Fabiola Soares Telles

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

FABÍOLA SOARES TELES

DA ALFAIATARIA AO DESIGN DE MODA: REINVENÇÃO OU INTER-RELAÇÃO ENTRE AS PROFISSÕES

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2019

FABÍOLA SOARES TELES

DA ALFAIATARIA AO DESIGN DE MODA: REINVENÇÃO OU INTER-RELAÇÃO ENTRE AS PROFISSÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo Superior do Curso Superior de Design de Moda da Faculdade Independente do Nordeste de Vitória da Conquista – BA. Orientador: Prof.ª Sandra Lima Costa Melo.

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2019

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Jeová por ser o criador de todas as coisas, pois sem ele eu nem aqui estaria. Ao meu pai Oséias e minha mãe Noelma por serem meus exemplos de vida, e reflexo do que quero me tornar, também todo apoio que me deram neste longo percurso. A Professora Sandra Lima por ter aceitado ser minha orientadora e ao conceder seus conhecimentos com atenção e amor, pois não a considero somente uma docente, mais sim uma amiga. Aos meus tios Richard e Dilma ao me acolherem. Meu namorado Kevin por aturar todos os meus surtos emocionais e por sempre me encorajar a seguir em frente mesmo em momentos muito difíceis.

Ao meu fotógrafo Douglas Oliveira por embarcar em meus projetos malucos ao fotografar minhas criações. Ao professor Argemiro, por ser otimista em meu tema e dar suporte para uma melhor execução, e a professora Laís Vinhático pela orientação para a produção da coleção. A Pablo por aceitar o meu convite e fazer parte da Banca. E aos demais amigos e familiares que contribuíram diretamente e indiretamente em minha formação.

“É imperdoável fazer o que não se ama, especialmente se somos bem sucedidos”Christian Dior

RESUMO O presente artigo tem como objetivo explorar a história da alfaiataria que foi de suma importância para o surgimento dos modelistas, o valor empregado ao profissional, o motivo de sua escassez e a similaridade entre os mestres alfaiates e o Designer de moda vigente. Como recorte foi analisado a indumentária feminina na década de 40 e a importância da alfaiataria para a época. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas pesquisas em artigos críticos exploratórios, artigos científicos, dissertações, monografias acadêmicas, livros e blogs das. Os resultados apresentam uma retórica discursiva e reflexiva sobre o design de moda contemporâneo.

Palavras-chave: Alfaiataria; Artesãos; Moda; Contemporaneidade.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09 2 ALFAIATARIA COMO ARTE...................................................................................10 3 A VESTIMENTA FEMININA EM MEIO A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL...................................................................................................................15 4 DO ALFAIATE AO DESIGNER DE MODA.............................................................21 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................25 REFERÊNCIAS..........................................................................................................27 APÊNDICE.................................................................................................................30 A) MEMORIAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO FREDOOM

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INTRODUÇÃO A presente pesquisa a partir de uma análise sobre qual a relevância do Alfaiate na profissão do Designer de Moda examina o surgimento da alfaiataria como profissão assim como a valorização do profissional que a exerce. De início, os profissionais que trabalhavam no campo da criação de produtos e vestimentas para a sociedade eram mestres alfaiates e costureiras. Se observado as obras nas quais as lojas-oficinas de alfaiates são representadas, verificaremos a simplicidade dos instrumentos de trabalho: tesouras, réguas, compassos e pouco mais (Cf. SANTOS, 2010, p.02). Por trás desta aparente simplicidade, a profissão exigia conhecimentos de geometria, aritmética e proporções do corpo humano, o que demandava um longo período de aprendizagem para que o iniciante estivesse pronto para o exercício da arte.

Em contraste com a produção em massa, o alfaiate personaliza sua criação satisfazendo os desejos individuais do público que atende o que caracteriza a moda sob medida na sociedade, com o objetivo de entender o que está acontecendo com a alfaiataria.

Um exame histórico deste ofício permite compreender o surgimento, as mudanças pontuais, especificamente na década de 40, assim como os rumos e perspectivas para esta profissão. Na contemporaneidade, os estilistas, e mais recentemente, Designers de Moda suprem esta necessidade agregando conhecimento técnico e novas tecnologias ao feitio da peça individualizada, que satisfazem as necessidades do público, sejam estas práticas, de uso do objeto, como também estéticas, expressando valores, status e personalidade por meio do produto desejado, a vestimenta (Cf. CALDAS, 2007, p.01). Assim sendo, as academias e escolas de Moda tecem novos rumos para o exercício da profissão que por décadas era exclusividade do profissional de alfaiataria.

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1 ALFAIATARIA COMO ARTE Para falar sobre alfaiataria é preciso começar com sua definição ou conceito. A alfaiataria, ou Tailor em Inglês, surgiu por volta de 1297, definindo a profissão como “cortador de tecidos”. Essa tradução em português veio do verbo Árabe “Khata” que significa coser ou costurar. Conhecida na França por “Tailleur”, na Itália por “Sarto”, e na Espanha por “Sastre” (SOUZA, 2015, p.03).

A profissão de alfaiate é reconhecida desde o surgimento dos reinados. Sua prática e os conhecimentos do ofício manifestaram-se em meados dos séculos XII e XIV, em paralelo ao surgimento da Moda. (BALLESTEROS; TEXEIRA, 2016).

Sabe-se que “no início da civilização, o homem utilizava a vestimenta para abrigar o corpo e protegê-lo das temperaturas climáticas, no decorrer dos anos essa mentalidade se modificou”. Houve então a necessidade de um profissional que pudesse suprir a preocupação em mostrar a beleza das formas do corpo. Desde então, a moda começara a ser vista como parte do universo cultural e atuou como principal mediadora das relações sociais dadas pela aparência (CASTILHO; VIEIRA-SENA, 2011, p. 09-10).

A partir do surgimento das classes sociais na revolução francesa, o prestígio do alfaiate começou a se relacionar ao ato de se vestir bem, os mestres alfaiates tinham a exclusividade do corte e costura nas distintas peças de vestuário fossem elas peças masculinas ou femininas, apenas os que tinham uma boa condição financeira podiam ter suas vestimentas feitas por outros, era um luxo de pouco acesso. “Roupas bem talhadas representavam uma boa colocação na sociedade e os trajes podiam ser o espelho de sua posição” (CASTRO, 2009, p.26) ocupada na aristocracia, por isso, os alfaiates tinham contato direto com seus clientes e participavam dos grupos sociais mais seletos.

