Dc 7 o farelo de amendoim na alimentação bovina

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Maio / 2005 ano 3 número 7

O Farelo de Amendoim na Alimentação Bovina

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egundo a CONAB, a cultura de amendoim no ano agrícola de 2003/2004 deteve 98,2 mil hectares de área cultivada no Brasil, com produção de 217,3 mil toneladas, havendo previsão de aumento de 11% e 19% respectivamente, para o ano agrícola seguinte. O Estado de São Paulo centraliza a produção nacional com 175,7 mil toneladas, correspondente a 80% da produção do país. Além do crescimento da cultura, nos últimos anos a produção, armazenamento e comercialização deste produto vêm se profissionalizando, tornando-o uma opção na alimentação bovina.

26 9, 1

Tabela 1. Área plantada e produção brasileira nas safras de 2003/04 e 2004/05

21 7, 3

300 250 11 0, 8

150

98 ,2

200 2003/04 2004/05*

100 50 0

Área (mil ha)

Produção (mil t)

Fonte: CONAB – Levantamento dez/2004 * previsão de safra

A utilização do amendoim como alimento protéico na forma de farelo vem sendo estudada e, segundo Góes et. al (2004), pode agir como substituto do farelo de soja para proteína degradada no rúmen. O valor nutritivo destes dois alimentos é semelhante, como pode ser observado na tabela 2, entretanto, a proteína do farelo de amendoim apresenta degradação ruminal bem maior que farelo de soja e de algodão.

Tabela 2. Composição bromatológica do farelo de soja, amendoim e algodão (expressos em 100% MS) Far. Amendoim1

Far. Far. Soja Algodão2 44%PB2 NDT (%) 82,8 80 66,4 MS (%) 94,8 89,1 90,5 PB (%) 52,9 49,9 44,9 N-FDN (%) 10,2 0,7 3,3 N-FDA (%) 1,8 0,4 1,8 EE (%) 2,8 1,6 1,9 FDA (%) 8,4 10,0 19,9 FDN (%) 12,5 14,9 30,8 NNP (%) 6,10 15 14 Lignina (%) 1,6 0,7 7,6 MM (%) 6,1 6,6 6,7 PDR3 (%) 912 76 60 Fonte: 1- Análise bromatológica ESALQ/Bellman; 2 - NRC (2001) 3 – NRC (2001) considerando consumo de 2% do peso.

Um fator a se considerar para a utilização deste alimento na dieta de bovinos é a qualidade. A colheita do amendoim, se realizada quando o grão ainda está imaturo ou quando permanece no campo em condições de alta umidade favorece o desenvolvimento de fungos do gênero Aspergillus e conseqüente produção de aflatoxinas. Dependendo da dose e da freqüência em que esta toxina é ingerida pelos animais, além da idade, estado nutricional e sexo do animal, pode-se observar a diminuição no desempenho produtivo e no desenvolvimento, podendo levar à morte. Segundo o Ministério da Agricultura, o teor máximo de aflatoxina para qualquer matéria-prima a ser utilizada direta ou indiretamente para rações destinadas ao consumo animal é de 50ppb. De acordo com artigo publicado pela Universidade do estado do Mississipi, os teores máximos de aflatoxina na ração total de algumas categorias animais podem ser descritos como: - animais jovens (qualquer espécie) e animais estressados: < 20ppb;

Realização: Serviço de Atendimento Técnico Bellman. Responsáveis Técnicos: Marco Antônio Balsalobre, César Vitaliano Graminha, Ana Léa Moreira Martins. Colaboração: Trademan.

