

theAFRO presence in the brazilian artistic diversity
Afro BrazilianArt Hall in RS
Ficha Técnica
Datasheet
EdiçãoePropriedade
Editionandownership
Coordenação
Coordination
A Presença Afro na Diversidade Artística Brasileira
The Afro Presence in the Brazilian Artistic Diversity
Coleção obras reunidas Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Collection work of art brazilian hall
Black Brazil Art
Patrícia Brito Knecht
Exposição
Exhibition
Artistas diversos | BRASIL
CATÁLOGO REUNIDO
1 Salão de Arte Afro-brasileira do RS – Memorial do RS - 2005
2 Salão de Arte Afro-brasileira do RS – Memorial do RS – 2006
Concepção e Montagem da Exposição Patrícia Brito | Black Brazil Art | Equipe Memorial do
RS | Instituto de Artes da Ufrgs – Departamento de Artes Visuais | Colaboração Ateliê Um
Catálogo
Catalog
Textos\Texts
Tradução\ Translation
Revisão\Review
Fotografia\ Photography
Assessoria de Imprensa\ Press Ofifice
DesignGráfico\ Graphic Design
Patrícia Brito
Marcel Pierre
DanielaOldenburg
Black Brazil Art
Isidoro B.Guggiana
Black Brazil Art
Oprojeto Salão de Arte Afro-Brasileira foi idealizado e promovido pela primeira vez em 2005, pela então produtora cultural e historiadora Patrícia Brito - hoje, museóloga. Em parceria com a Associação Satélite Prontidão, entidade associativa e beneficente, fundada em Porto Alegre no Rio Grande do Sul em 1902, por algumas famílias da comunidade negra, que teve com o propósito, abrigar a cultura negra e seus costumes – essa parceria foi essencial para tornar esse projeto realidade.
De forma inédita, a proposta do Salão foi realizar um mapeamento no segmento das artes visuais de influência e cultura africana, na produção artística do Rio Grande do Sul e, em outros territórios do Brasil propondo um encontro com a diversidade étnica à luz da contemporaneidade.
A mostra se consolidou no estado trazendo opiniões acerca do resgate da cultura negra e de uma dívida histórica, mas acima de tudo, serviu de base em consonância com a Lei 10.639/03.
“Por toda contribuição negra no país é inegável sua presença constante na cultura, história e tradição africana nos diversos tipos de manifestações artísticas no Brasil. As cores, os ritmos, os sons e a religiosidade negra por sua expressividade e proximidade cotidiana, acabam por influenciar de maneira muito significativa, não só o modo de vida dos brasileiros, mas servindo sempre de fonte de inspiração e criação para artistas de diversas áreas.”
A estética de influência negra celebrou e identificou a profundidade de sua cultura brasileira. A arte negra é resgatada no Rio Grande do Sul e em outros estados, acompanhada de um apanhado da memória cultural do país. Conectamosentão,educaçãoecultura,tendoaartecomomediação.
Patrícia Brito Knecht
Curadora do Salão de Arte Afro-Brasileira
Tthe Afro-Brazilian Art Salon project was conceived and promoted for the first time in 2005 by the then cultural producer and historian Patrícia Brito - now a museologist. In partnership with Associação Satélite Prontidão, an associative and charitable organization, founded in Porto Alegre in Rio Grande do Sul in 1902, by some families of the black community, whose purpose was to shelter black culture and its customs - this partnership was essential to make this project a reality.
In an unprecedented way, the proposal of the Salon was to carry out a mapping in the segment of the visual arts of influence and African culture, in the artistic production of Rio Grande do Sul and in other territories of Brazil proposing a meeting with the ethnic diversity in the light of contemporaneity.
The show was consolidated in the state bringing opinions about the rescue of black culture and a historical debt, but above all, served as a basis in accordance with Law 10.639 / 03.
"For all the black contribution in the country is undeniable its constant presence in the African culture, history and tradition in the various types of artistic manifestations in Brazil. The colors, the rhythms, the sounds and the black religiosity for their expressiveness and daily closeness, end up influencing in a very significant way, not only the way of life of the Brazilians, but always serving as a source of inspiration and creation for artists from different areas . “
The aesthetics of black influence celebrated and identified the depth of its Brazilian culture. Black art is rescued in Rio Grande do Sul and other states, accompanied by a collection of the country's cultural memory. We connect then, education and culture, having art as mediation.
Patrícia Brito Knecht
Curator of the Afro-Brazilian Art Hall
O projeto curatorial procurou explicitar as relações entre a produção artística brasileira de expressão africana - obras de artistas negros e não negros - e a influência de contextos sociais e religiosos no cerne das artes. Um inventário que pretendeu tornar visível a influência da cultura africana na diversidade e criação artística do Brasil, convidou para esse diálogo, artistas, independente de seus credos, para um mapeamento que teve como objetivo celebrar o encontro das diferentes propostas, linguagens e técnicas unificadas e aquecidas temática, estética ou espiritualmente ao afro-brasileiro. Foi necessário criar mecanismos para fortalecer, estimular e divulgar a criação artística que teve como base a cultura afro-brasileira; só assim o país estaria à altura realmente da sua diversidade cultural.
A fim de apresentar várias dimensões do trabalho desses artistas, o Salão de Arte Afro-brasileira esteve organizado em torno de várias ideias temáticas surgindo com o objetivo de transformar este evento numa atividade permanente, que venha criar com suas ações e seu acervo, um espaço paralelo para que este mapeamento possa ser visitado e revisitado, num verdadeiro processo de interação e crescimento tanto para a sociedade quanto para os artistas.
A concepção da curadora não se restringiu somente à representação e freqüência com que os elementos afrobrasileiros surgiram na obra de cada artista, mas, procurou na obra de arte afro-brasileira signos formais ou contextuais que a legitime. Em todo caso, ela pareceu ser também a síntese desse salão. Ao elaborar um discurso curatorial sobre a presença afro-brasileira na arte do Brasil, essa orientação acabou por realçar esse mesmo discurso, peças oriundas de outros universos. A sistematização de contextos históricos da arte afrobrasileira também tem acontecido pela articulação expográfica e museológica. A curadoria do Salão de Arte Afro-brasileira foca em diversos momentos na construção da memória, opondo, contextualizando e problematizando obras de diversos artistas.
Devido à exígua história de curadores de arte 'tradicional da arte Afro-brasileira e Africana' e ativistas culturais que são vistos como difusores e promotores dessa arte, esta proposta temática, de exposições e programação paralela, pretendeu situar a discussão, inicialmente, na região sul e, eventualmente, através de intercâmbios para outras regiões do país e fora.
A sua maneira de ordenar as obras de arte no espaço do salão, criou uma narrativa sobre arte afro-brasileira que poucas vezes foi abordada dentro de museus. O universo da exposição do Salão de Arte Afro-Brasileira, como um espaço privilegiado de debate e confronto, foi de grande relevância para compreender como se efetiva a visualidade e representação do negro em toda a sociedade brasileira. A curadoria feita para essa arte afro-brasileira é ainda um campo de poucas abordagens acadêmicas, mas, exposições de arte afrobrasileira estão adquirindo pertinência como fator de representação social. Isso está ligado diretamente às negociações para o reconhecimento de grupos que historicamente foram alijados de suas próprias narrativas.
No momento em que o Brasil como um todo, através da Lei federal nº 10.639/03 inclui no currículo da educação, o ensino e a aprendizagem da história e da cultura afro-brasileira, os diálogos com a educação se tornam mais diversos e este salão ganha em importância por promover de forma plástica, esta integração.
A exposição é significativa, porque a África tornou-se um tema importante de debate a partir de dentro e fora do Brasil nessa que é a década do afrodescendente. Este trabalho redefine um novo centro de criatividade e inovação para o século XXI.
“A Década será uma oportunidade para se reconhecer a contribuição significativa feita pelos afrodescendentes às nossas sociedades, bem como propor medidas concretas para promover sua inclusão total e combater todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e qualquer tipo de intolerância relacionada. Entre elas:
• Fortalecer a cooperação e as ações nacionais, regionais e internacionais relativas ao pleno gozo dos direitos econômicos, sociais, culturais. civis e políticos pelos afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade;
• Promover um maior conhecimento e um maior respeito aos diversos patrimônios, culturas e contribuições de afrodescendentes para o desenvolvimento das sociedades; “
The curatorial project sought to make explicit the relations between the Brazilian artistic production of African expression - works of black and non-black artists - and the influence of social and religious contexts at the heart of the arts. An inventory that sought to make visible the influence of African culture on the diversity and artistic creation of Brazil, invited artists, regardless of their creeds, to a dialogue that aimed to celebrate the meeting of the different proposals, languages and techniques unified and heated aesthetically, aesthetically or spiritually to the Afro-Brazilian. It was necessary to create mechanisms to strengthen, stimulate and disseminate the artistic creation that was based on Afro-Brazilian culture; only then would the country really live up to its cultural diversity.