Os aprendizes no ofício, no período do século XII, se inseriam no ramo entre 7 e 9 anos de idade (MACLOCHLAINN apud BARBOSA; SANTOS, 2017). O alfaiate precisava como fator fundamental, ter conhecimento de leitura e de todo o processo de criação da roupa, desde a seleção do tipo de ovelha certa para produzir a lã adequada, ao processo de tingimento e por fim, modelagem e confecção. Era importante dar a cada um dos seus clientes um

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tratamento individual e pessoal, levando sempre em consideração corrigir possíveis defeitos da anatomia.

Os profissionais sindicalizados se autodenominavam „Cavaleiros da Agulha‟, estes então, se tornaram responsáveis por satisfazer as necessidades do vestuário na sociedade, (REIS, 2013, p.51), onde tinham o poder de estabelecer a comunicação com o público e satisfazer as suas necessidades, sejam elas práticas, sejam estéticas, ou ainda como expressão de valores, status e personalidade por meio do produto desejado, a vestimenta. Atuar nesta área de trabalho representava a perfeição em suas confecções, uma vez que não se permitia erros, já que os tecidos eram caríssimos e produzidos de maneira artesanal. Deste modo, a alfaiataria tornou-se uma profissão altamente especializada que não criava apenas peças de roupas e sim, arte.

Figura 01: Livro de Geometria prática e traçado

Fonte: Amazon, 2018.

Só a partir do ano de 1589 sucedeu a primeira referência bibliográfica sobre o tema publicada pelo alfaiate espanhol Juan de Alcega, com o tema “Libro de Geometri pratica y Traça” (Figura 01) (BARBOSA; SANTOS, 2017, p.

2.). Encontravam-se ali 135 traçados distribuídos em 190 páginas. Mesmo sendo um livro base de modelagem, o livro não ilustrava variações de cortes ou instruções de técnicas diferenciadas. As publicações do período eram o reflexo do momento em que os mestres alfaiates estariam passando. Eles gozavam de uma sólida reputação, carregada de fama, pois eram os responsáveis por confeccionar os trajes quer feminino, quer masculino.

A alfaiataria sempre foi conhecida como um ofício exclusivamente masculino.

Por muito tempo, houve uma rígida divisão de gênero nos

trabalhos, o que impunha restrições às ocupações femininas. “Os homens

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possuíam o privilégio de desenvolver as criações quanto à de costurar para ambos os gêneros e só utilizavam o serviço feminino quando a mão-de-obra era escassa” (CASTRO, 2009, p.11).

Assim, costureiras eram empregadas por alfaiates para costurar acabamentos, e algumas ornamentações. “As mulheres nunca eram alfaiates, ou treinadas para criar estilo, corte e acabamento [...]

mas eram

reconhecidamente especialistas no trabalho de costura fina” (HOLLANDER, 2003, p. 89). Foi preciso esperar o ano de 1675, durante o reinado de Luís XIV, quando um grupo de costureiras francesas fartas por não serem reconhecidas na área solicitou com sucesso a permissão para formar uma guilda de alfaiates (Figura 02) para confeccionar os trajes femininos, os espartilhos e as caudas (LIPOVETSKY, 1989).

Figura 02: Grupo de Guildas.

Fonte: Blog day17vintage, 2018.

No mesmo período do reinado de Luís XIV, a corte representava as primeiras passarelas e, assim como o rei, a elite passou a ostentar toda a sua riqueza nas roupas que usavam. Novos ricos já não queriam se vestir com o trabalho dos tecelões, e sim com alfaiates que começavam a se destacar.

Primeiramente, foi a Itália a ser reconhecida com os melhores alfaiates, depois a Espanha e a França se tornaram centros da Moda, pois tinham poder, riqueza e influência na Europa. Tendo Miguel Ângelo como uma de suas principais inspirações, a Itália atingiu o seu grande ápice da moda (LIPOVETSKY, 1989).

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[...] Separados em categorias, os profissionais que atuavam nas especialidades de luxo recebiam o nome de “dignos” e “indignos” os que atendiam o restante da população, como mobília comum, roupas prontas e bugigangas. Os alfaiates de especialidades dignas eram denominados Flint e os indignos Dung (CASTRO, 2009, p.15).

Percebe-se que havia uma rígida separação relacionada aos níveis de atendimento e clientes baseado em suas classes sociais. O sistema de ensino empregado pelos alfaiates desde as guildas se evidencia no século XVIII. Levavam-se quatro anos para identificar a qualificação empregada a cada funcionário, “o primeiro ano era gasto em levar recados, arrumar, buscar ferros e outras tarefas domésticas, com estudo realmente ditos apenas quando havia um momento livre. No segundo auxiliava na costura de vestes reais, costurando bolsos, casas de botão e forros de calças” (MACLOCHLAINN, 2011, p.34). No terceiro ano, eles eram capacitados a confeccionar a maioria do trabalho em um casaco e fazer calças e coletes. Então, no quarto ano eles eram avaliados pelo mestre alfaiate ao demonstrar que podem fazer toda a roupa na prática, só assim saberia se iria dar continuidade como um operário ou sair como um trabalhador qualificado.

O século XVIII é encarado como a época de ouro da alfaiataria, transformando-se em um período de ostentação, que dependia claramente da arte e da técnica de cada mestre alfaiate. Alguns avanços importantes ocorreram para a evolução do ofício. Em 1820, a criação da fita métrica; sendo que antes o alfaiate mantinha uma única fita para cada cliente, contendo marcações que indicavam suas medidas.

Em 1830 avanços técnicos revolucionaram a arte de coser, em consequência da invenção da máquina de costura que acabou por lentamente entrar nos ateliês de um modo muito controlado; ainda assim boa parte da confecção continuara como trabalho manual. Durante esse período, houve o aparecimento de tabelas de medidas e das empresas de confecção. O estabelecimento das primeiras tabelas de medida deve-se ao alfaiate francês H. Guglielmo Compaign, com a sua obra “A Arte da Alfaiataria” (1830), que revolucionou as técnicas de corte em toda a Europa (Cf. REIS, 2013, p.54).

No decorrer do período da revolução industrial (1760-1870), a história da moda mudou significativamente em diversos aspectos. Primeiramente com o

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aparecimento de estilistas renomados como Charles Frederick Worth (18251895) Paul Poiret (1879-1944) e Coco Chanel (1883-1971), estes traziam um olhar diferenciado aos cortes da indumentária masculina e feminina. E no que tange à alfaiataria, surgia um grupo boêmio londrino que como forma de rebeldia, trocou as perucas brancas por cabelos cortados e os brocados e veludos por tons sóbrios de lã.

