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Biosfera é reconhecida!
No dia mundial do Ambiente, a Biosfera foi reconhecida pela escola Padre Cristiano Rodrigues como Protetor do Meio Ambiente
Para nós, é uma grande honra ser destacado como um Protetor Ambiental, uma vez que temos trabalhado arduamente na proteção e conservação das nossas espécies marinhas e costeiras, bem como na proteção dos seus habitats. Tudo isso é graças ao empenho, dedicação e colaboração de toda a equipa.
Queremos expressar um sincero agradecimento à escola Padre Cristiano Rodrigues pelo reconhecimento. A Biosfera vê isto como uma valorização dos trabalhos em prol do meio ambiente.
Somos gratos a todos aqueles que contribuem ativamente para que os nossos trabalhos sejam feitos da melhor forma.
ÍNDICE
2 A TENDÊNCIA REPETE-SE: 60 TONELADAS DE LIXO
5 CONFIRMADA REPRODUÇÃO DE AVE NA ETAR
6 BARREIRA DE PEDRAS NA PRAIA GRANDE
7 ESTUDANDO TARTARUGA VERDE EM SÃO PEDRO
8 “ILHASMAIS” VISA FORTALECER AS ONGS AMBIENTAIS
10 OCUPAÇÃO DE NINHOS NO ILHÉU BRANCO
11 MAIS DE 30.000 ALUNOS SENSIBILIZADOS!
12 EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA EM SANTO ANTÃO
13 MERGULHO CIENTÍFICO EM AÇÃO!
A TENDÊNCIA REPETE-SE: 60 TONELADAS
TONELADAS DE LIXO
Dezenas de toneladas de lixo, acumulam-se todos os anos na praia dos Achados, trazidos pela maré, de várias partes do mundo.
Localizada na zona norte do arquipélago de Cabo Verde, a ilha de Santa Luzia faz parte de uma extraordinária Reserva Natural, possuindo uma grande riqueza de fauna e flora. A ilha, que é desabitada desde os anos 60, é lar de várias espécies endémicas e um local de nidificação de elevada importância para a espécie de tartarugas marinhas Caretta caretta. No entanto, devido à localização geográfica de Cabo Verde no centro do Giro do Atlântico Norte (local do oceano onde as correntes marinhas são circulares e existe uma maior propensão para a acumulação de lixo) Santa Luzia está também propensa à continua acumulação de lixo vindo do oceano.
Todos os anos, acumulam-se na zona norte da ilha, mais especificamente na Praia dos Achados, dezenas de toneladas de lixo, trazidos pela maré de várias partes do mundo. Devido à forte ação do vento e das marés, ao longo do ano o lixo vai ficando enterrado na areia, a diferentes profundidades, o que torna a nidificação das tartarugas marinhas nesta praia um desafio, já que para colocar os seus ovos, necessitam primeiro de cavar um buraco de mais ou menos 50 cm.
Só em 2023, foram registados mais de 2.300 ninhos de tartarugas na Praia dos Achados, o que torna esta praia um importante local de nidificação desta espécie.
De forma a tentar colmatar os impactos causados pela acumulação de lixo marinho no processo de nidificação das tartarugas marinhas, todos os anos a Biosfera organiza uma mega campanha de limpeza, nas semanas que antecedem o início da época de desova, que vai de meados de junho, a meados de outubro.
Este ano, a mega campanha de limpeza aconteceu entre os dias 24 de maio e 13 de junho e contou com o envolvimento de cerca de uma centena de pessoas, entre colaboradores da Biosfera, voluntários e equipa do barco, que nos acompanhou durante os 21 dias de árduo trabalho.
Devido às particularidades da ilha e do terreno – e por se tratar de uma reserva natural – infelizmente, neste momento, não existe forma de transportar o lixo para a ilha vizinha de São Vicente, pelo que, nos últimos anos, este tem sido colocado numa dezena de locais de armazenamento na parte superior da praia, construídos com paletes que deram à costa, ficando armazenado até ser encontrada uma solução para o retirar de forma segura da ilha.
Este ano, com o apoio incansável dos nossos incríveis voluntários, foi-nos possível intervir em cerca de 30 hectares de praia, ao longo de 3,5km de linha de costa. A pequena extensão alcançada em 3 semanas, deve-se ao facto das grandes quantidades de lixo presentes na praia, sendo que a maioria se encontra enterrado, fazendo com que o tempo de trabalho se multiplique.