In order to present various dimensions of the work of these artists, the Afro-Brazilian Art Fair was organized around several thematic ideas arising with the objective of transforming this event into a permanent activity that will create with its actions and its collection, a space parallel so that this mapping can be visited and revisited, in a true process of interaction and growth for both society and artists.
The curator's conception was not restricted only to the representation and frequency with which the AfroBrazilian elements appeared in the work of each artist, but, in the work of Afro-Brazilian art, sought formal or contextual signs that legitimize it. In any case, it also seemed to be the synthesis of this hall. In elaborating a curatorial discourse on the Afro-Brazilian presence in Brazilian art, this orientation ended up highlighting this same discourse, pieces from other universes. The systematization of historical contexts of Afro-Brazilian art has also been achieved through the articulation of the museum and the museum. The curatorship of the AfroBrazilian Art Exhibition focuses on various moments in the construction of memory, opposing, contextualizing and problematizing the works of various artists.
Due to the meager history of curators of 'traditional Afro-Brazilian and African art' and cultural activists who are seen as diffusers and promoters of this art, this thematic proposal, of exhibitions and parallel programming, intended to situate the discussion initially in the region south and eventually through exchanges to other regions of the country and abroad.
His manner of arranging works of art in the hall space created a narrative about Afro-Brazilian art that was rarely approached within museums. The universe of the exhibition of the Afro-Brazilian Art Exhibition, as a privileged space for debate and confrontation, was of great relevance to understand how the visual and representation of the black in all Brazilian society is effective. The curatorship for this Afro-Brazilian art is still a field of few academic approaches, but Afro-Brazilian art exhibitions are becoming pertinent as a factor of social representation. This is directly linked to negotiations for the recognition of groups that have historically been dismissed from their own narratives.
At a time when Brazil as a whole, through Federal Law No. 10.639 / 03, includes in the curriculum of education, teaching and learning of Afro-Brazilian history and culture, dialogues with education become more diverse and this hall gains in importance for promoting in a plastic way, this integration.
The exhibition is significant because Africa has become an important topic of debate from within and outside Brazil in what is the decade of the Afro-descendant. This work redefines a new center of creativity and innovation for the 21st century.
"The Decade will be an opportunity to recognize the significant contribution made by Afro-descendants to our societies and to propose concrete measures to promote their full inclusion and combat all forms of racism, racial discrimination, xenophobia and any related intolerance. Between them:
• Strengthen national, regional and international cooperation and action concerning the full enjoyment of economic, social and cultural rights. civil and political rights for Afro-descendants, as well as their full and equality in all aspects of society;;
• To promote greater knowledge and respect for diverse heritage, cultures and contributions of Afro-descendants for the development of societies; “
Mãe do Guilherme, esposa de Marcel e amiga de muitos.
Gestora cultural, pesquisadora e curadora, tem especialização em criação e gerenciamento de projetos culturais para museus e centros culturais. Trabalhou em galerias de arte e leilões especializados em arte naif e como representante de coleções particulares de arte. Tem envolvimentos em questões do ativismo negro dentro e fora do Rio Grande do Sul e em Ongs de Comunicação Comunitária e Mídias Comunitárias. Graduada em História e em Museologia, atua nos direitos da mulher e na valorização do empoderamento feminino e na formação de jovens pela democratização e acesso à informação.
Criou a Black Brazil Art (2011) que é um escritório – plataforma digital (arquivo) de produção cultural que quer mudar o mundo com seus trabalhos. O principal sentido do nosso trabalho é contribuir para a transformação social e ajudar a melhorar a vida das pessoas por isso, idealiza, produz e realiza projetos nas áreas de educação, cultura e arte. Se dedica a criar oportunidades de acesso, divulgação que vão da educação às artes visuais, comunicação e capacitação, formação e conteúdo digital, proporcionando a espaços culturais e entidades afins, produtos e serviços que envolvem, educam e inspiram. Focamos na transversalidade da cultura, na diversidade cultural, na proteção e promoção, no desenvolvimento local e regional e na economia criativa e na sustentabilidade.
Mother of Guilherme, wife of Marcel and friend of many.
Cultural manager, researcher and curator, she specializes in the creation and management of cultural projects for museums and cultural centers. He worked in art galleries and auctions specializing in naive art and as a representative of private collections of art. He has been involved in issues of black activism in and out of Rio Grande do Sul and in Community Communications and Community Media NGOs. Graduated in History and Museology, she works on the rights of women and the valorization of women's empowerment and the training of young people through democratization and access to information.
He created Black Brazil Art, a cultural production office that wants to change the world with his works. The main purpose of our work is to contribute to social transformation and help improve people's lives. Therefore, it idealizes, produces and carries out projects in the areas of education, culture and art. It is dedicated to creating access opportunities, from education to the visual arts, communication and training, training and digital content, providing cultural spaces and related entities, products and services that involve, educate and inspire. We focus on the transversality of culture, cultural diversity, protection and promotion, local and regional development and the creative economy and sustainability.
Adelina Lintzmaier Petiz
Adreson Vilson Vita de Sá
Alba Vilasboas
Alceu Ruino da Silva
Antônio Jorge Sobral
Ariane do Canto Cerveira
Beatriz Mignone Viana Rosa
Carla Giovana Felippetto Laidens
Carlos Alberto de Oliveira
Carlos Batista da Silva
Tibério, Wilson (1920-2005)
“Atravessei uma crise de adolescente. Um amante da arte gostou do meu trabalho e me
aconselhou a ir ao Instituto de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Foi o que fiz.”
*Por Carlos Alberto Saraiva Costa
De acordo com o professor, poeta e ativista
Oliveira Silveira (1941-2009), Wilson Mendonça Tibério nasceu, em Porto Alegre, no dia 24 de novembro de 1920. De origem humilde, este afrodescendente superou preconceitos e desafios, conquistando a Europa, Ásia e a África com sua arte. Filho da costureira Eraldina e do ferreiro Armando, o menino demonstrava talento desde cedo. Sua mãe faleceu, quando o artista tinha sete anos, sem no entanto, ver aflorar o talento do filho. Ao completar oito anos, ele começou a pintar retratos e personagens. A oralidade perpétua do artista, nasceu no final da Rua da Praia, em Porto Alegre, a beira do Guaíba. Sua mãe, entre outras atividades, era lavadeira. Ao sentir as dores do parto, não houve tempo de retornar para casa. Assim, Wilson Tibério nasceu, tendo como cenário as águas do Guaíba e as benção da Mãe Oxum.
Pintando faixas para feiras e cartazes publicitários, iniciou uma carreira que o levaria ao sucesso em Paris. Wilson Tibério se tornou aluno do artista italiano Cursi que o ensinou a manejar técnicas pictóricas. Diante das restritas oportunidades, para desenvolver seu trabalho, na capital gaúcha, ele decide se mudar para o Rio de Janeiro e estudar na
Escola de Belas Artes. Na cidade maravilhosa, conheceu, entre outras figuras, Jorge Amado (19122001) e Procópio Ferreira (1898 -1979), que lhe acirraram o seu espírito libertário e combativo contra qualquer forma de controle da liberdade de pensamento. Esta inquietação será a sua marca.
Em entrevista dada ao jornal João de Barro, nº 249, de março de 2001, seu irmão Manoel Tibério (19322007) declarou: “O Wilson era apaixonado pela pintura; pintava tudo o que via.” Aos 18 anos, Wilson deixou um bilhete, dizendo que saía de casa para tornar-se um grande pintor. Na mesma matéria, encontra-se um depoimento do próprio Wilson Tibério dado via e-mail: “Atravessei uma crise de adolescente. Um amante da arte gostou do meu trabalho e me aconselhou a ir ao Instituto Belas Artes, no Rio de Janeiro. Foi o que fiz.”
