BDF_146

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Ano 3 • Número 146

R$ 2,00 São Paulo • De 15 a 21 de dezembro de 2005

PSDB quer privatizar São Paulo Fotos: CMI

José Serra e Geraldo Alckmin retomam agenda de privatizações na prefeitura e no governo do Estado

S

e depender da vontade do prefeito de São Paulo, José Serra, saúde, educação e cultura são assuntos da iniciativa privada – não do Estado, como diz a Constituição. Um projeto de lei do tucano autoriza a transferência da administração de serviços públicos para o setor privado. A proposta, aprovada na Câmara Municipal em primeira votação, foi criticada por sindicatos,

vereadores do PT e defensores dos direitos sociais. Mesmo sem aprovação da Câmara, a prefeitura já repassou a administração de hospitais públicos a entidades privadas geridas por pessoas ligadas à prefeitura. E o governador paulista Geraldo Alckmin prepara a privatização da linha 4 do Metrô, da Nossa Caixa e da estatal de energia Transmissão Paulista. Pág. 6

OMC coloca em risco empregos no Brasil

OEA determina intervenção na Febem de SP

em risco dois milhões de empregos na indústria do país. Estudo do Instituto Observatório Social concluiu que a maior competitividade estrangeira causaria a eliminação e a precarização dos postos de trabalho. Pág. 9

Exportações geram exército de mutilados

Capital externo agora controla universidade

Para suportar o aumento das exportações – de mais de 200% de 2000 até outubro de 2005 –, as avícolas aceleram as linhas de produção. Os trabalhadores, submetidos a um ritmo frenético, adquirem doenças que levam à invalidez. Segundo a deputada Luci Choinacki (PT-SC), que integra a comissão de parlamentares que avalia os problemas, a situação é mais grave do que se imaginava. “Essa guerra econômica produz um exército de mutilados”. Pág. 8

Pela primeira vez, uma universidade é vendida ao capital estrangeiro. O grupo estadunidense Laureate Education adquiriu o controle da Universidade Anhembi-Morumbi (SP). Hoje, não há lei que impeça tais operações. Por isso, o temor de que outros casos ocorram. Entregar a educação para setores estrangeiros significa fazer com que o país, ao invés de criar conhecimento, apenas imite o que se faz em outras partes, alertam especialistas. Pág. 4

Roosewelt Pinheiro/ABr

Contra a liberalização comercial, manifestantes intensificam protestos contra a 6ª Conferência da OMC

Uma redução drástica das tarifas brasileiras de importação de bens industriais de 30% para 10% – proposta dos países desenvolvidos para a 6ª Conferência da Organização Mundial do Comércio, que se realiza entre os dias 13 e 18 – se aprovada, pode pôr

Mercosul ainda despreza as questões sociais

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No Tocantins, Krahô-Kanela lutam pela terra Pág. 3

Salário mínimo: aumento digno só no discurso Pág. 5

Caso Dorothy: vitória contra a impunidade A condenação, dia 10, de dois acusados pelo assassinato da Irmã Dorothy foi recebida como uma primeira vitória no caso. Os outros três estão presos e seu julgamento está previsto para o primeiro semestre de 2006. “O Estado se sentiu desafiado e cumpriu sua função num julgamento correto e íntegro. Mas, para nós, só estará completo se alcançarmos os mandantes”, afirmou dom Tomás Balduíno, presidente da Comissão Pastoral da Terra. Pág. 3

Índios fazem manifestações na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em Brasília (DF)

E mais: REDE TV! – Programa Direitos de Resposta mostra que é possível fazer televisão com respeito aos direitos humanos. Pág. 4 CULTURA – Livro do jornalista Mário Augusto Jakobskind, colaborador do Brasil de Fato, denuncia como a mídia comercial manipula notícias da América Latina em defesa de seus interesses. Pág. 16

Criado em 1991, o Mercosul continua distante da realidade dos povos que vivem na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor de Relações Internacionais da UnB, José Flávio Sombra Saraiva, avalia que, desde a sua origem, o bloco se concentra em assuntos comerciais ou político-estratégicos. No dia 9, em Montevidéu, a Venezuela se tornou o quinto sócio do bloco comercial. Na mesma ocasião, os presidentes decidiram criar o Parlamento do Mercosul. Pág. 11

EUA boicotam Palestina nas Nações Unidas Às escondidas, os EUA têm se empenhado em fazer com que a Organização das Nações Unidas (ONU) elimine os seus programas de ajuda aos palestinos. Segundo um jornal de Nova York, um embaixador estadunidense revelou que a administração Bush condicionou a aprovação do orçamento da ONU para o período 20062007 à “eliminação de missões desatualizadas” – designação que inclui os programas palestinos. Israel apóia a iniciativa. Pág. 12


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