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O Íblis – O Semeador Só para maiores
from Caldense 301
by José Matias
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algumas pessoas e elas desmaiaram. Quando acordaram não eram elas mais – eram outras pessoas. Falavam de um modo diferente, com uma nova alma, uma nova atitude, e não nos reconheciam mais.
— Só para eu entender: ele hipnotizou os trabalhadores e sumiu?
— Sim. Ele subiu para as nuvens novamente, e alguns trabalhadores deixaram o campo e foram para a cidade, cada um com objetivo diferente e bem claro. Eles se tornaram pessoas importantes e influentes hoje em dia.
— Como assim? Do nada?
— Não. Não, não foi do nada. Eles entraram para a Grupo da Al-Qaeda, atacaram vilarejos, destruíram igrejas, mataram inocentes religiosos indefesos. Depois aterrorizarem os agricultores e comerciantes, mataram pessoas importante. Não obedeciam mais às leis.
— Nossa! Então não era Alá mesmo, era o Demônio.
— Sim. Fomos enganados pela nossa fé cega. Estávamos tão obcecados que não podíamos ver a diferença, e não poderíamos saber que o mal desceria dos céus, como Alá. Ficamos em paz em nosso canto e só os escolhidos saíram do campo, e hoje eles são pessoas importantes.
— Será que posso conversar com alguns deles?
— Creio que não. Eles são do alto comando e dominam todo o país. Para chegar até eles, tem que estar do lado deles, desde o início.
— Desde o início?
— Sim, quando receberam a missão.
—Diga-me os nomes, só para eu tentar entender...
— O presidente atual foi o comandante da Al Qaed, Ziull Al-Shaitaan Alull. Após sair da cadeia tomou o poder e indicou todos os ministros e os comandantes do Exército e da Polícia Nacional. Depois recolheu as armas dos cidadãos comuns.
— Não posso crer... Todos eles receberam a unção de Alá?
— Não, não. Não era Alá, era Íblis, Al-Shaitaan.
— Sim, como estava escrito, “o mundo jaz no maligno”.
— E o que aconteceu com Íblis?
— Fez a mesma aparição na Rússia, na Europa, e nas Américas. Lá ele usou a frase diante de seus hipnotizados: “vocês são as sementes”.
por Tarcísio Alves
João Cabral de Melo Neto
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João Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 – Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalíssimos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Foi agraciado com vários prêmios literários, entre eles o Prêmio Neustadt, tido como o Nobel Americano, sen - do o único brasileiro galardoado com tal distinção, e o Prêmio Camões. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.
João Cabral de Melo Neto foi membro da Academia Pernambucana de Letras (embora não tenha comparecido a nenhuma reunião como acadêmico, nem mesmo à sua posse) e da Academia Brasileira de Letras.
O seu poema mais conhecido é Morte e Vida Severina, que fala da vida do nordestino sujeito a duras condições de sobrevivência em sua terra. “Severino é um entre muitos outros que têm o mesmo nome, a mesma cabeça grande e o mesmo destino trágico do sertão: morrer de emboscada antes dos vinte anos, de velhice antes dos trinta, e de fome um pouco a cada dia”. Como o poema é bem longo, segue abaixo apenas uma parte dele:
Morte e Vida Severina
Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença
Caldense
Fundado em 1986 jornal caldense/facebook.com.br www. issuu.com/caldense
WhatsApp: 33 98405-0007 capa : Vanessa Lima é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra.
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Diretor: Jornalista José Matias /MTb 10846
Revisor: Tarciso Alves /MTb 8422
Diagramação: José MatiasColaboração voluntária : Tarciso Alves,/
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