Vila entre Gerações - TFG de Arquitetura e Urbanismo - UnB

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BEATRIZ RABETTI FAU UNB | 2018

VILA

ENTRE

GERAÇÕES





Instituição de Longa Permanência para Jovens e Idosos

Beatriz dos Santos Rabetti Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Diplomação 2 dezembro/2018

Orientadora: Ana Carolina Lima Banca: Ana Paula Gurgel e Pedro Paulo Palazzo



SUMÁRIO

| CONTEXTUALIZAÇÃO introdução objeto de estudo justificativa objetivos procedimentos metodológicos referencial teórico | LOCALIZAÇÃO | ESTUDOS DE CASO | O PROJETO diretrizes projetuais público alvo programa de necessidades acessos fluxos plantas baixas planta de piso planta de cobertura

001 002 004 005 006 007 008 021 041 053 054 058 060 066 068 082 084 086

cortes e fachadas detalhamentos programação visual dormitórios a Vila entre Gerações | OBRIGADA agradecimentos

088 090 118 122 126 161 163

164

referências bibliográficas


“O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina.” Augusto Cury


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CONTEXTUALIZAÇÃO


INTRODUÇÃO

O envelhecimento acelerado da população tem

sido destaque internacional no último século. Segundo o Census Bureau (2016) dos Estados Unidos prevê-se que a população de idosos no mundo praticamente dobre para 1,6 bilhão, enquanto a população total crescerá 34% de 2015 a 2050, conforme Figura 1. O fenômeno do envelhecimento populacional mundial é mais recorrente nos países desenvolvidos, principalmente na Europa. Por consequência, a arquitetura nesses países já possui reflexos e mudanças resultantes dessa transformação populacional.

2

Figura 1: Porcentagem da população com 65 anos ou mais entre 2015 e 2050. Fonte: Census Bureau (2016) dos Estados Unidos.


Os

espaços

intergeracionais

presentes

na

convívio constante com outras gerações, fazendo com que

Europa são extremamente benéficos para seus usuários

os mais novos tenham empatia e respeito. Além disso, é

contribuindo nas questões sociais em um ambiente de

importante ressaltar que a arquitetura pode propor melhor

mais proximidade e intimidade. Nesse sentido, promovem

qualidade de vida e gerar mais possibilidades para o idoso.

autoestima, socialização e aprendizado para os dois lados

(NEWMAN, 2011). Tais tipologias visam criar ambientes

jovens e idosos. Esse espaço contempla espaços de

multifuncionais para que ambas as faixas etárias interajam,

estar, lazer e descanso e, além disso, busca atender

ao invés de criar guetos, nos quais as gerações se excluem

às necessidades desses dois públicos, estimulando

e não vivem o compartilhamento de experiências.

a convivência, mas, ainda assim, respeitando suas

individualidades e particularidades.

Já no Brasil, as pessoas da terceira idade costumam

Logo, o foco deste estudo é um espaço que une

ser acolhidas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPI. Na sua grande maioria, as ILPI não possuem infraestrutura adequada e atendem de forma precária apenas às necessidades fisiológicas e de alimentação, saúde e higiene (PIMENTEL, 2001).

A arquitetura deve estar atenta às mudanças na

Esses reflexos e mudanças estão relacionados às

sociedade, devido ao seu importante papel em proporcionar

necessidades e demandas do idoso, principalmente com

conforto e moradia adequada à essa parcela da população.

relação à saúde e cuidados especializados. Muitas vezes,

Dessa forma, é essencial o surgimento de novos estudos

se faz necessário que estes espaços aliem cuidado com

na arquitetura que promovam novas formas de pensar a

abrigo, bem como atividades para seus usuários, foco das

arquitetura para os idosos.

instituições de tempo integral. Na Europa, existem diversas

novas tipologias para dar suporte ao idoso como, por

tipologias para essa parcela da população é fundamental

exemplo, os espaços intergeracionais.

que o idoso não seja excluído da sociedade e tenha

Nesse sentido, a importância de pensar novas

3


OBJETO DE ESTUDO Esse trabalho apresenta o anteprojeto arquitetônico

Olhos D’água, além de ficar próximo à diversas faculdades,

de uma instituição integradora de longa permanência,

como a Universidade de Brasília, e comércios locais. No

permanência para jovens e idosos pretende criar espaços

espaço residencial e de lazer que atende idosos e jovens,

limite do lote há um ponto de ônibus facilitando o acesso e

convidativos e humanizados para essas duas gerações. A

integrando-os de forma cooperativa e harmônica. A

a mobilidade.

instituição se mostra uma alternativa de baixo custo para

proposta é de uma instituição privada, mas que pode servir

Nesse sentido, pretende-se propor uma nova forma

os jovens e pretende estimular a convivência, empatia

de exemplo e de referência para que a ideia seja reaplicada

de pensar a velhice. O programa de necessidades contará

e cuidado com o idoso. Espera-se que a união traga

em outros lugares e contextos, com os devidos ajustes

com dormitórios em diferentes tipologias, ambientes de

benefícios, como redução da solidão, rompimento do

necessários.

encontro, convívio e lazer, bem como, áreas administrativas,

isolamento social, bem como aprendizado mútuo.

A instituição pode ser feita de forma pública ou com

de atendimento médico e de serviços. Além disso, o

parceria público-privado. A construção da edificação pode

projeto promoverá o relacionamento com a natureza e

acontecer por meio de incentivo do poder Público Federal

com o ambiente externo como forma de humanizar os

através da Universidade de Brasília que se beneficia

espaços.

de forma direta com o espaço residencial que atende universitários. Aliado a isso, pode haver incentivo fiscal através de instrumentos tributários e financeiros, além de voluntariado, arrecadação de fundos e doações.

O terreno do projeto se localiza na Asa Norte, no

Plano Piloto de Brasília. O lote se encontra no Setor de Grandes Áreas Norte – SGAN – 612, próximo ao Parque

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Logo, o projeto da instituição integradora de longa


JUSTIFICATIVA

Para a escolha do terreno, na Asa Norte, entre a L2

e perderem sua autonomia estarão inseridos em um

norte e a L3 norte, alguns quesitos foram valorizados a fim

espaço familiar e com pessoas conhecidas. Visto que o

de se atender as necessidades, tanto dos jovens, como

perfil demográfico da população está se transformando, a

dos idosos, dentre elas o acesso à transportes públicos e

arquitetura deve acompanhar e se atualizar com as novas

comércios. Para os jovens foi pensada a proximidade às

demandas da sociedade.

faculdades e universidades. Já para os idosos buscou-

se locais com mobilidade e acessibilidade, já que muitos

existe a possibilidade de reduzir a solidão e isolamento

não dirigem. Diante disso, pensou-se em um terreno com

social por parte dos mais velho. Além disso, há a expectativa

comércio e centros de saúde por perto, possibilitando

de melhorar a imagem negativa que muitos têm sobre o

autonomia e liberdade ao usuário. Outro quesito priorizado

processo de envelhecimento, além de promover maior

foi à proximidade do terreno à espaços de convívio e

autonomia, liberdade e dignidade aos idosos.

de lazer, como praças e parques, onde os usuários da

A partir dessa iniciativa que une jovens e idosos,

Nesse sentido, pretende-se criar um ambiente

instituição possam conviver entre si e com a cidade.

que muitas vezes vieram de fora de Brasília a trabalho ou

acolhedor com espaços de convívio e integração. Esses

para estudar.

espaços devem proporcionar tranquilidade, por meio de um

recebe maior número de estudantes - 19,81% -, sendo que

Já os idosos - com 65 anos ou mais - no Plano Piloto

convívio pacífico atendendo às necessidades particulares

14% da população é estudante e 8,25% da população tem

representam 16,87% da população total e os aposentados

de cada geração. E ainda, uma moradia bem localizada

entre 19 e 24 anos. Os jovens atendidos pela instituição

20,95%. O projeto propõe o atendimento de idosos a partir

com custo reduzido para os jovens.

possuem uma faixa etária de 20 a 30 anos e são

de 60 anos, conforme delimitado pela Organização Mundial

universitários ou estão em início de carreira. São jovens

da saúde (OMS, 1989), já que esses ao envelhecerem

Segundo a PDAD (2015), o Plano Piloto é a RA que

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OBJETIVOS

O objetivo geral do estudo é desenvolver um

anteprojeto de uma instituição integradora de longa permanência de jovens e idosos. Mais especificamente, a proposta inclui espaços residenciais e de lazer que atendam jovens e idosos de forma humanizada, adequando os espaços às necessidades contemporâneas. Os objetivos específicos para atendimento do objetivo geral são: •

Apresentar breve panorama da realidade dos idosos

do Distrito Federal; •

Estudar

características

arquitetônicas

das

habitações de jovens e de idosos; •

Caracterizar o entorno local e integrá-lo com

diretrizes projetuais inclusivas; •

Propor espaços de convivência e espaços que

respeitem as individualidades entre as gerações.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho foi desenvolvido a partir de referencial

Morfológico dos Lugares, conforme Gunter Kohlsdorf e

teórico sobre a temática da integração dos jovens e dos

Maria Elaine Kohlsdorf (2017), de forma a destacar quais

idosos em instituições de longa permanência. Assim,

características são comuns à ambas as gerações e auxiliar

inicialmente, buscou-se entender o panorama da realidade

na proposição de espaços intergeracionais do projeto

dos idosos do Distrito Federal. A partir da apresentação

arquitetônico.

deste panorama pretende-se entender a transformação

demográfica atual, seu desenvolvimento, bem como tratar

existente a partir de estudos de casos que envolvem

das normas brasileiras referentes à instituições para

jovens e/ou idosos, apontando suas potencialidades.

idosos.

São eles: moradias estudantis, lares de idosos e espaços

Em

seguida,

a

fim

de

propor

um

Além disso, há análise de repertório arquitetônico

espaço

intergeracionais. A partir desses estudos é possível

intergeracional que atenda às necessidades de jovens e de

entender modelos de funcionamento de instituições

idosos, foi realizada uma análise de tipologias diferentes de

integeracionais, características de ambientes residenciais

quartos de jovens e de idosos de Brasília para entender as

de jovens e características de ambientes residenciais de

características que podem integrá-los. Essa caracterização

idosos. Logo, dá direcionamento ao projeto quanto ao

foi realizada por meio de estudo qualitativo e descritivo

programa de necessidades, materialidade, proporções e

comparativo. Assim, a análise foi feita em três quartos de

fluxos.

jovens (J1, J2 e J3) e três quartos de idosos (I1, I2 e I3).

Os quartos se localizam em apartamentos de Brasília, no

no lote e no seu entorno, o estudo conta com diagnóstico

Plano Piloto e na Octogonal. Os parâmetros de avaliação e

do entorno. Foi realizada a caracterização dos usos dos

de análise dos ambientes são baseados no Desempenho

edifícios na região, destacada a hierarquia das vias, as

condicionantes ambientais, além degabaritos e topografia e da legislação e dos dados socioeconômicos. A partir dessa caracterização do local é possível propor diretrizes projetuais inclusivas e integradas com o entorno.

E por fim, a partir dos estudos de casos e

caracterização das habitações é possível propor espaços de convivência intergeracional, mas que, ainda assim, as individualidades e particularidades de cada um sejam respeitadas. A fim de que esses espaços de convivência e integração sejam inclusivos, o referencial teórico conta com estudo de normas de acessibilidade e estudo do Design Universal.

Por conseguinte, para uma boa inserção do projeto

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REFERENCIAL TEÓRICO PERFIL DEMOGRÁFICO

A transformação no perfil demográfico está

acontecendo de forma rápida, segundo Borges e Coimbra (2008), até 2025, o Brasil será a sexta população do mundo com maior número de pessoas idosas. Segundo Figura 2: Distribuição da população brasileira por grupos de idade Fonte: IBGE, 2016.

Giacomin et al. (2005), a cada ano 650 mil idosos são acrescentados à população brasileira. Mas as influências dessa transformação na arquitetura ainda são pontuais e

8

pequenas.

