beira. ■ FOTO:DR
Resultado histórico numa tarde com chuva. Muita chuva. De golos? Também. É necessário recuar 55 (!) anos para identificarmos uma goleada tão expressiva no Estádio da Luz. Após o desaire do FC Porto no terreno do Moreirense, o SL Benfica derrotou o Nacional da Madeira, por 10-0. Sim, leu bem. 10-0. Uma verdadeira lição de futebol. E nota para o facto de o Sporting de Braga também não desarmar, dado que protagonizou uma importante reviravolta frente ao Desportivo de Chaves, colando-se a águias e dragões. Ainda assim, parece-me justo destacar o salto qualitativo que a formação encarnada deu com a chegada de Bruno Lage. Num modelo de jogo que favorece os jogadores, há velocidade e intensidade em praticamente todas as ações. Mesmo dando espaço à liberdade criativa dos "craques". E a reação à perda da bola é a chave deste Benfica. A turma de Bruno Lage recupera alto e, por isso, está mais perto da baliza adversária perante uma organização defensiva naturalmente desequilibrada. Quanto mais rápido se recupera a bola, mais perto se estará do sucesso. Elementar. Mas escrever é bem mais fácil do que executar. Até porque este é um dos grandes segredos das equipas orientadas pelo génio Guardiola. Uma premissa que potencia um futebol trabalhado mas ao mesmo tempo simples, uma troca de bola curta e artística e uma movimentação tática brilhante, que tem fascinado, por completo, todos os verdadeiros amantes do desporto rei. A filosofia de Pep conquistou todas as provas europeias e ainda foi capaz de influenciar dois Mundiais de futebol sem que neles tenha participado. É obra. Mas voltando a Bruno Lage - que tanto caminho tem ainda a percorrer para sustentar a tese de quem lhe pinta um futuro brilhante - e às suas ideias de jogo, é obrigatório falar do seu "joker". João Félix, claro. O rendimento e o talento do miúdo estão à vista de todos. E desde o momento em que o treinador português chegou ao comando técnico da equipa principal encarnada, Félix jamais ficou de fora do onze inicial. O Campeonato está ao rubro. E ainda bem. A competitividade alimenta o futebol. O meu último parágrafo será dedicado ao Betis de Sevilha, equipa andaluz que me vai encantando. Deveria destinar-lhe bem mais caracteres. Porém, terei que ser breve. William Carvalho, Andres Guardado, Giovani Lo Celso e Sergio Canales. É possível jogar com todos ao mesmo tempo? Quique Setién, treinador do Betis, responde afirmativamente. E sabem porquê? Porque as boas ideias permitem uma interação de sucesso entre os melhores intervenientes. Não é coincidência que o técnico espanhol tenha feito algo que já não acontecia há uma década. Vencer no Santiago Bernabéu e em Camp Nou na mesma temporada. Brilhante. Mas passando àquele quarteto de luxo: William Carvalho dispensa apresentações, é um dos melhores médios defensivos da atualidade. Guardado e Lo Celso são dois sul-americanos abençoados pelo talento. E sobra Sergio Canales. Sou, inevitavelmente, levado pela nostalgia quando se fala neste jogador. Como teria sido a carreira do "menino loiro", que nasceu em Santander, se não tivesse rasgado o seu maldito ligamento cruzado? Agora, prestes a completar 28 anos, o médio espanhol não é apenas uma das grandes figuras da presente temporada. É, também, a prova de que uma lesão grave não preconiza um final antecipado. O futebol de Canales está a fluir naturalmente. Com passes e dribles encantados, vai deambulando pelo relvado com uma inteligência ímpar. Vale a pena ver este Betis. Acredite.
Chama-se "Mobilidade à Beirinha" e arrancou no passado dia 8 de fevereiro, no concelho de Moimenta da Beira. A nova rede de transportes que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal e a empresa Transdev vem reforçar e melhorar a oferta de mobilidade.
