Tribuna Bancária nº 428

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Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões

FETRAF RJ/ES

Ano LVII - Nº 428

Dezembro 2020

Corrigindo injustiças, Sindicato cancela demissões e reintegra demitidos Nos últimos meses, a categoria bancária vem sofrendo com demissões imotivadas praticadas pelos três maiores bancos privados do país. Santander, Itaú e, por último, Bradesco promovem um festival de dispensas em plena pandemia sem apresentar justificativas e quebrando um acordo feito com o movimento sindical de não demitir durante esse período. Atento às ações dos bancos, o Sindicato mobilizou o Departamento Jurídico e suas assessorias através dos escritórios Stamato, Saboya & Rocha Advogados Associados (Trabalhista) e Louzada Advogados (Previdenciário) para prestar todo o apoio técnico-jurídico aos bancários afim de buscar resguardar todos os direitos dos trabalhadores, inclusive o emprego. Os bancários Leandro Menezes Moura e Alex Nascimento Moreira, ambos funcionários do Bradesco, foram reintegrados ao trabalho através de ação judicial movida pelo Sindicato. Ainda, como exemplo, o Sindicato também conquistou o cancelamento de outras oitodemissões ocorridas no Bradesco garantindo empregos de chefes de família dispensados, em alguns casos, por telefone demonstrando uma total falta de consideração pelo banco.

Alessandra Marques Agência XV de Novembro, Niterói Simone Baptista Agência XV de Novembro, Niterói William Ferreira Agência Rio Bonito, Zona da Mata Leonardo William Agência Raul Veiga, Alcântara, São Gonçalo Marcos Luiz Agência Cabo Frio, Região Dos Lagos Raquel Magnoni Agência Cabo Frio, Região dos Lagos Claúdio Bento Agência Fonseca, Niterói Orivaldo Marins Ag. 2034, Alcântara, São Gonçalo

Cláudio Bento foi demitido por telefone, como vem fazendo o Bradesco sem observar as peculiaridades de cada funcionário. “O gerente me ligou comunicando a demissão e disse que enviaria e-mail para o dia do exame demissional”, contou o bancário. A atitude de Bento, logo ao

ser demitido, foi procurar o Sindicato através de uma diretora de base. “Logo na semana seguinte tive contato com a Claudia Costa que é diretora do Sindicato e que trabalha comigo na agência Fonseca”, disse. A partir daí, todo o encaminhamento foi feito através da direção da entidade para garantir que Bento retornasse ao trabalho, a exemplo dos outros colegas que já haviam tido suas demissões canceladas. Outras demissões foram canceladas ou o processo de reintegração já concluído de bancários do Itaú. O Sindicato orienta a todos(as) que forem demitidos nesse período de pandemia que procure a entidade imediatamente.


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Previsão orçamentária 2021 aprovada por unanimidade pelos bancários Bancários de Niterói e região associados ao Sindicato aprovaram por unanimidade a suplementação de verba e a previsão orçamentária para o ano de 2021 em assembleia virtual realizada pelo sindicato em 30/11. No documento, as finanças do Sindicato são abertas aos associados que podem conhecer as previsões de receitas e gastos para o próximo ano.

A apreciação por parte da categoria faz parte do Estatuto democrático da entidade e dá transparência na gestão dos recursos da entidade. A aprovação por unanimidade credita confiança dos bancários à gestão dos recursos da entidade, mesmo num ano atípico por conta da pandemia do novo coronavírus.

Anúncio que a Caixa planeja abrir banco digital preocupa categoria

Sindicato oferece apoio psicológico para bancários(as) O Sindicato dos Bancários de Niterói e região disponibiliza mais um serviço para os bancários. O atendimento gratuito com uma psicóloga Cintia Santos já está disponível e os horários devem ser agendados junto à Secretaria Geral. O telefone do Sindicato é (21) 2717-2157.

Dias de atendimento: 3ª feira, das 11h às 16h 4ª feira, das 11h às 16h

Plantões dos advogados do Sindicato NITERÓI

[Se d e d o Si n d i c a to]

Civilista: quarta-feira Trabalhista: segunda, terça e quinta-feira

A Caixa Econômica Federal anunciou que planeja criar um banco digital no próximo ano. A nova instituição financeira será separada da Caixa e passará por processo de abertura de capital (venda de ações) no Brasil e no exterior. A informação foi dada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao apresentar os resultados do banco no terceiro trimestre. A medida causa preocupação nos bancários. Ainda é preciso aprovação do Banco Central e do Conselho de Administração da Caixa para que o banco digital seja lançado. Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, alertou para o presidente da empresa ter anunciado a

novidade sem discutir internamente a proposta. “Acho muito ruim que a direção do banco dê como fato consumado o projeto divulgando para a opinião pública antes de discutir o tema internamente, sem sequer levar a proposta para os órgãos de governança da empresa para debater e somente então, aprovar ou rejeitar”, explica. Segundo Rita, o banco digital seria mais uma subsidiária, como várias criadas nas áreas de seguros, cartões, loterias e fundos de investimentos. “O banco teve de dar um salto em tecnologia para viabilizar o pagamento do auxílio emergencial e para criar as poupanças digitais. As transações chegaram a quase 80% das operações. Há instituições financeiras que nasceram di-

gitais e os grandes bancos privados criaram plataformas digitais para atrair o público mais jovem”, afirma Rita que explica o caso da Caixa. “No caso da Caixa é muito diferente. Na verdade, o governo sabe que há resistências no Congresso Nacional, além do banco ter seu papel social aprovado pela população nesta pandemia, por isso, busca fatiar a instituição para privatizá-la”, completa. Rita lembra ainda que a Caixa conseguiu os avanços tecnológicos para viabilizar os programas de distribuição de renda sem um centavo de investimento privado. “Após grande investimento público para criar os meios tecnológicos no banco, o governo quer repassar tudo para subsidiária”, disse.