Figura03: Grupo de Dândis Londrinos.

Fonte: Odebateon, 2018.

No mesmo período surgiram os dândis (Figura 03), com um novo estilo Britânico de alfaiataria, com seus ternos, gravatas e cartolas. “O estilo consistia na perfeita relação entre a linguagem, os gestos e a vestimenta. Esse estilo torna-se então, referência para toda a moda masculina do século XIX” (REIS, 2013, p.38). Foi o ponto de partida para Londres virar uma referência em alfaiataria e a tão famosa Savile Row, conhecida até hoje por suas lendárias alfaiatarias.

Com a chegada da revolução industrial, sendo o mundo dominado pelas máquinas, foi que se percebeu que tudo mudaria. As máquinas, não só revolucionariam a manufatura e a vida material, como também o pensamento, as crenças e ideologias. Percebeu-se, que com o surgimento dos artefatos produzidos em massa as portas foram abertas para uma nova era. Nesse período, a palavra “modernidade” surgiu e pareceu útil como forma de indicar o desejo irrequieto de mudança característico da vida no capitalismo industrial, o desejo de novidade que a moda sabe expressar muito bem (Cf. CALDAS, 2007, p.01).

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Vemos aqui na revolução industrial um momento preponderante para alterações no mundo da alfaiataria. Nos finais do século dezoito e durante o século

dezenove,

principalmente

na

Inglaterra,

os

trabalhos

finos,

personalizados e feitos à mão eram executados principalmente por alfaiates, e se tornou de extrema importância para a elite capitalista, pois a vestimenta consequentemente afirmava a posição social de cada indivíduo (CALDAS, 2007).

Com a inclusão das mulheres da classe média no mercado de trabalho e a inserção das mesmas em cargos masculinos, por conta da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as peças de roupa para a moda masculina, foram incorporadas

ao

universo

feminino.

As

confecções

de

alfaiataria

proporcionavam maior conforto e mobilidade para as profissionais, já que suas anáguas e demais adereços obviamente não eram apropriados ao trabalho pesado, então calças, jaquetas e macacões foram introduzidos em seu vestuário. Primeiramente como uniforme das fábricas, e depois, ganhando releituras com tecidos mais delicados para o seu dia a dia.

No período pós-guerra, o sistema da moda passou a girar em um ritmo mais acelerado. Os Estados Unidos viraram o centro da economia mundial, onde surgiu a democratização da moda: o ready-to-wear, que os franceses nomearam de prêt-à-porter, o pronto para usar. A produção em série garantiu o declínio da alfaiataria, devido à disseminação das máquinas de costura e o surgimento de novos materiais. Nota-se então que a década de 20 foi de grande relevância na profissão do alfaiate. Porém, este trabalho visa focar em particular os anos 40, devido a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) com recortes do mercado Brasileiro.

2 A VESTIMENTA FEMININA EM MEIO À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL A década de 40 foi um período sombrio devido ao Conflito Militar Global ocorrido em 1939 a 1945. O mundo estava dividido em dois grupos. A primeira, chamada de “Potências Aliadas” compostas pela Inglaterra, Estados Unidos, China e França. E a segunda, de “Potências do Eixo” por Alemanha, Itália e Japão (KOTOLAK, 2015, p.10). A história deste período trouxe transformações essenciais para o modelo de feminilidade durante a participação Brasileira na

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guerra, que se introduziu no ano de 1942, com os chamados Pracinhas, soldados brasileiros enviados para apoiar a Itália (SIMILI, 2008).

Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, o glamour urbano da década de 1930 deu lugar a considerações mais sombrias. Na Grã – Bretanha em 1941 foi introduzida o sistema de cupons, em que os homens tinham direito a 66 cupons (numero que diminuiu posteriormente), um casaco, calça e colete tinham o valor de 26 cupons (REIS, 2013, p.42).

Nota-se que houve uma escassez muito grande de produtos e mão-deobra, quem criava a vestimenta tinha que seguir as restrições de matéria prima, o que consequentemente impulsionou o comércio de roupas em segunda mão.

Esta dificuldade também fez com que as pessoas explorassem “novas alternativas para suprir suas necessidades, um exemplo é a lã que custava menos cupons do que a roupa pronta; portanto, tricotar era econômico e útil” (SILVEIRA, 2017, p.2) Naturalmente, mulheres com menor poder aquisitivo compravam lã para confeccionar suas próprias roupas. Apesar da ocupação nazista em Paris, estilistas, costureiros e alfaiates se uniram com o intuito de continuar a tradição parisiense realizando peças extremamente elegantes (KOTOLAK, 2015).

O padrão feminino da época era o corpo esguio, no Brasil era até comum que costureiras francesas, que residiam no país, elaborassem peças que destacassem a sua tenuidade. Suas roupas e sapatos no início da década ficaram mais pesados e sérios, “maquiagem é marcada pelo tom sangue nos batons e esmaltes. A identidade sendo caracterizada e manipulada pelas situações do contexto político e econômico” (GUEDES; TEIXEIRA; SILVA, 2009, p.05). Essas foram incentivadas a deixar a indumentária mais comedida, reciclando a vestimenta que tinham. As exigências do ingresso na força trabalhista levaram mulheres mais jovens a adotar as calças, antes restritas ao vestuário de lazer (STEVENSON, 2012). Esse momento foi de extrema importância ao influenciar trajes femininos, pois as mulheres da classe média emergiam em profissões masculinas. O vestuário aos poucos, foi simplificado, “as trabalhadoras adaptaram elementos e peças de alfaiataria do universo do sexo oposto ao seu” (TEIXEIRA; BALLESTRO, 2016, p.108).

17 Figura 04: Sobretudo com grandes bolsos.

Fonte: Roberthadley, 2018.

Em Londres, as jaquetas e sobretudos, que serviam de peças denominadas utilitárias, adquiriram bolsos e capuzes para melhor facilitar o cotidiano das mulheres da época, calças e macacões com zíperes frontais tornaram-se comuns dentre este tipo de peças do vestuário feminino (KOTOLAK, 2015). Para tentar suprir esta necessidade de agilidade no dia-adia, foi desenvolvida uma coleção em meados de 39-40, que tinha como base o “cash and carry” (pegue e leve). As peças possuíam bolsos enormes (figura 04), e por muitas vezes escondidos para facilitar a fuga ao deixar suas casas às pressas em casos de ataques aéreos, ou até mesmo quando fossem à mercearia, dispensando então o uso da bolsa sem perder a elegância.