VIVADOURO FEVEREIRO 2019 25
Nacional
Alfândega da Fé à Mesa revela os melhores sabores da região transmontana Autarquia apresentou projeto que pretende tornar Alfândega da Fé num destino gastronómico Há restaurantes em Alfândega da Fé onde pode comer vários pratos típicos e exclusivos deste concelho. É o caso das sopas das segadas, uma iguaria que noutros tempos foi alimento dos segadores, que de sol a sol recolhiam o cereal dos campos. A receita inclui bacalhau, pão, ovos e vários condimentos. Há ainda quem lhe acrescente batata cozida. Bem regado com os azeites de Alfândega da Fé, o prato é uma delícia mas há muitos outros que pode provar. Cabrito, cordeiro, entradas regionais, sobremesas confecionadas com produtos locais e ainda pratos vegetarianos, compõe o menu dos restaurantes aderentes ao projeto Alfândega da Fé à Mesa, que a autarquia apresentou no passado dia 22 de janeiro. Trata-se de uma estratégia para di-
namizar e promover a gastronomia local, atraindo mais visitantes ao concelho. Com uma vasta oferta de produtos de grande qualidade, paisagens de cortar a respiração, sítios e locais de interesse histórico, atividades turísticas e culturais diversificadas, Alfândega da Fé possui um leque de atrativos para o turismo, que se complementam com a oferta gastronómica impulsionada com
esta iniciativa. Por esse motivo, a autarquia decidiu avançar com o projeto “Alfândega da Fé à Mesa”, que conta com a colaboração e parceria do chef Marco Gomes. Este reputado cozinheiro é natural do concelho e está a acompanhar toda a implementação do mesmo. O próximo passo vai ser a formação e a definição da estratégia empresarial junto dos restaurantes no cumprimento das regras
da adesão e sua dinamização. Produtores, empresários da restauração e agentes de turismo local estiveram presentes no arranque oficial do projeto. Os restaurantes “O Garfo II” , “Sá&Moura” e “São Sebastião”, foram os primeiros a aderir e a autarquia espera que até à Festa da Cereja, que acontece em junho nesta vila, mais restaurantes se juntem a este projeto. ■
Governo anuncia 190 milhões de euros de apoios financeiros à agricultura A partir de junho, deverá estar disponível um novo programa de financiamento à agricultura nacional, em complemento ao Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020, revelou o ministro da Agricultura. Novos apoios resultam de acordo com o Banco Europeu de Investimento (BEI). O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, anunciou no passado dia 6 de Fevereiro, que deverá estar disponível a partir de junho um novo programa de financiamento à agri-
cultura nacional, em complemento ao Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020. O novo programa de financiamento resulta de um acordo estabelecido com o Banco Europeu de Investimento (BEI), através do qual serão disponibilizados 190 milhões de euros para financiar projetos que ultrapassem a dotação do PDR 2020. “Negociámos com o Banco Europeu de Investimento, uma forma de financiamento ao setor, através do qual o BEI disponibilizará 190 milhões de euros, e o Ministério da Agricultura, através do PDR 2020, garantirá um financiamento para a garantia destes empréstimos na ordem dos 20 milhões”, explicou o ministro durante a visita à feira Fruit Logistica, que aconteceu em Berlim. Segundo Capoulas Santos, trata-se