Graças ao domínio do idioma italiano, entre outros, aprendido em Porto Alegre, chegou a cantar no Coro da Ópera. Neste ínterim, seu irmão mais velho vai ao seu encontro no Rio de Janeiro e, infelizmente, vem a falecer. Com esta perda Wilson Tibério sofre grande abalo, mas não desiste de seguir em sua luta por um espaço no mundo das artes. Logo começou a trabalhar, por um período, nos Cinemas Parisiense e
Paramount Gaumont onde pintava cartazes de anúncios de filmes e ampliava fotos.
Wilson Tibério ainda estudante tinha por hábito ir às favelas cariocas para desenhar. Numa ocasião, enquanto rabiscava, conheceu Francesca ou Francisca pela qual se apaixonou. Desta união nasceram dois filhos gêmeos que, ao completarem seis meses de vida, faleceram.
Em 1941, nosso artista expôs no Salão de Pintura, no Rio de Janeiro, fato que se repetiu por mais dois anos sucessivos. No ano de 1945, também, no Rio de Janeiro, participou de uma exposição, que foi organizada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Naquele mesmo ano, Wilson Tibério viajou ao Mato Grosso na missão do Serviço de Proteção ao Índio junto com a Associação de Proteção aos Índios da Amazônia, visando a registrar, por meio de desenhos e pinturas, a preservação da cultura indígena. Na Bahia, o artista pintou vários registros dos rituais do Candomblé.
Embora estas atividades tenham lhe possibilitado novas oportunidades no campo das artes, o ano de 1945, foi um ano de muita tristeza para Wilson Tibério, pois faleceram seu pai e sua madrasta. Diante destas perdas, o artista veio a Porto Alegre na tentativa de levar, em sua companhia, seus irmãos Manoel e Romana. Impedidos pelos tios, que discordaram do desejo de Wilson Tibério, o artista retorna sem a companhia dos irmãos. Finalmente, em 1946, no Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, àquela época capital federal, ocorreu a primeira exposição individual de Wilson Tibério. Na ocasião, ele conheceu um jornalista comunista e aderiu ao Partido, sendo
felicitado por Luis Carlos Prestes (1898-1990) pelo seu trabalho. O marco significativo que mudaria a sua vida, ainda, estava por acontecer. Ao expor em Petrópolis, no Hotel Quitandinha, Wilson Tibério conheceu o conselheiro cultural da Embaixada da França que lhe ofereceu uma bolsa para seguir seus estudos em Paris. Em outubro de 1947, o artista, que nascera na beira do Guaíba, partia para a Europa. Em se tratando de um artista, infelizmente, pouco conhecido no Brasil encontrase, em algumas fontes, o ano de 1943 como data de sua partida para o exterior.
Em 1947, ele expõe, em Paris, na Galeria L’Arc, em Ciel , desenhos alusivos ao Brasil, nos quais registrou favelas, macumbas e vendedoras de rua no Rio de Janeiro. De acordo com Emanoel Araújo, por estar distante de sua terra natal, Wilson Tibério retratou, exaustivamente, motivos afro-brasileiros. No Museu do Homem, em Paris, assistiu às aulas de Antropologia e de Etnologia acerca da Arte Negra. Pelo fato de ser bolsista do governo francês, em 1948, visitou, na condição de convidado, determinadas colônias francesas, a exemplo do Senegal, Sudão, Daomé (Benin) e Alto Volta (Burkina Faso).
De temperamento sensível e preocupado com questões de cunho social, Wilson Tibério, ao visitar a África, deparou-se com inúmeros problemas que o entristeceram bastante. Ainda assim, diante daquela cultura, que considerou original e autêntica, ele se identificou nos cantos, nas danças, rituais fúnebres e casamentos. No Senegal, ao defender um irmão de etnia, que havia sido ofendido pelo poder colonial, nosso artista foi extraditado pelo poder local.
De volta a Paris, em 1949, Wilson Tibério passou a retratar, em suas telas, temas relativos às condições socioeconômicas dos africanos, sendo um momento também de novas experiências com cores e formas. Na Livraria La Porte Latine, ele expõe seus primeiros trabalhos dentro deste contexto do mundo africano, tendo realizado também uma coletiva na Fundação de Mônaco da cidade universitária de Paris.
No ano de 1950 nasceu, em Paris, a sua filha Gisele, e Wilson Tibério participou de outra coletiva na Casa da América Latina. No ano seguinte, ele vivenciou um momento muito especial de sua carreira: participou de uma exposição de Picasso, em Paris, na Galeria Henri Tronchet. Ao chegar o Verão, nosso artista expôs, em Menton, no espaço Jean Pernet Photographe.
Em 1952, participou da 2ª Bienal de Menton e, depois, expõe, em Nice, na Galeria PédroniLombard. As cores presentes em seus trabalhos reforçam todo sentimento de dor e tristeza de Wilson Tibério em relação ao povo do antigo Reino de Daomé (Benin). Com o nascimento de sua segunda filha, Sônia, em 1953, na cidade de Nice, o artista se voltou para os temas sobre a maternidade e a infância.
Transcorria o ano de 1954, quando Wilson Tibério realizou uma amostra, na Galeria Muratore. Nesta exposição, nosso artista retomou a temática sobre o Continente Africano. O artista assume uma postura política ao denunciar o trabalho forçado nas colônias. A partir deste trabalho, seguiram uma sucessão de outros, como na Galeria Paul Mary, em 1955, na capital francesa. Em 1956, em meio de 500 obras de 41 países, ele expôs no Museu de Belas Artes de Paris. No ano seguinte, na mesma
cidade, seu trabalho foi exposto na Galeria Marcel Bernheim. Sua obra se caracteriza pela presente obsessão do homem que reza, sofre, canta ou se revolta na qual o seu traço é, muitas vezes, incisivo e bruto.
Quando deixou, ainda tão jovem, a sua cidade natal, Porto Alegre (RS), Wilson Tibério, embora carregasse no seu mundo interior uma mala de sonhos, não imaginava que sua arte chegaria a Moscou e noutros lugares do mundo. No ano de 1957, nosso artista foi convidado para participar do Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes na Rússia. Muitos de seus trabalhos foram adquiridos por museus russos. Após este momento tão significativo de sua carreira, Wilson Tibério foi convidado a participar da Conferência dos Artistas e Escritores da África, Ásia e América Latina, realizado em Tachkent.
Cruzando fronteiras, a arte de Wilson Tibério chegou, em 1958, à China. Nesta fase, a cor azul assumiu um papel relevante para o artista em seus desenhos e telas que foram expostos na Casa dos Escritores e Artistas de Pequim.
O ano de 1960, que foi marco de mudanças culturais e comportamentais, refletiu na obra de Wilson Tibério. O artista voltou o seu olhar para uma África envolta em movimentos de independência. Em Abidjan, ele instalou seu ateliê onde produziu e preparou seus desenhos para serem expostos. Nesta fase, Sita se tornou seu modelo preferido, sendo, na visão do artista, o arquétipo da mulher africana. Este período representa a sua fase erótica do artista.
Em 1961, ele expôs pela primeira vez na Costa do Marfim no Salão do Hotel de Ville em Abidjan. Logo
após, nosso artista foi convidado, pelo presidente Hamani Diori, a expor em Niamey, no Níger. Retornando a Abidjan, Wilson Tibério viajou ao interior do país. Ao norte, chegou a uma região onde os habitantes viviam nus. Isto o inspirou a pintar aquarelas neste lugar. Na Costa do Marfim, o artista produziu várias esculturas em argila.
No ano seguinte, preparou uma exposição no Hall de Informação de Treichville, sob a presidência de Koffi Gadeau que era ministro da Informação da Costa do Marfim.
Diante da situação política da Costa do Marfim, em 1963, Wilson Tibério retornou à França. No ano de 1965, ele expôs na Casa do Comércio, em Lille, no norte da França. Em 1966, o nosso artista teve a honra de ser convidado para o Festival da Arte Negra de Dakar, no Senegal. Terminado o Festival, ele instalou seu ateliê, em Dakar, e realizou a exposição Senegal 67 na companhia do amigo e pintor sul-africano Sekoto, passando a morar em Dakar. No ano seguinte, expôs individualmente no Teatro Daniel Sorano.
Em 1970, Wilson Tibério retornou à Europa e instalou-se, em Roma, na Itália. Passados três anos, ele apresenta uma exposição na Galeria Paesi Nuovi. Esta exposição constou de pinturas e esculturas em terracota, pedra e gesso envernizado. O tema preferido pelo artista continua sendo a dor da guerra, a denúncia da fome e da perseguição.
