Comer, cuidar e confiar
No filme “Comer, Rezar e Amar”, a jornalista Lis, interpretada por Julia Roberts, viaja por diferentes regiões do mundo em busca do autoconhecimento. A primeira parada da personagem teve como destino à Itália e, foi marcada pela descoberta do verdadeiro prazer da gastronomia. Se em boa parte das produções cinematográficos, principalmente as comédias românticas, existe uma enorme lacuna entre a realidade e a ficção, a história de Lis vai ao encontro a de muitas outras, vividas por pessoas comuns: como eu ou você. A refeição está presente em diversos momentos e atrelada aos mais variados sentimentos, seja na distração proporcionada pelo happy hour após um estressante dia de trabalho, na felicidade ao comemorar a promoção do cargo, no júbilo de celebrar um noivado, ou simplesmente, está ali, pronta para ser consumida e consolar um coração aflito e solitário
No decorrer dos anos, a experimentação de cheiros e sabores vão gerando nas pessoas significações particulares que remetem a memórias e a emoções. É muito comum que algum prato específico ou aquele cheiro do café sendo coado desperte, automaticamente, a lembrança de um ente querido ou de algum lugar. É exatamente isso o que acontece com Enrico Marini, que mesmo estando no Brasil, revisita espiritualmente os seus antepassados na Itália, todas as vezes em que ele se direciona à cozinha para preparar as massas italianas, especialidade de sua “Nona Dina”. Assim como ocorre com Marini, a nostalgia gustativa nos traz lembranças tão prazerosas que o gosto da receita nos chega ao paladar muito antes de provarmos.
Nesse momento em que passamos pela pandemia de um vírus altamente contagioso, é muito provável que a comida pedida por meio de o delivery, tenha sido consumida de um modo especial, cada garfada é tomada pela saudade de estar presente no espaço físico do restaurante favorito ou confraternizar no barzinho com os amigos em momentos de extrema alegria e distração. Haverá um dia que até mesmo aquele pão que, possivelmente, você também se aventurou a preparar durante o isolamento social, trará lembranças da situação emocional do atual período.
Em relação ao pão, fique tranquilo, a boa notícia é que essa fase logo passará. Com o avanço da vacinação da covid-19, começamos a vislumbrar a tão sonhada luz no fim do túnel. O último decreto do governo do Estado de São Paulo, encheu-nos de esperança, ao estabelecer mudanças positivas para os estabelecimentos comerciais do setor alimentício. O que não quer dizer que o vírus esteja contido, mas que a taxa de transmissão da doença está desacelerando. O compromisso de cumprir as medidas de segurança sanitária no estabelecimento continuam. O nosso papel é não esmorecer agora que falta muito pouco para virarmos a página deste triste capítulo da história da humanidade. Enquanto ponto de lazer que visa “cultivar a felicidade” por meio de uma incrível experiência gustativa, o nosso dever é igualmente proporcionar a satisfação e a saúde de todos os clientes.
Ubatuba, 16 de agosto de 2021
Tiragem: 15 exemplares
Oatual Restaurante Jardim está em operação na cidade de Ubatuba desde 2020, mas tanto o ponto comercial em que atualmente opera, quanto o cardápio e o próprio dono, são heranças do antigo Restaurante Tio Sam, outrora muito popular no município onde funcionou por mais de 20 anos. A mudança de nome, assim como tudo que a acompanhou, veio por conta de uma decisão administrativa.
O lema “cultive a felicidade” é o que rege a atual missão do empreendimento. A promessa aos clientes é a de “uma gastronomia única, unindo fartura, sabor e beleza”, servida em um “ambiente espetacular”. A visão, marcada por fornecer ao cliente uma experiência gastronômi ca que implique união entre família e amigos, assim como felicidade pelos momentos que se passam no restaurante ou mesmo em casa graças ao siste ma de delivery, é de ser um es tabelecimento familiar, de bom gosto e requintado, que ofereça
qualidade e diversidade.
