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Pacto Global ensina como atuar de modo sustentável nos negócios

Oportunidades de aprender e de fazer negócios com empresas que cumprem boas práticas sociais e, por isso, trabalham com mais segurança rumo à lucratividade. Isso, por si só já é um bom motivo para que um empreendedor abra seus olhos para o Pacto Global, um movimento gigante que reúne mais de 16 mil empresas de 160 países. O Brasil compõem uma das maiores Redes desse movimento que visa orientar o mundo a trabalhar de modo a respeitar todos os seres vivos e, naturalmente, nosso planeta.

Se por um lado isso pode parecer algo distante, vale dizer que além de empresas de todos os portes, instituições e até mesmo governos podem aderir ao Pacto Global e mudar suas atitudes.

Uma das empresas da nossa região, notadamente exemplar em suas práticas administrativas, se vale das metas do Pacto Global para agir de maneira sustentável desde 2016. E a partir de 2019 tornou-se signatária, assumindo publicamente seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Por conta disso, João Paulo Camarinha Figueira, gerente de Sustentabilidade da Special Dog, esteve no Fórum Ambição 2030, o maior evento de sustentabilidade corporativa do Brasil, uma inciativa do Pacto Global da ONU que tem por objetivo discutir formas de tornar os negócios mais inclusivos, transparentes e comprometidos com o meio ambiente. Veja o que ele nos conta sobre isso:

360: Em poucas palavras, como você definiria o Pacto Global?

João Paulo Camarinha Figueira: O Pacto Global é uma iniciativa da ONU com intuito de engajar empresas e organizações na adoção de 10 princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Foi lançado em 2000 pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A ideia é que as empresas aliem suas estratégias e operações a esses 10 princípios nessas 4 grandes frentes.

O Pacto Global existe no mundo inteiro e a Rede Brasil é a terceira maior, com quase dois mil membros e tem hoje mais de 40 projetos ativos, principalmente nas temáticas de água e saneamento; alimentos e agricultura; energia e clima; direitos humanos e trabalho; anticorrupção; engajamento e comunicação.

360: Desde quando você acompanha esse movimento e por que isso importa para uma empresa do interior de São Paulo, no caso a Special Dog?

JPCF: Desde 2016, a Special Dog se baseia nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para nortear nossos trabalhos de responsabilidade socioambiental e cultural. Em 2019, a empresa se tornou signatária, quando assumimos um compromisso público a Rede Brasil do Pacto Global, com os 10 princípios já citados e com a Agenda 2030 e seus 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Com isso, passamos a colocar mais energia e a ter acesso a um arranjo enorme de contrapartidas por participarmos dessa Rede. Começa pelo network, pela possibilidade de acessar outras empresas dos mais diversos setores para trocar informações, sucessos e desafios. Isso já é muito positivo. E também pela possibilidade de participarmos passamos de movimentos, cursos de formação, capacitação, o que, também, potencializou a atuação na nossa jornada em sustentabilidade.

360: Que tipo de impacto ser signatária do Pacto Global confere na conduta e na gestão da Special Dog?

JPCF: Para empresas idôneas, que seguem aquilo que comunicam e discursam, alinhamento a prática e o discurso, como é o caso da Special Dog, estar participando do Pacto Global significa um compromisso com a ética, com uma comunicação verdadeira, genuína daquilo que de fato está sendo produzido e uma busca verdadeira de avanço pra que a gente consiga que o nosso negócio cada vez mais esteja atrelado ao desenvolvimento da sociedade, à mitigação de impactos e à regeneração do meio ambiente.

360: Em sua opinião, que tipo de empresas deve considerar participar do Pacto Global? Como devem agir empresas que não se enquadrem na esfera do Pacto Global?

JPCF: Todas as empresas podem considerar estar na Rede Brasil do Pacto Global. Eu acho que é acessível a todas as empresas e isso, com certeza, acelera essa agenda de sustentabilidade. Para aquelas empresas que entendem o valor da sustentabilidade, estar no Pacto Global é muito valioso. Não tem que ser necessariamente uma empresa grande, as pequenas empresas, microempresas, consultorias, os municípios, podem participar da Rede. E tem valores diferenciados pra cada tipo de adesão, pra cada tamanho de empresa e, geralmente, relacionados ao número de colaboradores e ao faturamento.

360: Quais as novidades apresentadas este ano? Na sua percepção, o que houve de novidades do ano passado pra este ano no evento?

JPCF: Este ano, teve a segunda edição do Fórum Ambição 2030 para celebrar o primeiro ano dos sete movimentos que foram lançados no ano passado, além de apresentar a novidade, o lançamento de um oitavo movimento, que é o da que é relacionado à Economia Circular. Bem interessante e estamos avaliando a possibilidade de aderir a mais esse movimento.

360: Como gestores municipais podem contribuir para as metas do Pacto Global?

JPCF: De uma forma geral, os municípios também podem aderir ao Pacto Global, existe essa possibilidade e, se não me falha a memória, não há custo envolvido. Na Gestão Pública, assim como nas empresas, no nosso dia a dia, a sustentabilidade é um novo modelo de vida. É rever práticas ultrapassadas e adotar um olhar para a diversidade, para questões relacionadas à mitigação de impacto ambiental e assim por diante.

360: Que outros pontos e dados você acha importante destacar para nossos leitores?

JPCF: As metas do Pacto Global não são aplicáveis apenas aos países, tão pouco só às empresas. Elas servem para todos, inclusive para nós, enquanto indivíduos. A gente pode e deve colaborar para o avanço dessa agenda. Na prática, a sustentabilidade não pode ser um anexo, tem que ser um novo modelo de negócio, um novo modelo de vida, onde a gente olha para o nosso atual modelo de consumo, ou para a forma como a gente pratica a nossa economia atual, que é linear, e começa a rever e trabalhar de uma forma diferente.