Só havia tecido à vontade em Paris, onde costureiros liderados por Lucien Lelong haviam negociado uma isenção do racionamento e desperdiçavam descaradamente os recursos dos Alemães. Os editores de Londres e Nova York eram obrigados a censurar o esbanjamento dos franceses e defender o visual austero e coordenado de seus próprios costureiros, sujeitos a regulamentação (CASTRO, 2009, p.134).

A guerra provocou alterações, a moda foi citada pela propaganda e em 1942 a Vogue proclamou em Londres: “Elegância é démodé” (STEVENSON, 2012, p. 128). Era uma tentativa constante de depreciar produtos caros, foi então preciso um guarda-roupa com menos peças, em função da necessidade

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de se refazer a economia facilitando a aquisição de tecidos mais baratos e com maior versatilidade.

Figura 05: Vestimenta padrão dos anos 40.

Fonte: Bloagdamariacalegari, 2018.

Neste período, a vestimenta feminina abusava de cortes retos, as jaquetas e abrigos (roupa para o frio) agora possuíam ombros acolchoados e angulosos, a vestimenta se resumia em um paletó que tinha cintura ajustada para evitar que fosse masculino demais, e uma saia que terminava abaixo do joelho (figura 05). “A cintura ajustada foi uma continuação da linha dos anos 1930”. (STEVENSON, 2009, p. 134). Toda roupa que não fosse de aspecto minimalista e conservador era considerado inapropriado e impatriótico.

O corte em viés foi bastante utilizado, pois fazia com que pequenos pedaços de tecidos pudessem ser melhor aproveitados. “A indústria de vestuário francesa foi comandada para abastecer a Alemanha com roupa de alta qualidade e militar apesar de ter perdido muito de sua força de trabalho judaica qualificados para os campos de concentração” (REIS, 2013, p.42).

Neste contexto, era utilizado cada vez mais para a concepção de uniformes de caráter civil, algodão de fibras sintéticas (viscose e nylon), pois como já dito anteriormente, a matéria-prima como o algodão, estava se escasseando no mercado. Em 1941, na Grã-Bretanha, foi aprovada uma lei de Serviço Nacional onde permitia pela primeira vez que as mulheres pudessem ser convocadas (STEVENSON, 2012).

19 Em 1942, a câmara do comercio encomendou a Incorporated Society of London Fashion Designers a criação de uma coleção de roupas praticas. [...] 32 modelos foram produzidos em massa a partir de quatro esboços básicos de casaco, conjunto, vestido e blusa destinados a minimizar o uso de material e mão de obra (STEVENSON, 2012, p. 131, grifos meus).

Como forma de apoio ao patriotismo, designers da época se uniram para criação de indumentárias com detalhes militares. Um exemplo disso foi o fato de vários homens e mulheres usarem seus uniformes, ou conjuntos da linha Utility para suas fotos de casamento. No decorrer da Segunda Guerra Mundial, a Vogue britânica passou a tornar a austeridade chique, e para a moda foi atribuída a responsabilidade de ser econômica, o que tornava o corte de um conjunto Utility muito simples. Além disso, os turbantes tomaram conta das cabeças femininas por sua eficiência ao cobrir os cabelos das fuligens e instalações industriais,

“onde

muitas

mulheres assumiram cargos na

construção de armamentos” (KOTOLAK, 2015, p.5).

A alfaiataria propriamente

dita começara

a

desenvolver várias

encomendas para refugiados que estavam de passagem em Lisboa. Mas não durou muito devido à carência de mão-de-obra qualificada (REIS, 2013). Com o desenvolvimento de técnicas de produção em série de vestuário, provenientes dos Estados Unidos, para muitos as indústrias eram vistas como a única saída para superar as várias carências existentes. Foi desenvolvido então o prontopara-vestir, com melhorias em sua qualidade. No Brasil, uma grande escala de confecção de roupas era situada em Bom Retiro (SP), sendo que seus produtos eram principalmente de padrão popular embora uma parte das indústrias se dedicasse a confecções mais luxuosas, que iam para as mãos da elite brasileira (CASTRO, 2009).

Só a partir de 1944, as coleções de alta-costura voltaram às passarelas dando um retorno a simplicidade (STEVENSON, 2012). A partir de 1945, quando a paz foi declarada, Montague Burton (1885-1952) produziu uma das primeiras cadeias de lojas de vestuário ao introduzir normas da alfaiataria para o mercado de massa (REIS, 2013, p.42). Neste contexto, o vestuário feito sob medida perdeu sua proporção e passou a ser restrito novamente a uma clientela mais selecionada.

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Contudo, havia ainda uma influência de países europeus na moda brasileira, principalmente a França. Após a guerra, esse País tentou restabelecer seu lugar na moda, promovendo uma exposição no Museu do Louvre apoiada por estilistas conhecidos, dentre os quais estavam presente; Balenciaga (1895-1972), Dior (1905-1957) e Balmain (1914-1982). Entretanto, “os Estados Unidos ocuparam seu lugar, passando a ditar moda e comportamento no país. Com suas indústrias a todo vapor, os americanos começaram a impor uma moda com características próprias” (CASTRO, 2009, p.22) no mercado brasileiro.

Figura 06: New Look de Cristian Dior.

Fonte: La Maison Dior, 2019.

Ainda nas sombras do pós-guerra, por volta de 1947, “as peças retilíneas com características utilitárias, e que ao mesmo tempo deixavam a mulher menos atraente no local de trabalho, dão lugar aos poucos ao luxo, a feminilidade e as cinturas voltam a ser demarcadas” (CASTRO, 2009, p.134) pelo tão famoso New Look de Dior (Figura 06), inspirado no período que antecedeu à guerra, onde a mulher parecia mais formosa. A alta sociedade e depois a imprensa especializada, em 1949, homenageou Christian Dior “como uma das cinco personalidades internacionais mais conhecidas” (LIPOVETSKY, p. 72) por conta de suas grandes criações artísticas e inovadoras.

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Esta valorização de um estilista na sociedade da época lança luz para relacionar o prestigio dos mestres alfaiates em anos antecedentes e seu possível renascimento com similar nível de importância. Cabe verificar como as academias se apropriam dos saberes característicos da alfaiataria na promoção de Cursos Superiores aprimorando assim suas técnicas seculares.