Em 1973, a crítica italiana Mara de Mercurio registrou: “na tradição da grande pintura sulamericana de pós-guerra, Wilson Tibério, artista afro-brasileiro, apesar de estar há muitos anos na Europa, coloca-se numa dimensão muito precisa: é
um artista de vanguarda, um pintor completo e um homem de seu tempo. As cores densas e pastosas impregnam e aumentam o sentido de todas as coisas.”
De forma regular, nosso artista sempre voltou à França. expondo, em 1973, com seu amigo Sekoto. Em 1977, ele expôs em Cavaillon, no Centro de Animação. Ao tomar conhecimento das violências nas ruas da África do Sul, o artista se comoveu e revoltou-se, inspirando-o a realizar uma série de trabalhos em cores brutas, predominando as cores amarelo e vermelho.
No ano de 1979, Wilson Tibério retornou à África Ocidental e expôs novamente na Costa do Marfim. Desta vez, seu trabalho ficou exposto num importante espaço, conhecido como Galeria Mitkal em Abidjan. Muitas telas, naquela ocasião, foram adquiridas por figuras importantes do governo. As cores utilizadas, pelo artista, são o amarelo, o verde e o pardo, tornando as telas alegres e vivazes.
Transcorridos alguns meses na África, nosso artista voltou ao seu ateliê principal, em Roma, expondo, em 1986, no Hotel Continental de Siena. Passados dois anos, Wilson Tibério se transferiu para Mazan, na França, encerrando o ano com uma exposição na Escola Normal de Bourges num Festival chamado Tam-Tam.
Em 1990, Wilson Tibério apresenta uma série de desenhos e aquarelas na Embaixada do Brasil em Paris. No ano de 1995, na França, agora, em Lyon, ele expôs no Espaço August Comte. A exposição constou de telas, desenhos e guaches, em formatos médios, exaltando a figura da mulher.
Ainda na França, na cidade de Avignon, em 1996, ele realiza uma retrospectiva no Convento das Artes. No biênio 1998-1999 seu trabalho foi exposto na Galeria Cecil B., em Les Vans, no Departamento de Ardeche, ficando, durante um ano, aberto à visitação pública. Ainda em 1999, Wilson Tibério se impõe o desafio de transformar em bronze alguns de seus trabalhos feitos em argila, gesso e pedra. Em 2000, ele apresenta em torno de uma dúzia de peças transformadas em bronze. Esta foi outra fase deste notável artista.
Ainda no início do século 21, três telas antigas de coleções particulares foram expostas durante as comemorações dos 500 anos do Brasil durante a Bienal de São Paulo.
O advogado e músico Manoel Tibério, um dos irmãos de Wilson Tibério, por parte de pai, foi reencontrar seu irmão, em 2000, após muitos anos sem contato. Ao conversarem, ambos idealizaram uma exposição a ser apresentada, no Brasil, com as pinturas, desenhos e esculturas mais significativas do nosso artista. Infelizmente, Wilson Tibério faleceu, na França, em Mazan, no ano de 2005, deixando seu irmão bastante chocado, e o projeto ficou estagnado por um período. Com seu esforço e ajuda de amigos, Manoel Alceri Tibério recuperou para o Rio Grande do Sul e o país a obra valiosa de seu irmão, reconhecida internacionalmente. Outra tarefa importante foi encaminhar a tradução da biografia do nosso artista, escrita por Yola Levine, e realizar uma exposição histórico-biográfica em banners. Manoel Tibério faleceu em 2007. Estas atividades, que o irmão de Wilson Tibério realizou, são uma contribuição cultural importantíssima, colaborando, com as artes plásticas, ao trazer a publico um nome tão relevante e praticamente desconhecido em sua terra natal.
A invisibilidade e o desconhecimento da maioria dos brasileiros, especialmente, os gaúchos, em relação à magnífica trajetória deste artista negro é motivo de reflexão. Wilson Tibério lutou, trabalhou e aprimorou seus estudos, aproveitando cada oportunidade surgida em sua caminhada. Venceu as barreiras limitadoras da sua condição social e do racismo excludente ainda tão presente no Brasil. Orgulhoso de suas raízes negras, ele registrou em sua obra cenas do nosso Candomblé e o cotidiano do povo brasileiro. Uma figura ímpar da nossa Arte que merece ser lembrada e fazer parte da galeria dos grandes nomes das artes plásticas no Brasil.
Carlos Roberto Saraiva Costa Leite – Foi pesquisador e coordenador do Setor de Imprensa do Musecom * Museu de Comunicação Hipólito José da Costa e amigo (in memóriam)
Texto reproduzido do portal Geledes https://www.geledes.org.br/wilson-tiberio-anegritude-de-um-genio-das-artes-plasticas/
“I went through a teenage crisis. An art lover liked my work and I advised to go to the Institute of Fine Arts in Rio de Janeiro. That's what I did.”
By Carlos Roberto Saraiva Costa Leite*
According to the professor, poet and activist
Oliveira Silveira (1941–2009), Wilson Mendonça Tibério was born in Porto Alegre on November 24, 1923. Coming from a humble background, this Afro-descendant overcame prejudice and challenges, conquering Europe, Asia, and Africa with his art. The son of seamstress Eraldina and blacksmith Armando, the young boy displayed talent from an early age. His mother passed away when he was seven years old, without witnessing the blossoming of her son's gift. At the age of eight, he began painting portraits and characters.
Oral tradition holds that the artist was born at the end of Rua da Praia, in Porto Alegre, by the banks of the Guaíba River. His mother, among other occupations, was a laundress. When she went into labor, there was no time to return home. Thus, Wilson Tibério was born with the waters of the Guaíba as his backdrop and the blessings of Mother Oxum.
Painting banners for fairs and advertising posters, he began a career that would lead him to success in Paris. Wilson Tibério became a student of the Italian artist Cursi, who taught him how to master pictorial techniques. Faced with limited opportunities to develop his work in the capital of Rio Grande do Sul, he decided to move to Rio de Janeiro and study at the School of
Fine Arts. In the "Marvelous City," he met figures such as Jorge Amado (1912–2001) and Procópio Ferreira (1898–1979), who fueled his libertarian and combative spirit against any form of control over freedom of thought.
In an interview given to the newspaper João de Barro, No. 249, in March 2001, his brother Manoel Tibério (1932–2007) stated: "Wilson was passionate about painting; he painted everything he saw." At the age of 18, Wilson left a note saying that he was leaving home to become a great painter.
The same article includes a statement from Wilson Tibério himself, given via email: "I went through a teenage crisis. An art enthusiast liked my work and advised me to go to the Institute of Fine Arts in Rio de Janeiro. That's what I did.
"Thanks to his command of the Italian language, among others, which he had learned in Porto Alegre, he even sang in the Opera Choir. Meanwhile, his older brother went to meet him in Rio de Janeiro but, unfortunately, passed away. This loss deeply affected Wilson Tibério, but he did not give up on his struggle to find his place in the art world.
Soon, he began working for a period at the Parisiense and Paramount Gaumont cinemas, where he painted movie advertisement posters and enlarged photographs.
While still a student, Wilson Tibério frequently visited the favelas of Rio de Janeiro to draw. On one such occasion, while sketching, he met Francesca—or Francisca—with whom he fell in love. From this union, twin children were born, but tragically, they passed away at just six months old.
In 1941, our artist exhibited his work at the Salão de Pintura in Rio de Janeiro, an event that he would participate in for two more consecutive years. In 1945, also in Rio de Janeiro, he took part in an exhibition organized by the Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
That same year, Wilson Tibério traveled to Mato Grosso on a mission for the Serviço de Proteção ao Índio, in collaboration with the Associação de Proteção aos Índios da Amazônia, aiming to document the preservation of Indigenous culture through drawings and paintings. In Bahia, the artist created several paintings depicting Candomblé rituals.
Although these activities opened new artistic opportunities for him, 1945 was also a year of great sorrow, as both his father and stepmother passed away. In response to these losses, the artist returned to Porto Alegre in an attempt to bring his siblings, Manoel and Romana, with him. However, their uncles opposed Wilson Tibério’s wishes, preventing his siblings from leaving, and he was forced to return alone.
Finally, in 1946, at the Ministério da Educação e Cultura in Rio de Janeiro then the federal capital Wilson Tibério held his first solo exhibition. During the event, he met a communist journalist and joined the Party, receiving congratulations from Luís Carlos Prestes (1898–1990) for his work.
A defining moment that would change his life was yet to come. While exhibiting in Petrópolis, at the Hotel Quitandinha, Wilson Tibério met the cultural advisor of the French Embassy, who offered him a scholarship to
continue his studies in Paris. In October 1947, the artist, born on the banks of the Guaíba River, set off for Europe. As he remains relatively unknown in Brazil, some sources mistakenly cite 1943 as the year of his departure abroad.