De forma a termos resultados fidedignos sobre as quantidades do lixo que chegam à praia todos os anos, desde 2021 que equipa da Biosfera realiza um Estudo de Caracterização de Resídos, em 10 locais de amostragem ao longo da Praia dos Achados. Nestes locais, com 10x10m ou 10x20m – dependendo se estão situados na zona da maré, zona intermédia ou zona dunar – todo o lixo é recolhido e posteriormente separado, contado e pesado por categoria (por ex, redes e cordas, plástico, vidro, metal, etc.).
Através do estudo realizado este ano, estimamos ter retirado da zona de
“30 toneladas deste lixo correspondem a redes e cordas provenientes da indústria da pesca.”
nidificação das tartarugas marinhas cerca de 60 toneladas de lixo, sendo que 30 toneladas correspondem a redes e cordas provenientes da indústria da pesca e 13 toneladas a lixo plástico.
Apesar das condições difícies da ilha, a chegada das primeiras tartarugas à praia faz todo o trabalho valer a pena. Agrademos a todos os voluntários que, mais uma vez, se juntaram a nós nesta importante ação em prol da conservação das tartarugas marinhas!
Grupo 1
Grupo 4
Grupo 3
Grupo 2
#5ê
CONFIRMADA REPRODUÇÃO DE AVE NA ETAR
É o primeiro registo de reprodução de Pernilongo (Himantopus himantopus) na ilha de São Vicente e a sua conservação é importante!
A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), localizada na Ribeira de Vinha, ilha de São Vicente, tem sido um habitat importante para as aves limícolas e migratórias. A ETAR é considerada uma zona húmida artificial e, geralmente, essas áreas exercem um papel crucial para o equilíbrio do ecossistema, abrigando uma grande biodiversidade de espécies.
Considerada uma das principais áreas de alimentação, descanso e abrigo para as aves na ilha, a cada ano o número de indivíduos/ espécies observadas tem aumentado. Até então, destaca-se o registo de duas espécies reprodutoras como o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) e o Pernilongo (Himantopus himantopus), cuja reprodução foi registada entre os meses de abril e junho do corrente ano, com ninhos contendo ovos e crias. Trata-se de uma espécie de ave limícola e migratória, de fácil identificação, com longas
patas vermelhas, corpo branco, asas e bico pretos. Durante a monitorização dos ninhos, o bando exibiu um comportamento territorial agressivo, voando em círculos e com vocalizações ruidosas específicas da espécie, de modo a afastar os técnicos da área de nidificação.
Os ninhos (n = 10) foram construídos no solo, no meio da vegetação, usando grama e ramos secos, todos próximos à água. A postura incluía 3 a 4 ovos. A presença do Pernilongo, uma espécie dependente de zonas húmidas saudáveis, comprova que o habitat da ETAR oferece condições adequadas para a reprodução, funcionando como um indicador positivo.
Em todo o arquipélago só havia registo de nidificação desta espécie na ilha do Sal e no Maio, por conseguinte, é importante proteger estes locais, para garantir a continuidade do sucesso reprodutor da espécie. A conservação desses habitats pode também beneficiar outras espécies de aves e a biodiversidade local.
Uma espécie de ave limícola e migratória, de fácil identificação, com longas patas vermelhas, corpo branco, asas e bico pretos.
#23ê
BARREIRA DE PEDRAS NA PRAIA GRANDE
Há dois anos tivemos a oportunidade de reescrever um projeto de pedido de financiamento para dar continuidade aos nossos esforços na conservação das tartarugas marinhas nas ilhas de São Vicente e Santa Luzia. Este momento é um dos mais excitantes na criação de um projeto de conservação ambiental, pois é quando se analisam os problemas e se procura a melhor forma de resolvêlos, através da implementação de atividades específicas.
No caso da ilha de São Vicente, um dos problemas enfrentados nas praias é a entrada descontrolada de veículos a motor, bem como a extração ilegal de areia, colocando em risco as áreas de desova e os ninhos que possam estar enterrados nelas. O problema era particularmente relevante na área com a maior densidade de desova de toda a ilha, Praia Grande, uma praia que concentra 40% dos ninhos de toda a ilha, tornando-a num habitat
crítico que deve ser especialmente protegido. No entanto, era uma praia sem qualquer restrição de entrada, onde os carros chegavam até à linha de água.