de um apoio reembolsável, com juros o mais baixo possível e até três anos de carência. Acompanhado do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, o titular da pasta da Agricultura visitou os expositores nacionais, a maior parte dos quais (37) integra a Portugal Fresh, organização de produtores vocacionada para o mercado externo. A Fruit Logistica é o maior evento mundial do setor hortofrutícola e tem vindo a acolher uma participação nacional cada vez mais expressiva, reveladora da dinâmica de crescimento da produção nacional. Os resultados do setor hortofrutícola mantêm uma trajetória de crescimento sistemático, tendo a produção atingido os 2.500 milhões de euros em 2017, dos quais uma fatia de 41%
seguiu o caminho da exportação. Em 2018, estima-se que o valor das exportações hortofrutícolas tenha atingido os 1.500 milhões de euros, que correspondem a 50% do total do volume de negócios. Desde que assumiu funções, este Governo abriu já 15 mercados para 45 produtos de origem vegetal e está igualmente a negociar a abertura de outros 18 mercados para viabilização da exportação de mais 50 produtos da área vegetal. África do Sul, China, Indonésia e Coreia do Sul são os mercados prioritários. Estes números resultam de uma forte aposta do Governo na internacionalização, que contrasta com os resultados alcançados pelo anterior Executivo (três mercados abertos para sete produtos ao longo de toda a legislatura). ■
26 VIVADOURO FEVEREIRO 2019
Opinião
Que Futuro para o Douro
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
Num ano que será pautado por um novo ciclo eleitoral nacional e europeu e pela preparação das bases para o futuro quadro comunitário, é oportuno pensar o Futuro do Douro. Indubitavelmente, o Douro mostra indicadores demográficos preocupantes em termos de natalidade e de envelhecimento. Mas, como foi referido nas cerimónias comemorativas da Comunidade Intermunicipal do Douro, também é fundamental refletir sobre o modelo económico da região. Do novo ciclo de programação espera-se maior coesão social e territorial para a Europa, mas também para o nosso país e claramente para consolidar o Douro.
Os dados do último ano apontam para um bom desempenho económico, com o emprego a crescer a uma taxa superior à do PIB, o que sugere uma recuperação assente em atividades de baixos salários, logo com a produtividade a decrescer. A mudança de uma economia de baixos salários para um paradigma de elevado valor acrescentado exige investimento em conhecimento, inovação e bens transacionáveis competitivos nos mercados internacionais. Daí, o Douro precisar de preparar uma agenda para a próxima década, que envolva a sociedade, os stakeholders e naturalmente os partidos políticos. Desta agenda espera-se uma estratégia
coletiva que permita atrair jovens qualificados para a região, a denominada atração e fixação de talento, a par de dinâmicas de internacionalização que potenciem o turismo da região. Mas, no próximo quadro comunitário, é vital que as regiões privilegiem as questões da ciência e da inovação, sendo fundamental que o Douro gere um ecossistema de investigação e inovação pública e empresarial. Assim e na perspetiva de coesão regional, é determinante que o próximo quadro comunitário mantenha uma politica de fundos regionais de ciência e inovação. A criação da Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho que envolve cer-
ca de 100 investigadores e a criação de uma delegação do Instituto Fraunhoffer anunciada para final de março, são bons exemplos de iniciativas de I&D que a UTAD dinamizou ao serviço da região que importa consolidar no Futuro. Em síntese, o Douro deve traçar novos caminhos que se considerem também matérias de conhecimento e inovação, visando ambicionar uma região mais qualificada, mais coesa, mais atrativa e com uma trajetória estrutural, não apenas cíclica, de recuperação económica e social. A UTAD deve ter um papel ativo e determinante nesta estratégia e novo percurso para o Douro.