In 1947, he exhibited in Paris at Galerie L’Arc, en Ciel, showcasing drawings inspired by Brazil, in which he depicted favelas, macumbas, and street vendors in Rio de Janeiro. According to Emanoel Araújo, being far from his homeland, Wilson Tibério extensively portrayed AfroBrazilian themes.At the Musée de l'Homme in Paris, he attended Anthropology and Ethnology lectures on African Art. As a scholarship recipient from the French government, in 1948, he was invited to visit several French colonies, including Senegal, Sudan, Dahomey (now Benin), and Upper Volta (now Burkina Faso).
Of a sensitive temperament and deeply concerned with social issues, Wilson Tibério was profoundly saddened by the many problems he encountered during his visit to Africa. Nevertheless, he strongly identified with the culture he considered original and authentic, finding deep connections in the songs, dances, funeral rites, and wedding ceremonies.In Senegal, while defending a fellow African descendant who had been insulted by the colonial authorities, the artist was expelled by the local government.
Upon returning to Paris in 1949, Wilson Tibério began depicting the socioeconomic conditions of African people in his paintings, marking a period of new experiments with colors and forms. At Librairie La Porte Latine, he exhibited his first works within this African-inspired context and also participated in a group exhibition at the Fondation de Monaco at the Cité Universitaire de Paris.
In 1950, his daughter Gisele was born in Paris, and that same year, he took part in another group exhibition at the Casa de América Latina. The following year marked a particularly special moment in his career: he participated in an exhibition alongside Picasso in Paris, at Galerie Henri Tronchet. During the summer, he exhibited in Menton at Jean Pernet Photographe.
In 1952, he took part in the 2nd Biennale of Menton and later exhibited in Nice at Galerie Pédroni-Lombard. The colors in his works during this time reflected his profound sorrow and empathy for the people of the former Kingdom of Dahomey (now Benin).With the birth of his second daughter, Sônia, in 1953 in Nice, the artist turned his attention to themes of motherhood and childhood.
In 1954, Wilson Tibério held an exhibition at Galerie Muratore. In this show, he revisited themes related to the African continent, taking a political stance by denouncing forced labor in the colonies. This work led to a series of subsequent exhibitions, including one at Galerie Paul Mary in Paris in 1955.In 1956, among 500 works from 41 countries, he exhibited at the Musée des Beaux-Arts de Paris. The following year, in the same city, his work was displayed at Galerie Marcel Bernheim. His art was marked by an intense obsession with the human figure praying, suffering, singing, or revolting where his lines were often bold and raw.
When he left his hometown of Porto Alegre (RS) at such a young age, carrying only a suitcase full of dreams, Wilson Tibério could hardly have imagined that his art would one day reach Moscow and other parts of the world. In 1957, he was invited to participate in the World Festival of Youth and Students in Russia, where many of his works were acquired by Russian museums. Following this significant milestone in his career, he was invited to the Conference of Artists and Writers of Africa, Asia, and Latin America, held in Tashkent.
Crossing new borders, Wilson Tibério’s art arrived in China in 1958. During this phase, the color blue took on a prominent role in his drawings and paintings, which were exhibited at the House of Writers and Artists in Beijing.
The year 1960, marked by cultural and social transformations, had a profound impact on Wilson Tibério’s work. The artist turned his gaze to an Africa
immersed in independence movements. He set up his studio in Abidjan, where he created and prepared drawings for exhibition. During this period, Sita became his preferred model, embodying, in his view, the archetype of the African woman. This phase represented the artist’s exploration of erotic themes.
In 1961, he exhibited for the first time in Côte d’Ivoire at the Salon du Hôtel de Ville in Abidjan. Shortly after, he was invited by President Hamani Diori to exhibit in Niamey, Niger. Upon returning to Abidjan, Wilson Tibério traveled to the country’s interior. In the north, he reached a region where the inhabitants lived nude, which inspired him to paint watercolors on site. While in Côte d’Ivoire, he also created several clay sculptures.
The following year, he organized an exhibition at the Hall d’Information in Treichville, under the presidency of Koffi Gadeau, Côte d’Ivoire’s Minister of Information.
Due to the political situation in Côte d’Ivoire, Wilson Tibério returned to France in 1963. In 1965, he exhibited at the Maison du Commerce in Lille, in northern France. The following year, he had the honor of being invited to the First World Festival of Black Arts in Dakar, Senegal. After the festival, he settled in Dakar and, in 1967, held the Sénégal 67 exhibition alongside his friend, South African painter Gerard Sekoto. He later moved to Dakar and, the following year, held a solo exhibition at Théâtre Daniel Sorano.
In 1970, Wilson Tibério returned to Europe and settled in Rome, Italy. Three years later, he presented an exhibition at Galleria Paesi Nuovi, featuring paintings and sculptures made of terracotta, stone, and varnished plaster. The artist’s preferred themes remained the pain of war, the denunciation of hunger, and the persecution of oppressed peoples.
In 1973, Italian art critic Mara de Mercurio wrote:"In the tradition of great postwar South American painting, Wilson Tibério, an Afro-Brazilian artist, despite having
spent many years in Europe, places himself in a very precise dimension: he is an avant-garde artist, a complete painter, and a man of his time. His dense and textured colors imbue and amplify the meaning of all things.
"Wilson Tibério regularly returned to France, exhibiting alongside his friend Sekoto in 1973. In 1977, he exhibited at the Centre d’Animation in Cavaillon. Upon learning about the violence in the streets of South Africa, he was deeply moved and outraged, inspiring a series of works dominated by raw colors, with yellow and red taking prominence.
In 1979, Wilson Tibério returned to West Africa and once again exhibited in Côte d’Ivoire. This time, his work was displayed in a prestigious venue, Galerie Mitkal in Abidjan. Many of his paintings were acquired by prominent government figures. The artist used vibrant yellows, greens, and browns, bringing a sense of joy and liveliness to his canvases.
After spending several months in Africa, Tibério returned to his main studio in Rome, later exhibiting in 1986 at the Hotel Continental in Siena. Two years later, in 1988, he moved to Mazan, France, closing the year with an exhibition at the École Normale de Bourges during a festival called Tam-Tam.
In 1990, Wilson Tibério presented a series of drawings and watercolors at the Brazilian Embassy in Paris. In 1995, he exhibited in France once again, this time in Lyon, at Espace Auguste Comte. The exhibition featured medium-sized canvases, drawings, and gouaches, with a strong emphasis on the female figure.
Still in France, in the city of Avignon, he held a retrospective at the Convent des Arts in 1996. During the years 1998-1999, his work was exhibited at Galerie Cecil B. in Les Vans, in the Ardèche department, where it remained open to the public for a year. In 1999, Wilson Tibério set himself the challenge of transforming some of his clay, plaster, and stone works into bronze sculptures.
The following year, in 2000, he presented around a dozen pieces cast in bronze, marking yet another phase in his remarkable artistic journey.At the beginning of the 21st century, three of his older paintings from private collections were exhibited during the 500 Years of Brazil celebrations at the São Paulo Biennial.
In 2000, Wilson Tibério reconnected with his paternal half-brother, lawyer and musician Manoel Tibério, after many years without contact. During their conversations, they envisioned an exhibition in Brazil showcasing the most significant paintings, drawings, and sculptures of the artist. Unfortunately, Wilson Tibério passed away in Mazan, France, in 2005, leaving his brother deeply shocked, and the project was put on hold for a time.With dedication and the help of friends, Manoel Alceri Tibério worked to recover and bring recognition to his brother’s invaluable, internationally acclaimed work in Rio Grande do Sul and throughout Brazil. Another significant effort was arranging for the translation of Wilson Tibério’s biography, written by Yola Levine, and organizing a historical-biographical exhibition through banners. Manoel Tibério passed away in 2007. These efforts undertaken by Wilson Tibério’s brother represent an immensely important cultural contribution, enriching the field of visual arts by bringing to the public a name of such significance yet one that remained largely unknown in his homeland.
The invisibility and lack of awareness among most Brazilians, especially those from Rio Grande do Sul, regarding the magnificent trajectory of this Black artist is a matter for reflection. Wilson Tibério fought, worked, and refined his studies, seizing every opportunity that came his way. He overcame the limiting barriers of his social condition and the exclusionary racism that remains deeply ingrained in Brazil. Proud of his African heritage, he captured in his work scenes of Candomblé and the everyday life of the Brazilian people. A unique figure in our art, he deserves to be remembered and to take his rightful place among the great names in Brazilian visual arts.
