Tribuna Bancária nº 373

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TRIBUNA Bancária Sindicato dos Bancários de Niterói e Região

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Ano LV – Nº 373 – janeiro de 2014

Em protesto contra as demissões, Sindicato paralisa todas as 55 agências do Santander

Uma grande paralisação, em dezembro, de agências do banco Santander localizadas nos 16 municípios que integram a base de representação do Sindicato dos Bancários de Niterói e região foi uma forte resposta ao banco contra as demissões em massa. O protesto serviu ainda para chamar a atenção da população pelo que o banco vem praticando dispensando funcionários com anos de casa sem nenhuma justificativa. O ato repudiou também a terceirização das homologações, ou seja, o banco enviar terceiros como prepostos nas homologações dos demitidos e não um representante do banco. Mais de 50 agências ficaram paralisadas por 24 horas sem realizar nenhum tipo de atendimento. Mesmo com lucro líquido de R$ 4,3 bilhões somente nos nove primeiros meses de 2013, o Santander extinguiu 3.414 empregos. Apenas no terceiro trimestre, foram eliminados 1.124 postos de trabalho no país. Em 2012, a redução alcançou 4.542 vagas,

uma queda de 8,2% no quadro de funcionários, segundo dados do Dieese. Na região de Niterói foram mais de 60 demissões em 2013. A população apoiou o ato dos bancários. Um cliente, que procurou uma agência da Avenida Amaral Peixoto, no centro de Niterói, e que pediu para não ser identificado, relatou – “Apesar de não conseguir pagar meu boleto, eu não posso deixar de parabenizar ‘vocês’ pela luta e por esta atitude. Esses bancos lucram muito dinheiro nas nossas costas. Eu sei que os funcionários estão trabalhando muito e eles ainda vêm demitir mais uma quantidade de funcionários! O protesto é válido! Demitir na véspera do Natal é uma sujeira ainda maior com o ser humano”, afirmou o cliente que disse ter 62 anos. O Sindicato deu uma resposta a todas as atrocidades cometidas pela gestão do Santander. Nenhuma justificativa é dada pelo banco espanhol que obtém no Brasil o maior lucro da instituição. Novas paralisações e manifestações não são descartadas pela diretoria.

Paralisações no HSBC em protesto contra demissões Ano novo, problemas velhos

A direção do Sindicato também paralisou o atendimento de todas as agências do HSBC em sua região por 24 horas para protestar contra as demissões praticadas pelo banco. O ato aconteceu na segunda quinzena de dezembro do ano passado. A região reúne cerca de 13 agências do HSBC. Ao todo, em 2013, o banco inglês já demitiu mais de dez funcionários. A atividade mobilizou toda diretoria do sindicato. Em todas as unidades nenhum tipo de atendimento acontece durante todo o dia. Banco negou demissões em massa Em negociação ocorrida no dia 19 de dezembro, o HSBC anunciou que as medidas de ajustes em andamento não acarretarão nenhum processo de demissões em massa, nem o fechamento de agências. O encontro também serviu para debates sobre o acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários. Reestruturação A reunião teve o questionamento dos dirigentes sindicais sobre qual é o projeto para a área de atendimento da rede de agências, diante de uma série de mudanças em curso no banco como a abertura de janeiro2014.indd 1

agências de negócios, a centralização das carteiras PJ em plataformas retirando-as das agências, o fechamento de agências e o aumento das demissões. Além da situação critica da falta de funcionários em toda rede de atendimento. O banco afirmou que a estratégia é buscar realmente aprofundar no Brasil o perfil de atuação que o caracteriza em todo mundo, qual seja, uma relação com clientes com perfil investidor e de renda mais elevada. No entanto, isso de forma alguma significa qualquer possibilidade de saída do varejo no Brasil. Ao contrário, o banco precisa dessa atuação para captação e sustentar o modelo de negócio, assegurou Aydes Júnior, responsável pela Área de Atendimento das agências do HSBC. Diante da cobrança dos dirigentes sindicais sobre o recente aumento das demissões, o banco alegou que as mesmas ficaram represadas no período da Campanha Nacional 2013 e que estão na mesma marca dos demais anos. O banco revelou que pretende fazer contratações no próximo período, projetando cerca de 80 admissões e alguns temporários para atender as demandas do tempo de férias em algumas regiões do país. Questionado em relação aos gerentes PJ, o banco disse que o trabalho deles continuará da mesma forma e que somente não submeterá as suas rotinas ao gerente titular da agência e sim à plataforma a que estiver vinculado. Mesmo com esses esclarecimentos, os dirigentes sindicais fizeram questão de registrar a dramática situação vivenciada pelos funcionários, diante da enorme falta de pessoal, do aumento dos afastamentos e do alto nível de adoecimentos.