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LUCROS X INVESTIMENTOS DO GOVERNO

Em 9 meses, cinco maiores bancos lucram mais de R$ 53 bilhões Os lucros somados dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) nos nove primeiros meses de 2020 foram de R$ 53,383 bilhões. O resultado poderia ser ainda maior se não fosse o crescimento do provisionamento para o risco de créditos de liquidação duvidosa (as PDDs). Na média dos cinco bancos, o crescimento das despesas com PDD foi de 44,7%.

“Mesmo com a taxa de inadimplência muito baixa e em queda, os bancos aumentaram absurdamente o volume das provisões para cobrir os possíveis calotes. Estes valores são subtraídos do montante de lucro e prejudicam os resultados dos bancos”, explicou a economista Vivian Machado, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Mesmo após a subtração dos valores de PDD, o lucro somados dos cinco maiores bancos do país nos nove primeiros meses 2020 é próximo a tudo o que foi investido (R$ 68,7 bilhões) pelo governo federal em educação até setembro. O lucro obtido pelos bancos, em pleno período de pandemia representa quase a metade (43%) de todo o orçamento federal de recursos para a Saúde. Se comparado aos R$ 60,1 bilhões previstos no orçamento para pagamento do Benefício de Prestação Continuada durante todo o ano, os R$ 53,383 bilhões obtidos de lucro pelos bancos em nove meses já representa 89% do valor previsto para BPC.

LUCROS DOS BANCOS A Caixa Econômica obteve um lucro de R$ 7,5 bilhões, com uma rentabilidade de 12,7%. No Itaú, o lucro foi de R$ 13,1 bilhões, com rentabilidade de 14%. No Bradesco, o lucro totalizou, aproximadamente, R$ 12,7 bilhões, com rentabilidade de 12,9%. O Banco do Brasil, por sua vez, obteve um lucro de R$ 10,2 bilhões no período, com rentabilidade de 10,3%; e, por fim, o Santander alcançou um lucro de R$ 9,9 bilhões, com uma rentabilidade que alcançou os 18,5%.

O CLIENTE PAGA A CONTA PARA OS ALTOS LUCROS As receitas com prestação de serviços e tarifas dos cinco bancos somadas, nos nove primeiros meses do ano de 2020, totalizaram R$ 100,4 bilhões. Estas receitas secundárias, que representam um valor irrisório frente ao que os bancos arrecadam com as demais transações, cobriram, com folga (exceto a Caixa), as despesas de pessoal dessas instituições, incluindo-se nessa conta o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A cobertura das despesas de pessoal, mais PLR por essa receita secundária dos bancos ficou em:

99,8% na Caixa; 130,5% no Banco do Brasil; 135,4%, no Bradesco; 163%, no Itaú; e 194,9%, no Santander. Mas, o cliente, que é quem paga essa conta toda, é prejudicado. Os cinco bancos juntos fecharam 9.499 postos de trabalho, em doze meses. O saldo foi positivo somente no Itaú, com 736 novos postos abertos, em relação a setembro de 2019, contudo, com saldo negativo em relação ao trimestre anterior (71 postos fechados). No Bradesco foram fechados 3.338 postos de trabalho, no período; no Banco do Brasil, foram fechados 1.766 postos; na Caixa, fo-

ram fechados 796 postos e o Banco Santander, por sua vez, fechou 4.335 postos de trabalho bancário em doze meses. Quanto à rede de agências, o único banco com saldo positivo foi o Banco do Brasil, com 67 agências abertas em doze meses. O Bradesco, por sua vez, fechou 772 unidades, entre setembro de 2019 e setembro de 2020, enquanto o Santander fechou 149 agências no período. No Itaú, foram fechadas 203 agências físicas no período. A Caixa fechou duas unidades. Juntos, os cinco bancos fecharam 1.059 agências no país em doze meses.


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Funcionários discutem com o BB questões dos bancos incorporados A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu com o banco, no dia 1º/12, para tratar sobre questões específicas de funcionários incorporados ao quadro do BB após a aquisição do Banco Nossa Caixa (do estado de São Paulo), do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e do Banco do Estado de Piauí (BEP). A reunião foi marcada depois que a Contraf-CUT enviou um ofício ao banco exigindo que fosse “instaurada de imediato a mesa de negociação” de entidades patrocinadas de bancos incorporados, conforme previsto no parágrafo único da cláusula 58ª do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários. A agilidade na instauração da mesa também era necessária para que fossem debatidas as tentativas do banco implementar um novo plano de saúde no Economus e mudanças no Fundo Economus de Assistência Social (Feas). O Economus é o plano de previdência complementar e o administrador da assistência médico-hospitalar dos funcionários do antigo Banco Nossa Caixa.

Dependentes de funcionários do Bradesco

poderão fazer teste de Covid-19 Após várias cobranças do movimento sindical, o Bradesco informou que a testagem para Covid-19 poderá ser feita por dependentes no plano de saúde de funcionários de todo o país. “Foi importante que a extensão do direito para todo o país tenha sido feita com agilidade. Sabemos que São Paulo é o estado com o maior número de casos registrados de Covid-19, mas também que em outros estados o risco é tão grande quanto, ou até maior,

se analisarmos a proporcionalidade da população. E isso deixa os funcionários de todo o país apreensivos”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes. A realização da testagem não se trata de um benefício dado pelo banco, mas de uma conquista da mobilização dos funcionários e do movimento sindical. Essa era uma das reivindicações desde o início da pandemia.


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