A Exposição Sérgio´19 é um repositório documental, necessariamente incompleto, do arquivo pessoal de António Sérgio que compete à CASES preservar, tratar e disponibilizar. É o que temos feitos nos últimos anos cujos resultados podem ser acedidos, por via eletrónica, ou presencialmente, na vivenda da Lapa, que foi sua residência desde 1923. António Sérgio foi uma personalidade complexa. Homem do mundo, cosmopolita, nascido em Damão, filho e neto, pela ascendência paterna, de militares da Marinha, educado para dar continuidade a essa tradição, que contrariou, viajante por gosto do conhecimento e
exilado como resultado da sua obstinada oposição ao cerceamento das liberdades. A sua obra e ação mais relevante foi realizada e publicada na primeira metade do século XX. Em breves palavras Sérgio foi um insigne “pedagogista” (como se intitulava), sempre focado na questão da educação, de que foi ministro em 1923; ensaísta prolixo e polemista implacável; mentor e figura maior do cooperativismo português moderno; humanista de corpo inteiro; democrata libérrimo por convicção. Político sem partido influente na oposição ao Estado Novo, desde 1926, teve desde cedo a perceção de que o a ditadu-
ra só cairia “por dentro”, daí ter apoiado as candidaturas presidenciais de Quintão Meireles e de Humberto Delgado que Sérgio, na verdade, “inventou”. O que mais me aproxima dele é a sua recusa em aderir a ideários, causas ou programas por outras razões que não fossem a da busca da verdade, da defesa estrénua da cooperação, democracia e liberdade. Por todas as razões aduzidas, e outras que não cabem neste breve artigo convido-vos a visitar a Exposição em apreço oportunidade única para conhecer melhor de um grande intelectual e cooperativista do século XX português.
Exposição Sérgio´19
Eduardo Graça Presidente da direção da CASES
Está presente na Assembleia da República até ao dia 22 de março de 2019 a Exposição Sérgio´19 no âmbito do Tributo a António Sérgio. O homenageado, António Sérgio de Sousa, ao qual prestamos tributo, pelo cinquentenário da sua morte, merece ser lembrado pela sua obra e militância cívica em prol da defesa dos valores da cooperação, da democracia e da liberdade. A CASES, herdeira do INSCOOP, ostenta no seu título o nome de António Sérgio o que muito se deve, certamente, a um seu discípulo direto, o Prof. Henrique de Barros, Presidente da Assembleia Constituinte.
O Douro e apoio da União Europeia – Uma reflexão
Jorge Nunes Vogal do NORTE 2020
A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro é constituída por 19 municípios de 4 distritos. O Rio Douro confere-lhe vida e identidade distintiva como marca deste território. É a
natureza e sobretudo a secular atividade humana que marcam a paisagem económica, natural e cultural, conferindo-lhe a identidade e razão de ser próprias, reconhecidas pela UNESCO como patrimónios da Humanidade. Os municípios da CIM Douro representam cerca de 19% da área da Região Norte e 5,4% da sua população. Desde o ano 2000 a 2017 registam a perda de população, a uma média de quase 13%, incluindo Vila Real, apesar da sua centralidade e competências de que dispõe. O contributo para o PIB regional é de 4,7%, sendo que as exportações representam 4,25% do total da Região do Norte. No período de 2005 a 2017 registou-se um crescimento médio anual de 2,73%, inferior à média regional, de 7,75%. Também a taxa de crescimento económico do Douro nos últimos quatro anos é inferior à média regional. Apesar dos números referidos, o cres-
cimento do PIB per capita no conjunto dos municípios do Douro, na última década e meia, foi de cerca de 1% ao ano, o que lhe tem permitido convergir com a média regional, crescimento que é justificado em parte à custa da perda de população (46%). Mesmo com muitas dificuldades de convergência interna e externa, o País tem mudado para melhor, fruto da vontade e esforço dos portugueses e das ajudas da União Europeia. Podemos ver essa transformação no Douro, podendo referir-se, como exemplo, a navegabilidade do Rio Douro e o forte impulso que deu ao turismo, o desenvolvimento da UTAD e o seu contributo ao país e à região, a construção das autoestradas A4 e A24 que desencravaram o território. No atual quadro comunitário, os municípios do Douro, empresas, instituições de ensino superior, associações comerciais e industriais, instituições de soli-
