Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 6 • Número 291
São Paulo, de 25 de setembro a 1º de outubro de 2008
R$ 2,00 www.brasildefato.com.br Samuel Costa
Yuri Martins Fontes
Um Mar Vermelho entre os africanos e a velha Europa
Em defesa do petróleo para os brasileiros
Em 2007, foram 1.400 os africanos mortos durante a travessia ilegal do Mar Vermelho; eles zarpam do Chifre da África rumo ao Iêmem. Daí, seguem rota pelo deserto da Arábia Saudita, com o objetivo de chegar à Europa. Pág. 12
Movimentos fizeram uma vigília (foto) em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, contra os leilões de petróleo e gás. Em São Paulo, a CUT promoveu seminário sobre o marco regulatório do setor. Pág. 6
Marco Castro/UN
Nos EUA, liberais recorrem ao Estado para evitar crise Depois de mais de duas décadas sustentando em todo o mundo a não-intervenção estatal na economia, o governo estadunidense encontrou no Estado a única saída para amenizar a crise financeira em que se encontra. Ainda que no dia 23 de setembro, em sua fala durante a 63ª sessão da Assembléia Geral da ONU, George W. Bush não tenha dito uma palavra sobre economia, ele aparece ao menos duas vezes por dia
na televisão pedindo ao Congresso que aprove com urgência o pacote de 700 bilhões de dólares para os bancos privados. O socorro pedido ao Estado – e aos contribuintes – já era uma medida esperada. Até mesmo o megainvestidor George Soros está convencido de que a quebradeira é fruto do “fundamentalismo do mercado, baseado naquela ideologia da auto-regulação”. Págs. 2 e 10 Patrícia Bonilha
Mulheres são indiciadas em massa por praticar aborto
Luta pelo rio Madeira ganha novo fôlego com seminário
Setenta mulheres, dentre 2 mil indiciadas, já foram condenadas pela justiça do Mato Grosso do Sul sob a acusação de terem se submetido a um aborto. Os indiciamentos começaram após o fechamento de uma clínica pela polícia, que apreendeu as fichas médicas e começou a investigar as pacientes. Ativistas e especialistas apontam uma série de irregularidades jurídicas do processo e acreditam que a medida se relaciona com uma reação de setores contrários que temem uma flexibilização da lei. Pág. 3
O seminário-acampamento realizado entre os dias 16 e 18 de setembro, às margens do rio Madeira, principal afluente do Amazonas, deu novo ânimo aos movimentos sociais engajados na resistência à privatização do rio pelas usinas hidrelétricas. Organizada pela Via Campesina, a proposta de ação é clara: retomar com mais força e unidade a defesa da soberania dos povos ribeirinhos da Amazônia, e, conseqüentemente, da população brasileira, frente aos grupos econômicos que, em busca do lucro, querem capitalizá-la e destruí-la. Pág. 7
Reprodução
Seminário-acampamento debateu por três dias a matriz energética brasileira e mundial e os projetos do Complexo Madeira London Constant
Hals
O petróleo e a Petrobras são nossos, defende ex-diretor
CULTURA Morre o cineasta político e antifascista italiano Florestano Vancini. Pág. 8
Autoritarismo é crescente no País Basco
“O petróleo é nosso, a Petrobras é nossa e o pré-sal é nosso. Eu me nego a aceitar que o petróleo não seja nosso, que a Petrobras não seja nossa”. Essa é a visão do ex-diretor da estatal Ildo Sauer, que se coloca contrário à criação de outra empresa para administrar o pré-sal. Para Sauer, os problemas na atual gestão são fáceis de sanar. Segundo ele, é um ato de vontade política. Como alternativa, o ex-diretor defende a criação de um fundo constitucional, gerido com critérios definidos em constituição. Págs. 4 e 5 ISSN 1978-5134
Cartaz com fotos de alguns dos 736 presos políticos bascos
Perseguição a partidos políticos, fechamento de meios de comunicação e tortura. Ataques à democracia como esses vêm se tornando cada vez mais freqüentes no País Basco, território localizado no norte da Espanha e sudoeste da França que abriga um povo com idioma próprio e uma história que antecede a formação dos modernos Estados nacionais europeus. Em entrevista, o advogado Joseba Agudo conta como os governos espanhol e francês vêm tratando todos os independentistas como se fossem terroristas. Pág. 11