Essa mudança na estrutura da população se deve

Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (IBGE,

à vários fatores como o aumento da expectativa de vida,

2016), as proporções de idosos de 60 anos ou mais e de

queda da mortalidade, avanço da medicina, melhorias no

adultos de 30 a 59 anos no Brasil cresceram de 2005 a

saneamento básico e higiene relacionados à urbanização

2015 - respectivamente 4,5 e 4,8 pontos percentuais. Em

e a inserção da mulher no mercado de trabalho que fez

contrapartida, as proporções de crianças de 0 a 14 anos

com que reduzisse a taxa de natalidade (FLORES, 2008).

caíram - 5,5 pontos percentuais - e de jovens de 15 a 29

Devido à esses fatores o envelhecimento está sendo cada

anos também - 3,8 pontos percentuais - demonstrando uma

vez mais tardio, com mais saúde e qualidade de vida.

clara tendência de envelhecimento demográfico, conforme

Figura 2.

para o Estado, mas possuem diversas necessidades,

Os

idosos,

em

sua

maioria

não

produzem


principalmente relacionadas à saúde, podendo ser totalmente dependentes (GONÇALVES et al., 2000). Isso gera uma demanda para o Estado e para a sociedade a fim de adequar-se a essa nova configuração. Medidas de planejamento e de cuidado com os idosos devem ser tomadas, apesar de existir uma grande parcela de idosos que ainda são ativos e produtivos.

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal

(CODEPLAN, 2013), elaborou o relatório: Perfil dos Idosos no Distrito Federal segundo as Regiões Administrativas. O estudo indica que a população idosa - pessoas de 60 anos ou mais - somava pouco mais de 326 mil pessoas, o equivalente a 12,8% da população total. A maior quantidade de idosos residem no Plano Piloto e em Ceilândia, com pouco mais de 45 mil em ambos os casos, com cada uma representando cerca de 14,0% da população idosa do DF.

No Plano Piloto, em Brasília, segundo dados da

PDAD de 2015, 20,95% da população está aposentada.

Além disso, 16,87% da população do plano piloto tem 65

lares, mas com o aumento dos cuidados especializados e

anos ou mais e mais 6,08% da população do Plano Piloto

a dificuldade da família em atender essas novas exigências

tem 60 anos a 64 anos.

tornou-se uma questão de responsabilidade social

(CAMARANO et al., 2004).

O envelhecimento populacional demanda uma

reorganização da sociedade, desde a esfera familiar até a governamental de modo que essa parcela da sociedade receba o devido cuidado, que antes acontecia nos próprios

9


ILPI

Esse cuidado tem acontecido em muitos casos nas

Instituições de Longa Permanência de Idosos – ILPI. Isso resulta no aumento do número dessas instituições e o surgimento de novos arranjos familiares, vide Figura 3 com dados do IPEA de 2011.

ILPI é atualmente o termo mais utilizado para o

abrigo de pessoas idosas, necessitadas de lugar para morar, alimento e cuidado por período integral, adotado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia –

Figura 3: Aumento do número de instituições para idosos de 1940 a 2009 Fonte: IPEA, 2011.

SBGG - e em 2003 o termo começou a ser incorporado nas leis. Esse termo substitui a palavra asilo que contém uma carga negativa, remetendo a pobreza e rejeição.

Grande parte dessas instituições são de origem

filantrópica e estão relacionadas à alguma religião ou organização beneficente, como forma de caridade, conforme Figura 3. Entretanto, existe uma grande quantidade de instituições que não possuem infraestrutura adequada e profissionais qualificados. Ainda, há também instituições clandestinas, que se apropriam do dinheiro dos idosos fornecendo condições precárias, caracterizando um verdadeiro depósito de idosos (MENDONÇA, 2006).

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Segundo o IPEA (2011), as instituições públicas e

hábitos, privacidade e liberdade. A grande maioria atende

filantrópicas possuem uma maior porcentagem de idosos

apenas às necessidades fisiológicas - alimentação, saúde e

independentes, pois sua ida está relacionada à condição

higiene - dos idosos, deixando de lado as questões sociais,

financeira. Enquanto isso, nas instituições privadas existe

afetivas e sexuais.

uma maior porcentagem de idosos dependentes, sugerindo que a sua presença ali é resultado de uma dependência física e/ou mental mais elevada.

Conforme afirma Pimentel (2001), a maioria das

instituições brasileiras não está preparada para receber os idosos de forma adequada, respeitando sua individualidade,


NORMAS BRASILEIRAS

A par da realidade, as normas brasileiras exigem

autoestima e, ainda, exercitam a mente.

um maior cuidado do que vem sendo observado, conforme

Figura 4.

1989) considera que as instituições devem atender pessoas

A Portaria 810/89, do Ministério da Saúde (BRASIL,

a partir dos 60 anos de idade. O lugar físico deve ser equipado, com quadro de funcionários e com capacidade para atender a vida institucional abrangendo tudo que for necessário.

A SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria

e Gerontologia - definem as instituições como um estabelecimento para atendimento integral. E devem atender idosos dependentes ou independentes, que não possuem condições para permanecer com a família ou sua residência. Figura 4: Linha do tempo das políticas voltadas para o idoso Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Algumas normas exigem um cuidado integral com a

estabelece que o cuidado com o idoso exige uma

saúde do idoso como a Política Nacional do Idoso (BRASIL,

abordagem global, interdisciplinar e multidimensional.

1996) que exige dessas instituições que satisfaçam as

Essa abordagem deve levar em conta os fatores físicos,

necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência

psicológicos e sociais, além do valor do ambiente em que

social do idoso, funcionando em regime de internato, para

estão inseridos, deve ser promovido ao idoso autonomia e

aqueles que não possuem vínculo familiar ou condições de

independência.

prover a própria subsistência.

Já a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa,

importantes para o idoso. Dessa forma possuem liberdade

instituída pela Portaria no 2.528, de outubro de 2006

para exercer suas atividades diárias, o que melhora a

A autonomia e independência são fatores muito

A Resolução da Diretoria Colegiada - RDC/ANVISA

nº 283, de 26 de setembro de 2005, em seu Art. 1º, possui um Regulamento Técnico definindo normas de funcionamento para as ILPI. As normas têm como objetivo que a instituições ofereçam aos seus residentes condições de liberdade, dignidade e cidadania (BRASIL, 2005).

O senso de pertencimento é a base da relação

social, assim uma vida comunitária permite estreitar os laços, criando um ambiente de mais proximidade e intimidade (MERCADANTE, 2002). Além disso, para que o idoso sinta esse novo ambiente como seu lar é necessário que ele tenha liberdade de ir e vir, com conforto, segurança e tranquilidade.

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QUALIDADE DO ESPAÇO

Segundo Gomes et al. (2013), a qualidade

projeto deve contemplar as questões sociais, históricas,

processos operacionais.

dos espaços pode se caracterizar pelo desempenho

antropológicas,

construtivo e funcional, estético e como responde às

além de ergonomia e usabilidade. Por exemplo, em uma

equiparação nas possibilidades de uso dos usuários;

necessidades da pessoa. Essas características vão além

residência com design universal, a habitação suporta todos

flexibilidade no uso atendendo diferentes indivíduos,

da acessibilidade, se transformando em um espaço de

os ciclos de vida do indivíduo e abrange todos os requisitos

preferências e habilidades; uso simples e intuitivo;

inclusão, abrangendo a mobilidade, organização espacial,

físicos, funcionais e cognitivos, ou seja, as necessidades se

captação de informação, se comunicando de forma eficaz;

acabamentos, funcionalidade; promovendo a autonomia e

transformam ao longo da vida, mas a arquitetura inclusiva

tolerância para o erro; mínimo esforço físico e dimensão

a comunicação clara e intuitiva com o indivíduo. Aspectos

funciona para a vida toda.

e espaço apropriados para uso e interação (SIMÕES &

políticas,

tecnológicas,

O

design

inclusivo

possui

sete

princípios:

importantes já que o envelhecimento traz dificuldades na

BISPO, 2006). O design inclusivo possibilita um convívio

interação com o ambiente, fazendo com que esse ambiente

intergeracional. Assim, os idosos podem ser escutados

possa se transformar em um enclausuramento (KEATES &

e incluídos na criação de uma sociedade para todas as

CLARKSON, 2004).

gerações, proporcionando descobertas e oportunidades

de participação social, gerando enriquecimento individual

Para garantir a acessibilidade, existe a norma técnica

de acessibilidade NBR 9050, norma criada em 1985, em que sua primeira revisão foi em 1994 e a última em 2015. A norma discorre sobre critérios de acessibilidade para edificações, espaços e equipamentos urbanos além de mobiliários.

Além disso, há estudos sobre o Design Universal que

é o termo que caracteriza o design inclusivo, a fim de atender a maior quantidade de pessoas possíveis, independente de idade ou situação. Segundo Gomes et al. (2013), o

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econômicas,

Portanto, arquitetura inclusiva deve estar presente na

vida toda de um indivíduo, pois em diversos momentos da vida poderá ter sua mobilidade condicionada, seja porque é criança, porque machucou alguma parte do corpo, porque tem filhos pequenos ou, ainda, porque é idoso. Os idosos costumam perder suas habilidades naturais e sensoriais, não apresentam a mesma competência ao realizar tarefas, ao manipular equipamentos e no entendimento de

e coletivo.


RELACIONAMENTO INTERGERACIONAL

Segundo

Ferreira

(2005),

o

relacionamento

Gonçalves, Garcia e Mah (2000) subdividiram os

intergeracional é uma forma de preservar a cultura e suas

idosos de 65 anos ou mais em 3 categorias. O tipo 1 são os

particularidades. Dessa forma, o enxergar positivo ou

idosos que se consideram independentes e que frequentam

negativo da velhice está relacionado ao olhar das outras

e participam de atividades organizadas por instituições,

gerações, como interpretam e vivenciam o processo de

a grande maioria frequenta de forma regular por causa

envelhecimento e esse olhar geracional na arquitetura

da necessidade de convivência ou pela qualidade do

influencia na forma como os idosos se percebem e se

pessoal ou dos serviços prestados. O tipo 2 são os idosos

transformam no envelhecer.

por conta própria, que não se consideram dependentes,

Para a Organização das Nações Unidas (ONU) uma

mas não frequentam nem participam de atividades de

pessoa é considerada idosa se possuir 60 anos ou mais

caráter institucional. E por último, o tipo 3 são os idosos

de idade. Já segundo Camarano, Kanso e Mello (2004)

dependentes – físicos, mentais e/ou psicológicos –

existe uma grande heterogeneidade no grupo de idosos por

necessitando e possuindo serviços de apoio extrafamiliar

causa de trajetórias de vida diferentes, idade e questões

e/ou vivendo em instituições especializadas.

socioeconômicas, resultando em dois subgrupos etários

de 60 a 79 anos e de 80 anos ou mais.

Juventude e a ONU caracterizam a juventude como o

A Convenção Ibero-americana de Direitos da

período compreendido entre 15 e 24 anos. Mas no Brasil, desde 2013, por meio do Estatuto da Juventude, delimitouse a juventude entre as idades de 15 a 29 anos, marcados pelas mudanças decorrentes da transição da infância para a fase adulta (CODEPLAN, 2016).

O Perfil da Juventude do Distrito Federal, documento

realizado pela CODEPLAN com dados de 2015 e 2016 da PDAD fez uma subdivisão da juventude em 3 períodos. Tal decisão justificou-se pois, a juventude possui diversas transformações o que a distingue rapidamente. O primeiro período abrange as idades de 15 a 17 anos, designado adolescente, em que já se pode trabalhar como jovem aprendiz, bem como votar. Em seguida, de 18 a 24 anos onde o jovem possui maioridade penal, normalmente já concluiu a educação básica e pode optar pela formação universitária ou técnica. E por último as idades de 25 a 29 anos em que muitos jovens estão no início de carreira, que deixam o local de moradia com os pais e que normalmente se consolida a autonomia.

13


1.

Ilhas espaciais: análise da permeabilidade

relacionando o espaço aberto e o espaço total. Essa categoria permite observar como funciona a circulação interna dos quartos e a relação da quantidade de espaço não ocupada pelos mobiliários - espaço aberto - em relação ao espaço total do ambiente; 2.

Relação entre cheios e vazios: em que os

cheios representam os mobiliários e os vazios onde não há mobiliários; 3.

Tamanho dos espaços funcionais: para obter

uma medida média que atende os dois públicos; 4.

