Publicação com informação e análise das realidades e aspirações comunitárias
Campinarte Dicas & Fatos ULHO / 2020 JULHO
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Essa confusão começa nas comunidades A omissão e muitas vezes a conivência das principais lideranças comunitárias com aqueles que trabalham à margem da lei tem prejudicado muito o desenvolvimento de nossos bairros.
V
Vejo pelas comunidades equipes de trabalho formadas a serviço de vereadores, deputados, prefeitos, impostas de maneira sutil aos demais, atuando em duas frentes: uma, a do trabalho que é determinado com o apoio da tal liderança; a outra, é a venda de drogas, tráfico de armas e outras coisas ilícitas que passa de maneira despercebida pela comunidade graças a esse tipo de disfarce. Sem você perceber, de uma hora para outra, toda a comunidade está tomada de bocas de fumo, pontos de venda clandestinos de cigarro, a não circulação de caminhões de gás (só os autorizados pelo tráfico ou milícia), a venda de TV a cabo (pirata), Internet, água mineral e outras coisas a mais. Então, você pára e olha para um lado e olha para o outro e vê tudo junto e misturado funcionando de maneira harmonica. São vereadores, presidentes de associações de moradores, deputados, lideranças comunitárias, traficantes, milicianos, a polícia, o comércio (cheio de pirataria), o transporte coletivo, tudo e todos submetidos ao comando desse amaranhado de comandantes, e todos saem lucrando, menos aqueles que pagam. O povo!
O povo, ao longo da história, tem tido muitas dificuldades para escolher pessoas para fazer com que as leis sejam cumpridas. O povo tem muitas dificuldades para escolher seus representantes em todas as esferas políticas do país. E essa confusão começa nas comunidades. Olhando assim por cima, penso que estamos a beira do caos social quase que em todas as regiões do país. Não existe a luta do bem contra o mal. O que existe é uma luta do povo contra o resto. Que resto? Aqueles que o povo elege e que estão juntos com aqueles que o povo arma contra si (a polícia e forças armadas) e mais traficantes, milicianos, grandes empresários, a grande mídia, enfim, todos contra o povo. Aliás, povo que trabalha, produz, recebe e paga suas contas e vota. Por isso que eu digo que o povo é o inimigo (útil) número 1 do governo. Apesar dos pesares, eu ainda fico tranquilo porque sei que o povo continua ingovernável, o povo é tolerante, paciente, generoso, dá mais de uma oportunidade só para ver se o sujeito acerta o passo, mas quando o povo decidir acabar com essa festa, acredite, não vai ficar pedra sobre pedra. Aguardem!