3 DO ALFAIATE AO DESIGNER DE MODA A alfaiataria é uma apurada técnica artesanal do vestuário, que utiliza diversos recursos de construção e acabamento, a fim de produzir trajes com caimento e estruturação perfeita. De início, os profissionais que trabalhavam nesta área de vestimenta eram os alfaiates. “Um bom Mestre alfaiate, normalmente, desenvolvia uma clientela cativa, e eram até considerados „consultores de moda‟” (CASTRO, 2009, p.17), como umas das ramificações das áreas em Design, sugerindo e orientando seus clientes no uso adequado de tecidos e cortes, conforme tendências do momento e características pessoais.

Esta profissão continua a resistir ao tempo, mesmo com a evolução do desenvolvimento industrial para o vestuário, ainda existem clientes que desejam um alfaiate para confeccionar a sua roupa. “A elegância, estilo e tradição são resultados de anos de trabalho artesanal e aliados à sua personalidade e medidas”, sendo eles considerados os representantes de um produto de qualidade criando uma identidade em sua tradição (REIS, 2018, p.55).

Quando analisamos a história, variedade de tipos de roupas e as técnicas de construção agregadas à indumentária pode-se concluir que havia algum estudo prévio para a confecção daquelas peças. Sempre existiu a necessidade de alguém para alimentar o sistema da Moda; como afirma Lipovetsky: “Durante dezenas de milênios, a vida coletiva se desenvolveu sem culto das fantasias e das novidades, sem a instabilidade e a temporalidade efêmera da moda.” Só no fim da Idade Média reconheceu-se a moda, como um sistema, ao enfatizar seus movimentos e suas extravagâncias. Por analisar essa cronologia, nota-se que sempre houve uma mente criativa por trás de cada confecção (LIPOVETSKY, 1989, p.24). Em seguida, este ramo se

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especializou por meio de academias, separando o processo de criação, da execução do projeto. Surgem então os estilistas que atualmente passaram a ser chamados de designers de Moda (SANTOS, 2010).

Nenhum dos alfaiates era próspero o suficiente para assumir dois novos aprendizes ao mesmo tempo. Os alfaiates treinavam uma média de dez aprendizes durante toda a sua carreira, com média de um aprendiz treinado para cada cinco anos de experiência. Os mestres alfaiates estavam em seu próprio negócio treinando seus futuros competidores, e na verdade eles temiam que houvesse muitos alfaiates "nesses dias" e não existissem clientes o suficiente para todos ao redor (LAVE, 2011, p. 45).

É de se notar que esse pensamento dos alfaiates foi controverso, haja vista que antes pensavam que haveria vários profissionais para o cargo, quando na verdade, os mesmos quase se extinguiram. O “Anuário da alfaiataria 2013” mostra que antes, a média de idade dos alfaiates girava em torno dos 60 anos, e muitos revelaram suas preocupações com o futuro da profissão, pois era escasso o número de jovens interessados em adquirir os conhecimentos do oficio, sendo uma das razões da supressão na alfaiataria (REIS, 2018, p.58), logo que uma das características da profissão é a “aplicação de processos e procedimentos artesanais, baseia-se em métodos e processos muito particulares, geralmente passados de pai para filho” (MOURA; NUNES, 2015, p.11), abrem-se então brechas para uma reinvenção da profissão.

As contribuições culturais da alfaiataria foram de extrema importância no processo de formação do Designer de Moda, ao usar antigos métodos de ensino para a criação de indumentárias exclusivas (MOURA; NUNES, 2015).

Paralelo à redução de alfaiates no mercado, surge o Design de Moda como campo de estudos, que entre outras atribuições, resgata os métodos artesanais aperfeiçoando técnicas antigas seja em indústrias, seja em ateliês particulares.

Este tipo de ressignificação de profissões não é peculiar ao campo de Moda.

Em nível de Brasil, por exemplo, nota-se um movimento similar no setor de Barbearias, profissão aparentemente em extinção, que renasce com novos

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conceitos atraindo um público diverso do tradicional ao oferecer para além dos serviços padrões, entretenimento e afins.

Atualmente técnicas artesanais da alfaiataria se aplicam, como ação e extensão do exercício típico do Design de Moda contemporâneo. A mesma forma que os alfaiates eram habilidosos por seus conhecimentos de operações, ao permitir uma confecção completa do vestuário (CASTRO, 2009), o bom estilista também precisa dominar um pouco de tudo para atuar no campo da moda.

Com base na pesquisa histórica e tendo em vista estabelecer uma ligação entre a alfaiataria e os atuais designers desenvolveu-se uma coleção outono/inverno 2018 de caráter acadêmico para a conclusão do curso Superior em Design de Moda. Trata-se de uma coleção baseada na década de 40 com referências do filme “O menino do pijama listrado” (2008).

A partir destes

elementos conexos, as peças foram desenvolvidas com modelagem do tipo alfaiataria, sendo que os tons escuros e pasteis traçam uma analogia com a década em que o filme se baseia, a saber, os anos 40, foco desta pesquisa. Os traços do período de guerra e pós-guerra são apresentados numa releitura contemporânea que envolve ombreiras, bolsos, listras, batons vermelhos, boinas e tricô.

Figura 07: Editorial da coleção Freedom.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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Estabelecendo um diálogo histórico, artístico e visual, criou-se um editorial fotográfico coerente com a proposta cujo tecido do fundo é um cinza grafite, cor que retrata bem a opacidade da época. Numa alusão aos campos de concentração tão característicos do regime, fez-se uso de arames farpados na composição do cenário, que inclui modelos de feições rígidas, lábios marcantes e expressões formais. Os resultados obtidos ratificam um elo entre passado e presente, seja na moda, seja nas profissões.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, foi possível compreender a relevância do profissional alfaiate na história, sendo que essa foi uma profissão de suma importância tanto econômica, quanto questão de prestigio social na época. Ser um mestre alfaiate trazia uma grande responsabilidade de vestir a elite, transmitir esse ofício para outros aprendizes e avaliar o nível de colocação dos mesmos no mercado. Teve como prioridade trazer a tona às relações da moda com a alfaiataria e a ressignificação dessa profissão.

Focando na época voltada para os períodos de guerras, em particular nos anos 40 foi possível relacionar como a alfaiataria era marcante sendo que o traje feminino absorveu muito do masculino usando cortes mais retos e tons mais sóbrios. O alfaiate era o profissional adequado que estava acostumado à produção dessas peças suprindo a necessidade de cada um, uma vez que a alfaiataria economiza material na forma do corte e suas técnicas são de caráter mais econômico do que as modelagens atuais.