Permeabilidade com relação às vedações

e aberturas: em que as vedações são as paredes e as aberturas são as janelas portas e outros acessos sem divisórias a fim de perceber a necessidade de privacidade;

ESTUDO DAS HABITAÇÕES

possuem autonomia para configurar conforme a sua

do projeto foi realizado em conjunto o Ensaio Teórico,

identidade. Assim, foram analisados três quartos de jovens

em que foram analisados ambientes habitados por

– J1, J2 e J3 – e três quartos de idosos – I1, I2 e I3.

idosos e ambientes habitados por jovens. A partir deste

estudo foi possível analisar a arquitetura e o contexto de

análise qualitativa, com a aplicação de questionários aos

inserção urbana dos ambientes de jovens e de idosos,

jovens e aos idosos, e análise descritiva comparativa, a partir

bem como refletir sobre as diferenças e semelhanças

de estudos de caso nos quartos de ambas as gerações. Os

entre esses espaços. Assim, pretende-se incluir no projeto

critérios de análise apresentados nos estudos de caso para

de Diplomação uma arquitetura inclusiva que pode ser

cada geração foram onze, baseados em Gunter Kohlsdorf e

atraente para ambas as faixas etárias.

Maria Elaine Kohlsdorf (2017):

Os ambientes escolhidos para análise foram os

quartos, na medida em que são espaços onde os usuários

Acessbilidade funcional:

analisando a

existência ou não de acessibilidade nos espaços;

Como forma de entender e caracterizar os usuários

14

5.

Esse estudo foi realizado em Brasília por meio de

6.

Quantidade de mobiliários;

7.

Quantidade de luminárias, tipo de luminária,

tipo de iluminação – direta ou indireta, e cor da luz – branca ou amarela; 8. Quantidade

e

estilo

decorativos; 9.

Cores predomiantes;

10.

Materiais predominantes;

11.

Tipo de piso.

dos

elementos


Figura 5: Planta baixa com representação das Ilhas Espaciais Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 6: Plantas baixas com representação da relação entre Cheios e Vazios Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Ao final da análise, percebe-se que do ponto de vista

das Ilhas Espaciais nos quartos recomenda-se que 57%

do espaço seja destinado a espaços abertos. Ao adotar

parecidas com as das Ilhas Espaciais. Nessa categoria

essa recomendação, espera-se que ambos os públicos

observa-se que há uma predominância de espaços

estejam satisfeitos com a permeabilidade de circulação.

equilibrados, isto é, que a quantidade de Cheios sobre a

Em espaços pequenos de 7m2 a 10m2 recomenda-se o

de Vazios é equivalente (vide Figura 6). Considerando esse

uso da porcentagem de 57% para espaços abertos e para

resultado, a recomendação é de que espaços destinados

circulação. Já para espaços maiores que 10m2 recomenda-

a integração intergeracional tenham um equilíbrio entre

se 2,93m2 de espaços abertos e de circulação por pessoa,

Cheios e Vazios, pois independente do espaço total do

evitando espaços vazios ociosos (conforme Figura 5 das

ambiente, ou dos tipos de mobiliários essa porcentagem

plantas baixas dos quartos).

variou entre 49% a 69% de Vazios.

A relação de Cheios e Vazios traz conclusões

15


Figura 8: Plantas baixas com representação do Tamanho dos Espaços Funcionais Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 7: Plantas baixas com representação da Acessibilidade Funcional Fonte: Elaborado pela autora (2018).

É importante ressaltar que a porcentagem de Vazios

O Tamanho dos Espaços Funcionais dos quartos

influenciará a Acessibilidade Funcional do ambiente,

em ambos os grupos eram pequenos com uma média

sendo assim, deve-se integrar essas duas categorias

geral de 8,57m² (vide Figura 8). Para um ambiente mais

para a obtenção de um espaço acessível. Os dois grupos

intimista e integrador entre as duas gerações é importante

analisados não possuíam muita preocupação com a

que o espaço não seja muito grande a fim de gerar essa

acessibilidade (conforme Figura 7), mas para um espaço

sensação intimista que um ambiente pequeno promove.

que integre essas duas gerações é importante priorizar a acessibilidade para o caso de surgir a necessidade.

16


Figura 9: Diagrama representando a relação entre aberturas e vedações Fonte: Elaborado pela autora (2018).

A partir dos resultados obtidos com a Permeabilidade

Figura 10: Plantas baixas com pontos de iluminação Fonte: Elaborado pela autora (2018).

A quantidade de mobiliário em ambas as gerações

entre vedações e aberturas é confirmado que o quarto é

foi similar, uma média de 7 para os jovens e e uma média de

um ambiente de individualidade e maior privacidade do

6,66 para os idosos, embora existam diferentes atividades

indivíduo, é um dos ambientes mais segregados da casa

realizadas em cada quarto. Já a quantidade de luminárias

(conforme Figura 9). Portanto a análise das características

houveram divergências. Foi percebido que os idosos se

das gerações a partir dos quartos é uma forma eficaz de

preocupam muito mais com a iluminação e a sua facilidade

se perceber as características e individualidades de cada

de acesso, enquanto isso, os jovens possuíam apenas uma

grupo.

iluminação central (vide Figura 10).

17


Ainda assim, a partir dos resultados já obtidos, para

um espaço intergeracional é interessante que se faça o uso de luz direcionada sobre locais específicos que garantem à iluminação necessária às atividades e mantenha o ambiente não tão iluminado; e se utilize iluminação com luz dimerizável em que é possível regular a intensidade do brilho.

Figura 11: Fotografias dos Elementos Decorativos dos quartos, à esquerda: jovens e à direita: idosos Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Outra categoria com divergências foi a de elementos

Figura 12: Cores predominantes Fonte: Elaborado pela autora (2018).

decorativos, conforme Figura 11. Com relação a quantidade os grupos obtiveram uma média geral parecida, entretanto

18

os estilos são bem diferentes. Ainda assim, foi possível

verificar similitudes entre estilos que podem agradar ambas

e os tipos de piso foram categorias que obtiveram pequenas

as gerações. Sendo assim, deve-se evitar o uso de itens

divergências nos resultados. Para as cores predominantes

religiosos e familiares; incluir elementos decorativos para

de um ambiente intergeracional é importante definir a

guarda de itens pequenos; emprego de tecidos – tapetes e

intenção de atmosfera adequando-a as cores de acordo

almofadas – com padronagem neutra; fazer uso de motivos

com as sensações a serem provocadas, além disso,

naturais, como flores e folhagens, pois são itens de gosto

percebeu-se um gosto comum entre as cores neutras e as

comuns.

cores frias, conforme Figura 12.

As cores predominantes, os materiais predominantes


Figura 14: Fotografias dos tipos de pisos Fonte: Elaborado pela autora (2018).

O tipo de piso utilizado nos quartos dos jovens

predominou o cerâmico e dos idosos a madeira, conforme Figura 14. Entretanto, conforme resultado dos materiais predominantes, o piso dos jovens já são existentes na residência e os jovens que possuíam piso cerâmico revelaram não gostar e os jovens que tinham piso de madeira revelaram gostar. Portanto, o uso da madeira nos pisos é um gosto comum entre os dois grupos.

O questionário foi realizado individualmente e

presencialmente, com 8 pessoas, 4 jovens e 4 idosos, Figura 13: Materiais predominantes Fonte: Elaborado pela autora (2018).

residentes dos quartos analisados. Na entrevista incluíam perguntas gerais, perguntas sobre a residência e perguntas sobre o relacionamento entre o jovem e o idoso.

Os materiais predominantes divergiram quanto

A partir do questionário foi perceptível um desejo

ao MDF e a madeira, utilizados pelos jovens e idosos,

de aproximação entre os jovens e os idosos. Essa

respectivamente (vide Figura 13). Mas, ainda assim, os

aproximação de caráter subjetivo pode ser positivamente

jovens revelaram o gosto pela madeira e, ainda, o uso do

possibilitada por meio da criação de atividades comuns aos

MDF se deve à mobiliários existentes anteriormente na

grupos. Essa recomendação possibilita que os elementos

residência. Portanto em ambientes que integre as duas

configuracionais

gerações deve-se priorizar o uso da madeira.

intergeracional sejam potencializados.

do

lugar

destinados

a

integração

19


20


21

LOCALIZAÇÃO


BRASÍLIA, BRASIL 22

Figura 15: Mapa geral de Brasília Fonte: Elaborado pela autora (2018).


CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

ASA NORTE SGAN 612

O Plano Piloto de Brasília, na qual a Asa Norte está

inserida, possui um total estimado de 22.259 domicílios urbanos em que há a predominância de apartamentos. A população ocupada se concentra principalmente no serviço público e quanto ao nível de escolaridade, predomina o ensino superior completo em 2/3 da população, destes, 18% ainda possuem cursos de pós-graduação. Na região, não foram encontrados analfabetos.

A Asa Norte é um bairro que pertence a Região

Administrativa do Plano Piloto (RA I) de Brasília, Distrito Figura 17: Distribuição da renda domiciliar bruta mensal em Brasília Fonte: Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios PDAD – 2013/014 Brasília/Plano Piloto.

Federal, conforme Figura 15. Ela é tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade desde o dia 7 de dezembro de 1987. O tombamento tem

como objetivo preservar, por meio de legislação específica,

condição financeira, caracterizado pelos bons indicadores

bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e

socioeconômicos. O Plano Piloto possui uma das maiores

também de valor afetivo para a população, impedindo que

rendas média domiciliar em que mais de 60% da população

venham a ser destruídos ou descaracterizados.

recebe mais de 10 salários mínimos, conforme Figura 17.

É um bairro nobre de Brasília que possui cerca de

116 mil habitantes, de 221 mil em todo o Plano Piloto, infraestrutura de lazer, moradia e educação e ainda possui comércios, lazer e instituições. O bairro possui uma grande predominância de áreas verdes e arborizadas entre os edifícios urbanos comerciais e residenciais, que possuem no máximo 6 pavimentos.

Quanto aos locais de compra, o Plano Piloto de

Brasília é totalmente autônomo em relação ao comércio Figura 16: População brasiliense segundo grupos de idade Fonte: Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios PDAD – 2013/2014 Brasília/Plano Piloto.

segundo dados de 2013/14 da PDAD. Conta com uma boa muitos terrenos desocupados destinados a moradias,

Grande parte da população possui uma elevada

A partir da Figura 16, nota-se que a população de

idosos em Brasília é considerável e já ocupa cerca de ¼ do total da população e ainda há uma grande população de adultos que futuramente entrarão nos grupos de idade dos idosos. Os jovens possuem uma porcentagem significativa,

e não depende de outras regiões, segundo a PDAD (2013/14). Praticamente todos os seus habitantes utilizam de produtos e serviços oferecidos na própria região.

A despeito da saúde, 84,44% da população dessa

região administrativa utilizam planos de saúde, sendo que 73,65% deles são empresariais. Apenas 15,53% da população não possuem planos de saúde.

já que seu grupo de idade possui uma faixa etária de apenas 5 anos e há ainda jovens distribuídos no grupo de idade de 25 a 39 anos que possui uma fatia bem representativa no gráfico.

23


PONTOS DE INTERESSE PRÓXIMOS

O terreno escolhido se localiza na Asa Norte, em

Brasília, entre a L2 norte e a L3 norte, no SGAN 612 perto dos seguintes pontos de interesse:

Parque: a 250 m do Parque Olhos D’água e a 2 km do

Calçadão da Asa Norte com PEC.

Hospital: a 3,6 km do Hospital Santa Helena,

Hospital Santa Lucia Norte e diversas clínicas (com ponto de ônibus).

Mobilidade: ponto de ônibus na frente do lote.

Supermercado e Shopping: a menos de 3 km do

Supermercado Big Box (com ponto de ônibus na frente) e a 3,3 km do Hipermercado Extra, Walmart, Atacadão e Boulevard Shopping (com alguns pontos de ônibus).

Farmácia: a pelo menos 1,4 km.

Academia: a 500 m.

Faculdades e Universidades: UnB a 3,2 km (ICC), IFB

a 700 m, IESB a 1,2 km e CEUB a 4,5 km.

Salão de beleza: a pelo menos 300 m.

Figura 18: Pontos de interesse próximos ao lote Fonte: Elaborado pela autora (2018).

24


ASPECTOS FÍSICOS E LEGAIS

O lote atualmente encontra-se vazio, apenas com

vegetação. Ao norte e ao leste ele é circundado pela avenida L3 e outros terrenos vazios, a oeste há a avenida L2, comércios e edifícios residenciais das Superquadras, além de um ponto de ônibus no limite do lote e ao sul há uma edificação. O Parque Olhos D’água fica a noroeste do terreno.

