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Sábado - 31 de Janeiro a 03 de Fevereiro de 2009

Brasil

Edição 1044 –

Lula critica postura de Trabalhos de demolição países desenvolvidos da igreja podem levar frente à crise 10 dias Lula ironizou a forma como os países ricos estão tentando solucionar a crise

Casas vizinhas atingidas ainda correm riscos

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a forma comos os países desenvolvidos têm conduzido soluções para a crise financeira mundial durante sua participação no Fórum Social Mundial. "Eu espero que agora, o (Fundo Monetário Internacional) FMI diga ao Obama como consertar os Estados Unidos, que diga a Alemanha, que diga a ao Sarkozy (presidente da França), que diga a esses países como consertar o que eles criaram", afirmou. Lula fez as declarações durante seu discurso a cerca de oito mil pessoas que acompanharam o evento América Latina e o desafio da crise Internacional, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, como parte do Fórum Social Mundial realizado na cidade de Belém, no Estado do Pará. Também participaram quatro presidentes sulamericanos: Rafael Correa (Equador), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Fernando Lugo (Paraguai). "A crise é uma oportunidade de devolver àqueles que pensavam que sabiam mais do que nós, como se comportar com o povo desempregado, porque até agora, eles só deram dinheiro para os banqueiros", afirmou Lula. O presidente brasileiro disse que o País não pagará pela crise. "

O Para Lula a atual crise mundial é uma conseqüência das política desses países

Para Lula a atual crise mundial é uma conseqüência das política desses países nos anos 1980 e 1990. "A crise não nasceu no Brasil. Nem da política de Chávez, mas sim da lógica desses países nesse período, do conceito de que o Estado não prestava para nada e que seus 'mercados' iam desenvolver os países e a justiça social. Esse 'Deus mercado' quebrou por falta de controle e especulação", afirmou. O presidente ironizou a forma como os países ricos estão tentando solucionar a crise. "E agora, para qual Deus eles estão pedindo socorro? Para o Estado, que não prestava para nada, mas que está colocando bilhões de dólares e euros para recuperar a economia" ironizou Lula.

s trabalhos de demolição do que sobrou o prédio da Igreja Renascer, no Cambuci, devem durar dez dias, segundo o coronel Orlando Camargo, coordenador da Defesa Civil Municipal. O teto do imóvel desabou no último dia 18, matando nove pessoas e ferindo mais de 100. Os trabalhos de demolição começaram na última sexta-feira. Na manhã de segunda-feira, começaram a ser feitos os testes com o guindaste para a retomada dos serviços. Segundo Camargo, parte da parede que ameaçava cair já foi derrubada. Mas ele não descarta novos desabamentos. Casas vizinhas atingidas ainda correm riscos e estão desocupadas. As telhas de amianto encontradas entre os escombros serão removidas depois da perícia. A Secretaria Municipal do Verde intimou a igreja a descartar o amianto, como prevê a lei. A Renascer e a Etersul, empresa

O teto do imóvel desabou no último dia 18, matando nove pessoas

contratada para realizar o trabalho de reparo no telhado, foram multadas pelo Ministério do Trabalho pelo emprego do produto. O descarte de amianto, que é cancerígeno e que por este motivo teve seu uso proibido, deve ser feito em aterro especializado para receber este tipo de material, segundo a prefeitura. A igreja afirma que fez uma grande reforma em 1999 e que, em 2008, a empresa Etersul foi contratada para realizar toda a troca de telhas.

Tarso diz que anistia a perseguidos não é 'bolsa ditadura' Governo vai tentar julgar todos os pedidos de anistia até 2010

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ministro da Justiça, Tarso Genro, participou nesta sexta-feira da abertura do julgamento de oito pedidos de anistia a perseguidos políticos paraenses e disse que quem critica a reparação econômica para vítimas da ditadura militar desconsidera a dívida que a sociedade brasileira tem com essas pessoas. "Tem gente que chama de 'bolsa ditadura'. Não se trata disso, é uma visão equivocada. Porque parece que o governo está indistintamente distribuindo recursos para pessoas que pedem. É sobretudo um processo indenizatório simbólico determinado por lei e pela Constituição e não se trata de qualquer benesse que o Estado brasileiro esteja distribuindo", disse. Tarso argumentou que um grande número de pedidos é rejeitado, por falhas no processo ou falta de provas. O ministro participou hoje da caravana da anistia, que aproveitou o Fórum Social Mundial, em Belém (PA), para julgar os processos de oito

Tarso argumentou que um grande número de pedidos é rejeitado

paraenses que se declaram perseguidos políticos durante os governos militares. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça ainda deve voltar ao Pará até o fim do semestre para julgar processos de envolvidos com a guerrilha do Araguaia. De acordo com o ministro, o governo vai tentar julgar todos os pedidos de anistia até 2010. Em todo o Brasil, há mais de 60 mil processos.


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