Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 6 • Número 258
São Paulo, de 7 a 13 de fevereiro de 2008
R$ 2,00 www.brasildefato.com.br
Divulgação
CULTURA
POLÍTICA
A viola antropofágica de Ivan Vilela em defesa da tradição e da cultura popular.
Censura no Paraná
Pág. 8
O governador Roberto Requião (PMDB-PR) foi proibido de criticar pessoas ou instituições e, até mesmo, de divulgar ações do seu governo na TV Educativa paranaense. A decisão foi tomada por um juiz federal e contou com o apoio da imprensa corporativa local. Pág. 7 Arquivo Brasil de Fato
Projeto de “integração” aprofunda dependência da América do Sul Crise econômica dos EUA está apenas começando O ano de 2006 foi o ápice da “bolha imobiliária” dos EUA. Motivada pelas reduzidas taxas de juros, a classe média baixa foi atrás de empréstimos para comprar sua casa. Os financiamentos, muitas vezes, superavam a renda dessas famílias. O tamanho do bu-
raco é desconhecido, mas não se pode culpar apenas a inadimplência no setor imobiliário; especulação financeira e a alta do preço do petróleo também são tidos como vilões nessa crise. Para combatê-la, o governo aumentou presença do Estado na economia. Pág. 9
Os governos sul-americanos falam em integração. Organizações sociais, indígenas e da sociedade civil falam em destruição ambiental, danos às comunidades, dependência econômica e aprofundamento das assimetrias regionais. A Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) – megaprojeto que tem o Brasil como
grande impulsionador e cujo objetivo é a conexão rodoviária, fluvial, marítima, energética e de comunicação da América do Sul – já está 30% em andamento. No entanto, seus críticos denunciam que, além dos riscos sócioambientais que as grandes obras trazem, a iniciativa tem como lógica a exportação de mercadorias e extração de recursos naturais. Págs. 10 e 11 Leonardo F. Freitas/CC
Aumenta a procura por novos postos de trabalho Levantamentos de institutos de pesquisa do país demonstram um processo de redução do desemprego em 2007. Além do aumento do emprego formal e das taxas de ocupação, o processo também influiu naqueles que não estão empregados. Segundo dados do Seade/Dieese, as taxas de desemprego oculto pela precarização e pelo desalento diminuíram em relação ao desemprego aberto. Em outras palavras, além da diminuição do total de desempregados, aqueles que haviam desistido de se empregar voltaram a procurar vagas, cientes da atividade do mercado. Para especialistas, principal agente da geração de empregos foi o crescimento econômico. Pág. 3
AMAZÔNIA DEVASTADA
Desmatamento e agronegócio avançam lado a lado Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o desmatamento na Amazônia voltou a crescer. Entre agosto e dezembro de 2007, 3.233 km² de floresta foram derrubados. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) apontou a expansão da fronteira agrícola como a principal culpada, o que despertou a fúria de porta-vozes do agronegócio, como o governador Blairo Maggi (PR-MT). Apesar da choradeira, o fato é que, entre 2003 e 2006, a área plantada de soja aumentou de 4,8 milhões de hectares para 6,5 milhões de hectares só na Amazônia, o que corresponde a 40% do crescimento registrado em todo o país. Pág. 5
Área desmatada da Floresta Amazônica para o plantio de soja no município de Belterra (próximo a Santarém), no Estado do Pará.
Reprodução
No Quênia, desigualdade alimenta novos conflitos Para além das fraudes eleitorais e dos conflitos étnicos, o Quênia possui outro combustível para a violência que assola o país: a desigualdade econômica. Na capital Nairóbi, por exemplo, não existem bairros de classe média. Há apenas bairros com casas sofisticadas, cujos moradores praticam um consumo exorbitante, ou áreas marginalizadas. “As verdadeiras motivações (do conflito) são o acesso à terra, moradia e à água”, afirma voluntário dinamarquês. Pág. 12
Neoliberalismo PF investigará avança sobre se Jango foi ou não assassinado a saúde
Jovens quenianos armados de arco, flecha e facão nos protestos pelo país
No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, os pacientes levam, em média, um ano e cinco meses para fazer uma consulta na cardiologia pediátrica. Em outras especialidades, a situação é parecida. Para sindicato de trabalhadores do setor, está ocorrendo um processo de precarização do sistema de saúde que fortalece o discurso privatizante. Nesse sentido, a principal ameaça é o projeto (PLP 92/2007) que modifica o regimento dos hospitais universitários para transformá-los em fundações estatais. Pág. 4
A hipótese de que o expresidente João Goulart teria sido morto por envenenamento será investigada pela Polícia Federal. A solicitação foi feita pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, após ter acesso ao depoimento do ex-agente do serviço secreto do Uruguai, Mario Neira Barreiro. João Vicente Goulart, filho de Jango, comemorou: “Até que enfim algo foi feito”. Pág. 7
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