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Figura 1- Crystal Palace

Figura 1- Crystal Palace

Fonte: Disponível em: <http://www.specialevents.com.br/historia/> Acesso em 28 de setembro de 2020

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Os avanços tecnológicos ocorridos após a primeira revolução industrial permitiram transformações não somente na arquitetura, mas também nos objetos do interior das residências. Para que houvessem novas avanços tecnológicos impactantes no decorrer dos anos, aconteceram outras revoluções industriais, no total foram quatro revoluções industriais, portanto, após a Primeira Revolução, a partir de 1870 passou a ser considerada Segunda Revolução Industrial o período onde foi descoberta a energia elétrica.

Vários objetos surgiram para facilitar a vida das donas de casa, tais como os eletrodomésticos. Todas as donas de casa passaram a desejar tais objetos, principalmente pelos apelos de propaganda do mercado, que venderam o conceito de “casa do futuro”. Prometiam poupar tempo e energia dos usuários com tarefas domésticas, como relata Caio Bolzani em seu artigo (2013).

Ainda pode-se afirmar que por conta da inserção dessas novas tecnologias facilitadoras, os eletrodomésticos, a arquitetura passou a ter a necessidade de adaptação. Como bem lembrado por Domingues, ao citar Aldrich (2003), ambientes como a cozinha passaram a ter nova necessidade de layout para inclusão de geladeira, fogão entre outros.

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Neste contexto, a área de serviço também passou a necessitar de máquinas de lavar, assim como a sala passou a receber aparelhos de televisão.

Por isso essa adequação e adaptação à novas tecnologias dentro do ambiente doméstico passou a ficar cada vez mais perceptível o que passou a gerar progressos no ambiente residencial.

Esses progressos trouxeram uma redução no tempo e esforço com tarefas diárias trazendo assim mais conforto principalmente para as donas de casa.

Dando continuidade às revoluções, em meados do Século XX e início do XXI, a Terceira Revolução Industrial aconteceu e foi marcada pelo avanço da tecnologia e ciência como afirma Ruudi Sakurai quando cita Boettcher:

Frente as grandes descobertas e inovações tecnológicas, a Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução TécnicoCientífica e Informacional são formadas por meio dos processos de inovação tecnológica, os quais são marcados pelos avanços no campo da informática, robótica, das telecomunicações, dos transportes, da biotecnologia, química fina, além da nanotecnologia. (BOETTCHER, Apud SAKURAI e ZUCHI, 2018 P. 5)

Com isso, após o surgimento dos eletrodomésticos, tecnologias avançadas e descobertas na robótica e ciência no geral, a partir de 1970, o conceito de automação passou a se popularizar no meio mais industrial como dito por Satpathy (2006) e adaptado por DOMINGUES (2013):

A partir de 1960, os eletrodomésticos entravam com força nas casas com a função de diminuir as tarefas domésticas, popularizando-se, graças aos preços acessíveis. A radiofrequência (RF) já surgia como alternativa de controle remoto para vários equipamentos à distância. O microchip foi inventado e tornou a miniaturização de circuitos uma realidade, possibilitando a construção de equipamentos cada vez mais acessíveis e menores. A tecnologia da automação ganhou força a partir de 1970, quando os microprocessadores e os computadores entraram em cena e a sociedade começou a imergir em automações com mais frequência na indústria (Satpathy, Apud DOMINGUES,2013, P.14;15).

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A automação era vista com mais frequência nas indústrias, segundo (TEZA, 2002), foi se inserindo em outros meios gradativamente, comércio, prédios e por úlitmo no ambiente doméstico:

-Indústrias- Automação Industrial- Controle das máquinas em operação;

-Comércio- Automação Comercial- Controle e gerenciamento financeiro e administrativo por meio de códigos de barra e outras ferramentas.

-Predial- Automação Predial- Controle de tarefas gerais de edifícios residenciais ou comerciais, relacionado ao controle de tarefas nas áreas comuns dos edifícios, como elevadores, iluminação etc.

-Doméstica- Automação Residencial responsável pelo controle e gerenciamento dos afazeres domésticos, provendo maior segurança e comodidade no lar. ” (TEZA, 2002)

Essa inserção da internet na rotina diária e nos equipamentos dentro do ambiente doméstico é conhecido por muitos como a Quarta última Revoluçãoo Industrial, pois é a que vivemos na atualidade, por volta de 2005 então começamos a ver maior interesse na automação, e a mesma sendo inserida dentro de residencias.

Posteriormente, surge o desenvolvimento dos sistemas de automação voltados para aplicações prediais e, por volta de 1975, segundo Bolzani (2010), começa-se a pensar na automação residencial interna ou doméstica das habitações. Nessa época, videogames, videocassetes e computadores pessoais começam a entrar nas casas permitindo seu compartilhamento com a televisão e começando a formar a primeira rede de interligação de eletrodomésticos de uma habitação. Nesse período, segundo Bolzani, vários sistemas de comando remoto de sinais de controle para automação de dispositivos inteligentes são criados, considerando-se sinônimos de automação residencial em vários países, entre eles França, Estados Unidos e Japão (Bolzani 2010, Apud, DOMINGUES, 2013 p. 15).

Porém, muitas vezes o que impedia o crescimento da domótica, era a falta de normatização para a fabricação de equipamentos compatíveis sobre isso,

Abreu relata que :

Inicialmente, os sistemas domóticos foram dominados por produtores proprietários (produtos 26

de uma determinada entidade/marca), não existindo normas (standards) para a criação de sistemas compostos por produtos de vários fabricantes. Com o decorrer dos anos, foram surgindo movimentos de uniformização, com o objetivo de permitir a compatibilidade entre produtos de diferentes fabricantes, promover reduções de custos, e consequentemente permitir uma expansão mais rápida destes sistemas (Silva, Apud ABREU, 2013 p. 4).

No entanto hoje pode-se observar no mercado o desenvolvimento de equipamentos que mesmo sendo de marcas diferentes, prometem ser compatíveis para que ele interajam entre si.

Dessa maneira , promovem uma interconexão de aparelhos para usuários que desejam que dentro desuas residências haja uma troca de informações entre os equipamentos eletrônicos, podendo ser controlados de maneira uniforme como Domingues cita Bolzani (2013).

Como colocado por (ABREU, 2013) essa expansão da domótica e essa padronização, tem sido possível graças a evolução da tecnologia e internet móvel.

A domótica tem vindo a expandir-se ao longo dos anos devido ao grande conforto que traz aos seus utilizadores. É de referir que se tem verificado um aumento do número de empresas especializadas neste tipo de tecnologia. Esta expansão deve-se, em grande parte, ao crescimento das novas tecnologias, como por exemplo a evolução da computação móvel. (ABREU, 2013, p. 4)

Hoje sabemos que um dos motivos do crescimento relativamente mais lento que o esperado da domótica é questão cultural envolvida e pré-conceitos da sociedade, tanto por conta de custos quanto por parecer algo supérfluo.

Como vimos anteriormente a padronização dos processos e criação de equipamentos compatíveis podem desconstruir esse conceito na população conforme afirma Silva:

Há cerca de dez anos, a automação residencial era vista apenas como luxo e havia uma relação instantânea com a famosa “Casa dos Jetsons”... Com o passar do tempo, de um modo geral, ocorreu um aculturamento com itens relacionados à tecnologia. Contudo, a missão de difundir os benefícios da automação residencial ainda não é uma tarefa fácil, principalmente para os mais céticos. Muitos daqueles conceitos de automação vistos como futuristas são hoje utilizados com naturalidade por muitas famílias brasileiras. Os sistemas estão cada vez mais

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