Ano 4 • Número 160
R$ 2,00 São Paulo • De 23 a 29 de março de 2006
No INSS, o Brasil dos humilhados D
esespero e humilhação. Esses são os sentimentos dos trabalhadores doentes que precisam recorrer ao pedido de auxílio-doença no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O benefício é um direito constitucional, mas é concedido com desdém – quando concedido. A situação piorou com a implementação da Cobertura Previdenciária Estimada (Copes), em agosto de 2005. O programa estabelece períodos máximos para o afastamento dos trabalhadores. Estes, mesmos doentes, são obrigados a voltar ao emprego, quando a licença termina. Como estão inaptos, muitos acabam demitidos e são obrigados a viver na precariedade. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Copes é resultado do desmonte do Estado de bem-estar social. Mobilizações sindicais permanentes exigem a suspensão do programa, considerado inconstitucional. O governo, entretanto, afirma que está satisfeito com os resultados obtidos. Págs. 2, 4 e 5
Horacio Villalobos/EFE/AE
Mesmo doentes, trabalhadores têm benefícios suspensos e são obrigados a voltar ao emprego
Estudantes e trabalhadores marcham pelas ruas de Paris (França) em protesto contra o Contrato do Primeiro Emprego (CPE), durante uma convocação nacional
Vida, a última barreira do capital
Alckmin ou Lula, sem mudanças na economia
Até o dia 31, Curitiba é o centro dessa guerra. As transnacionais são contra os rótulos para as pessoas decidirem se querem, ou
não, comer transgênicos. Os movimentos denunciam o jogo sujo das corporações. Caderno especial
Carlos Ruggi
Apesar de uma pesquisa mostrar que 54% dos eleitores desejam mudanças na política econômica, essa não tem sido a bandeira de nenhum dos principais candidatos à Presidência. Com PT ou PSDB, nenhuma transformação profunda será feita. Porém, a gestão do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo dá mostras de seu evidente perfil conservador nas áreas sociais: omissão na moradia e falta de compromisso com Educação. Pág. 3
De um lado os povos; do outro, o imperialismo. A privatização da biodiversidade torna-se a última batalha da humanidade.
Franceses nas ruas, em defesa de seus direitos Revivendo a efervescência política de maio de 1968, estudantes tomam conta das ruas da França para protestar contra as medidas neoliberais do primeiro-ministro Dominique de Villepin e do presidente Jacques Chirac, que precarizam as condições de trabalho. Sindicatos e organizações sociais aderem ao movimento, que já atingiu 150 cidades, paralisou metade das universidades do país e ameaça com uma greve geral. Pág. 9
Em disputa, o futuro e o controle da água
Três anos de luto pelo povo iraquiano
No México, transnacionais e o Banco Mundial discutiam no Fórum Mundial da Água estratégias de privatização dos recursos hídricos. Enquanto isso, movimentos sociais e ONGs mostraram que a vontade popular clama pela gestão pública – e participativa – da água. Pág. 13
Milhares de pessoas protestaram no dia 18, em todo o mundo, contra os três anos de invasão do Iraque. A popularidade do presidente George W. Bush está em queda, e manifestantes organizaram mais de 500 atos nos Estados Unidos, exigindo a retirada das tropas do Iraque. Pág. 10
Na Cargill, exploração e descaso Pág. 6
Maringoni
Indígenas participam da 8ª Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Curitiba (PR)
E mais:
Festa de três anos do Brasil de Fato
Ato político-cultural com a presença de artistas, intelectuais, representantes de organizações populares e personalidades da vida pública do país. Local: Quadra da Gaviões da Fiel Endereço: Rua Cristina Tomaz, 183, Bom Retiro – São Paulo Dia: 31 de março (sexta-feira) Horário: A partir das 19 horas Mais informações: www.brasildefato.com.br
EQUADOR – Movimentos indígenas tomam a capital Quito para pressionar o presidente a convocar uma consulta sobre o acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. Pág. 11 CULTURA – Coletivo de artistas se une aos sem-teto da ocupação Prestes Maia, no Centro de São Paulo, para criar uma “Escola Popular”. Pág. 16