O Restaurante Jardim preza por atendimento e ingredientes de qualidade, a satisfação e a saúde dos clientes e a higiene e o condicionamento de seus ambientes. E a responsabilidade por proporcionar e possibilitar a melhor experiência possível para o público do estabelecimento, assim como a de
A experiência positiva e agradável não é baseada apenas na comida, apesar de essa ser parte fundamental do processo, mas também no atendimento e do ambiente.
Para tanto, todos tem de estar em comunicação uns com os outros e construir um ambiente de trabalho propicio a boas relações, tanto entre si quanto
Desdemarço de 2020, o Brasil vem passando por uma série de mudanças com o objetivo te frear o avanço da Covid-19 e os restaurantes não escaparam dessa realidade. Por quase um ano, o setor alimentício foi um dos que passou por grandes alterações para se adaptar a nova realidade do país e do mundo.
O Restaurante Jardim não escapou desse paradigma, sendo que o estabelecimento ficou
ainda é crítica e, para a segurança dos funcionários e dos clientes, o Jardim segue com regras que devem ser seguidas pela equipe e pelos clientes nas dependências do restaurante.
Desde o dia 01 de agosto de 2021, o estado de São Paulo está funcionando de acordo com o estipulado por um decreto do dia 28 de julho, que acrescentou novas flexibilidades a fase de transição já em vigor anterior-
retirado e o limite de ocupação aumentou de 60% para 80%.
No que se refere ao Jardim, isso significa o posicionamento de mais mesas e a possibilidade de atender mais clientes, porém a equipe deve ficar atenta ao distanciamento entre as mesas. A primeira regra seria, então, que ao guiar um cliente para sua mesa, sempre prezar por deixar espaços de, no mínimo, um metro e meio entre grupos de consumidores. Outro ponto relevante é oferecer álcool em gel a todos, logo na entrada do estabelecimento.
O uso de máscaras por parte dos funcionários de todos os setores é obrigatório nas dependências do restaurante. Atualmente, a proteção facial
é disponibilizada pela gerência como parte do uniforme e atende todos os requisitos propostos pela Organização Mundial da Saúde.
Enquanto restaurante, o Jardim sempre teve elevada preocupação com a higiene de seus ambientes e funcionários. Por lidar com comida e com a saúde do público, a limpeza é imprescindível para o dia a dia de quem trabalha no local e para quem consome nele. Em tempos de pandemia, essa característica se acentuou.
Seguindo as normas da vigilância sanitária, as demandas da sociedade e nosso próprio código, diretrizes de higiene foram implementadas ou se tornaram mais incisivas. Os garçons devem sempre lavar as mãos com água e sabão antes de levar um prato para a mesa e passar álcool em gel antes de servir. Já
para quem opera na cozinha, a regra é lavar as mãos constantemente entre os pratos e mesmo entre as etapas de produção. Quem atua em serviços gerais, não pode esquecer de desinfetar o chão regularmente com álcool, assim como utensílios de uso público, como itens de banheiro e de ter máximo cuidado para com utensílios de cozinha que serão usados pelo público.
Para toda a equipe é válida a regra de não falar em cima da comida ou bebida, mesmo usando a máscara, assim como a de, em caso de necessidade, espirrar na dobra do cotovelo. Ao falar com o cliente, para a seguranças de todos, não se aproximar do rosto e não interagir fisicamente, como em apertos de mão ou toques de qualquer tipo.
Se o exame der negativo e os sintomas tiverem cessado, o retorno ao trabalho é imediato. No entanto, se persistirem os sintomas, o membro da equipe permanecerá afastado até ter condições de trabalhar sem piorar sua situação e sem preocupar os clientes.
Se apresentar sintomas típicos da Covid, o funcionário deve, imediatamente, comunicar a gerência. Nós providenciaremos o exame, assim como o afastamento temporário.