Vias, fluxos e acessibilidade

O Plano Piloto de Brasília possui uma hierarquia viária

muito bem definida, a cidade é cortada por vários eixos e avenidas que cruzam o Plano Piloto de ponta a ponta. Os principais são o Eixo Rodoviário, que liga Asa Sul com Asa Norte, e o Eixo Monumental que corre perpendicularmente

Figura 19: Programa cicloviário do DF Fonte:Correio Braziliense.

ao Eixo Rodoviário, e se cruzam ao centro, paralelamente ao Eixo Rodoviário há diversas avenidas de menor tráfego que são coletoras, como é o caso da L2 e da L3 que tangenciam o terreno.

Brasília é uma cidade propícia para o uso da bicicleta,

é plana, com espaço e arborização. Mas, suas ciclovias são precárias, muitas vezes com interrupções e falta de continuidade, e ainda, muitas vezes seguem o mesmo caminho do carro. Ao redor do terreno há ciclovia, paralelo a L3, no limite do terreno e paralelo a L2 no outro lado da rua, mas segue a mesma realidade de descontinuidade. Porém, no Programa cicloviário do DF, a Asa Norte consta com uma boa quantidade de ciclovias construídas, assim dentro da realidade de Brasília, a Asa Norte é que possui uma das maiores quantidades de ciclovias prontas, conforme Figura 19.

O acesso ao terreno por transporte público é fácil,

Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT. Define a

no limite do terreno há um ponto de ônibus e nas avenidas

localização dos assentamento humanos e das atividades

que circundam o terreno, L3 e L2, há fluxo de ônibus que se

econômicas e sociais da população. Além do PDOT, há

conectam a Rodoviária de Brasília, ponto central de Brasília.

o Código de Edificações do Distrito Federal que engloba

qualquer obra de construção, modificação ou demolição

Uso e ocupação do solo

Brasília é uma cidade tombada como Patrimônio

do DF, estabelecendo padrões de qualidade a fim de haver

Mundial da Humanidade, por isso busca-se preservar as

condições mínimas de segurança, conforto, higiene e

características e a articulação da concepção urbana da

saúde.

cidade, materializada na definição e interação de suas quatro escalas urbanísticas - monumental, gregária, residencial e bucólica – Figura 15 -, conforme estabelece a Portaria nº 314, e 8 de outubro de 1992, do Iphan.

O espaço físico do DF é regulamentado pelo Plano

25


O terreno selecionado se encontra na SGAN 612 onde

LEGISLAÇÃO

vigora a NGB 01/86 que abrange o uso, normas e gabaritos para os Setores de Grandes Áreas Norte e Sul, conforme Quadro 1. Próximo ao terreno há instituições religiosas, de saúde e de ensino, que ficam no Setor de Grandes Áreas,

NGB 01/86

além de comércios e edifícios residenciais, no Comércio Local Norte e nas Superquadras Norte, respectivamente, conforme Figura 20.

Figura 20: Gabarito do entorno Fonte: Elaborado pela autora (2018).

26


Medidas aproximadas do lote.

Afastamentos obrigatórios (20 metros para a divisa da frente e 5 metros para as demais divisas).

50% DO LOTE

SUBSOLO

O gabarito máximo permitido é de 3 pavimentos, com altura máxima de 9,5 metros.

40% DO LOTE

TAXA MÁXIMA DE OCUPAÇÃO

70% DO LOTE

ÁREA PAVIMENTADA 27


O lote está localizado na 612 do Setor de Grandes

Áreas Norte. Possui um formato irregular em que suas maiores dimensões são aproximadamente 230 metros e 180 metros.

Na fachada Sul do terreno há uma instituição religiosa,

na fachada leste há um grande vazio urbano até a L4, onde do outro lado da rua se localiza a Estação de Tratamento de Esgoto Norte. O vazio urbano continua na fachada sul, onde também há uma área verde ligada ao lote com grande potencial para se tornar uma praça. Enquanto na fachada oeste ficam as Superquadras Norte, edifícios multifamiliares, e o Comércio Local Norte.

O Parque Olhos D’Água fica a noroeste do terreno e

possui um acesso pelo Comércio Local Norte. Apesar de perto, o acesso do lote para o parque não é tão simples. O percurso envolve atravessar a L2 sem faixas de pedestre por perto e em seguida atravessar a rua da comercial, onde há faixa de pedestre. São necessárias diretrizes projetuais que facilitem esse acesso, para que os jovens e idosos utilizem o parque de forma segura e autônoma.

28

O LOTE


N

10 m

100 m 50 m 29


O terreno é rodeado pelas avenidas L2 e L3 que

cruzam o Plano Piloto inteiro. Apesar de serem vias arteriais de 60km/h, o ponto em que o lote está localizado fica na extremidade da L3, onde há o encontro da L3 com a L2, e também próximo a extremidade da L2, onde há o último comércio com acesso a L2 - CLN 413/412 - e o seu fim se dá no encontro da L2 com a L4.

Sendo assim, a as avenidas que rodeiam o lote

possuem um fluxo relativamente baixo fazendo com que a rua não seja uma barreira que gera insegurança e barulho em excesso ao lote.

A presença do ponto de ônibus próximo ao lote é um

ponto positivo, pois facilita a mobilidade e traz movimento proximo ao lote fazendo com que a instituição esteja sempre conectada à população. Outro ponto positivo é a próximidade do lote com diversas ciclovias proporcionando um deslocamento democrático.

Um ponto negativo para o lote é a falta de faixa de

pedestre ao seu redor. Não existe conexão entre o lote e o Parque Olhos D’Água, pois não há faixa de pedestre para atravessar a avenida L2 nessa região.

via de trânsito rápido

via arterial

via coletora

via local

ciclovia

30

HIERARQUIA VIÁRIA

ponto de ônibus

faixa de pedestre


L4

L2

N

200 m

50 m

100 m

Lago Paranoá

Parque Olhos D’Água

L3

lote

OL EIX O EIXO OVIÁRI ROD

UnB 31


Proximo ao lote o principal uso é de residências

multifamiliares, ainda assim, há uma boa oferta de serviços e comércios, mas muitos deles não estão no raio de 700 metros de alcance do pedestre. Sendo assim, há a necessidade do carro, da bicicleta ou do ônibus que são opções viáveis na região.

Existe um grande trecho perto do lote que não há

nenhum tipo de ocupação ou uso, apenas vegetação. Esse trecho pode trazer insegurança ao lote já que é uma grande área sem movimento de pessoas, o que pode facilitar a criminalidade.

A presença do Parque Olhos D’Água na região é

conveniente para o projeto. Saldiva (2016) afirma que os parques diminuem as ilhas de calor e filtram a poluição, além disso, a presença do verde incentiva as pessoas aos hábitos saudáveis e a formação de novas relações urbanas.

Além disso, existe uma ocupação irregular de catadores

de lixo nos fundos dos lotes do Setor de Grandes Área Norte, os catadores fizeram casas improvisadas de papelão e ali vivem com suas famílias, cavalos, galinhas e cachorros.

comercial e serviços institucional Parque Olhos D’água residencial multifamiliar

32

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

misto (comercial, serviços e residencial) ocupação de catadores de lixo


L4

L2

200 m

50 m

100 m

Lago Paranoá

Parque Olhos D’Água

L3

lote

OL EIX O EIXO OVIÁRI RO D

UnB 33


O terreno se localiza em uma região bastante arborizada

com vegetação típica do Cerrado. Essa arborização se deve ao Parque Olhos D’Água que é um parque ecológico, além disso as Superquadras de Brasília são famosas por possuir uma intensa arborização e outro fator que colabora é a presença dos vazios urbanos próximos ao lote devido a Estação de Tratamento de Esgoto vizinho a L4.

A melhor fachada do lote é a leste, onde há a

predominância dos ventos, e ainda, a presença dos vazios urbanos próximos a essa fachada facilitam a ventilação. Além disso, essa fachada é voltada para o nascer do Sol, portanto não recebe tanta radiação solar como na fachada oeste, vide carta solar no mapa.

As avenidas que circundam o lote não são grandes

fontes de ruído já que o fluxo de carros não é tão intenso. A avenida L2 ainda possui um fluxo um pouco maior que a avenida L3.

Graças aos vazios urbanos e a topografia do lote, o

terreno possui uma visual para o horizonte bem interessante. O projeto visa valorizar essa visual.

fonte de ruídos ventos predominantes de Leste visual

34

CONDICIONANTES AMBIENTAIS


N

10 m

100 m 50 m 35


10 m L3

100 m

50 m

L2

O lote conta com uma topografia com desníveis tênues.

O mapa está representado com as linhas topográficas em que cada uma representa um desnível de 1m.

lote

Uma topografia sem desníveis acentuados é um

facilitador para um projeto que envolve acessibilidade e visa um gabarito baixo. Estima-se que serão necessárias pucas alterações na topografia do terreno.

N

Figura 25: Mapa do lote com topografia Fonte: Elaborado pela autora (2018).

36

TOPOGRAFIA


ciclovia

avenida L2

limite do lote

limite do lote

ciclovia

avenida L3

superquadra

li i o lo lo vi i o

o lo li i

ciclovia

av i a

Figura 26: Corte transversal Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 27: Corte longitudinal Fonte: Elaborado pela autora (2018).

37


L2 L3 1

2

3

L3

O lote possui visuais abertas e sem barreiras em

L2

L3

4

5

6

7

8

9

quase todas direções. A visual para o sul, onde tem o lote vizinho, possui uma barreira de muro verde. As edificações ao redor possuem um gabarito baixo e estão a uma distância considerável,além de estarem rodeadas de vegetações, portanto não geram desconforto visual para quem está no lote.

L2

11

L2

38

IMAGENS DO LOTE

13

14

12

Parque Olhos D’Água

10

terreno

terreno

15


Parque Olhos D’à gua

L2 L3

14

2 3

1 5

4

13 15

12

lote

6

8 7

11 10 N

9

100 m

10 m

50 m

Figura 28: Pontos fotografados do lote Fonte: Elaborado pela autora (2018).

39


40

Os estudos de caso foram selecionados a partir dos

permeabilidade dos espaços, o projeto conta com pátios e

entretanto sua forma de funcionamento e sua proposta de

principais objetivos traçados nesse trabalho, ou seja, os

aberturas que promovem iluminação e ventilação natural,

integração entre jovens e idosos norteiam o anteprojeto

projetos a serem apresentados são voltados para jovens e/

aspectos importante para a humanização dos espaços.

descrito nesse documento. Por último, o quinto projeto

ou idosos. Além disso, são edifícios que de alguma forma

No segundo projeto chamam a atenção as questões

também tem como proposta a união intergeracional e

possuem pontos de convivência e encontro, com espaços

bioclimáticas, pois possui um bom sistema de ventilação e

também utilizou o quarto estudo de caso como referência,

humanizados que não remetam a tipologias usuais dos

proteção solar por meio de brises e venezianas garantindo

seu diferencial é a sua inserção no Brasil.

hospitais.

um conforto térmico e luminoso aos ambientes.

empregados nesse trabalho como soluções pertinentes a

Assim, foram escolhidos 5 estudos de caso, que

Já o terceiro projeto tomado como referência tem

Os pontos fortes desses estudos de caso serão

serão apresentados a seguir. Esses casos colaboram

como ponto forte a identidade local, prioriza materiais locais,

serem utilizadas na Vila entre Gerações.

para entender quais são as especificidades de um projeto

além de dialogar com a sociedade onde é inserido. Esse

residencial coletivo de jovens e de idosos em relação ao

diálogo com a sociedade é importante para o atendimento

com pátios e aberturas pontos que são tomados como

programa de necessidades, a forma e uso dos espaços,

do público alvo e a utilização de materiais locais revela

diretrizes para o presente estudo. Alguns desses projetos

apropriação dos espaços, fluxos e acessos principais,

respeito pela cultura local e promove integração com a

proporcionam mais oportunidades de integração e de

relação com o exterior, implantação, sistema construtivo,

vizinhança.

convívio do que outros, e no geral os edifícios possuem baixa

uso de tecnologias sustentáveis, materiais, identidade

estatura, características que também são consideradas

visual, entre outros.

a integração intergeracional, não foram obtidos muitos

detalhes arquitetônicos a respeito desse estudo de caso,

O primeiro estudo de caso tem como ponto forte a

Enquanto isso o quarto estudo de caso conta com

Todos eles possuem uma relação com a natureza,

importantes para o estudo.


41

ESTUDOS DE CASO


1

Figura 29: Lar de Idosos Peter Rosegger Fonte: Archdaily

Lar de Idosos Peter Rosegger

PERMEABILIDADE

Arquitetos: Dietger Wissounig Architekten Localização: Graz, Áustria Ano: 2014

42

O Lar de Idosos está vinculado à empresa Centros

em torno de pátios, jardins, varandas e galerias.