Doravante, foi possível observar que diferente do que se pensa sobre o desaparecimento da profissão, não se trata particularmente de sua extinção, e sim de uma reinvenção, que a exemplo do que tem acontecido com outras profissões parece ser uma tendência do mercado atual ressignificar, fazendo profissões antigas reaparecerem com uma nova forma de atrair clientes, assim como acontece em outras profissões. Pode-se ver no aparecimento do Designer de Moda como profissionais algumas similaridades. Dentre outras atribuições que o graduado pode se identificar, alguns podem atuar em um ateliê cosendo peças sob medida, proporcionando aos clientes uma roupa singular a partir da sua própria personalidade com características muito próximas do que era praticado na alfaiataria.

Observa-se também que, assim como acontecia com os mestres de alfaiataria, as escolas superiores em Design de Moda acabam por evidenciar aptidões específicas nos graduandos para atuarem em determinadas áreas, pois nem todo graduando em Moda deseja exercer a profissão em um ateliê, assim como no caso dos mestres alfaiates, que no período de quatro anos sabiam quais seriam os alunos que iriam para a confecção do produto ou que faria parte de outra função do oficio. Algo análogo acontece nas academias de Moda ao longo dos semestres em curso.

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Esse estudo fortaleceu esta linha de pensamento e evidenciou como, na prática, a moda faz ressurgir velhos conceitos de maneira nova, seja na voga, como no caso de trajes produzidos, seja na profissão como é o caso do oficio mencionado.

Evidentemente este estudo outorga maiores investigações a exemplo do panorama ou perspectiva que se pode vislumbrar para os novos profissionais de moda. Tornar-se-ão membros importantes da sociedade como os alfaiates o foram no passado? Terão seu ofício reconhecido com prestigio e status similares? Essa investigação abre margem para novos desdobramentos e estudos mais aprofundados relacionados a este tema oportuno.

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2019.

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ODEBATEON. Grupo de dândis londrinos. Disponível em: <https://www.odebateon.com.br/os-dandis-do-futebol/>. Acesso em: 26 mar.

2019.

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APÊNDICE FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE - FAINOR CURSO SUPERIOR EM DESIGN DE MODA FABÍOLA SOARES TELES

FREEDOM (COLEÇÃO OUTONO-INVERNO 2019)

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA 2019

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TITULO DA COLEÇÃO Freedom

TEMA Coleção voltada para o público feminino, inspirada na relação entre o Designer de Moda contemporâneo e as antigas práticas da alfaiataria, e no resgate de antigas técnicas na indumentária da atualidade. Como enfoque a década de quarenta e seu período de guerra.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO A escolha da temática surgiu a partir do conhecimento das técnicas de camisaria, que tive contato por meio de uma oficina, da disciplina modelagem plana do curso de Design de Moda. A partir de então, surgiu à idealização de montar um projeto baseado na arte da alfaiataria, só a partir da disciplina de TCCI, esse pensamento criou vida em forma de escrita intitulada “Do Alfaiate ao Designer de moda: Reinvenção ou inter-relação entre as profissões”, vinculado com o Planejamento de coleção, onde é abordada a história da alfaiataria e a relação entre o profissional da área da moda.

O recorte do segundo tópico aborda a indumentária feminina da década de 40, surgindo então à coleção “Freedom”, inspirada no Filme “O menino do pijama listrado”, tem a Segunda Guerra Mundial como referência e por ser a época em que o filme se passa. Foi dado este nome por conta do sofrimento e tristeza passado por tais pessoas, traduzido para o português Freedom significa “Liberdade”, libertação em forma de roupas.

JUSTIFICATIVA A coleção “Freedom” tem o intuito de mostrar os anos 40 de uma perspectiva mais sutil e elegante. Com traços militares devido a segunda guerra mundial, e inspiração no filme “O menino do pijama listrado”, o ombros foram acolchoados, para a coloração fora escolhido cores neutras, frias e terrosas. Por conta do militarismo, a mulher teve seu papel de inserção no mercado de trabalho, onde surgiu a necessidade de vestimentas adequadas para cada ambiente de trabalho, com esta justificativa, a coleção trás peças de alfaiataria tanto tradicional com desconstruídas.

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OBJETIVOS GERAL 

Abordar a desconstrução da alfaiataria dos anos 40 por meio das peças.

ESPECÍFICOS 

Construir peças de alfaiataria com um estilo contemporâneo;



Provocar visualmente a sensação de liberdade que foi privada na década de 40;



Valorizar a inserção da mulher no mercado de trabalho.

METODOLOGIA As pesquisas bibliográficas tiveram como ideia principal a similaridade entre o Alfaiate e o Designer de Moda que atua em ateliês. Para o projeto da coleção, sob a orientação da Prof.a Esp. Laís Vinhático, depois de ideias aleatórias, veio a lembrança de um filme intitulado “O menino do pijama listrado” onde se passa na década de 40, que era um dos pontos primordiais da pesquisa. A coleção é feminina, sendo essas peças social e social esporte, com o segmento outono/inverno. Para tal, foram confeccionados painéis de inspiração, pesquisa de tecidos, painéis de referencias, tendências, cor, entre outros aspectos importantes, que idealizaram conceitos desejados para as peças.

Teve como técnica de execução a modelagem plana e a moulage, com relação a escolha de tecidos, são metragens estruturadas como gabardine, sarja, zibeline e tricoline, e fluidos como a viscose, crepe e musseline. As cores foram de escolhas sóbrias, pasteis e frias. Realizou- se então 40 croquis como coleção completa. A partir de então, tais escolhas foram confeccionadas com o caráter de reforçar o impacto da bagagem social acarretada na década descrita através da vestimenta, e como forma de libertação do sofrimento vivido por povos oprimidos. O trabalho foi finalizado a partir da confecção de 10 looks, vinculado ao estudo.

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BRIEFING 

Titulo: Freedom



Inspiração criativa: Década de 40 e o filme “O menino do pijama listrado”



Segmento de moda: Social e social esportivo



Público alvo: Mulheres de 20 a 50 anos



Confecção das peças: Fabíola Teles



Produtos: Calça, camisa, vestido, saia, blazer e colete



Sazonalidade: Outono/Inverno



Caráter da coleção: Acadêmica



Benefícios: Recortes e aplicação de perolas



Elementos do design: Simetria, Listras, Camisaria



Quantidade de looks: 10



Coleção: 40 croquis



Confecção: 18 peças

REQUISITO E RESTRIÇÕES REQUISITOS: 

Recortes



Peças estruturadas



Listras



Camisa social



Babados



Pérolas

RESTRIÇÕES: 

Neon



Animal print



Floral



Regatas



Palha



Franja

34 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ANO DE 2018/2019 ATIVIDADE Jan.