Atualmente, e graças à confiança do nosso financiador (PRCM), ao apoio económico e técnico da ENAPOR e à coordenação da equipa da Biosfera, Praia Grande conta com uma barreira que limita a área por onde as viaturas podem circular e protege assim as principais áreas de desova da praia. Além disso, esta barreira também ajudará a evitar a entrada de camiões com o objetivo de extração ilegal de areia.
Entendemos que esta ação em Praia Grande é o início de um melhor controlo da nossa área costeira, especialmente de áreas vulneráveis e com uma alta importância ambiental.
Uma barreira que limita a área por onde as viaturas podem circular e proteger assim as principais áreas de desova da praia.
ESTUDANDO TARTARUGA VERDE EM SÃO PEDRO
São Pedro e a sua baía estão a experimentar um crescimento turístico notável, com a observação de tartarugas marinhas a ser a atividade mais popular na ilha de São Vicente.
Historicamente, há pouco tempo, o único benefício económico das tartarugas era a carne. Felizmente, após intensa sensibilização e esforço, surgiram várias iniciativas económicas alternativas que promovem a proteção e consciencialização sobre estas espécies. No entanto, estas novas iniciativas trazem desafios que precisam ser abordados com base em estudos científicos. Para isso, a Biosfera, com apoio financeiro do PRCM, lançou um programa de monitorização das tartarugas-verde na baía de São Pedro.
Através de diversas atividades científicas, o objetivo é compreender o impacto da alimentação artificial na dieta das tartarugas, monitorizar os movimentos dos indivíduos e estudar a ecologia e áreas costeiras prioritárias.
Contamos com o apoio do Professor Christophe Eizaguirre, da Universidade Queen Mary de Londres, que, juntamente com dois alunos, ajudou na instalação de dispositivos de rastreamento em três tartarugas sub-adultas. Esses localizadores GSM permitem monitorar padrões de movimento, uso do habitat e conectividade entre populações, fornecendo dados essenciais para identificar habitats críticos e ameaças à sobrevivência das tartarugas.
Nos próximos meses/anos, continuaremos a trabalhar para obter resultados robustos que ajudem na elaboração de planos de conservação e proteção e no desenvolvimento de atividades turísticas com impacto reduzido.
Ver pequeno vídeo
Pretende-se compreender o impacto da alimentação artificial na dieta das tartarugas, monitorizar os movimentos dos indivíduos e estudar a ecologia e áreas costeiras prioritárias.
“ILHASMAIS” VISA FORTALECER AS ONGS AMBIENTAIS
O projeto «IlhasMais» tem como objetivo apoiar as organizações ambientais em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, capacitando-as com competências técnicas e organizativas essenciais para uma participação mais efetiva na monitorização, valorização e gestão sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais dessas regiões. Com uma duração de três anos, o projeto visa promover um impacto positivo, que beneficie todas as comunidades locais.
O projeto é liderado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), uma organização de renome em Portugal, reconhecida pelo seu trabalho na conservação das aves e os seus habitats. A SPEA conta com a parceria da Biosfera, em Cabo Verde e as demais ONGs locais, para garantir a implementação das iniciativas planeadas.
«IlhasMais» alinha-se com as metas de desenvolvimento sustentável, procurando não apenas proteger a biodiversidade, mas, também,
melhorar a qualidade de vida das comunidades insulares, através da conservação dos recursos naturais. Ao fortalecer as ONGs locais, o projeto pretende criar uma rede mais robusta e capacitada para enfrentar os desafios ambientais, promovendo uma gestão integrada e colaborativa, que envolve, tanto as entidades governamentais, quanto as comunidades locais.
O projeto, também, contempla ainda a elaboração de um plano de igualdade de género voltado para a área ambiental, campanhas de sensibilização a nível nacional, e a criação de um Atlas das aves nidificantes de Cabo Verde, contribuindo para o conhecimento e a preservação da avifauna no nosso país. Esta abordagem integrada não só fortalece as capacidades locais, mas também promove uma responsabilidade compartilhada, assegurando que os esforços de conservação sejam sustentáveis a longo prazo.