Geriátricos de Saúde da cidade de Graz - GGZ, é sem fins

lucrativos e pertence a Prefeitura de Graz, com atividades

cozinha e área de jantar para 13 moradores e um

no setor de saúde e social. A empresa é dividida em três

enfermeiro. Para que esses moradores se localizem dentro

unidades de negócios: Hospital, Lares e Creches, bem

do lar, cada comunidade possui um conceito de cores

como Habitação Alternativa para idosos. Se localiza em

diferentes, detalhe importante no projeto, já que muitos

um ambiente urbano bastante diverso da cidade de Graz,

idosos possuem dificuldade em se orientar e se localizar

no lugar de um antigo pavilhão.

no espaço. Mas ainda assim, apenas o uso das cores pode

Possui um total de 104 residentes distribuídos em 88

não ser suficiente, já que a arquitetura dos pátios possuem

quartos individuais e 8 quartos duplos. São 8 habitações de

formatos similares e as cores para os daltônicos pode ser

comunidades, 4 em cada pavimento, que estão agrupadas

ineficiente.

Cada comunidade habitacional possui dormitórios,


Figura 33: Lar de Idosos Peter Rosegger – pátio Fonte: Archdaily

Além disso, o projeto possui o selo de Green Building.

madeira, com exceção da escada principal. O edifício possui

Para obtenção desse selo, o edifício deve alcançar o menor

ainda, quatro átrios no segundo andar e acesso direto ao

impacto ambiental possível em todas as fases da operação.

parque público planejado pela cidade, características que

Para isso, aumenta-se a eficiência no uso de energia, água

proporcionam um ambiente confortável. A relação com

e materiais, ao mesmo tempo que os efeitos prejudiciais à

o parque público e os átrios integrados com a vegetação

saúde e ao meio ambiente são reduzidos, incluindo todos

presentes no Lar de Idosos provocam intenções de projeto

os aspectos do ciclo de vida de um edifício, desde a planta,

para que a instituição a ser projetada se relacione com o

o projeto e a construção até a operação, manutenção e

Parque Olhos D’água e com o Cerrado.

desmontagem.

Figura 31: Pátios facilitam a ventilação e geram espaços de integração Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 37: Lar de Idosos Peter Rosegger – planta baixa Fonte: Archdaily

Figura 34: Lar de Idosos Peter Rosegger – aberturas Fonte: Archdaily

O sistema estrutural e a fachada do edifício é em

Figura 35: Lar de Idosos Peter Rosegger – corredor Fonte: Archdaily

Figura 32: Proximidade entre Parque Olhos D’Água e o lote Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 36: Lar de Idosos Peter Rosegger – quarto Fonte: Archdaily

Figura 30: Pátios diferentes entre si Fonte: Elaborado pela autora (2018).

43


2

Figura 38: Alojamento estudantil na Ciudad del Saber Fonte: Archdaily

Alojamento estudantil na Ciudad del Saber

BIOCLIMÁTICO Arquitetos: [sic] arquitetura Localização: Panamá Ano: 2008 Área: 11.300 m²

44

O projeto surgiu a partir do Concurso Internacional

árvores existentes. A disposição entre os blocos de forma

de Arquitetura “Propuestas de diseño para edifícios em

paralela entre si formando pátios é interessante, mas ao

La Ciudad Del Saber” em que o escritório de São Paulo

mesmo tempo a privacidade é perdida já que as janelas

[sic] arquitetura venceu em primeiro lugar na categoria

estão de frente umas às outras e relativamente próximas.

“dormitório para professores e estudantes”.

O edifício tem capacidade para atender 190 pessoas em

Para o projeto houve a solicitação de uma construção

96 quartos, dentre eles individuais, duplos e triplos. Conta

em etapas, dessa forma o escritório tomou como partido a

com áreas de estar e reunião, lavanderia, sala de leitura,

criação de vários blocos paralelos entre si, formando pátios

café, pequeno auditório, alojamentos, copa e depósito.

entre eles, permitindo a preservação de grande parte das

O sistema estrutural é em concreto armado moldado in loco


Figura 41: Alojamento estudantil na Ciudad del Saber – circulação externa Fonte: Archdaily para os edifícios de alojamento e estrutura em aço para o edifício adjacente que corresponde ao eixo de circulação.

As soluções adotadas para a ventilação natural promovem um bom desempenho térmico ao conjunto, por meio de grandes aberturas e grelhas para ventilação transversal.

Figura 39: Esquema de funcionamento das venezianas com relação a insolação e a ventilação Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 40: Esquema de funcionamento dos brises com relação a insolação e a ventilação Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 43: Alojamento estudantil na Ciudad del Saber – pátios Fonte: Archdaily

corredores podem dificultar a orientabilidade.

Figura 44 - Alojamento estudantil na Ciudad del Saber - pilotis Fonte: Archdaily

um fluxo bem definido, porém para os idosos, os longos

Figura 42: Alojamento estudantil na Ciudad del Saber – esquadrias Fonte: Archdaily

Um edifício apenas para a circulação é interessante para

45


3

Figura 45: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco Fonte: Projeto Design

Moradia dos alunos da Fundação Bradesco

IDENTIDADE

LOCAL Arquitetos: Rosenbaum + Aleph Zero Localização: Formoso do Araguaia, Tocantins Ano: 2013 Área: 25.000 m²

46

A moradia é voltada para uma unidade de ensino

se contrapor ao contexto, valorizando a beleza local, tanto a

rural, onde coexistem três biomas – Cerrado, Pantanal e

natural como a indígena e as técnicas artesanais. Portanto,

Amazônia – e os alunos são de famílias com baixíssimo

como forma de individualizar os dormitórios os grafismos

poder aquisitivo. A Fundação Bradesco tem como objetivo

inspirados em pinturas corporais indígenas identificam

promover a inclusão e o desenvolvimento social por meio

cada quarto. Essa identificação dos quartos facilita tanto

da educação.

a orientabilidade como dá a identidade local ao espaço,

O projeto foi realizado juntamente com esses alunos

porém esse grafismo ainda aparece de forma tímida.

desde o início do processo. Assim, o edifício pretende não

Quanto aos materiais, o edifício é em alvenaria de adobe


O projeto da Fundação Bradesco conta com

A identidade local utilizada no projeto a partir do uso

dormitórios femininos e masculinos, convívio coletivo,

de materiais locais, de acordo com vegetação e fauna do

praça e jardins, já no pavimento superior, áreas de uso

local, além da preocupação com a cultura local, influencia

coletivo – lazer e estudos - sobre laje com lã de rocha para

o anteprojeto proposto. Dessa forma, a proposta visa uma

absorção acústica. A proteção acústica entre espaços de

preocupação com o entorno, além de se relacionar com o

uso coletivo e espaços de estudos é muito importante. Em

Cerrado, bioma presente no Distrito Federal, vide Figura 46.

um projeto que une jovens e idosos também é importante

Figura 48: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco – materiais Fonte: Projeto Design

produzida no local, madeira laminada colada e concreto.

Figura 47: Representação de parede acústica preservando as atividades realizadas nos ambientes Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 52: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco – planta baixa Fonte: Projeto Design

Figura 51: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco – área verde Fonte: Projeto Design

Figura 46: Exemplo de vegetação do Cerrado encontrado no lote Fonte: emaisgoias.com.br

Figura 50: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco – identidade local Fonte: Projeto Design

Figura 49: Moradia dos alunos da Fundação Bradesco – pátio Fonte: Projeto Design

para que os jovens não incomodem os idosos e vice-versa.

47


4

Centro de Habitação e Cuidados Humanitas

Figura 53: Centro de Habitação e cuidados Humanitas – edifício Fonte: Humanitas Deventer

+ INTEGRAÇÃO Localização: Deventer, Holanda Ano: jovens + idosos: 2012

A Humanitas Deventer é um centro de assistência

residencial independente na Holanda, no distrito de Deventer, para idosos com necessidade de apoio e assistência. Possui função residencial, de lazer, assistencial e de bemestar contando com 183 residências para internação.

48


nesse espaço, a principal delas é a economia com aluguel,

O

espaço conta com diversas atividades realizadas

uma vez que normalmente as habitações existentes são

diariamente, atendendo também os moradores do bairro,

pequenas, caras e sem privacidade nenhuma. Enquanto

que também podem participar da maioria das atividades.

isso, na residência Humanitas têm à sua disposição

Proposta interessante que pode criar um clima amistoso

quartos grandes com banheiro privativo e possibilidade de

com a vizinhança.

uso da cozinha.

A Humanitas Deventer cumpre um papel pioneiro

como uma organização que conecta pessoas e voluntários (organizações). O espaço é pensado para ser agradável para a organização, funcionários, residentes, além da sociedade, família e os moradores do bairro. Por mais que o projeto seja voltado principalmente para idosos, é importante que todos os indivíduos que tenham algum tipo de permanência no edifício possam ter conforto.

Além do cuidado com o idoso, a Humanitas Deventer

oferece acomodação para pessoas de todas as esferas da vida: incluindo jovens e idosos, de todas as origens. É o primeiro centro residencial e de cuidados de idosos na Holanda que ofereceu moradia para os estudantes, dessa forma atraiu a atenção internacional. Em troca de 30 horas de dedicação aos idosos por mês, os estudantes podem se alojar gratuitamente.

As condições de convívio na Humanitas Deventer são

bem liberais, os estudantes podem receber seus amigos, suas namoradas, sem hora estipulada e ainda ter um animal doméstico. Para os jovens há diversas vantagens em residir

Figura 55: Quantidade de funcionários no Centro de Habitação e Cuidados Humanitas Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Figura 57: Centro de Habitação e Cuidados Humanitas – Fachada com intervenção comemorativa Fonte: Humanitas Deventer.

Figura 56: Centro de Habitação e Cuidados Humanitas – Fachada com floreiras Fonte: Humanitas Deventer.

Figura 54: Quantidade de residentes no Centro de Habitação e Cuidados Humanitas Fonte: Elaborado pela autora (2018).

49


5

Figura 58: Complexo Residencial Integrado Villa São José – Telhado verde Fonte: Rafaella Monteiro.

Complexo Residencial Integrado Villa São José

+ INTEGRAÇÃO Arquitetos: Rafaella Monteiro Localização: Itaqui, RS Ano: 2016 Projeto de finalização de curso da FAUPUCRS – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Não

foram

encontrados

no

Brasil

espaços

residenciais e de lazer que acolhem jovens e idosos de forma integrada. Há poucas referências arquitetônicas construídas voltadas para público idoso nos meios de pesquisa. Dessa forma, toma-se como referência o Complexo Residencial Integrado Villa São José. Figura 59: Complexo Residencial Integrado Villa São José – acesso Fonte: Rafaella Monteiro.

50


O projeto tomou como base a Humanitas Deventer

do auxílio de entidades sem fins lucrativos e voluntariado.

da Holanda abrigando 120 moradores, 108 idosos e 12

Além disso, na cidade existe um Programa de Incentivo

jovens, em 60 suítes que abrigam até 2 pessoas. O projeto

de Moradia onde ajudariam idosos que não possuem

conta com programa de necessidades que inclui áreas de

condições financeiras para contribuir. Os jovens morariam

cuidado com a saúde, administrativas, serviços, suítes,

de graça desde que ajudassem com o cuidado e lazer dos

além de espaços de convívio e lazer, vide Figura 60.

idosos.

Figura 62: Complexo Residencial Integrado Villa São José – Quarto Fonte: Rafaella Monteiro.

Figura 61: Complexo Residencial Integrado Villa São José – bicicletário Fonte: Rafaella Monteiro.

Os quartos possuem apenas uma tipologia e podem

atender atender um jovem e um idoso no mesmo quarto.

Figura 63: Complexo Residencial Integrado Villa São José – Quarto em corte Fonte: Rafaella Monteiro.

Essa integração no quarto pode gerar problemas, no sentido que os hábitos e rotinas dos jovens e idosos são diferentes, principalmente na hora de acordar e dormir, podendo gerar um conflito. Figura 60: Complexo Residencial Integrado Villa São José – programa de necessidades Fonte: Rafaella Monteiro.

O Complexo tem interesse social e tem como

proposta de viabilidade o auxílio da universidade federal da cidade, incentivo fiscal e instrumentos de política urbana. A manutenção do Complexo se consolidaria com a contribuição do idoso com parte da sua aposentadoria além

Ainda assim, o quarto é interessante, pois há

preocupação com a acessibilidade e o conforto. Os quartos possuem varanda com floreira, em que a fachada é voltada para o norte, no qual possui a melhor iluminação e ventilação natural. Além disso, o projeto se preocupa em trazer o conforto de uma residência, sem ter a aparência e sensação de uma tipologia hospitalar.