Fev.

Mar.

Abr.

Maio

Jun.

Ago.

Set.

Out.

Nov.

X

X

X

X

Desenvolvimento dos painéis

X

X

X

Desenvolvimento dos croquis

X

X

X

Estruturação do projeto

X

X

X

Revisão bibliográfica

Confecção das peças

X

X

X

Desenvolvimento do editorial

X

X

X

Editorial fotográfico Projeto e coleção entregues para avaliação Desfile para apresentação das peças

X

X

X

X

Jul.

Dez.

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PAINÉIS SEMÂNTICOS REFERÊNCIAS Como referências inspiradoras da coleção, foi utilizada a década de 40 vinculado com o filme “O menino do pijama listrado” ao dar um enfoque as listras usadas na farda dos prisioneiros de campos de concentração. A coleção busca trazer leveza e vigor a tempos tão difíceis vividos pelas pessoas da época (figura 01).

Figura 01- Painel de referência.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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CENÁRIO DO MUNDO Ao analisar o cenário mundial foram apontadas algumas questões políticas e religiosas, que são alguns dos principais motivos para guerras atuais. O ano de 2018 teve como tensões políticas, desestabilizações e conflitos civis entre o Mundo todo, olhares do descontentamento da população, o que gera movimentação em todo o país brasileiro. As relações internacionais, principalmente entre as grandes potências, se encontram em situações delicadas, onde uma ação ou apoio significam muito mais do que aparentam.

Um dos principais fatores desestabilizadores durante o ano de 2018 foi a nova administração dos EUA, marcada por um estilo pouco reflexivo e imprudente do presidente Donald Trump, ainda mais sobre possíveis violações cometidas durante a campanha presidencial de 2016. Atualmente também, houve guerra principalmente em função religiosa, um exemplo é o ocorrido na Venezuela. (Figura 02).

Figura 02: Cenário do mundo.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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SEGMENTO DE MODA Para o projeto da coleção foi pensado na elaboração de peças do vestuário feminino, criadas num segmento de alfaiataria, onde visa a composição de peças elegantes, porém, modernas (Figura 03).

Figura 03- Segmento de moda.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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FORMAS E VOLUMES A proposta para a coleção tem o uso de formas e volumes variados, tecidos alterados por estrutura e outros fluidos. Silhuetas retas e longilíneas para formatos amplos e volumosos, boa parte dos looks com sobreposições, além da variação de texturas (Figura 04).

Figura 04- Formas e volumes.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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CRIADOR INSPIRADOR O estilista inspirador da coleção foi o Christian Dior. Suas criações clássicas e expressivas, ele reflete muitas vezes pelo minimalismo o luxo, elegância e glamour (Figura 05).

Figura 05- Criador inspirador.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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REFERÊNCIA CROMÁTICA A cartela de cores proposta para a coleção foi composta por tons neutros e terrosos. Com as cores: preto, branco, marrom, verde, azul e rosa (Figura 06).

Figura 06- Referência cromática.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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LIFESTYLE O estilo de vida do público alvo tem uma boa qualidade de vida, tanto financeira quanto física, gostam de um bom vinho, lugares aconchegantes, amam viajar, mais preferem lugares calmos a barulhentos, são organizados, sempre em dia no que se trata de leitura, gosta de chá e um bom café (Figura 07).

Figura 07- Lifestyle.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

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TENDÊNCIA Como referência para a criação das roupas foi proposto a aplicação de perolas, camisa com diversidade de golas como a colegial, bebê e laço. Peças com plissado e babado, mangas com volume e tonalidades verde (Figura 08).

Figura 08- Tendência.

Fonte: Acervo da autora.

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CONCEITO BEAUTY Modelos com cabelos alinhados intercalando entre coque alto, baixo, rabo de cavalo e penteados com grampos a mostra. Maquiagem simples com batom avermelhado como referĂŞncia da dĂŠcada de 40 (Figura 09).

Figura 09- Conceito Beauty.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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GERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS (CROQUIS)

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COLEÇÃO (CROQUIS SELECIONADOS PARA A PRODUÇÃO)

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PROPOSTA DO EDITORIAL Foi planejado em um estúdio, com iluminação artificial. Desenvolvido a partir de um estudo sobre a década de 40 e o filme “O menino do pijama listrado”, como recorte do filme, será usado arame farpado para dar a ilusão de campos de concentração. E o fundo acinzentado para passar imponência.

Modelos com expressões sérias e marcantes, para enfatizar a opressão vivida por alguns personagens. E a maquiagem simples, com boca avermelhada, pois na época as mulheres usavam vermelho como sinal de empoderamento e patriotismo.

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PAINÉIS SEMÂNTICOS FOTOGRÁFO INSPIRADOR Como fotógrafo inspirador foi escolhido Gustavo Arrais por trabalhar bastante em estúdios, ter uma cartela de cor interessante e fotos muitas vezes expressivas (Figura 10).

Figura 10- Fotografo inspirador.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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EDITORAÇÃO Poses mais formais, e algumas marcantes, seguindo a proposta do projeto (Figura 11).

Figura 11- Editoração.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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ILUMINAÇÃO Iluminação interna com luz fria artificial, por meio do uso de um kit de softbox (Figura 12).

Figura 12- Iluminação.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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LOCAÇÃO FOTOGRÁFICA Locação interna, com o uso de tecidos como plano de fundo de tonalidade acinzentada devido a cor do ambiente no período de guerra (Figura 13).

Figura 13- Locação fotográfica.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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CASTING Mulheres com o porte alto e mĂŠdio, ruivas e morenas, com corpos muitas vezes esguios, rostos marcantes e com suas peculiaridades (Figura 14).

Figura 14- Casting.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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REFERÊNCIA Tem como base em tudo que serviu de inspiração para a confecção das peças e a elaboração do ensaio fotográfico (Figura 15).

Figura 15- Referências.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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EDITORIAL

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PROPOSTA DO DESFILE Após um período de dois anos e meio de estudos voltados com o enfoque em arte, design, história e produções técnica, os discentes concluintes produziram uma apresentação ao público. Como proposta do desfile, a turma 2019.1 do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, da Faculdade Independente do Nordeste, teve como idealização a apresentação em um teatro, com o estilo amadeirado e iluminação aconchegante.

MUSICA/ TRILHA SONORA DO DESFILE Victory/ Two Steps from Hell, Thomas Bergersen.

