Domenica de rosa aquele verão na toscana pt

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– Obrigada – diz Anna, apressando-se a pagar. – E que tal isto para acompanhar? – sugere ele, pegando num colar de coral da banca ao lado. – É um pouco caro – murmura Anna. – Deixe-me oferecer-lho. – Não! Nem pensar! – exclama Anna, de forma tão exaltada que, para grande pesar do dono da banca, Sam desiste. Patricia e JP estão igualmente a passear por entre as bancas. Muitos dos comerciantes cumprimentam Patricia com entusiasmo – estão certos de que a dona do castello deve ser muito rica – e ela não pára de ouvir o quão jovem/bela/elegante está. – Tanta adulação deve ser aborrecido – murmura JP. – Nem por isso – diz Patricia, sorrindo. – Aposto que me habituaria depressa – admite JP. O par detém-se numa banca que vende azeitonas: verdes e pretas, recheadas com malagueta, anchovas, pimentos e limão, reluzem diante deles como os cem olhos de Argos. – Não lhes consigo resistir – diz Patricia –, embora saiba que o Aldo já deve ter comprado algumas. – Porquê resistir? – declara JP. Patricia lança-lhe um olhar reprovador antes de escolher cinquenta gramas de azeitonas verdes recheadas com anchovas. Guarda as azeitonas no seu cesto de verga e os dois continuam o lento progresso. – Acredita que a Dorothy tenha visto de facto alguma coisa ontem à noite? – pergunta JP. – Não! – exclama Patricia convictamente. – Foi tudo imaginação dela. O JP não viu nada quando foi lá fora, pois não? – Não – diz JP devagar, e Patricia olha para ele. – Não me diga que acredita em fantasmas? – pergunta ela, incrédula. – Bem, a minha tia alega ter visto Marie Antoinette em Versalhes. – Toda a gente vê Marie Antoinette em Versalhes. É obrigatório. JP solta uma gargalhada.


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