Figura 64 Complexo Residencial Integrado Villa São José – Planta Baixa do térreo Fonte: Rafaella Monteiro.

51


52


53

O PROJETO


Integração

54

O CONTEXTO LOCAL

Identidade local

IDENTIDADE

LOCAL

Inclusão

+ INTEGRAÇÃO

promover a identidade local respeitando o entorno a partir de um gabarito baixo, permitindo a visibilidade do interior para o exterior e do exterior para o interior do lote além de valorizar o bioma local, o Cerrado; incluir a vizinhança no interior do projeto por meio de espaços para aulas e eventos a fim de que a vizinhança tenha afinidade com o espaço e que os residentes não fiquem segregados do ambiente externo;

Bioclimatismo

permitir a ventilação e a iluminação natural indireta por meio de estratégias de bioclimatismo;

Orientabilidade e acessibilidade

facilitar a circulação e o fluxo por meio de propostas que possibilitem a orientabilidade e identificabilidade e que atendam as normas de acessibilidade e de Design Universal;

BIOCLIMÁTICO

O ESPAÇO INTERGERACIONAL

DIRETRIZES PROJETUAIS

INTEGRAÇÃO ESPACIAL

integrar o projeto com a vizinhança facilitando o acesso ao Parque Olhos d’Água;

ORIENTABILIDADE

ACESSIBILIDADE

Permeabilidade

possibilitar a permeabilidade a partir de espaços fluídos e integrados por meio de pátios e aberturas;

Humanização e individualidade

oferecer espaços humanizados que não remetam a tipologias de hospital ou ao abandono e que respeitem a individualidade de cada jovem e de cada idoso.

PERMEABILIDADE

HUMANIZAÇÃO

INDIVIDUALIDADE


ento

o

tóri

riga

ob

m sta

afa

INTEGRAÇÃO ESPACIAL

jardi

jardim

jardim

jardim

Uma das diretrizes projetuais para a instituição é a

avenida L3

integração com entorno. Essa integração do projeto com a

jardim

vizinhança tem como objetivo facilitar o acesso do terreno ao Parque Olhos d’Água.

Atualmente, o acesso ao Parque Olhos d’Água a

partir do terreno inclui atravessar pelo menos duas ruas, ou atravessando a L2 e a comercial da 412/413 norte ou atravessando a L2 e a L3. Entretanto, essas avenidas não contam com faixas de pedestre nessa região. Sendo assim,

afastamento obrigatório

a proposta é incluir faixas de pedestres para esse acesso,

LOTE

essas faixas de pedestres serão niveladas com o nível da calçada tornando o percurso mais acessível e dando prioridade aos pedestres.

limite do lote

avenida L2

PARQUE OLHOS D`ÁGUA

55


+ IDENTIDADE

INTEGRAÇÃO

LOCAL

Além disso, a proposta visa promover a identidade

O programa de necessidades inclui espaços que

BIOCLIMÁTICO

Um estudo sobre a ventilação e insolação local

local. Sendo assim, existe a intenção de que o edifício

atendam a vizinhança e visitantes em geral no interior

permite a criação de estratégias bioclimáticas para otimizar

possua um gabarito baixo, assim como acontece na região.

do projeto. A proposta conta com espaços para aulas

e permitir a ventilação e a iluminação natural indireta no

O gabarito baixo facilita inclusive a acessibilidade, reduzido

– artesanato, dança, ginástica - e eventos. A inclusão da

interior do edifício promovendo um ambiente com conforto

a quantidade de escadas.

vizinhança no interior do edifício gera um diálogo e uma

térmico. Sendo assim, a proposta conta com aberturas onde

afinidade aos visitantes. Além disso, para os residentes

há ventilação e proteção solar onde há muita incidência de

possibilitam conexões com o ambiente externo.

sol.

Outro fator importante é a visibilidade do interior

para o exterior e do exterior para o interior do lote. Essa permeabilidade visual é importante para a segurança de quem está externo ao lote, evitando a criação de paredes cegas. Além disso, é interessante que os usuários do projeto tenham visibilidade do entorno para que não fiquem isolados.

E ainda, a proposta conta com a valorização do

bioma local, incluindo a vegetação do Cerrado no interior

HUMANIZAÇÃO

do lote e nos pátios. A integração com a natureza e a

PERMEABILIDADE

vegetação é um ponto forte da proposta.

A fim de evitar ao máximo a sensação de

INDIVIDUALIDADE

E ainda, para que os residentes e visitantes se

enclausuramento, a proposta conta com pátios e aberturas

apropriem do espaço o edifício tem como diretriz não remeter

que possibilitem a permeabilidade gerando espaços fluídos

a tipologias de hospital ou a sensação de abandono. A

e integrados.

proposta tem a intenção de projetar espaços humanizados e que respeitem a individualidade e particularidade de cada jovem e de cada idoso.

56


ORIENTABILIDADE

ACESSIBILIDADE

Outro fator muito importante na proposta é a

devem estar ajustados e adaptados para a maior quantidade

orientabilidade e identificabilidade no espaço, questões

de situações possíveis. Para os idosos, o levantar-se

relevantes quando o assunto é a terceira idade. Sendo

da cadeira pode ser uma grande dificuldade, portanto

assim, os acessos, circulações e fluxos devem ser claros e

existem estudos ergonômicos para que essa ação não

intuitivos para que o idoso e o jovem consigam circular de

traga transtorno. A figura seguinte revela as características

forma autônoma. Além disso, o atendimento às normas de

de uma cadeira que pode ser confortável para ambas as

acessibilidade e a inserção do Design Universal no projeto

gerações conforme Chotiner (2015).

é de extrema importância já que esse espaço pode receber pessoas com dificuldades de mobilidade.

A orientabilidade é feita por meio das cores, cada

setor possui uma cor, por meio da permeabilidade dos espaços onde há visibilidade do edifício como um todo e, além disso, o projeto conta com uma programação visual para direcionar os usuários. Aliando esses fatores ao uso de diferentes tipos de vegetação de forma que também facilitem a topocepção.

Quanto a acessibilidade e o Design Universal, é

importante que o edifício atenda de maneira simples e fácil pessoas com diferentes tipos de dificuldade. As dificuldades costumam surgir ao longo do envelhecimento, podem ser cognitiva, locomotiva, visual ou auditiva, e além disso, podem surgir repentinamente devido a acidentes ou doenças, tanto em idosos como em jovens.

Sendo assim, tanto a arquitetura como o mobiliário

57


PÚBLICO ALVO

A Instituição de Longa Permanência para Jovens

e Idosos é uma proposta inovadora de moradia para os idosos que envolve integração intergeracional. A proposta tem como objetivo ser um exemplo para implementação de tipologias semelhantes e também como forma de incentivo

idosos

à criação de novas tipologias a fim de repensar a forma de cuidar do idoso.

jovens

Sendo assim, a instituição é privada e busca atender

o poder aquisitivo presente no Plano Piloto. O idoso pode passar o dia ou residir no espaço e assim deve pagar por esses serviços. Já o jovem, reside no espaço com taxas reduzidas, desde que ajude no cuidado e lazer do idoso,

Público Alvo

funcionários visitantes

Os jovens citados possuem entre 18 a 29 anos, são

universitários ou estão em início de carreira. Já os idosos

residentes diárias residentes voluntários

podem ser acolhidos desde os 60 anos, quando ainda possuem autonomia para tomar decisões, fazendo com que residam na instituição de forma espontânea. Sendo assim, a instituição propõe um plano de aposentadoria em que os idosos independentes e autônomos se mudam para a instituição por vontade própria e conforme vão envelhecendo já estão num ambiente familiar com pessoas conhecidas.

Dessa forma, a instituição tem como objetivo evitar

a aparência de “depósito de idosos dependentes” como é

sendo assim, se faz necessário uma seleção dos moradores

comum na maioria das instituições que abrigam idosos

jovens para que esses tenham boa relação com os idosos.

hoje em dia. A intenção é que o espaço seja acolhedor, integrador e humanizado.

58


38%

42%

DORMITÓRIOS

LAZER

11%

4%

ADMINISTRAÇÃO

5%

SERVIÇOS

ATENDIMENTO MÉDICO

ÁREA TOTAL DO LOTE: 34.000m²

51% DO LOTE

ÁREA CONSTRUÍDA: 11.804m²

ÁREA PERMEÁVEL

36% DO LOTE

TAXA DE OCUPAÇÃO

49% DO LOTE

ÁREA PAVIMENTADA 59


O programa de necessidades foi elaborado a

de jovens e idosos são separados e para cada faixa

partir dos estudos de caso, de programas anteriormente

etária existem duas tipologias, que podem ser individual

estudados em sala de aula e da RDC Nº 283, de 26 de

ou compartilhado para duas pessoas. O programa de

setembro de 2005 que estabelece o padrão mínimo de

necessidades chegou a uma área total de 11. 804m². O

funcionamento das ILPI. Nesse sentido, a proposta conta

programa busca atender 84 moradores, sendo que 60% são

com espaços de serviço, administrativos, de lazer, de

idosos e 40% jovens, conforme quadros a seguir.

atendimento médico, além dos dormitórios. Os dormitórios

ambiente

área unitária (m²)

60

área total (m²)

4

1452

ambiente

área unitária (m²)

DORMITÓRIO TÉRREO

quantidade

área total (m²)

3

1010

quarto pequeno

19

3

57

quarto pequeno

19

3

57

quarto grande

37

3

111

quarto grande

37

3

111

hall de entrada

27

1

27

hall de entrada

27

1

27

sala multiuso

32

1

32

sala multiuso

32

1

32

cozinha

39

1

39

cozinha

52

1

52

dml

6

1

6

dml

6

1

6

despensa restrita

17

1

17

despensa restrita

17

1

17

wc

5

1

5

wc

6

1

6

92 ou 46

1

92 ou 46

área de convívio

62

1

62

rouparia de distribuição

23

1

23

processamento limpo

23

1

23

processamento sujo

23

1

23

depósito de roupas novas

23

1

23

despensa geral

52

1

52

cozinha

95

1

95

dml

7

1

7

wc

10

2

20

depósito

60

1

60

guarita

13

2

26

área de convívio

SERVIÇOS

PROGRAMA DE NECESSIDADES

DORMITÓRIOS

DORMITÓRIO 2 ANDARES

quantidade


LAZER

ADMINISTRAÇÃO

ATENDIMENTO MÉDICO

ambiente

área unitária (m²)

quantidade

área total (m²)

espera e recepção

22

1

22

wc

4

2

psicóloga

13

consultório médico

ambiente

área unitária (m²)

quantidade

área total (m²)

