12ª Bienal de São Paulo (1973) - Catálogo

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na corrente muito ativa do objeto da pintura e sua estrutura ARNAL, JACCARD

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na interrogação plástica da comunicação pela utilização de técnicas de multiplicação HUGUES

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na permanência da aventura expressionista ROUCARD.

E cada um se esforçou em exprimir sua pesquisa num texto que se esvai diante da obra. Jean-Pierre poggi

ROUCARD Claude, nascido em 1937 em Brive, vive em Paris desde 1969. Trechos de uma entrevista imaginária, por François STIRN . .. . " Na realidade, o que procuro tem pouca importância, porque não procuro o que acho e vice-versa; minhas pesquisas são puramente formais, estéticas: criação de formas abstratas, que não designam nada mais do que elas milsmas; o que encontro é diferente; as formas repetem-se como obcessões, impõem-se a mim como fantasmas, designam-me. Dever-se-ia interpretar como se interpreta um sonho. Dir-se-ia, às vezes, que são corpos distendidos por um enforcamento, inchados por um câncer, queimados pelo fogo. Creio que, como muitos abstratos, seja surrealista, sem o querer, o que é, talvez, a maneira mais certa de sê-lo. Comecei, sob os trópicos, por pintar enforcamentos observados (vacas que eram desembarcadas suspensas pelos chifres), antes de inventar essas massas distendidas. Mas, finalmente, o que via e o que invento coincidem misteriosamente. Desenho formas sobre papel enegrecido, violáceo ou avermelhado com tinta de impressão; depois, dou relevo à forma e colo o resultado obtido ssbre uma moldura coberta de tela. Eu esculpo sobre papel, como outrora outros pintaram estátuas. Gostaria de ser escultor, sem renunciar a desenhar e a colorir. JACCARD Christian, nascido em 1939, em Fontenay-sous-bois, vive em Paris desde 1960. "Pintar atualmente é sujeitar o objeto da pintura, é discutir a pintura. A representação mental de um objeto é captado como o resultado de um processo de reflexão. Esse objeto pode ser qualquer coisa tirada da vida cotidiana. Como tal, o conteúdo e a significação são idênticos ao objeto da experiência imediata, porque se refere à própria coisa. E diferentes deles, porque é o resultado de uma reflexão, no momento em que esta reflexão escolheu o objeto através do contexto dos outros objetos, e, por meio destes outros objetos, que não aparecem na experiência imediata e que explicam o objeto do pensamento. Toma-se o material/barbante (objeto real) para confeccionar o objeto escada. Este processo escolhe o concreto no momento em que ele reconstitui a escada, estrutura do pensamento, estabelecendo sua condição sobre a tela pela obliquidade de uma coloração elementar, e pelas características repetidas. A cor colocada em contra-dobra é pretexto para um comportamento de sujeição: a tela dobrada/redobrada - o direito sobre o avesso - forma contra-prega desdobrada. É dispor uma estrutura contra estrutura, deixando o campo livre de todo e qualquer traço. Marcado pelas impressões, é o vazio conjugado por um casal noutro, por um casal sobre outro, por um casal para outro... pintar naquele momento". ARNAL André-Pierre, nascido em 1939 em Nime.

"As poucas telas apresentadas fazem parte de uma série mais vasta, ainda não concluída, e que constitui uma pesquisa sobre o trabalho da cor na trama do tecido dobrado. Como aparecem _s:stes quadrados de tecido de algodão Ide

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