31ª Bienal de São Paulo (2014) - Guia

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Sem dúvida, o uso do carvão como material de desenho é proposital e está associado às atividades dos mineiros de carvão. Entretanto, o suporte não age apenas como uma ponte entre o físico, literal, e o político, mas é também o suporte do pensamento, para alguém que quase foi um mineiro. O trabalho de Pachpute parece viver numa fronteira entre imobilidade e movimento, que põe a concretude dos traços de carvão em confronto com o intangível e o mundo onírico em que se vive “lá longe e embaixo”.

As minas de carvão fazem eco à cidade em que ele nasceu, Chandrapur (Maharashtra, Índia), também conhecida como “a cidade do ouro negro”, e aparecem agenciando conflitos pessoais e políticos que se revelam nos títulos do artista, como Canary in a Coalmine [Canário em uma mina de carvão] (2012) – referência aos mineiros que levavam canários para o interior das minas como alerta dos gases tóxicos e The Land Eaters [Os comedores de terra] (2013). Com cada trabalho, Pachpute sonda terreno novo, novas saídas, novos modos de ser coletivo, que ele descobre, frequentemente, na vida intelectual dos próprios mineiros. – MM 63


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