enfermaria

34

1

34

8

curativos, medicação e reidratação

34

1

34

1

13

distribuição de medicamentos

23

1

23

13

2

26

nutricionista

14

1

14

sala de recuperação

13

1

13

guarda de macas / depósito

3

1

3

fisioterapia

60

1

60

wc funcionários

7

2

14

achados e perdidos

11

1

11

administração

54

1

54

sala de atendimento

23

3

69

tesouraria e contabilidade

29

1

29

ponto e controle

22

1

22

diretoria de comunicação social

29

1

29

vestiário

22

2

44

diretoria de material e compra

23

1

23

locker

15

1

15

secretaria da diretoria geral

17

1

17

secretaria geral

23

1

23

diretoria geral

26

1

26

RH

17

1

17

depósito / arquivo

47

1

47

organização de voluntariado

35

1

35

wc

9

3

27

sala de reuniões

35

1

35

café

90

1

90

descanso de funcionários

67

1

67

auditório

121

1

121

diretoria médica

54

1

54

salão de eventos

340

1

340

recepção e estar

211

1

211

quadra poliesportiva

432

1

432

estar / lounge

229

1

229

depósito da quadra

15

1

15

cinema

103

1

103

vestiário

23

2

46

wc

8

3

24

academia

50

1

50

estúdio

35

1

35

ginástica

72

1

72

lan house

35

1

35

estúdio de dança

47

1

47

ping pong

45

1

45

wc

9

6

34

sinuca

45

1

45

café

27

1

27

coworking

73

1

73

sala de tv e jogos

72

1

72

churrasqueira

165

2

330

artesanato

72

1

72

refeitório

197

1

197

meditação

72

1

72

wc

7

3

21

biblioteca / sala de estudos

72

1

72

horta

83

1

83

61


até

84

moradores

ambiente

62

SERVIÇOS

PROGRAMA DE NECESSIDADES

DORMITÓRIOS

DORMITÓRIO 2 ANDARES

qtde de moradores

média de

média de

visitantes

funcionários

263 141 qtde de visitantes

qtde de funcionários

ambiente

48

-

8

DORMITÓRIO TÉRREO

quarto pequeno

até 2

-

-

quarto grande

até 2

-

hall de entrada

-

sala multiuso

qtde de moradores

qtde de qtde de visitantes funcionários

36

-

6

quarto pequeno

até 2

-

-

-

quarto grande

até 2

-

-

-

-

hall de entrada

-

-

-

-

-

-

sala multiuso

-

-

-

cozinha

-

-

-

cozinha

-

-

-

dml

-

-

1

dml

-

-

1

despensa restrita

-

-

1

despensa restrita

-

-

1

wc

-

-

-

wc

-

-

-

área de convívio

-

-

-

área de convívio

-

-

-

rouparia de distribuição

-

-

5

processamento limpo

-

-

3

processamento sujo

-

-

3

depósito de roupas novas

-

-

2

despensa geral

-

-

-

cozinha

-

-

10

dml

-

-

1

wc

-

-

1

depósito

-

-

-

guarita

-

-

4


LAZER

ADMINISTRAÇÃO

ATENDIMENTO MÉDICO

ambiente

quantidade de moradores

quantidade de quantidade de visitantes funcionários

ambiente

quantidade de moradores

quantidade de quantidade de visitantes funcionários

espera e recepção

6

-

2

enfermaria

-

-

2

wc

-

-

1

curativos, medicação e reidratação

-

-

3

psicóloga

-

-

1

distribuição de medicamentos

-

-

3

consultório médico

-

-

2

nutricionista

-

-

1

sala de recuperação

-

-

1

guarda de macas / depósito

-

-

-

fisioterapia

-

-

3

wc funcionários

-

-

1

achados e perdidos

-

-

1

administração

-

-

11

sala de atendimento

-

-

3

tesouraria e contabilidade

-

-

5

ponto e controle

-

-

1

diretoria de comunicação social

-

-

5

vestiário

-

-

1

diretoria de material e compra

-

-

5

locker

-

-

1

secretaria da diretoria geral

-

-

3

secretaria geral

-

-

3

diretoria geral

-

-

1

RH

-

-

1

depósito / arquivo

-

-

1

organização de voluntariado

-

-

5

wc

-

-

1

sala de reuniões

-

-

-

café

-

-

5

descanso de funcionários

-

-

1

auditório

-

77

2

diretoria médica

-

-

5

salão de eventos

40

40

-

recepção e estar

10

10

4

quadra poliesportiva

7

7

-

estar / lounge

10

10

-

depósito da quadra

-

-

1

cinema

8

8

2

vestiário

-

-

1

wc

-

-

1

academia

5

5

1

estúdio

3

3

-

ginástica

5

5

-

lan house

4

4

-

estúdio de dança

5

5

1

ping pong

4

4

-

wc

-

-

1

sinuca

4

4

-

café

11

11

3

coworking

14

14

-

sala de tv e jogos

8

8

-

churrasqueira

25

25

-

artesanato

8

8

1

refeitório

-

-

2

meditação

5

5

1

wc

-

-

1

biblioteca / sala de estudos

10

10

1

horta

10

10

5

63


ASA NORTE

Plano Piloto Lago Paranoรก terreno N

64


N

10 m

100 m 50 m 65


Para a definição dos setores dentro do lote foram

analisados os fluxos, circulações, acessos e a relação entre os ambientes do programa de necessidades. A proposta traz 3 acessos ao lote, dois para o público e outro de serviços. As circulações e fluxos foram pensados de acordo com as possíveis rotas dos usuários e de forma que fossem mais diretas possível para ajudar na orientabilidade dentro do espaço. Os ambientes foram agrupados de acordo com a função e a necessidade de proximidade.

Nos dormitórios foi priorizado o acesso direto

ao refeitório, aos espaços de estar e lazer em geral, e ao setor de atendimento médico, além da lavanderia. Esses ambientes provavelmente estarão relacionados ao dia a dia dos residentes.

O refeitório foi alocado de forma que seja visível a

todos dentro do edifício, já que é de uso de todos. Além disso o refeitório está próximo à cozinha, despensa e à horta.

Quanto ao acesso para o exterior do lote, alguns

ambientes têm prioridade nessa proximidade. O auditório e os salões de eventos atenderão também ao público externo, portanto é importante que estejam próximos aos acessos. No setor de atendimento médico pode acontecer emergências que geram a necessidade de um acesso de ambulância. Além disso, a despensa, lavanderia e depósito

setor residencial

são ambientes que necessitam de uma conexão externa

setor de lazer

para receber os materiais e insumos.

Além disso, buscou-se a proximidade do setor

setor de atendimento médico

administrativo com o atendimento médico, dormitórios e recepção. É importante que esse setor tenha uma visão

setor administrativo

privilegiada do edifício como um todo.

setor de serviços

N

Planta térrea com setorização esc 1:700

5

20 10

66

50


67


ACESSOS

O lote possui apenas uma fachada delimitada por

lotes vizinhos, nas outra fachadas o limite sao as avenidas. Na fachada onde há o encontro com lote vizinho, é mais interessante que fique o estacionamento do edifício, visto que ali não terá fluxo de pessoas, portanto o estacionamento não dificulta a visibilidade nem a travessia das pessoas para o interior do edifício. Na avenida L2 fica o acesso de carros e caminhões de serviços e na avenida L3 fica o acesso de carros dos usuários.

O acesso principal é voltado para a avenida L2, já

que é uma avenida mais movimentada, de melhor acesso

acesso de moradores acesso de visitantes dos moradores acesso de visitantes para atividades acesso de funcionários administrativos acesso de funcionários de serviço acesso de ambulância

e, ainda, há um ponto ônibus próximo. Nessa fachada há um acesso na recepção, um no café e auditório e também um separado para funcionários. Além disso, há um acesso direto para ambulâncias em caso de emergência no setor

pedestres

de atendimento médico. Na fachada mais ao norte há um acesso, a fim de integrar o projeto com o Parque Olhos

carros

D’Água.

caminhão ambulância

N

Planta térrea com acessos esc 1:700

5

20 10

68

50


69


FLUXO DOS MORADORES

O setor residencial ficou voltado para a avenida L3

porque nessa fachada a poluição sonora é menor e ainda há uma visual interessante para o horizonte. Além disso, a localização desse setor mais longe do acesso gera maior privacidade ao morador, já que o fluxo dos visitantes não acontecerá nessa parte da edificação.

O fluxo dos moradores acontece em praticamente

todo o edifício, excluindo os setores administrativos e de serviços.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

70

50


71


FLUXO DOS FUNCIONÁRIOS DO ATENDIMENTO MÉDICO

O setor de atendimento médico ficou localizado

de forma central no projeto a fim de que o acesso seja facilitado. Além disso, o atendimento médico está disposto próximo ao acesso para o caso de emergências médicas.

O fluxo dos funcionários desse setor acontece no

próprio setor e em ambientes de descanso de funcionários, restaurante, auditório e sala de reuniões.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

72

50


73


FLUXO DOS FUNCIONÁRIOS DE SERVIÇO

O setor de serviços fica voltado para o

estacionamento para facilitar a carga e descarga de materiais e insumos. O fluxo dos funcionários de serviço acontece em todo o edifício.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

74

50


75


FLUXO DOS FUNCIONÁRIOS DA ADMINISTRAÇÃO

O setor administrativo está localizado de forma

centralizada em uma das “quinas” geradas pela edificação fazendo

com que os funcionários possam ter uma

percepção do edifício como um todo. Além disso, está próximo ao acesso e aos setores de serviços e atendimento médico, onde estão os outros funcionários do edifício.

O fluxo dos funcionários administrativos acontece

no próprio setor e em ambientes como o restaurante e descanso dos funcionários.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

76

50


77


FLUXO DOS VISITANTES PARA AS ATIVIDADES

O setor de lazer conta com várias atividades para

visitantes e para os moradores. O setor se localiza próximo ao acesso e à fachada principal, além de estar próximo ao Parque Olhos D’Água.

O fluxo dos visitantes para as atividades acontece

principalmente no setor de lazer e restaurante e, ainda, no auditório no caso de algum evento.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

78

50


79


FLUXO DOS VISITANTES DOS MORADORES

O fluxo dos visitantes dos moradores acontece

principalmente nos pátios e espaços de estar.

N

Planta térrea com demarcação de fluxo esc 1:700

5

20 10

80

50


81


N

Planta Baixa Térreo esc 1:700

5

20 10

82

50


N

Planta Baixa Pavimento Superior esc 1:700

5

20 10

50

83


1 2 3 4

Pátio de integração com público

Pátio de integração e circulação interna Pátio de acesso e apoio ao auditório Pátio íntimo dos dormitórios

placas de concreto 2mx2m placas de concreto 2mx2m pintado placas de concreto 2mx2m pintado

O percurso do pátio central faz uso do concreto

pintado

em

diferentes

cores.

Essas

cores

placas de concreto 2mx2m pintado

estão

placas de concreto 2mx2m pintado

relacionadas com a programação visual do projeto em que o setor de lazer é marrom, a cor mais quente, essa cor está

placas de concreto 2mx2m pintado

mais próximo do setor de lazer. Já o azul representa o setor

placas de concreto 2mx2m pintado

administrativo e de serviços, uma cor mais fria, trazendo maior tranquilidade. O percurso colorido além de estético facilita a orientabilidade e indentificabilidade.

N

Planta térrea de piso esc 1:700

5

20 10

84

50


4 4

1

2 3 85


N

Planta de cobertura esc 1:700

5

20 10

86

50


87


A topografia natural do terreno tem poucos

desníveis, sendo assim, facilita a planificação para implantação da edificação. A edificação não conta com desníveis em seu interior, é todo planificado e os desníveis naturais existentes no terreno são ajustados ao redor da edificação fazendo a ligação entre a edificação e o nível da rua com inclinação acessível.

88


89


SETOR DOS DORMITÓRIOS

N

90

Planta Baixa Térreo - Setor dos dormitórios esc 1:250


91


SETOR DE ATENDIMENTO MÉDICO

N

92

Planta Baixa Térreo - Setor de atendimento médico esc 1:250


93


SETOR ADMINISTRATIVO E DE SERVIÇOS

N

94

Planta Baixa Térreo - Setor administrativo e de serviços esc 1:250


95


SETOR DE LAZER TÉRREO

N

96

Planta Baixa Térreo - Setor de lazer esc 1:250


97


SETOR DE LAZER PAVIMENTO SUPERIOR

N

98

Planta Baixa Pavimento Superior - Setor de lazer esc 1:250


99


N

Planta Estrutural TĂŠrreo esc 1:700

5

20 10

100

50


N

Planta Estrutural Pavimento Superior esc 1:700

5

20 10

50

101


102


20

ESTRUTURA 30

placa metálica para fixação do pilar com a armadura laje maciça protendida de 20 cm de altura armadura à punção perfil I estrutural Gerdau, bitola W 310x38,7 (mm x kg/m) com dimensões de 310x165mm

Detalhe ligação pilar-laje Corte - ESC. 1:10

A malha estrutural dos pilares é de 10 por 10 metros,

entretanto, na fundação, para evitar que as vigas baldrames fiquem muito altas, a malha dos pontos de fundação passa a ser de 5 por 5 metros.

Os pilares são metálicos e na edificação foram

laje protendida de 20 cm

pilar metálico

utilizados dois tamanhos diferentes: . Perfil I estrutural da Gerdau, bitola W 310 x 38,7 (mm x kg/m) com dimensões de 310x165mm . Perfil I estrutural da Gerdau, bitola W 610 x 155 (mm x kg/m) com dimensões de 611x324mm

103


COBERTURA TENSIONADA

A cobertura tensionada do pátio surge como uma

solução estética que proporciona proteção solar e térmica. Ela se dá por meio de cabos de aço tensionados com membranas perfuradas, Precontraint Soltis FT- 381 da marca Serge Ferrari. Essas membranas trazem flexibilidade e leveza ao edifício e possuem alta resitência às condições climáticas extremas, ao alongamento e à deformação, além de baixa aderência das sujeiras graças à sua superfície plana.

fechamento lateral do pilar para fixação dos cabos

oferecendo total transparência para fora, mas ainda assim é uma proteção térmica eficiente, bloqueando até 81% dos raios solares, permitindo a entrada de luz natural, mas

20

30

A membrana perfurada possui 28% de abertura

limitando o ofuscamento. cabo de aço protendido

placa de apoio

compostas de um suporte de fios de poliéster de alta

perfil I estrutural Gerdau, bitola W 310x38,7 (mm x kg/m) com dimensões de 310x165mm

tenacidade, responsável pela resistência mecânica do material, revestido por uma massa de polímeros.