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vacas leiteiras em lactação: < 20ppb; vacas de corte em lactação e animais lactentes: < 100ppb; - vacas secas de corte e bezerros de ano: < 300ppb; A dose letal 50 é de até 10 mg/kg para animais susceptíveis, como é o caso dos bovinos. Mirella Colombo Moscardini Estagiária Atend. Técnico Bellman

Resultados de ganho de peso médio diário, em animais cruzados, observados a campo nas fazendas do grupo Nippak- Três Lagoas-MS: Ano Categoria * 2003 2004 2003 BellPeso S 2004 Lambisk S

Garrotes A Garrotes B Garrotes A Garrotes B

BellPeso Confinamento Suplemento especialmente desenvolvido para uso em confinamentos de alto desempenho. Contém minerais, proteína, vitaminas, ionóforos, leveduras vivas e tamponantes, que promovem uma melhor conversão alimentar, maior ganho de peso, menor custo da arroba engordada, além da praticidade, segurança e diminuição dos problemas metabólicos. BellMilk Fertilidade Suplemento mineral para bovinos de leite. É indicado para promover adequada suplementação mineral e vitamínica a vacas leiteiras, melhorando a reprodução, além de impedir distúrbios metabólicos tais como acidose ruminal e laminite.

Animais Período GMD Tratados Tratamento (Kg) 160 Jun-Jul 0,296 145 Jun-Ago 0,238 105 Jun-Set 0,618 125 Ago-Set 0,777

* Garrotes A: 12 a 18 meses; Garrotes B: 18 a 24 meses

Você sabia que nos próximos 30 anos, a expectativa é que 2/3 da carne bovina consumida no mundo terá origem brasileira? Você sabia que a microbiota ruminal dos bezerros é formada através da ingestão de saliva de sua mãe e de outros bovinos e até mesmo de suas fezes?

Portfólio de Produtos Trademan 1- Difly: (Fornecedor Champion): O combate da mosca do chifre através do suplemento mineral, sem trabalhos operacionais. 2- Lalsil Cana (Fornecedor Lallemand): O primeiro inoculante específico para silagem de cana-de açúcar do mundo. 3- Sementes de pastagens Agrosalles - Sementes de qualidade e com garantia de germinação: Brizantha, Tanzânia, Decumbens, MG 5, Mombaça, entre outras. 4- Farelos e cascas de soja e algodão (Fornecedor Bunge Alimentos). 5- Farelo de Amendoim (Fornecedor Brumau) Serviço de Atendimento ao Consumidor Tel.: (17) 3253 9620 – 0800 772 3400 www.trademan.com.br

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Literatura consultada: BAGLEY, C.V. Beef cattle Handbook – Micotoxins. In: www.iowabeefcenter.org/pdfs/bch/03400.pdf CLARK, J.H.; BEEDE, D.K.; ERDMAN, R.A., et al. Nutrient requirements of dairy cattle. Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 7º Edição, 381p. FONSECA, H. O amendoim e a aflatoxina (boletim técnico nº13). In: www.micotoxinas.com.br/Boletim13.htm GOES, R.H.T.B.; MANCIO, A.B.; VALADARES FILHO, S.C.; LANA, R.P. Degradação ruminal da matéria seca e proteina bruta, de alimentos concentrados utilizados como suplemento para novilhos. In: www.editora.ufla.br/revista/28_1/art22.htm LIZIEIRE, R.S.; DAYRELL, M.S.; OLIVEIRA, J.S. Características e composição de alguns alimentos concentrados utilizados na alimentação de bovinos de leite. Coronel Pacheco: MAARA/EMBRAPA/CNPGL, 1995. 31p. (Circular técnica nº38) PAZIANI, S.F.; BERCHIELLI, T.T.; ANDRADE, P. Digestibilidade e degradabilidade de rações a base de milho desintegrado com palha e sabugo em diferentes graus de moagem. In: www.scielo.br/pdf/rbz/v30n5/6704.pdf VIEIRA, W.L.; HENRIQUE, R.; MANSANO, A.; WILLIAN, K.; DINIZ, W. Alimentos protéicos na alimentação das aves. In: www.zootecnista.com.br/portal/article_read.asp?id=2 09 _ What do you need to know about aflatoxin contamination of corn? In: www.msucares.com/livestock/beef/beef_aflatoxin.html Companhia Nacional www.conab.gov.br

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Abastecimento:

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