dariedade social, de saúde e de ensino estão a executar investimentos apoiados pela União Europeia, continuando a fazer o caminho do desenvolvimento. No final de 2018, para o território do Douro estavam aprovadas 312 candidaturas envolvendo um investimento público e privado no valor de 142 milhões de euros cofinanciados pela União Europeia em 102 milhões de euros. As ajudas da União Europeia são essenciais para apoiar o crescimento do país e o combate às assimetrias regionais, devendo dar particular atenção às regiões menos desenvolvidas, contemplar as distintas realidades do território e as especificidades regionais e locais. A programação dos fundos deveria à partida garantir dotações indicativas de fundos para cada uma das sub-regiões, para apoiar projetos públicos e privados, de valor compatível com os objetivos prioritários, num processo de confiança
nas autoridades regionais e locais, na sua capacidade para enfrentar desafios, fazer opções, assumir resultados e responder perante os cidadãos e autoridades financiadoras pelas escolhas feitas e resultados de mudança face ao ponto de partida. Cada território deveria elaborar a sua carteira de projetos prioritários, investir no que é verdadeiramente relevante para o desenvolvimento, fazendo-o com pensamento estratégico, com foco nos resultados concretos para as pessoas e o seu bem-estar, preocupados com o quanto, a qualidade e oportunidade do que se investe e assegurar que os projetos respeitam uma estratégia partilhada. O Douro, como todo o Interior de Portugal, enfrenta o desafio dramático do despovoamento. O investimento privado é decisivo, mas o investimento público também é fundamental para requalificar e modernizar ativos existentes e construir novos projetos estruturantes.
VIVADOURO FEVEREIRO 2019 27
Lazer Piadas de bolso:
RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Joãozinho chega a casa todo feliz
PEITO DE FRANGO RECHEADO COM ALHEIRA E ARROZ DE GRELOS E COGUMELOS
e grita para a mãe:
INGREDIENTES . 1 peito frango . 1 alheira caça . 1 limão . 1 cabeça de alho sal q.b. pimenta q.b.
filho?
- Mãe, eu descobri que sou mais inteligente que a professora. - E como descobriste isso, meu - É simples, eu passei de ano e ela continua no mesmo!
Para o Arroz . 1 arroz . 1 pacote de grelos congelados . 2 latas de cogumelos . azeite . 1 cebola . sal q.b . pimenta q.b
HORÓSCOPO FOTO: DR
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
Amor: Dê mais atenção ao seu companheiro, ele pode estar mais carente do que é habitual.
Preparação: Abrir o peito de frango e temperar com sal, pimenta, alho e limão, deixar marinar. Preparar a alheira tirando a pele e juntando um pouco de salsa. Em seguida rechear o peito de frango com a alheira, fechar com um palito e marcar numa frigideira em seguida vai ao forno. Preparação do arroz: Em primeiro lugar descongelar os grelos no forno, quando tiverem descongelados retirar a água e gratinar num tacho, com cebola e alho picados, sal e pimenta, reservar. Num tacho com cebola picada e azeite, gratinar os cogumelos em seguida juntar os grelos anteriormente preparados, juntar a água e deixar ferver,temperar com sal e pimenta q.b, quando estiver a ferver juntar o arroz e deixar cozer. Ps: O arroz tem que ficar malandrinho (Não pode ficar seco) nar brilhante e coza no forno previamente aquecido a 200° C durante 30-35 minutos, até ganhar volume e ficar dourada.
Saúde: Vá ao médico e aproveite este mês para fazer exames de rotina. Dinheiro: Seja mais exigente consigo, só assim conseguirá atingir o sucesso tão desejado e cumprir com os objectivos a que se propôs.
Um maluco encontra-se com outro que leva um macaco pela trela e pergunta-lhe: - Aonde vais com o animal? Responde o outro: - O meu vizinho pediu-mo emprestado para trocar o pneu do carro!
Desafio VivaDouro QUAL ENCHE PRIMEIRO?
SOLUÇÕES:
Resposta: F
Cultural da Sarzeda que todos os anos apresenta algo relacionado com uma lenda, por exemplo, no ano passado apresentaram a sopa das três marias, uma sopa feita por três irmãs que juntaram o pouco que cada uma tinha para fazerem uma sopa mais consistente. Há sempre uma componente muito etnográfica e histórica em cada sopa.
