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pró-texto

Gestão universitária –

os caminhos para a excelência

Livro lançado durante o GEduc 2013

N

o dia 20 de março, durante o GEduc 2013, foi lançado em São Paulo, pela Penso Editora, o livro Gestão universitária – os caminhos para a excelência, organizado por Sonia Simões Colombo. A Linha Direta entrevistou Sonia e um dos coautores da obra, Edélcio de Jesus Sardano. Eles comentaram sobre o livro e os caminhos mais seguros para uma gestão mais integrada nas instituições de ensino superior. Confira as análises dos professores na entrevista a seguir!

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O que o livro Gestão universitária apresenta como maior inovação nessa área? Sonia: O livro é o resultado de um projeto inovador, que se baseia em algumas pesquisas e estudos de gestores de Instituições de Ensino Superior (IES) e de professores de um curso de especialização lato sensu, cuja segunda edição será oferecida, a partir de agosto deste ano, pela parceria Humus Consultoria e Universidade Metodista de São Paulo. Em seus 14 capítulos, a obra aborda questões cruciais, como avaliação e qualidade do ensino, educação e sustentabilidade, registros acadêmicos, contratos educacionais e regulação institucional, tecnologia educacional e EaD, marketing educacional, financiamento da educação, governança das IES, gestão financeira e gestão do capital humano. O livro apresenta dados e informações bastante atualizados, que acompanham as constantes mudanças na legislação da educação superior e seus impactos, principalmente para o mercado privado e suas instituições de ensino. O que mudou nos últimos anos com relação à gestão universitária? Edélcio: Muita coisa mudou. A começar pela visão que se tem da própria gestão, que cada vez mais exige uma profissionalização, compatível com a natureza e dinâmica da organização. Por exemplo, em 1997, a legislação possibilitou a existência de instituições de ensino superior com fins lucrativos, até então vedadas. Surgiram instituições estrangeiras, instituições pertencentes a grupos financeiros e grupos educacionais de capital aberto. Atualmente, metade das

instituições privadas no Brasil já adotou a natureza comercial, colocando esse setor entre os maiores da economia brasileira. Para as universidades particulares, qual a melhor forma de alinhar os interesses administrativos, pedagógicos e acadêmicos? Sonia: Não existem modelos prontos para uma boa governança universitária. Cada instituição tem sua história, seus valores e está inserida em contextos regionais e de mercado específicos. Há, no entanto, uma dinâmica nisso tudo. É fundamental que se busque agir estrategicamente, tendo uma consciência crítica de suas características. Deve-se evitar tudo o que comprometa o progresso, como a burocracia, a centralização excessiva, o assembleísmo, o autoritarismo e o imediatismo. Por outro lado, deve-se fomentar a racionalidade, a transparência, a meritocracia, o diálogo e, na medida do possível, a democracia. Como conciliar os interesses dos alunos com as expectativas administrativas e financeiras da universidade? Edélcio: Uma das formas é conhecer os alunos, não apenas por meio de seus registros acadêmicos e tradicionais pesquisas de avaliação. É importante investigar a qualidade ofertada com a qualidade percebida, que nem sempre são iguais. Também compatíveis devem ser a capacidade aquisitiva do aluno e a política de preços praticada pela instituição – sua estratégia de ­marketing. A precificação encontra restrições na estrutura de custos da instituição e em parâmetros do mercado. Por outro lado, o perfil

do alunado integra o projeto pedagógico, do curso e institucional e, de certa forma, é determinado por estes. Nem toda demanda é interessante para uma dada IES, assim como nem toda oferta de curso encontra interessados. Mais uma vez, fica clara a importância de o gestor ter conhecimento desses e de outros conceitos administrativos e financeiros, mesmo em se tratando de um gestor acadêmico. Qual a melhor maneira para se usar a tecnologia como ferramenta pedagógica e de gestão no ensino superior? Edélcio: É inquestionável a necessidade crescente do uso de ferramentas tecnológicas. Mas a natureza e a intensidade do emprego dessas ferramentas devem ser bem planejadas, em longo prazo, contemplando funções pedagógicas e administrativas. É notório o uso da tecnologia também como um apelo publicitário, mas há que se avaliar cuidadosamente seu retorno no processo educacional e saber, diante da infinidade de soluções existentes, as que melhor atendem às expectativas dos alunos e dos professores, face às exigências do mercado profissional. Quais os pontos mais críticos quando se fala em gestão universitária no Brasil? Quais os melhores caminhos para contornar essas crises? Sonia: São vários os pontos críticos que afligem as IES brasileiras, principalmente no que se refere à natureza ambígua da organização educacional universitária. Não basta ensinar nossos alunos, temos de formar e aperfeiçoar continuamente nossos gestores.  Revista Linha Direta

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