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O Íblis – O Semeador Só para maiores

algumas pessoas e elas desmaiaram. Quando acordaram não eram elas mais – eram outras pessoas. Falavam de um modo diferente, com uma nova alma, uma nova atitude, e não nos reconheciam mais.

— Só para eu entender: ele hipnotizou os trabalhadores e sumiu?

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— Sim. Ele subiu para as nuvens novamente, e alguns trabalhadores deixaram o campo e foram para a cidade, cada um com objetivo diferente e bem claro. Eles se tornaram pessoas importantes e influentes hoje em dia.

— Como assim? Do nada?

— Não. Não, não foi do nada. Eles entraram para a Grupo da Al-Qaeda, atacaram vilarejos, destruíram igrejas, mataram inocentes religiosos indefesos. Depois aterrorizarem os agricultores e comerciantes, mataram pessoas importante. Não obedeciam mais às leis.

— Nossa! Então não era Alá mesmo, era o Demônio.

— Sim. Fomos enganados pela nossa fé cega. Estávamos tão obcecados que não podíamos ver a diferença, e não poderíamos saber que o mal desceria dos céus, como Alá. Ficamos em paz em nosso canto e só os escolhidos saíram do campo, e hoje eles são pessoas importantes.

— Será que posso conversar com alguns deles?

— Creio que não. Eles são do alto comando e dominam todo o país. Para chegar até eles, tem que estar do lado deles, desde o início.

— Desde o início?

— Sim, quando receberam a missão.

—Diga-me os nomes, só para eu tentar entender...

— O presidente atual foi o comandante da Al Qaed, Ziull Al-Shaitaan Alull. Após sair da cadeia tomou o poder e indicou todos os ministros e os comandantes do Exército e da Polícia Nacional. Depois recolheu as armas dos cidadãos comuns.

— Não posso crer... Todos eles receberam a unção de Alá?

— Não, não. Não era Alá, era Íblis, Al-Shaitaan.

— Sim, como estava escrito, “o mundo jaz no maligno”.

— E o que aconteceu com Íblis?

— Fez a mesma aparição na Rússia, na Europa, e nas Américas. Lá ele usou a frase diante de seus hipnotizados: “vocês são as sementes”.

por Tarcísio Alves

João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 – Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalíssimos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Foi agraciado com vários prêmios literários, entre eles o Prêmio Neustadt, tido como o Nobel Americano, sen - do o único brasileiro galardoado com tal distinção, e o Prêmio Camões. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.

João Cabral de Melo Neto foi membro da Academia Pernambucana de Letras (embora não tenha comparecido a nenhuma reunião como acadêmico, nem mesmo à sua posse) e da Academia Brasileira de Letras.

O seu poema mais conhecido é Morte e Vida Severina, que fala da vida do nordestino sujeito a duras condições de sobrevivência em sua terra. “Severino é um entre muitos outros que têm o mesmo nome, a mesma cabeça grande e o mesmo destino trágico do sertão: morrer de emboscada antes dos vinte anos, de velhice antes dos trinta, e de fome um pouco a cada dia”. Como o poema é bem longo, segue abaixo apenas uma parte dele:

Morte e Vida Severina

Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença

Caldense

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WhatsApp: 33 98405-0007 capa : Vanessa Lima é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra.

Doação : Você pode contribuir com este projeto. Faça um PIX de qualquer valor para: 33 98405 0007 Caixa Econômica.

Preço por exemplar: Gratuito

Diretor: Jornalista José Matias /MTb 10846

Revisor: Tarciso Alves /MTb 8422

Diagramação: José MatiasColaboração voluntária : Tarciso Alves,/

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