RELEASE COLEÇÃO: “Freedom” A coleção “Freedom” tem o intuito de mostrar os anos 40 de uma perspectiva mais sutil e elegante. Com traços militares devido à segunda guerra mundial, e inspirada no filme “O menino do pijama listrado”. Está temática tem como significado a libertação de padrões e estigmas impostos na época vivida.

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS E LEVANTAMENTO DE FORNECEDORES Coleção Orientação do projeto: Laís Vinhático Novais Planejamento: Fabíola Teles Confecção das peças: Fabíola Teles

Editorial Fotografia: Douglas Oliveira Modelos: Beatriz Fonseca, Thalita Moreira.

Fornecedores Armarinho 13 Armarinho 31 Armarinho Conquista Casa Moura

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ORÇAMENTO DETALHADO LOOK 01- VESTIDO AZUL MARINHO MIDI ESTILO SEREIA Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal Medida unitário Crepe Quilo 1,70m R$ 19,00 R$ 18,00 acetinado Zíper Metro 0,50cm R$ 1,25 R$ 1,25 invisível TOTAL: R$ 19,25 LOOK 02- CONJUNTO DE SHORT PIJAMA E CAMISARIA COM BABADO azul bebê Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Tricoline Metro 2,50m R$ 12,00 R$ 30,00 Entretela Metro 0,10cm R$ 10,00 R$ 1,00 Botão Dúzia 1 R$ 1,50 R$ 1,50 Elástico Metro 0,80cm R$ 4,00 R$ 3,20 TOTAL: R$ 35,70 LOOK 03- BLAZER VERDE MILITAR E VESTIDO TUBINHO COM RECORTES Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Sarja Metro 2,00m R$ 7,90 R$ 15,80 acetinada Entretela Metro 2,00m R$ 10,00 R$ 20,00 Cetim com Metro 2,00m R$ 8,00 R$ 16,00 elastano Gabardine Quilo 1,20m R$ 19,00 R$ 4,00 com elastano Zíper Metro 0,50cm R$ 1,25 R$ 1,25 invisível TOTAL: R$ 57,05 LOOK 04- CHAMISIÊ GOLA LAÇO E COLETE ALFAIATARIA Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Crepe Metro 1,70m R$ 20,00 R$ 34,00 Botão Dúzia 1 R$ 1,50 R$ 1,50 Gabardine Quilo 0,50cm R$ 19,00 R$ 2,00 Cetim com Metro 0,50cm R$ 8,00 R$ 4,00 elastano Entretela Metro 0,50cm R$ 10,00 R$ 5,00 Botão Uni. 4 R$ 0,80 R$ 3,20 TOTAL: R$ 45,70

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LOOK 05- VESTIDO LAÍS COM GOLA BEBÊ E BLAZER AZUL MARINHO Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Tricoline Metro 1,50m R$ 20,00 R$ 30,00 Entretela Metro 2,10m R$ 10,00 R$ 21,00 Botão Dúzia 1 R$ 1,50 R$ 1,50 Gabardine Quilo 2,00m R$ 19,00 R$ 10,00 Cetim com Metro 2,00m R$ 8,00 R$ 16,00 elastano TOTAL: R$ 78,50 LOOK 06- CONJUNTO SECRETÁRIA COM CAMISARIA GOLA LAÇO Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Alfaiataria Quilo 2,00m R$ 19,00 R$ 12,00 Cetim com Metro 2,00m R$ 8,00 R$ 16,00 elastano Entretela Metro 2,00m R$ 10,00 R$ 20,00 Pied de Metro 0,80cm R$ 10,00 R$ 8,00 Poule Zíper Metro 0,15cm R$ 0,70 R$ 0,70 invisível Malha Metro 0,70cm R$ 7,00 R$ 4,90 Crepe Metro 1,20m R$ 20,00 R$ 14,00 TOTAL: R$ 75,60 LOOK 07- CHAMISIÊ LISTRADA COM MANGA LONGA BUFANTE Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Tricoline Metro 2,00m R$ 15,00 R$ 30,00 Entretela Metro 0,5cm R$10,00 R$ 0,50 Botão Dúzia 1,5 R$ 1,50 R$ 2,75 TOTAL: R$ 33,25 LOOK 08- VESTIDO TUBINHO E CAMISARIA COM GOLA BEBÊ Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Sarja Metro 1,30m R$ 7,90 R$ 15,00 acetinada Zíper Metro 0,50cm R$ 1,25 R$ 1,25 invisível Tricoline Metro 1,50m R$ 15,00 R$ 22,50 Entretela Metro 0,10cm R$ 10,00 R$ 1,00 Botão Dúzia 1 R$ 1,50 R$ 1,50 TOTAL: R$ 41,25

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LOOK 09- CAMISARIA COM BABADO NO PUNHO E SAIA SEREIA Descrição Uni. De Quantidade Valor Subtotal medida unitário Tricoline Metro 1,60m R$ 20,00 R$ 32,00 Entretela Metro 0,5cm R$10,00 R$ 0,50 Botão Dúzia 1 R$ 1,50 R$ 1,50 Crepe Quilo 1,50m R$ 19,00 R$ 7,00 acetino Zíper Metro 0,20cm R$ 0,70 R$ 0,70 invisível TOTAL: R$ 41,70

Descrição Zibeline Tule bordado Cetim com elastano Perola Zíper invisível Tule

Tubo de linha médio Fio de overloque

LOOK 10- VESTIDO NOIVA CARTÓRIO Uni. De Quantidade Valor medida unitário Quilo 2,50m R$19,00 Metro 0,50cm R$ 80,00

Subtotal R$ 10,25 R$ 40,00

Metro

1,00m

R$ 9,00

R$ 9,00

Grama Metro

04 g 0,50cm

R$ 1,50 R$ 1,25

R$ 6,00 R$ 1,25

Metro

1,50m

R$ 8,00

Unidade

PREÇOS GERAIS 5 uni.

R$ 3,50

R$ 17,50

Unidade

3 uni.

R$ 4,00

R$ 12,00

R$ 12,00 TOTAL: R$ 78,50

TOTAL: R$ 19,50 VALOR TOTAL: R$ 526

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CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente projeto teve como perspectiva apresentar uma indumentária voltada ao público feminino, com técnicas de alfaiataria, bem como a inclusão das mulheres do mercado de trabalho no período da década de 40. Foi de grande importância para fins de conhecimento, tanto prática, tanto teórica, de uma profissão tão renomada e de tradição, agregando para uma melhor atuação na profissão em Design de Moda.

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TREPTOW, Doris. Design. In: TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo. Edição da autora, 2013. Cap.2, p.124-131.