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É que Orpheu, meus senhores, foi o primeiro grito moderno que se deu em Portugal. Almada Negreiros, 1935
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Foi o grupo de Orpheu a que me honro de ter pertencido, que pela primeira vez em Portugal, ergueu bem alto ideologicamente o estandarte da revolta contra velharias mais ou menos académicas que pretendiam mumificar o pensamento antigo em vez de procurarem rejuvenescê-lo dando-lhe uma nova seiva vivificadora que de modo algum o desvirtuaria. Raul Leal, 1945
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[Orpheu] abriu uma janela para entrar ar fresco e sol na atmosfera bafienta da literatura de então. Armando Côrtes‑Rodrigues, 1948
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A revista portuguesa Orpheu, cujo primeiro número apareceu agora, traz consigo o extraordinário interesse de fixar definitivamente uma corrente literária que de há pouco se vem esboçando em Portugal. Fernando Pessoa, 1915
NÓS,
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Há 100 anos um grupo de jovens publicou uma revista: Orpheu. Saíram apenas dois números. Foi o bastante para lançar a polémica e agitar o cenário artístico português, adormecido nas linhas estéticas novecentistas. Orpheu, revista e geração, “foi o primeiro grito moderno que se deu em Portugal”, na expressão de José de Almada Negreiros. A exposição Nós, os de Orpheu – título parafraseado do texto de Fernando Pessoa na revista Sudoeste 3, em 1935 –, traça o percurso da revista e dos seus protagonistas, recorrendo, muitas vezes, às próprias palavras dos “órficos”. Através da reprodução de diversas obras e documentos (fotografias, recortes de imprensa, correspondência, manuscritos, etc.), apresenta‑se o “Nós” que formou Orpheu e alargam‑se perspetivas de leitura a todos “Nós” que, um século depois, continuamos a descobrir Orpheu. Porque, como Pessoa concluiu: “Orpheu acabou. Orpheu continua.”
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