Ahistóriadasexposiçõesnãotrataapenasdedara veraemergência,ocontextopolíticoeculturaldecadaexposição, mastambémsuarecepçãojuntoaopúblicoeàcrítica, bemcomosuaefetividadenaconstruçãodeumahistóriadaarte. (...)valelembrarqueemhistóriaoquenoslevaaolharopassadoé semprealgoquenosinquietanopresente.
MESQUITA,2007.
Thehistoryoftheexhibitionsisnotonlyaboutgivingseetheemergency, thepoliticalandculturalcontextofeachexhibition,butalsohisreception withthepublicandcriticism,aswellasitseffectivenessinthe constructionofahistoryofart.(...)itisworthrememberingthatinhistory whatleadsustolookatthepastisalwayssomethingthatworriesusin thepresent.
.
LAGOA ALCANÇUS
1,82cm x 1,18cm
0,95cm x 0,84cm
0,95cm x 0,84cm
Jpires, 2006
JANELA DO PASSADO
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on screen
0,40cm x 0,45cm
Salão Afro 2006
0,70cm
Salão Afro 2006
Marcial Ávila, 2005 NEGRA DO ROSÁRIO
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,80cm x 120cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre tela (técnica mista) \ Acrylic on canvas (mixed technique)
0,70cm x 1,00cm
Salão Afro 2005
Aquarela (técnica mista) \ Watercolor (mixted technique)
0,80cm x 1,20cm
Salão Afro 2006
Acrílica sobre Eucatex (técnica mista) \ Acrylic on eucatex (mixed technique)
0,80cm x 1,20cm
Salão Afro 2005
DETALHES
0,90cm
COTIDIANO
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,93cm x 0,73cm
Salão Afro 2006
Óleo
0,80cm x 1,20cm
Salão Afro 2006
Ramon Alejandro Ruiz Velazco, 2005
Acrílica sobre Tela\ Acrylic on canvas
0,83cm x 106cm
Salão Afro 2005
0,42cm x 0,79cm
Rita Márcia Gil de Araújo, 2005
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Acrílica e pastel sobre Tela \ Acrylic and pastel on canvas
0,50cm x 0,50cm
Salão Afro 2005
Rita Márcia Gil de Araújo, 2005 SANTA BÁRBARA
Acrílica e pastel sobre Tela \ Acrylic and pastel on canvas
0,50cm x 0,50cm
Salão Afro 2005
0,80cm x 1,20cm
Marcial Ávila, 2005
NEGRA DO ROSÁRIO V
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,80cm x 1,20cm
Salão Afro 2005
Nancy Dornelles, 2005
RELIGIOSIDADE
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,40cm x 0,60cm
Salão Afro 2005
0,80cm x 1,20cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,80cm x 0,80cm
Maria Leonor, 2005 INOCÊNCIA
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,40cm x 0,60cm
Salão Afro 2005
ELVIRA(1) e INDIANO(2)
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,50cm x 0,70cm e 0,30cm x 0,40cm
Salão Afro 2005
Jussára Krombauer, 2005
INTEGRAÇÃO AFRO-BRASILEIRA
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,70cm x 0,90cm
Salão Afro 2005
Ondina Pozoco, 2006
Criado Mudo XIV – Decepção de Eros(1) e Criado Mudo
XIII – A Agonia de Adão(2)
Aquarela (técnica mista) \ Watercolor (mixed technique)
1,00cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
PROTEÇÃO(1) e ANGELICAL(2)
0,70cm x 0,90cm e 0,80cm x 0,60cm
Salão Afro 2006
Clóvis Moacir Pereira Ortiz, 2005
A MÃO ESQUERDA DE DEUS (OXALÁ)
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,70cm x 110cm
Salão Afro 2005
Mirian Trois, 2005 PROTEÇÃO
Óleo sobre Tela
0,70cm x 0,90cm
Salão Afro 2005
SEREIA NEGRA
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,40cm x 0,60cm
Salão Afro 2005
Nancy Dornelles, 2005
O IRÊ
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,40cm x 0,60cm
Salão Afro 2005
Deja Rosa, 2005 EXÚ
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
110cm x 160cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,25cm x 0,34cm
Salão Afro 2005
0,59cm x 0,79cm
Salão Afro 2005
0,25cm x 0,34cm
Gil, 2005
SEM TÍTULO <TRIPTICO>
0,60cm x 0,58cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,60cm x 140cm
Salão Afro 2006
Jpires, 2006
ARQUÉTIPO...ORIXÁ
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,70cm x 0,50cm
Salão Afro 2006
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,50cm x 0,70cm Salão Afro 2006
Nancy Araújo, 2005
RELIGIOSIDADE I
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,60cm x 0,40cm
Salão Afro 2005
A PRESENÇA I (1)e PRESENÇA II(2)
Acrílica mista sobre Tela \ Acrylic mixed on canvas
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
Eny Guilhermina Herbst, 2006 TRANSFORMAÇÃO
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
100cm x 0,95cm
Salão Afro 2006
Acrílica sobre tela \ Acrylic on canvas
0,60cm x 0,90cm
Salão Afro 2006
LIBERDADE(1) e LEMBRANÇAS(2)
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,40cm x 0,60cm e 0,80cm x 0,50cm
Salão Afro 2006
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,30cm x 0,30cm
Salão Afro 2005
Marly Códova, 2006
VIDA VII
Acrílica sobre Tela (técnica mista) \ Acrylic on canvas (mixed technique)
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
José Darci Barros Gonçalves
FOME ZERO I
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,60cm x 0,80cm
Salão Afro 2005
DOR DE UM POVO
0,60cm
AFRICANA
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,60cm x 0,80cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,60cm x 0,40cm e 0,80cm x 0,60cm
Salão Afro 2006 1
Darci Barros Gonçalves
SOCIAL
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,60cm x 0,80cm
Salão Afro 2005
Ney Ortiz, 2005
O BADALAR DA TRAIÇÃO
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
110cm x 0,80cm
Salão Afro 2005
GUERREIRO MASSAI
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,80cm x 0,50cm
Salão Afro 2006
ENCANTAMENTO I(1) e ENCANTAMENTO II(2)
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,60cm x 0,40cm
Salão Afro 2005
PESCADOR
Acrílica sobre Madeira (técnica mista) \ Acrylic on wood (mixed technique)
0,86cm x 1,03cm
Salão Afro 2006
Daniel Mateus, 2005
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,60cm x 0,40cm e 130cm x 0,80cm
Salão Afro 2005
Acrílica
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
Shirley Nascimento, 2006
MÃE PRETA
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,40cm x 0,60cm
Salão Afro 2006
Vera Timm, 2005
OIÁ A SENHORA DOS EGÚNS
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2005
Mirian Trois, 2006
Acrílica sobre Tela
0,90cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
Shirley Nascimento, 2005
MÁSCARAS: MAGIA, CULTURA, VIDA
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2005
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,70cm x 110cm
Salão Afro 2005
A SANTA PROTETORA
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,80cm x 0,60cm
Salão Afro 2006
0,81cm
Nancy Dornelles, 2005
RELIGIOSIDADE
Acrílica sobre Tela (mista) \ Acrylic on canvas (mixed)
0,81cm x 0,64cm
Salão Afro 2005
ESCRAVA
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,40cm x 0,30cm
Salão Afro 2005
RITO INICIÁTICO
130cm x 0,80cm
Paulo Correa da Silva, 2005
GRITOS DA PERIFERIA
Acrílica sobre Tela
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2005
CABEÇAS
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,90cm x 0,80cm
Salão Afro 2006
0,80cm x 0,60cm
Salão Afro 2006
Grace Patterson, 2005 SÍMBOLOS
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas 0,50cm x 0,70cm Salão Afro 2005
Zé Darci, 2005
FOME ZERO II
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,90cm x 0,70cm
Salão Afro 2005
Lourdes Cristina Weber de Abreu, 2006
A FAZENDA DO BAHÚ
Acrílica sobre Tela \ Acrylic on canvas
0,85cm x 1,05cm Salão Afro 2006
Zé Darci, 2005
FOME ZERO II
Óleo sobre Tela \ Oil on canvas
0,90cm x 0,70cm
Salão Afro 2005
Ousodostermosartenegraearteafro-brasileira,trazeindíciosdeordem biológicaeremeteaproblemasdouniversodaculturadonegronoBrasil.É possívelobservartambém,resquíciosdedeterminismoracial,segundoNina Rodrigues.’”