A chegada de 2014 não tem sido muito comemorada pelos bancários da região de Niterói. A forte onda de calor tem tornado o trabalho em algumas agências insuportável. Problemas nos aparelhos de ar condicionado, falta de manutenção e obras nas agências provocam um calor desumano para os funcionários e clientes em várias unidades. O Sindicato dos Bancários de Niterói montou um esquema para atender a todos os chamados. Em alguns casos, as agências tiveram seus funcionamentos paralisados. São os casos das agências do Itaú, antigo Banerj, em São Gonçalo, e a Caixa Econômica Federal do bairro Zé Garoto, também em São Gonçalo. Outras duas unidades do Santander também tiveram o atendimento suspenso pela falta de condições em Itaboraí e Maricá. Os diretores do Sindicato ainda fiscalizaram outras agências em Itaboraí, onde o Itaú e a Caixa funcionaram em esquema de contingenciamento. As denúncias por falta de condições de trabalho podem ser feitas ao sindicato através do telefone (21) 2717-2157 ou em contato direto com os diretores. 13/01/2014 16:15:56


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Sindicato dos Bancários de Niterói e Região

Sindicato recorre ao Ministério do Trabalho contra Itaú por calor excessivo nas agências A direção do sindicato buscou auxílio do Ministério do Trabalho para agilizar a resolução dos problemas de calor nas agências do Itaú na região. O presidente do Sindicato, Fabiano Júnior, e o Secretário Geral, Luís Cláudio Caju, protocolaram uma denúncia de falta de condições de trabalho na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de Niterói e pediram uma

mesa redonda com o banco. O documento apresentado à DRT lista 22 agências bancárias do Itaú em vários municípios que não possuem condições de funcionamento devido a problemas com o ar condicionado e obras, o que torna o ambiente insalubre. A história se repete todo ano. O banco não se estrutura para onda de calor no verão e quem sofre as consequências

são os bancários e os clientes. Em alguns casos a alta temperatura fica ainda mais agravada com o calor emitido pelos vários equipamentos eletrônicos ligados. O objetivo da direção é fazer garantir que a Norma Regulamentadora n° 17 seja cumprida. O texto legal afirma que a temperatura no ambiente de trabalho como os dos bancos esteja entre 20° e 23°.

As agências denunciadas por falta de condições são: - 6148 – São Gonçalo - 8559 – Parreiras - 6030 – Barcas - 6553 – Itaboraí - 0059 – Centro Niterói - 2998 – Ernane do Amaral Peixoto - 8563 – Amaral Peixoto Niterói - 6173 – Visconde do Uruguai Niterói

- 0094 – Alcântara - 7769 – Raul Veiga São Gonçalo - 4563 – Araruama - 6097 – Cabo Frio Boulevard canal - 4842 – Arraial do Cabo - 4261 – Jardim Mariléia - 4852 – Rio das Ostras

- 9216 – Neve São Gonçalo - 8446 – São Gonçalo - 6101 – São Pedro da Aldeia - 7913 – São Cristóvão - 7768 – Tamoios - 3185 – Búzios - 7462 – Paraíso São Gonçalo

Vale-cultura já pode ser usado por bancários

Uma das importantes conquistas da Campanha Nacional 2013 já pode ser usufruída por bancários de bancos públicos e privados. Essa é a primeira vez que o

vale-cultura faz parte de uma convenção coletiva de trabalho no Brasil. Entrou em vigor no dia 1º de janeiro o vale-cultura, previsto na cláusula 65ª da Convenção Coletiva

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de Trabalho (CCT), que corresponde ao valor mensal de R$ 50 a serem utilizados na compra de bens culturais, como livros, CDs, ingressos para shows, teatro e cinema, cursos de arte, entre outros produtos. Inicialmente, o direito será exercido por trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos - o que agora soma R$ 3.620 por mês. Desta forma, quase 200 mil bancários já serão

beneficiados. A conquista do vale-cultura irá gerar incremento mensal de R$ 9,4 milhões, totalizando R$ 113 milhões ao ano, segundo estimativa do Dieese. O vale-cultura é um projeto do governo da presidenta Dilma R o u s s e ff , g a r a n t i d o pela Lei nº 12.761/2012 e devidamente regulamentado. Os R$ 50 serão creditados mensalmente em um cartão magnético com

validade em todo o território nacional. O vale-cultura é cumulativo. Portanto, fica a critério do trabalhador qual a melhor forma e momento para utilizálo. Por esse motivo não é necessário usá-lo no próprio mês em que o crédito é efetivado. Ele pode ser somado e utilizado futuramente em produtos e serviços de maior valor. Fonte: Contraf-CUT

Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões

Sede: Rua Maestro Felício Toledo, 495, sobreloja, Centro, Niterói, CEP 24.030-105 - Tel/fax: (21) 2717-2157 Subsede: Avenida Júlia Kubitschek, 16, sala 215, Parque Riviera, Cabo Frio, CEP 28905-000 - Tel/fax: (22) 2643-4317 imprensa@bancariosnit.org.br - www.bancariosnit.org.br Jornalista Resp.: Willian Chaves (MTb 12.704) Impressão: Gráfica Porciúncula - (3,5 mil exemplares)

13/01/2014 16:15:57


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