Este projeto vai apoiar as organizações ambientais na valorização e gestão sustentável da biodiversidade, melhorar a qualidade de vida das comunidades insulares e também a criação de um Atlas das aves nidificantes de Cabo Verde.
Sessões teóricas
Sessões práticas
OCUPAÇÃO DE NINHOS NO ILHÉU BRANCO
A construção de ninhos artificiais para o Pedreiro-azul (Pelagodroma marina eadesorum), no ilhéu Branco, foi uma das medidas essencial para proteger a espécie, especialmente devido à ameaça representada pelas tartarugas marinhas durante a época de desova. Isto porque, as tartarugas durante a temporada de desova (junho a outubro) podem destruir, acidentalmente, os ninhos do Pedreiro-azul que são construídos em substrato arenoso.
Os ninhos artificiais foram feitos para compensar a perda dos locais de reprodução e podem ser construidos com diversos materiais resistentes. São inseridos em áreas seguras, fora do alcance das tartarugas, que além de proteger os ovos do Pedreiroazul, também, ajudam a manter a viabilidade da colónia, considerando a população reduzida desta ave, de apenas 50 pares reprodutores, no ilhéu.
Em 2020, foram instalados 53 ninhos para aumentar a área de nidificação e o sucesso reprodutor da mesma.
Desde 2023, foram encontrados vestígios (adultos com crias/ovos) de ocupação por aves marinhas, entre eles o João Preto (Bulweria bulwerii) e o Pedreirinho (Hydrobates jabejabe).
Este ano, 7 dos ninhos foram ocupados por essas mesmas espécies. Este aumento gradual na taxa de ocupação pode ser visto como um indicador positivo. Além disso, a monitorização/manutenção regular dos ninhos é importante para garantir que estão a ser utilizados pelas aves e que continuam em boas condições.
Estas ações podem ajudar a proteger, tanto as aves marinhas como as tartarugas, permitindo que ambas as espécies coexistam, com menos impacto uma sobre a outra.
Esta medida tem servido para proteger o Pedreiroazul da destruição acidental dos seus ninhos e o aumento gradual na taxa de ocupação destes pode ser visto como um indicador positivo.
MAIS DE 30.000 ALUNOS SENSIBILIZADOS!
Nos últimos cinco anos, as ações de sensibilização ambiental da Biosfera, realizadas nas escolas da Ilha de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, impactaram mais de 30.000 crianças e jovens. Este número expressivo é o reflexo do compromisso inabalável da nossa organização com a componente da educação ambiental e o desenvolvimento sustentável das nossas ilhas.
Estes números são resultados direto do trabalho da nossa incansável equipa de educação ambiental em implementar um programa robusto no país, para um futuro sustentável.
Não somente pretendemos educar, mas também inspirar e preparar o caminho para o futuro, onde as próximas gerações estejam aptas para enfrentar os desafios ambientais com conhecimento, consciência e ação. Acima de tudo, acreditamos que as crianças, informadas hoje, assumirão o controle do planeta cuidando dele em casa e incentivando seus pais, amigos e comunidade.
Neste sentido, a Biosfera irá manter o seu compromisso para com cada criança e jovem de forma a capacitá-los e prepará-los para enfrentar os desafios futuros ligados à conservação e preservação ambiental. Com isso, iremos reforçar, melhorar e adotar novas técnicas de sensibilização ambiental, com objetivo de chegar ao maior número de pessoas sensibilizadas e capacitadas para preservar o património da nossa biodiversidade.
Desde a nossa fundação que temos dedicado à proteção e à preservação do meio ambiente em Cabo Verde, como um componente essencial da nossa missão, que passa pelo reforço da consciencial ambiental e a mobilização da sociedade civil para a defesa das causas ambientais.
Um trabalho incansável da nossa equipa de educação ambiental que reflete este compromisso inabalável da nossa organização, com o desenvolvimento sustentável das nossas ilhas.
EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA EM SANTO ANTÃO
Decorreu entre os dias 8 e 18 de julho, na Baía do Tarrafal e do Monte Trigo, no Concelho de Porto Novo, na ilha de Santo Antão, a primeira campanha científica do projeto “Building local capacity to protect national marine biodiversity” (BAIT).
Este projeto, financiado pelo Programa Darwin Initiative, tem como objetivo principal desenvolver a capacidade de observação e monitorização dos ecossistemas offshore, visando apoiar o desenvolvimento sustentável da economia azul em Cabo Verde.
