O Discurso sem Método #5

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coluna do CAF. 6

balanço da gestão Rodas Tendo em vista que um dos temas mais candentes dos próximos meses na USP será a eleição de reitor decidimos apresentar um balanço da gestão do atual reitorado.

se negou a comparecer à audiência pública da Comissão da Verdade Rubens Paiva do caso Ana Rosa Kucinski, professora do Instituto de Química, desaparecida e morta pela ditadura e, postumamente, demitida pela Universidade de São Paulo por justa causa.

Breve histórico

A USP e os rankings internacionais

João Grandino Rodas, que ocupa atualmente o cargo de reitor da USP e propõe genericamente a ampliação no processo eleitoral para dirigentes, inclusive para reitor, é aquele que em 2007, quando diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, foi responsável pela entrada da Polícia Militar no pátio da Universidade para prender estudantes e integrantes de movimentos sociais que se encontravam em uma jornada de movimentos sociais. Ao sair da SanFran, Rodas foi considerado “persona non grata” pela congregação desta faculdade, pelo fechamento da biblioteca e por utilizar-se de verba pública para produzir boletins com críticas à faculdade. Como se não fosse o bastante, é o mesmo que em 2011 se aproveitou do sentimento de medo da comunidade acadêmica para firmar convênio com a PM e a Universidade para patrulhamento do campus, ao invés de reforçar a guarda universitária e o sistema de iluminação do campus - que só agora, nos últimos meses de seu mandato, depois de ter a licitação para o novo projeto suspensa três vezes por conta do favorecimento irregular de uma empresa, começou a ser reformado. Ainda é o mesmo que em novembro de 2011 chamou contingente de 400 homens para prender, por motivos políticos, 72 estudantes que ocupavam a reitoria, sem deixar de processá-lxs administrativamente segundo decreto 52.906/72, promulgado durante a ditadura civil-militar. Além disso, é o mesmo que, tendo sido membro da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, votou pelo indeferimento de 45 desaparecidxs políticos, dentre eles Alexandre Vanucchi Leme e Zuzu Angel. Em maio deste ano, criou uma Comissão da Verdade da USP para barrar a reivindicação por uma Comissão da Verdade da USP ampla e de representação paritária, fruto de uma mobilização de mais de um ano do Fórum pela Democratização da USP. Além de tudo, ele ainda

A gestão Rodas teve como carro chefe de propaganda e marketing a “Internacionalização” de nossa Universidade. Apoiando-se nas ascensões dos diversos cursos da USP nos mais variados rankings internacionais e na grande quantidade de intercambistas que aqui chegaram e para o exterior foram, o reitor da Universidade de São Paulo concentrou seus esforços em demonstrar que a sua gestão abria um novo período na USP: o da modernização. Para tanto, não foram poupados investimentos em bolsas de intercâmbio ou obras de modernização de (alguns) prédios do interior da Universidade, investimentos esses que tinham como objetivo enquadrar a USP no modelo de Universidade de Excelência da Europa e Estados Unidos, sendo que até convênios com instituições do velho continente e do país do Tio Sam foram firmados. A mensagem foi clara: a USP é uma Universidade de “todo o mundo”.

Olá colegas,

No entanto, é interessante quando observamos como a política externa de nosso reitor se relaciona com os projetos desenvolvidos por ele no âmbito interno da Universidade (como o sentido da política externa da reitoria vai de encontro ao índice de projetos destinados o entorno da USP, onde os seus concidadãos vivem). Se por um lado observamos a abertura da


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