TheuseofthetermsblackartandAfro-Brazilianartbringstracesof biologicalorderandreferstoproblemsoftheuniverseofblackculturein Brazil.Itisalsopossibletoobservetracesofracialdeterminism,according toNinaRodrigues.’”
Ruth Wigner, 2006
EU SOU
Desenho (técnica mista) \ Drawing (mixed technique)
0,58cm x 0,82cm
Salão Afro 2006
SEM TÍTULO I e II (1 e 2)
Nanquim em barra sobre kraft \ Nankin on paper kraft
0,96cm x 0,66cm
Salão Afro 2005
Patrícia Freidrich Lima, 2005
TRABALHO (1) e INTIMIDADE (2)
(técnica mista) \ Watercolor (mixed technique)
0,60cm x 0,90cm
Salão Afro 2005
Marly Cordóva, 2006
Desenho (técnica mista) \ Drawing (mixed technique)
0,60cm x 0,50cm
Salão Afro 2006
Salão Afro 2005 1 2
Fábio de Souza Ferreira, 2005
OFERENDA A XANGÔ (REI DE IFÉ) e IANÇA, DEUSA
GUERREIRA DE TODO O ORUMALÊ
Desenho (técnica mista) \ Drawing (mixed technique)
0,70cm x 0,97cm
Grace Leveridge Patterson, 2005
RELEITURA MICHELANGELO I e II
Desenho (técnica mista) \ Drawing (mixed technique)
0,43cm x 0,64cm e 0,51cm x 0,66cm
Salão Afro 2005
0,31cm x 0,44cm
Aquarela \ Watercolor
0,29cm x 0,42cm
Salão Afro 2005
NO FUNDO SOMOS TODOS NEGROS
Pastel Seco (t[ecnica mista)\ Dry pastel (mixed technique)
0,29cm x 0,42cm
Salão Afro 2005
Aquarela \ Watercolor
0,46cm x 0,39cm
Salão Afro 2006
PAISAGEM
XILOGRAVURA
(...)aindasobreoconceitodeartenegroouafro-brasileira,aquelesquesóutilizamtemasnegros incidentalmente;osqueofazemdemodosistemáticoeconsciente;osartistasqueseservemnão apenasdetemascomotambémde soluçõesplásticasnegrasespontâneas,enãoraro,inconscientemente;finalmenteos artistasrituais.(CUNHA,1983,p.1023).
(...)stillontheconceptofblackorAfro-Brazilianart,thosewhoonlyuseblackthemes incidentally;thosewhodoitinasystematicandconsciousway;artistswhousenotonlythemes butalsospontaneousblackplasticsolutions,andoften,unconsciously;finallytheritual artists.(CUNHA,1983,p.1023).
Jpires, 2006
PERSONAGEM XV: SONHOS DE OSÚN
Xilogravura (técnica mista) \Woodcut (mixed technique)
0,30cm x 0,40cm
Salão Afro 2006
Estelita de Aguiar Branco, 2005
MOMENTO RITUAL I (1)
TÁ C’ROADO (2)
Eletrografia (técnica mista) \ Electrography (mixed technique)
0,75cm x 0,50cm
Salão Afro 2005
Luiza Alexandra L. Gerhardt, 2006
Xilogravura (técnica mista) \ Woodcut (mixed technique)
0,20cm x 0,30cm
Salão Afro 2006
Moacyr Vargas Jr, 2006
SIGNOS DE EXÚ x OXALÁ
Litografia (técnica mista) \ Lithograph (mixed technique)
0,38cm x 0,55cm
Salão Afro 2006
Wilde Maurício de Arruda Jr, 2005
Aerografia (técnica mista) \ Airbrushing (mixed technique)
0,26cm x 0,20cm
Salão Afro 2006
Xilogravura (técnica
\ Woodcut (mixed technique)
0,20cm x 0,30cm
Salão Afro 2006
Wilde Maurício de Arruda Jr., 2005
Aerografia (técnica mista) \ Airbrushing (mixed technique)
0,54cm x 0,54cm
Salão Afro 2005
Jpires, 2006
PERSONAGENS XII: ARQUÉTIPOS ... SONHOS ... ORIXÁS ... Xilografia (técnica mista) \ Woodcut (mixed technique)
0,30cm x 0,40cm
Salão Afro 2006
Jacira Fagundes, 2006
ROUPAS DE ÁFRICA – JEROMI
Eletrografia (técnica mista) \ Electrography (mixed technique)
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
Eletrografia (técnica mista) \ Electrography (mixed technique)
0,50cm x 0,70cm
Salão Afro 2006
(...)Opreto,quese dedicaaumaartepodesersempreumnegroartistaenãosetornarnuncaumartista negro.Artistanegrocomoeuentendo,istoéonegroquecolocaasuaarteaserviçode suaraça,queprocuramotivosnegrosparasuaproduçãoartísticaequetemuma sensibilidadeespecialparatudoquerecordaessaÁfricagloriosaquesemprerevejonas liturgiasdo‘candomblé’baiano(...)(TIBERIO,1946,p.1).
(...)Black,whodedicateshimselftoanartcanalwaysbeablackartistandneverbecomeablack artist.BlackartistasIunderstandit,thisistheblackwhoputshisartattheserviceofhisrace, whoseeksblackmotivesforhisartisticproductionandwhohasaspecialsensitivityforeverything thatrecallsthisgloriousAfricathatIalwaysseeintheliturgiesof'candomblé 'Bahian (...)(TIBERIO,1946,p.1).
Fotografia \ Photography
0,20cm x 0,30cm
Salão Afro 2005
Chesne Braitbach, 2006
Fotografia (técnica mista) \ Photography (mixed technique)
20cm x 0,30cm
Salão Afro 2006
Fotografia \ Photography
0,45cm x 0,60cm
EDUCAR É LIBERTAR
Fotografia \ Photography
0,20cm x 0,30cm
O MISTICISMO RELIGIOSO
Fotografia \ Photography
0,30cm x 0,40cm
Salão Afro 2005
FESTA DE QUIMBANDA
Fotografia \ Photography
0,40cm x 0,30cm
Salão Afro 2005
(...)deinício,eunãomesentiaartistanegra,masàmedidaquecomeceiacompararas pinturasdasYemanjáscomocoloridoafricano,descobrique,hoje,meucoloridoestá maisligadoàsminhasraízes.Osentimentoafricanotemumaessênciamuitoforte, musical,simbólicaecromática.Foidepoisqueaformadasereiabrotouquepasseia tratardeumtemapopulareafricano,descobritodaabelezado“Doisdefevereiro” –festadeYemanjá–umafestahumilde,organizadapelopovo(...) (YÊDAMARIA,2006,p.29).
(...)atfirst,Ididnotfeellikeablackartist,butasIbegancomparingYemanjás'paintingswith Africancoloring,Idiscoveredthattodaymycoloringismoreconnectedtomyroots.African sentimenthasaverystrongessence,musical,symbolicandchromatic.Itwasafterthemermaid's formthatIbegantodealwithapopularandAfricantheme,Idiscoveredallthebeautyof"Dois defebruary"-Yemanjá'sfeast-ahumblepartyorganizedbythepeople. (YÊDAMARIA,2006,p.29).