Detalhe ligação pilar-cabos de aço Corte - ESC. 1:10

As membranas Soltis FT são 100% recicláveis e

As membranas ficam fixadas em pilares metálicos

preenchidos de concreto para garantir a inércia. Além disso, nas laterias do topo dos pilares há um fechamento metálico garantindo a fixação das placas de apoio que ficam ligadas aos cabos de aço tensionados.

membrana Precontraint Soltis FT-381, Serge Ferrari

cabos de aço

104


membrana Precontraint Soltis FT-381, Serge Ferrari

fixação dos cabos de aço

As membranas seguem a padronagem e as cores

do piso do pátio. Os cabos de aço formam uma malha de 2m x 2m e os quadrados formados em alguns momentos possuem a membrana e em outros não, dispostos de acordo com o percurso no piso e a incidência solar. fechamento metálico

pilar metálico preenchido de concreto, pintado de preto

105


MOBILIÁRIO EXTERNO

106


concreto

5

substrato colmeia suporte para substrato camada de estabilização das raízes manta geotêxtil camada drenante irrigação por gotejamento manta de impermeabilização

banco de madeira engastado

perfil metálico para fixação

Detalhe mobiliário

laje de concreto

ESC. 1:5

100

ver detalhe mobiliário

50

50

Mobiliário Corte - ESC. 1:10

107


BRISES E ESQUADRIAS

10

carta solar da fachada onde estĂŁo os brises

255

205

brise

50

jardineira

11

61

50

326

esquadria

Detalhe - brises

** ESC. 1:50

108


N

Mapa de esquadrias esc 1:700

5

20 10

50

109


0.11

*

110

1.15

1.15

0.62 0.11

2.50

Esquadria quartos 2 pavimentos - Planta baixa ESC 1:25

0.31

0.31

0.62

ESQUADRIAS DOS DORMITÓRIOS

0.11

*

1.15

1.15 2.50

Esquadria quartos térreo - Planta baixa ESC 1:25

0.11


2.05

0.11 0.50

0.61

0.50

placa metálica fixa

0.50

fixo

placa metálica fixa corre

0.11

esquadria de vidro temperado com parte de correr e parte fixa

1.55

corre

*

esquadria de vidro temperado com parte de correr e parte fixa

corre

0.50

0.50

0.50

jardineira

corre

0.30

0.11

0.61 0.30

0.30

3.26

corre

Esquadria quartos 2 pavimentos - Vista frontal

Esquadria quartos térreo - Vista frontal

ESC 1:25

ESC 1:25 0.50

0.50

0.30

2.05

jardineira

corre

esquadria de vidro temperado com parte de correr e parte fixa

fixo

1.55

0.50 corre

0.11

0.61

1.55 2.05

corre

requadro metálico avança 14 cm placa metálica fixa

esquadria de vidro temperado com parte de correr e parte fixa

fixo

fixo

0.50

jardineira

0.30

0.30

0.30

0.11

0.11

jardineira

0.61

0.50

fixo

0.61

corre

2.05

0.11 0.61

3.26

jardineira

2.05

1.00

1.50

1.55

placa metálica fixa

placa metálica fixa

0.30

6.80

0.50

fixo

requadro metálico avança 14 cm placa metálica fixa

0.50

1.00 0.50

placa metálica fixa

0.61

esquadria de vidro temperado com parte de jardineira correr e parte fixa

1.50

6.80

2.05

corre

0.50

1.55

*

esquadria de vidro temperado com parte de requadro metálico avança correr e parte fixa 14 cm

111

Esquadria quartos 2 pavimentos - Vista frontal

Esquadria quartos térreo - Vista frontal

ESC 1:25

ESC 1:25


*

Esquadria fixa - Planta baixa ESC 1:25

*

Seteira - Planta baixa ESC 1:25

0.80

0.40

DET. esquadria fixa - Corte lateral

janela fixa de vidro temperado com ventilação permanente, largura conforme dimensão do ambiente

seteira de vidro temperado com parte fixa e parte pivotante

0.80

2.60

2.50

1.70

ESC 1:25

* 112

Esquadria fixa - Vista frontal ESC 1:25

A esquadria fixa foi utilizada nos banheiros

*

0.50

0.50

fixo

Seteira - Vista frontal ESC 1:25

A seteira foi utilizada em depósitos e ambientes de serviço


*

Esquadria de correr - Planta baixa ESC 1:25

1.70

janela com folhas de vidro temperado de correr com largura e quantidade de folhas conforme dimensĂŁo do ambiente

corre

corre

corre

1.10

corre

*

Esquadria de correr - Vista frontal ESC 1:25

113


325

CAIXA D’ÁGUA Caixa D'água 10.000 L

Caixa D'água 10.000 L

874

634

1200

Caixa D'água 10.000 L

Caixa D'água 10.000 L

Caixa D'água 10.000 L

634

Caixa D'água potável Planta Baixa - ESC. 1:50 600

114

Caixa D'água potável Corte - ESC. 1:50


540

Caixa D'água 40.000 L

200

Caixa D'água 40.000 L

540

540

Caixa D'água não potável

Caixa D'água não potável

Planta Baixa - ESC. 1:50

Corte - ESC. 1:50

115


ÁRVORES, HORTA E IRRIGAÇÃO amoreira dama da noite

bananeira

aceroleira

laranjeira

mamoeiro mangueira maracujazeiro

limoeiro

ipê rosa ipê branco

116

ipê amarelo

oiti quaresmeira do cerrado

resedá


A vila conta com muita vegetação e arborização. Na

fachada voltada para a avenida L3, onde estão as janelas

beterraba

brócolis

dos dormitórios, existe uma arborização que reduz a poluição sonora dos carros, que serve como uma proteção a possíveis odores da Estação de Tratamento de Esgoto Norte, que fica na avenida L4, e ainda gera maior privacidade

acelga

alecrim

alface

entre as janelas dos quartos. Ao redor de toda a edificação há a presença de árvores.

cebolinha cenoura

Além da presença das ávores, no pátio interno há,

também, a presença de jardineiras presentes no mobiliário

couve-flor

utilizado nos pátios. Essa jardineira abrigará flores,

coentro

couve

pequenos arbustos, além de parte da horta.

A horta é aberta para todos os usuários da vila, tanto

no cuidado quanto para a colheita e a horta está presente

abobrinha abacaxi

em todo o terreno como árvores frutíferas, no mobliário

alho-poró

externo e também em um espaço específico onde estão os itens que necessitam de maior cuidado (imagens

escarola

espinafre

identificadas de preto).

Toda essa vegetaçao será irrigada por meio da

irrigação por gotejamento subterrâneo, evitando assim

cebola

mangueiras e irrigadores expostos e pisos molhados que podem gerar algum tipo de acidente ao caminhar.

Esse tipo de irrigação ocorre a partir dos gotejadores

batata

dispostos ao longo do tubo gotejador, instalado abaixo

gengibre

mandioca

berinjela

da superfície. O gotejamento enterrado leva água e nutrientes de forma precisa para a vegetação, com isso

tomate

consegue evitar grandes desperdícios devido a alta taxa vagem

de evaporação e ao escoamento superficial que são desvantagens presentes em irrigações superficiais e que podem aumentar o consumo de água. Seus benefícios vão

milho

pepino

pimentão

desde economia de água, energia, mão de obra e tempo.

A água utilizada para irrigação vem da caixa

d’água não potável que armazena a água da chuva para reaproveitamento.

manjericão rabanete

repolho

rúcula

salsinha

117


para moradores e

exclusivo

visitantes:

funcionários:

cozinha

dml

depósito

consultório médico

sala de recuperação

fisioterapia

distribuição de medicamentos

enfermaria

curativos, medicação e reidratação

de acordo com o setor ou uso e além disso possuem entendimento intuitivo dos espaços dentro da Vila. No projeto as programações visuais se adaptam conforme o modelo e dimensão da porta.

118

funcionários:

despensa

lavanderia

e a orientabilidade. As portas possuem cores diferentes pictogramas para que o jovem e o idoso possam ter um

visitantes:

para

psicóloga

programação visual a fim de facilitar a identificabilidade

exclusivo

guarda de macas / depósito

As portas da Vila entre Gerações contam com

para moradores e

espera e recepção

para

serviços

atendimento médico

PORTAS

vestiários

nutricionista

PROGRAMAÇÃO VISUAL

banheiros


academia

artesanato

meditação

biblioteca / estudos

estúdio de música

lan house

ping pong

sinuca

churrasqueira

refeitório

horta

coworking

secretaria

ponto e controle

locker

RH

organização de voluntariado

sala de reuniões

diretoria de comunicação social

diretoria de material e compra

diretoria geral

café

auditório

depósito / arquivo

depósito da quadra

cinema

sala de atendimento

tesouraria e contabilidade

sala de tv e jogos

café

estúdio de dança

ginástica

quadra poliesportiva

estar / lounge

achados e perdidos

salão de eventos

administração

recepção e estar

descanso de funcionários

administração

diretoria médica

lazer

119


PROGRAMAÇÃO VISUAL

1 2

SINALIZAÇÃO

Em pontos estratégicos da Vila, foram dispostas

placas de sinalização para orientar o usuário. As placas possuem o uso de cores de acordo com o setor e pictogramas de acordo com o uso a fim de serem intuitivas e facilitarem a orientabilidade no interior do projeto.

120

3

LAZER

ATEND. MÉDICO

SAÍDA

DORMITÓRIOS

ADMINISTRAÇÃO

PARQUE OLHOS D’ÁGUA

SERVIÇOS


N

Mapa de programação visual esc 1:700

5

20 10

50

121


122


DORMITÓRIO

quarto A= 37 m²

wc A= 6,2 m²

Quarto maior - Planta Baixa ESC. 1:50

Os dormitórios possuem duas tipologias, um quarto

menor de 19m² além do banheiro e outro maior de 37m² além do banheiro. O quarto maior está exemplicado nas imagens como um quarto de idoso e o quarto menor exemplificado como um quarto para dois jovens.

Além disso, as duas tipologias de dormitório seguem

medidas conforme ABNT para serem acessíveis.

123


124


DORMITÓRIO wc A= 6,2 m²

quarto A= 19 m²

Quarto menor - Planta Baixa ESC. 1:50

125


126


127


128


129


130


131


132


133


134


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136


137


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139


140


141


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143


144


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146


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150


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152


153


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155


156


157


158


159


160


161

OBRIGADA


162


Com a concretização desse sonho e a finalização dessa etapa não consigo pensar em outra coisa se não agradecer por tantos aprendizados obtidos nesses 6 anos de faculdade. Primeiramente, à Deus porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas. Agradecer à minha família, que são meu suporte, minha base, meu apoio. Aos meus pais, Silvio e Sueli, que são meus maiores exemplos. Aos meus irmãos Rafael, Matheus (e Bela). Amo vocês. Ao meu amor, Fred, por ter sido tão compreensivo comigo nessa fase final , por sempre me incentivar e apoiar. Às minhas amigas que tanto amo, Ana, Dessa, Ju, Debs, Mari que me acompanham já há algum tempo e estão

AGRADECIMENTOS

sempre dispostas a me ajudar e a me ouvir. Às minhas amigas Ju e Leka que há tanto tempo me incentivam a fazer o meu melhor. Às minhas companheiras da FAU, Lila e Isa, que me acompanham desde o início nas matérias e trabalhos e agora vamos concluir essa etapa juntas! Ao PG Fênix pelas orações, apoio e por me ouvir falar tanto desse trabalho. E à tantas outras pessoas que Deus colocou na minha vida. À minha orientadora Nina que tanto me ajudou, me ensinou e me tranquilizou em meio aos desesperos. Aos professores da minha banca, que trouxeram muitas contribuições positivas ao projeto. À Esquadra Arquitetos e ao BORA Arquitetos Associados, oportunidades incríveis que tive de estágio. Locais onde aprendi muito e pude conhecer pessoas incríveis.

163


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