Armando Mateus Vereador da Câmara Municipal de Sernancelhe
Sernancelhe recebe, pelo sexto ano consecutivo, o Festival das Sopas, um evento gastronómico que pretende dar a conhecer o concelho não só nessa vertente como pela sua história, rica em tradições e costumes, que pretende envolver os visitantes numa experiência única e inesquecível. Depois do sucesso alcançado no último ano, quais são as expectativas para a 6ª edição do Festival das Sopas? Pelo histórico do festival ao longo das cinco primeiras edições, que ano após ano tem vindo a aumentar o número de visitantes, prevemos mais um evento de sucesso, até porque apostamos num programa cada vez mais elaborado, com uma maior oferta e com um maior número de associações participantes. Fazemos um esforço para que todos os anos haja novidades e ano após ano as pessoas continuem a vir em maior número e com maior curiosidade em torno do evento. No ano passado participaram 16 associações, este ano serão mais? Começamos com 14 associações, no ano passado participaram 16 e este ano chegamos às 17. Todos os anos existe uma enorme vontade de muitas associações e mesmo privados em participar no evento, contudo, o regulamento apenas permite a participação de associações sem fins lucrativos, seja de carácter desportivo, cultural ou outro. Apesar dessa vontade demonstrada, temos um limite, quer pelo espaço disponível quer para que haja um cuidado maior por parte das que participam ano após ano, garantindo assim a qualidade que pretendemos apresentar aos nossos visitantes. A abertura do festival a privados está então
completamente fora de questão? Sim. Este modelo de prova gastronómica de sopas não é único, podemos vê-lo em outras localidades do país e mesmo no estrangeiro. Aliás, recentemente tive conhecimento de uma comunidade portuguesa na Suiça que está a replicar este conceito, algo que para nós é interessante, perceber que os nossos emigrantes se revêm neste tipo de evento ao ponto de o quererem reproduzir. Apesar disso, o habitual neste tipo de festival é vermos a participação de restaurantes e é aqui que nós marcamos a diferença. Quando pensamos neste conceito, pensamos nele para as associações, de forma a que todo o proveito económico sirva para financiar as suas atividades ao longo do ano, portanto, isto não faz sentido para privados. Outra forma de proveito que cada associação tem é que, para além das sopas, podem ainda vender outros produtos, de acordo com o cariz de cada associação, tornando-se a sopa no mote para atrair as pessoas. É normal apresentarem outros pratos típicos, doçaria, fumeiro, etc, e mesmo rifas ou material de merchandising da associação. Que sopas estarão este ano à prova dos visitantes? Todas as associações, na inscrição, são obrigadas a dizer qual a sopa que irão apresentar para evitar que alguma seja repetida, todas têm que ter um cariz tradicional e todas elas respeitam as tradições da freguesia de onde a associação é oriunda. Desta forma vamos ter a sopa de peixe, a sopa de pescador e a sopa de perca, oriundas das freguesias mais ribeirinhas, temos também das freguesias de mais altitude a sopa de castanha, a sopa de gravanços, a sopa de feijoca, a sopa de cebola, a sopa à lavrador, etc. Uma variedade de sopas, todas elas muito próprias de cada freguesia, todas elas com produtos endógenos e com cariz muito tradicional. Há ainda outras sopas que ainda não referi como a sopa de caça, um creme de castanha, um caldo de castanha e outras sopas que pelo nome não associamos diretamente ao que é, como é o caso da sopa apresentada pela Associação Desportiva e