Já em caso positivo, todos deverão ficar atentos aos sintomas, por menores que sejam. Neste caso, será levado em consideração o tempo de incubação do vírus no corpo humano para calcular se todos estão ou não seguros de acordo com o tempo em que o vetor começou a apresentar sintomas. Se algum membro da equipe teve contato com o primeiro infectado, sem o uso de máscaras de proteção, deve comunicar e será afastado de acordo com o cálculo já mencionado.
Após um longo processo de seleção entre os candidatos, Enrico Marini, foi o escolhido para ocupar o cargo de pizzaiolo do Restaurante Jardim. A confirmação foi dada somente nesta manhã, 17, pelo gerente, Pedro Ribeiro, após consolidada a contratação. A previsão é de que o profissional assuma a função a partir da próxima segunda, 24. Com esta aquisição, a equipe responsável por realizar a preparação das massas, contará com oito profissionais para otimizar e dinamizar o tempo de produção dos pratos
O pizzaiolo Marini, traz consigo na bagagem profis sional, mais de 19 anos
de experiência atuando à frente de famosas pizzarias do Litoral Norte. Além da região, Marini adquiriu prática e expertise na área gastronômica, trabalhando lado a lado com grandes chefes das tradicionais cantinas italianas do Bairro Bixiga em São Paulo (SP). De acordo com Marini, por intermédio dos anos vividos na capital paulistana, pôde conhecer melhor a preferência do público para desenvolver alimentos que, para além da condição de saciar a fome do cliente, mexa com o seu paladar e o desperte memórias e emoções.
O seu último trabalho foi no estabelecimento Moz-
zarello, Restaurante & Pizzaria em Ilhabela, e teve a duração de nove anos. Durante a estadia em Ilhabela, o cozinheiro aprendeu a preparar comidas típicas caiçaras. O desligamento da empresa só aconteceu porque ele decidiu se mudar para Ubatuba. No antigo trabalho, Marini foi homenageado pelos proprietários ao incluírem no cardápio uma pizza que recebe o sobrenome de sua família.
O primeiro neto da família de imigrantes italianos Marini, nascido em solo brasileiro, herdou de sua saudosa “nona Dina” a habilidade de usar as mãos para preparar deliciosas massas italianas. Segundo Enrico, as receitas estão na sua família há mais de três gerações e
a expectativa é que os seus descendentes continuem preservando as tradições culinárias dos antepassa dos. Foi através dos pratos da “nona”, sua maior fonte de inspiração, que ele ganhou destaque na criação de massas artesanais ítalo-brasileiras.
Engana-se quem pensa que a pizza é a única especialidade do chef. Assim como todo bom ítalo-paulista, não lhe falta know-how para desbravar o universo das comidas típicas italiana. O seu extenso cardápio inclui as famosas bruschettas, torradas com generosas coberturas de legumes, queijos e car-
nes. Outro aperitivo muito requisitado entre os apreciadores da cultura italiana e que também está presente na cozinha Marini, é o capelete de carne aos quatro queijos e o peito de frango ao molho de limão e ervas com tagliolini verde na manteiga e sálvia.
Marini lembra que desde a sua primeira visita a Ubatuba no ano de 2006, foi consumido pela estranha sensação de pertencimento ao lugar. Na ocasião, ele tranquilamente percorreu por diversos pontos turísticos movido pela impressão de já ter estado ali. Longe de ser um déjà-vu, Marini
acredita que era o seu íntimo dizendo para si mesmo, que um dia este lugar viria a ser a sua casa. A cada nova visita, o sentimento aumentava, ganhando novas nuances à medida em que conhecia mais um pedaço da cidade. Depois de muitos passeios, quinze anos mais tarde, vem a confirmação que, de fato, essa é a sua nova casa. Neste momento, Marini, junta-se a família Jardim Ubatuba para somar com o seu conhecimento, aprender com os experientes chefs da casa , e quem sabe, incorporar um pouco das características culinárias litorâneas para criação de novos sabores. É, claro que, sem perder a essência da alma italiana e mantendo viva os saberes e memória de “nona dina”.