Marli Nachtigall, 2003
MULHER NEGRA
Escultura (cerâmica) \ Sculpture (ceramic)
0,44cm x 0,18cm x 0,12cm
Salão Afro 2005
Potiguara Pereira, 2005
JOVEM ESCRAVO
Escultura (madeira) \ Sculpture (wood)
0,24cm x 0,16cm
Salão Afro 2005
Antônio Jorge Sobral, 2005
MÃOS E A DEUSA
Escultura (terracota) \ Sculpture (terracotte)
0,10cm x 0,35cm x 0,13cm
Salão Afro 2005
SOU AFRO-BRASILEIRO GAÚCHO
Escultura (cerâmica) \ Sculpture (ceramic)
0,44cm x 0,28cm x 0,26cm
Salão Afro 2005
Escultura (terracota)\ Sculpture (terracotta)
0,40cm x 0,35cm x 18cm
Salão Afro 2005
Escultura (madeira) \ Sculpture (wood)
0,20cm x 0,50cm x 12cm
Salão Afro 2005
Diloá Severo, 2005
BUSTO DE NEGRA
Escultura (técnica mista) \ Sculpture (mixed technique)
0,20cm x 0,40cm x 15cm
Salão Afro 2005
Escultura (terracota) \ Sculpture (terracotta)
0,67cm x 0,17cm x 10cm
Salão Afro 2005
Escultura (cerâmica) \ Sculpture (ceramic)
0,43cm x 0,36cm x 15cm
Salão Afro 2006
Nasel Mazzullo, 2002
MÁSCARA AFRO – CASAL
Escultura (terracota) \ Sculpture (terracotta)
0,43cm x 0,17cm x 09cm
Salão Afro 2005
Escultura (técnica
0,57cm x 0,28cm x 28cm
Salão Afro 2006
Diloá Severo, 2006
CABEÇA AFRICANA
Escultura (ceramica) \ Sculpture (ceramic)
0,34cm x 0,17cm x 13cm
Salão Afro 2006
A
Escultura (terracota) \ Sculpture (terracotta)
0,25cm x 0,36cm x 16cm
Salão Afro 2006
Ramon Alejandro Ruiz Velazco, 2005
Escultura (mista) \ Sculpture (mixed)
0,50cm x 0,40cm x 0,40cm
Salão Afro 2005
Escultura \ Sculture
0,68cm x 0,20cm x 0,15cm
Salão Afro 2005
Escultura \ Sculpture
0,58cm x 0,42cm x 32cm
Salão Afro 2005
Escultura \ sculpture
0,59cm x 0,74cm x 78cm
Salão Afro 2006
0,17cm x 0,18cm x 0,05cm
CORPOS E MÁSCARAS
Escultura (mista) \ Sculpture (mixed)
0,51cm x 0,20cm x 0,16cm X 0,10cm
Salão Afro 2005
Chesne Braitbach, 2006
ESTRELA OLÍMPICA
Escultura (técnica mista) \ Sculpture (mixed technique)
0,67cm x 0,67cm x 143cm
Salão Afro 2006
AFRO MODELO VIVO
Escultura (terracota) \ Sculpture (terracotta)
0,37cm x 0,27cm x 0,12cm
Salão Afro 2005
Escultura (técnica mista) \ Sculpture (mixed technique)
0,88cm x 0,45cm x 0,03cm
Salão Afro 2006
Georgina Krenn, 2005
VÊNUS AFRO-BRASILEIRA
Escultura (ceramica) \ Sculpture (ceramic)
1,04cm x 0,10cm x 0,04cm
Salão Afro 2005
Rejane Maria Petersen Wagner, 2006
O SAGRADO E O PROFÁNO \ LIBERTAÇÃO
Escultura (ceramica) \ Sculpture (ceramic)
0,27cm x 0,45cm x 0,13cm
Salão Afro 2006
A ESSESNCIA É A MESMA, SÓ MUDAM AS CORES
Escultura (cerâmica) \ Sculpture (ceramic)
0,85cm x 0,35cm x 0,35cm
Salão Afro 2005
0,18cm x 0,23cm x 0,30cm
BUSTO NEGRA II
Escultura (cerâmica) \ Scultpure (ceramic)
0,38cm x 0,20cm x 12cm
Salão Afro 2005
(...)osilênciosobreraçapoderepresentarapredominânciadeumimagináriocoletivo, comum,capazdeseimporaoconjuntodecidadãos,independentedecor,etniaouraça(...) SANTOS(2007).
(...)silenceoverracecanrepresentthepredominanceofacommoncollectiveimaginationcapable ofimposingitselfonthegroupofcitizens,independentofcolor,ethnicityorrace(...) SANTOS(2007).
Objeto (kirigami emoldurado) \ Object (framed kirigami)
0,45cm x 0,60cm
Salão Afro 2006
Pintura sobre cerâmica de azulejo \ Painting on tile and ceramics
0,70cm x 0,90cm
Salão Afro 2006
EM LOUVOR, Objeto ou Instalação \ Object or Installation
0,40cm x 0,55cm x 60cm
Salão Afro 2006
MÁSCARAS I, II e III
Objeto (técnica mista) \ Object (mixed technique)
0,60cm x 0,40cm x 0,14cm
Salão Afro 2005
Chesne Braitbach, 2006
Objeto - Instalação \ Object - Instalation
0,25cm x 0,36cm x 1,35cm
Salão Afro 2006
Leandro Machado dos Santos, 2005
SEM TÍTULO I
Adesivo eletrônico (instalação) \ Electronic stiker (installation)
130cm x 188cm
Salão Afro 2005
Carmen Regina Correa (Kakita), 2002 ORIXÁS
Instalação \ Installation
150cm x 150cm x0,30cm
Salão Afro 2005
Leandro Machado dos Santos, 2005
SEM TÍTULO II
Instalação \ Installation
0,70cm x 0,30cm
Salão Afro 2005
Cássio Guimarães Pereira, 2002
NEGRA ÍNDIA (1) e REFLEXÃO (2)
Objeto (Instalação) \ Object (installation)
120cm x 0,60cm e 070cm x 0,70cm
Salão Afro 2005 1
Thiago Esser, 2006
YES, PRETO NO BRANCO(1) e SEM TÍTULO(2)
Instalação (técnica mista) \ Installation (mixed technique)
0,95cm x 0,74cm e 0,35cm x 150cm x 0,30cm
Salão Afro 2006
OXUM
Objeto (técnica mista) \ Object (mixed technique)
0,32cm x 0,32cm x 0,06cm
PORTAL DO UNIVERSO AFRO-BRASILEIRO
Objeto (técnica mista) \ Object (mixed technique)
170cm x 160cm
Salão Afro 2005
Vera Timm, 2006
IEMANJÁ E OIÁ A SENHORA DOS EGUNS
Objeto (técnica mista) \ Object (mixed technique)
0,56cm x 0,86cm
Salão Afro 2006
Diloá Severo, 2006 MÁSCARA AFRICANA
Escultura (técnica mista) \ Sculpture (mixed technique)
0,26cm x 0,30cm
Salão Afro 2006
Kátia Schames, 2006
UDUH (instrumento musical africano)
Escultura (técnica mista) \ Sculpture (mixed technique)
0,33cm x 0,23cm x 12cm
Salão Afro 2006
Rita Gil, 2006
TRIBUTO À IGNÁCIA
Objeto (técnica mista) \ Object (mixed technique)
0,30cm x 0,47cm
Salão Afro 2006
Juliana Cupini, 2005
RETRATOS AFRO-BRASILEIROS
Objeto\Instalação (técnica mista) \ Object\Installation (mixed technique)
110cm x 160cm x 0,96
Salão Afro 2005
Luis Eduardo Nunes
FACES I e FACES II
Objeto\Instalação (técnica mista) \ Object\Installation (mixed technique)
0,95cm x 0,95cm x 0,04 e 135cm x 135cm x 0,10cm
Salão Afro 2005
2º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Diário Gaúcho de Porto Alegre – 14 agosto 2006
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Caxias do Sul –14 de novembro de 2005
3º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Consumidor RS - 15 de setembro 2011
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Diário Gaucho - 26 de abril 2005
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Jornal do Comércio - 18 de agosto 2005
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Jornal do Comercio - 16 de maio 2005
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Jornal do Comércio - 25, 26, 27, 28 de maio 2005
2º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Zero Hora - 29 de agosto 2006
1º Salão de Arte Afro-Brasileira do RS
Caxias do Sul - 14 a 20 de novembro 2005
Abertas inscrições para o 1 Salão de Arte Afro-Brasileira do RS, rs.gov, 2005. https://estado.rs.gov.br/abertasinscricoes-para-o-1-salao-de-arte-afro-brasileira-do-rs. Acesso em: 10\01\2019
Caxias recebe 1 Salão de Arte Afro-Brasileira, Prefeitura de Caxias do Sul, 2005. https://caxias.rs.gov.br/noticias/2005/11/caxiasrecebe-1o-salao-de-arte-afro-brasileira. Acesso em: 10\01\2019
3 Salão de Arte Afro-Brasileira estará em Porto Alegre, Ecult midia ativa, 2011. http://ecult.com.br/noticias/3%C2%B0salao-de-arte-afro-brasileira-estara-em-porto-alegre-de-22de-novembro-a-26-de-dezembro. Acesso em: 10\01\2019
3 Salão de Arte Afro-Brasileira, Guia da semana, 2011. https://www.guiadasemana.com.br/portoalegre/arte/evento/3-salao-de-arte-afro-brasileirausina-do-gasometro-22-11-2011. Acesso em: 10\01\2019