A campanha contou com a participação da Dra Teresa Amaro (líder do projeto) e Sra Sofia Ramalho, da Universidade de Aveiro, das Dra Amelia Bridges e Dra Imogen Napper, da Universidade de Plymouth, da licenciada estagiária Karine Levy, da Universidade Técnica do Atlântico, e dos técnicos da Biosfera, os licenciados Stiven Pires e Alberto Queiruga. A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) esteve representada pelo Professor Adilson Semedo.
A participação ativa da comunidade foi essencial para o sucesso da campanha, reforçando a importância da apropriação local na proteção da biodiversidade marinha.
As metodologias integradas e padronizadas utilizadas durante a campanha visam desenvolver competências em Cabo Verde para observar e monitorizar ecossistemas marinhos de forma não destrutiva e com baixo custo, além de analisar e interpretar dados de imagem para informar ações de gestão e políticas de uso sustentável.
A formação de parceiros locais, incluindo a Uni-CV, a Universidade Técnica do Atlântico (UTA) e a ONG BIOSFERA I, com o apoio de investigadores das universidades de Aveiro, Plymouth e Newcastle, é fundamental para atingir os objetivos do projeto.
A próxima campanha científica do projeto BAIT está prevista para ocorrer no mês de Março de 2025. Espera-se que as atividades continuem a fortalecer a capacidade local para a proteção da biodiversidade marinha e apoiar o desenvolvimento sustentável da economia azul em Cabo Verde.
O objetivo principal é desenvolver a capacidade de observação e monitorização dos ecossistemas offshore, visando apoiar o desenvolvimento sustentável da economia azul em Cabo Verde.
MERGULHO CIENTÍFICO EM AÇÃO! #5ê
O projeto de corais deu o seu primeiro passo para a preparação de futuros mergulhadores, sensibilizados com a investigação e conservação das comunidades coralinas locais. As atividades iniciaram juntamente com estudantes da Universidade de Cabo Verde, oferecendo 6 cursos de mergulho autónomo SSI, lecionadas pelo instrutor Paulo Pinheiro da escola de mergulho, Exclusive Divers.
O curso certificou os estudantes como mergulhadores nível Open Water. Acoplado a este curso, foilhes lecionado uma formação sobre biomonitorização de ecossistemas costeiros, pelo biólogo, Keider Neves, capacitando-os para a prática de mergulho autónomo de carater científico. Adicionalmente, cursos de mergulho snorkeling foram fornecidos aos alunos do ensino secundário, e aos alunos do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA).
Formações para a identificação de espécies de corais foram lecionadas pela bióloga Jessica de Matos, incentivando os alunos para a área de conservação e investigação científica.
Isto tudo tem decorrido de forma dinâmica e lúdica, resultando num grande engajamento de jovens na formação e preparação para a prática do estudo científico, da monitorização de comunidades coralinas e na sensibilização continua para a preservação das espécies recifais.
Este projeto visa continuar com a capacitação de jovens estudantes e universitários formando assim, um maior número de futuros mergulhadores para a conservação.
O objetivo deste projeto é a preparação de futuros mergulhadores, sensibilizados com a investigação e conservação das comunidades coralinas locais.
Criando relações fortes para a conservação ambiental
Nos últimos meses recebemos duas delegações das ONGS ambientais da Guiné Bissau. A ODZH Organização para defesa e Desenvolvimento das Zonas Húmidas na Guiné Bissau e NINDJON Associação ambiental das ilhas de Bijagós. Com propósito de reforçar a capacidade interna organizacional das duas associações, houve uma partilha de conhecimentos por parte da Biosfera no domínio de elaboração e gestão de projetos, governança, comunicação dos programas de conservação, poluição marinha e pesca sustentável.
Os intercâmbios permitiram-nos conhecer o trabalho de excelência realizado por estas ONG’S e perceber o quanto podemos fazer a diferença na conservação, se a troca de conhecimentos entre as organizações ambientais for visto por todos como um factor crítico de sucesso para o desenvolvimento e execução dos diferentes projetos de conservação ambiental.
Esta iniciativa surgiu no âmbito do projeto de reforço de capacidade interna das organizações, coordenado pela PPI e Bijagós Expeditions e podemos afirmar que estaremos sempre disponíveis para apoiar nesses tipos de iniciativas.