Etnoveterinária no Alentejo

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Xolantha tuberaria Erva alcária, Alcar, Alcária, Erva-das-túberas, Sargacinha (Jardim Botânico UTAD, 2014).

5. PERSPECTIVAS FUTURAS O conhecimento tradicional sobre a utilização de plantas no tratamento de animais está sobretudo na posse de pessoas idosas e é atualmente pouco aplicado, o que justifica a recolha da informação ainda existente. A utilização do conhecimento tradicional pelas pessoas mais novas, muitas vezes com recurso também a informação literária, apesar de pouco frequente, é um indicador de que estes conhecimentos são valorizados na atualidade.

Família: Cistaceae Partes utilizadas: planta inteira

Os problemas de saúde mais referidos no estudo etnoveterinário no Alentejo foram os traumatismos e as afeções do trato gastrointestinal (respetivamente em 47% e 25% das cita-

Principais utilizações medicinais: inibidor do HIV (Bedoya et al., 2010).

ções). Os restantes (febre, afeções do sistema respiratório, ectoparasitas, endoparasitas,

Toxicidade: sem referência.

menos referidos (cada um com menos de 10% das citações). Os tratamentos eram, ou ainda

Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

são, aplicados maioritariamente em bovinos, equídeos e ovinos, recorrendo sobretudo ao uso

anemia, afeções do olho, afeções da pele, distócia, debilidade, infeções e laminite) foram

de Malvas, Calafito e Oliveira. Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (38); afeções do trato gastrointestinal (3); afeções do olho (3). Espécies alvo: bovinos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos, galiformes.

Destaca-se que foram referidas 96 plantas distintas, utilizadas para tratar animais, sendo que só para tratar traumatismos foram referidas 46 plantas. Estes valores são indicativos do elevado potencial a explorar em fitoterapia. As principais utilizações tradicionais referidas encontram fundamento na bibliografia. Desta forma, a fitoterapia em medicina veterinária pode contribuir para sistemas de produção animal mais sustentáveis, visando não só o modo de produção biológico, mas também os pequenos produtores, independentemente do modo de produção. Para algumas espécies de plantas, avaliar a sua inclusão na forragem (onde se podem controlar as doses), ou até na pastagem, poderá contribuir para reduzir o número de tratamentos sanitários e para combater efeitos colaterais indesejáveis da aplicação de tratamentos químicos aos animais, nomeadamente o aparecimento de resistências, com as vantagens associadas à fácil aplicabilidade e aos baixos custos inerentes.

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