Ano 2 • Número 62
R$ 2,00 São Paulo • De 6 a 12 de maio de 2004
Movimentos cadastram desempregados
Lançamento da campanha nacional pelo emprego, no Rio de Janeiro, para cobrar mudança na política econômica do governo e postos de trabalho
Plano amplia ofensiva na Colômbia A violenta repressão policial a uma marcha popular realizada em Bogotá, dia 1º, foi um sinal da já declarada intenção do governo colombiano de romper o diálogo e ampliar a ofensiva
Deputados articulam apoio a palestinos Deputados federais brasileiros que integraram uma delegação oficial à Palestina pretendem organizar uma rede de parlamentares latino-americanos para apoiar a luta do povo palestino e a pacificação do Oriente Médio. A delegação voltou dia 25 de abril e, segundo o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP), coordenador do grupo, vai elaborar um documento condenando a violência do governo de Israel e a construção de um muro de 700 quilômetros para isolar os territórios da Palestina. De acordo com Murad, a barreira é uma agressão digna de um regime fascista. Pág. 11
Mural de Chiapas é reproduzido em festa zapatista Em um evento cultural, em São Paulo, dia 28 de abril, para comemorar os 20 anos do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e os 20 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dezenas de artistas anônimos e solidários à causa zapatista começaram a pintar a versão brasileira do Mural de Taniperla. A tela de lona reproduz o mural feito por indígenas de 12 comunidades tzetales e destruído, em 11 de abril de 1998, por uma violenta operação militar no município zapatista autônomo Ricardo Flores Magón, no Estado de Chiapas, no México. Há pelo menos 30 reproduções do painel em 11 países. Pág. 16
às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a outras organizações populares. Por meio do Plano Patriota, o presidente Álvaro Uribe dá nova força ao Plano Colômbia, fi-
Jorge Uzon/AFP
E
m 1º de maio, no Rio, foi lançada uma campanha nacional de cadastramento de desempregados, iniciativa da ONG Ação da Cidadania, apoiada pela Coordenação dos Movimentos Sociais. O objetivo é mobilizar os sem-emprego para lutar por seu direito ao trabalho, ação que se soma a iniciativas como a do advogado Aton Fon Filho, da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares, que defende o direito constitucional ao trabalho, desrespeitado pelo Estado brasileiro; e o Desemprego Zero, que propõe a mudança do modelo econômico como única alternativa de gerar emprego no Brasil. Esse modelo, continua fazendo estragos: no primeiro trimestre, o governo produziu um superavit fiscal vergonhoso e, nem por isso, optou por um aumento real digno ao salário-mínimo, do qual dependem milhões de brasileiros. O desemprego aumentou e cresceram as remessas de lucros ao exterior. Págs. 3 e 7
Fábio Motta/AE
Com a bandeira “O Brasil quer trabalhar”, movimentos sociais intensificam luta contra o desemprego em todo o país
nanciado pelos Estados Unidos, que, sob o pretexto de combate ao narcotráfico, visa explorar riquezas naturais da Venezuela e do Equador. Pág. 9
Só pressão política pode mudar modelo econômico A democracia brasileira está em xeque e o resultado das urnas é que pode indicar mudança na política econômica do país. Essa é a avaliação do economista Márcio Pochmann, que critica as ações do governo para conter o
aumento da miséria e da concentração de renda. Para Pochmann, a ausência de programas para toda a sociedade é responsável pela “nova aliança política entre os ricos e os pobres”. Pág. 8
Leilão ameaça reservas petrolíferas do país Licitação de áreas mapeadas pela Petrobras está sendo considerada “estratégia suicida do governo”. Para Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), no mercado interno as
reservas vão durar 25 anos, mas, exploradas por estrangeiros, se esgotam em dez anos. Dia 10, a ABI, o Movimento em Defesa da Economia Nacional e a Aepet farão mobilização contra o leilão. Pág. 6
Mexicanos protestam contra o rompimento do governo com Cuba
E mais: ENERGIA - Mudanças do governo atual para o setor elétrico ainda atendem aos interesses privados por lucro e deixam o país vulnerável ao risco de um novo apagão. Pág. 5 ÁFRICA - Presidente reeleito da África do Sul, Thabo Mbeki fala do exercício democrático no país marcado pela dominação européia e pelo apartheid. Analistas questionam a eficácia da oposição política, tendo em vista a reeleição do mesmo partido pela terceira vez. Pág. 12 DEBATE - Peter Rosset, especialista em agroecologia, vê na expressão de organizações camponesas a reação ao avanço da globalização econômica sobre o campo e a soberania alimentar. Pág. 14
MST alfabetiza cinco mil em Pernambuco
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Fórum discute outra periferia possível em SP
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Monsanto faz barganha com agricultores
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