CORREIA, Miguel Autismo e atraso de desenvolvimento: um estudo de caso /
Miguel Correia. - [Lordelo]: Fundação A Lord, 2014. p. 32-33
Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
mostra bibliográfica
Mostra bibliográfica sobre Perturbações do Espectro do Autismo
Perturbações do Espectro do Autismo
Uma iniciativa da Divisão de Documentação Dezembro de 2014
Conceção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
«A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) deixou de ser considerada uma doença e passou a ser referenciada como uma síndrome, isto é, um conjunto de sintomas independentemente da etiologia que os diferencia. Esta síndrome tornou-se mais abrangente, sendo conhecida mais frequentemente como um conjunto de perturbações globais do desenvolvimento. Estas são um grupo de transtornos ou perturbações caracterizadas por alterações qualitativas em diferentes áreas. De acordo com Marques (2000: 25), o autismo “pode ser definido como uma condição ou estado de alguém que aparenta estar invulgarmente absorvido em si próprio”. Na verdade o autismo é uma deficiência que afeta a comunicação e a interação com as outras pessoas, mas também com o mundo. Deste modo, Pereira (1999) considera a PEA como uma “desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal”. Segundo Steyn e Le Couteur (cit. por Caldéron et al., 2012), o autismo tem essencialmente três características: a primeira refere-se às dificuldades de interação social, onde as crianças mostram pouco interesse pelos seus pares, evidenciam um leque limitado de expressões faciais e pouco ou nulo contacto invisual, compartilhando pouco as emoções, compartilhando pouco as emoções com os outros. A segunda característica sugere atraso na expressão e compreensão da linguagem, utilizando muitas vezes palavras sem sentido, ecolalia e linguagem estereotipada. A terceira característica refere-se aos comportamentos e interesses estereotipados, que incluem interesses incomuns e circunscritos, preferência por objetos pouco comuns e adesão a rituais não funcionais. O autismo distingue-se por um conjunto de características, a “Tríade de Lorna Wing”, que aponta os seguintes desvios: 1. Na comunicação (…); 2. Na interação social (…); 3. No uso da imaginação (…). Em 1978, Michael Rutter propôs uma definição do autismo com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais em função de atraso mental; 2) problemas de comunicação, não exclusivamente como consequência de atraso mental; 3) comportamentos estranhos, tais como movimentos estereotipados; 4) início da síndrome antes dos 30 meses de idade (Klin, 2006). Assim, o autismo pode ser considerado uma desordem neurológica que provoca um atraso de desenvolvimento que interfere com o desenvolvimento normal do raciocínio, das interações sociais e das capacidades de comunicação, que aparece normalmente no início da infância (American Autism Association). Cada um dos atrasos pode ocorrer em diferentes níveis de gravidade, determinar problemas sérios na aprendizagem e conduzir a graves problemas comportamentais.»
Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa
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Tel.: 21 794 36 00
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E-mail: biblio@fpie.ulisboa.pt
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