Mas há uma limitação aos produtos a serem utilizados na confeção das sopas? Há, no sentido em que cada sopa deve ser composta por produtos endógenos. Não faz sentido aqui apresentar uma sopa da pedra ou uma sopa de marisco, por exemplo. As sopas com peixe, por exemplo, são feitas com peixe do rio, que normalmente encontramos aqui no rio Távora. Um facto curioso é o caso da Associação Manta Verde que optou por outra abordagem, apresentando uma sopa igualmente tradicional mas com uma apresentação gourmet, dando uma imagem mais vanguardista mas sempre com uma base tradicional. Cada uma delas acaba então por contar a história quer da associação quer da freguesia a que pertencem? Sim, sem dúvida. Até porque cada associação depois funciona como ponto de encontro dos seus fregueses, dos seus associados, acabando por acolher também as pessoas que estão a viver noutras cidades ou países e que por estes dias regressam a Sernancelhe, pessoas essas que se revêm na sopa que a sua associação apresenta. Outra vertente deste festival é o encontro de ranchos folclóricos. Qual a importância deste lado do festival? Quando criamos este evento pensamos num evento gastronómico baseado nos nossos produtos e nas nossas tradições e desde logo nos surgiu a questão de que tipo de animação teríamos neste evento, tinha de ser algo também com um cariz tradicional e popular. Na Festa da Castanha, outro evento muito tradicional que organizamos já temos os grupos de concertina e os fados à desgarrada e não queríamos repetir a oferta. Como um dos nossos grandes aliados na organização deste evento é o Rancho Folclórico Terra da Castanha, decidimos então apostar nos ranchos. Toda a animação ao longo destes três dias é então dedicada aos grupos folclóricos, não só locais mas também de diversos pontos do país. É também esta uma forma de atrair mais gente para este festival? Nós temos 10 grupos que vão estar presentes no festival e temos sempre a atenção de os dividir entre os grupos locais (do nosso concelho e dos concelhos vizinhos), mas também de outros pontos de Portugal como minho, alentejo, ribatejo, etc. O folclore tem esta característica de, apesar de sermos um país pequeno, termos tradições muito diferenciadas, quer na forma de cantar ou dançar, quer na forma de trajar, e isso traz uma
diversidade que é muito bem aceite por quem nos visita. Pensamos este ano incluir um grupo internacional, não conseguimos este objetivo mas será uma meta para o próximo ano. Temos estado a trabalhar com alguns ranchos da vizinha Espanha e no próximo ano acredito que será uma realidade. É um objetivo nosso, internacionalizar este evento.
"É um objetivo nosso, internacionalizar este evento" Podemos dizer que o visitante que vem a Sernancelhe durante o festival sai daqui com um conhecimento geral do que é este concelho? Completamente. Eu costumo dizer que este é o melhor evento para se ficar a conhecer Sernancelhe. É um evento gastronómico e a gastronomia está associada às sensações (paladar, olfato, etc). Não só absorvemos as tradições como também as sentimos e recordamos, e o estômago é sem dúvida uma boa forma de manter essa recordação. Como já referi, não são só as sopas mas são todas as iguarias que as associações apresentam bem como os seus costumes e tradições. Depois temos também os vinhos, uma forte componente de associação à região, e ainda a presença de diferentes formas de artesanato e ofícios que contam a nossa história. Este é um festival etnográfico. Depois há o lado do património edificado, o festival atrai gente ao concelho que depois, durante o dia, aproveita para passear e ficar a conhecer um pouco melhor Sernancelhe No fundo é um despertar de curiosidade para que as pessoas retornem e nos venham conhecer com mais calma noutras alturas do ano. Gostaria de terminar com uma mensagem a todos aqueles que queiram visitar Sernancelhe: Durante estes três dias tem a melhor oferta possível para o fim de semana. Uma oferta diferenciada, com sopas quentes e tradicionais, que ajudam a enganar o frio que se faz sentir nesta época do ano. Uma oportunidade de ficar a conhecer Sernancelhe, envolvidos numa experiência cultural e gastronómica.
Sernancelhe 15, 16 e 17 fevereiro 2019