Empresas y comunidades que transforman América Latina
No entanto, para que a população de Barroso pudesse efetivamente exercer essa participação, era importante que fossem criados – e/ou fortalecidos – espaços de exercício da cidadania. Em 2003 foi criada a Associação Ortópolis Barroso (AOB), integrada por membros da comunidade, com o objetivo fazer a interação entre o setor público, a iniciativa privada e a própria comunidade para dar sustentabilidade ao processo. Comandada por cidadãos barrosenses, caberia a AOB, ainda, a promoção do fortalecimento de todas as instituições da cidade, da mudança de comportamento, dizendo não ao assistencialismo e sim à sustentabilidade. Em parceria com o Instituto Holcim, a AOB deveria estimular e apoiar iniciativas que contribuíssem com o desenvolvimento local.
Ortópolis inovou. O envolvimento da comunidade foi fundamental. Isso nunca ocorrera na cidade. A comunidade ouviu, estudou, se envolveu.
Jorge Barbosa da Silva, atual presidente da Associação Ortópolis Barroso, lembra como foi o início: “Barroso vivia um momento de crise econômica e social, muito desemprego, o comércio em baixa, pouco faturamento. O pessoal da Holcim e do Instituto Holcim mobilizou as lideranças da cidade e criou a Associação Ortópolis Barroso. Isso fez com que a comunidade começasse a enfrentar a crise. Foi um momento de mudança no modo de relacionamento da Holcim com a população do município”. A comunidade logo percebeu que cada cidadão era dono de seu destino. E todos, unidos, poderiam criar um ambiente favorável capaz de superar todas as condições adversas que dali para frente pudesse surgir. O pensamento era um só: nada acontece a não ser que façamos possível. Como resultado desse trabalho de cooperativismo, foram criadas outras associações, em três setores de trabalho que vinham demonstrando maior desenvolvimento e participação no Ortópolis: agronegócio, eletromecânico e artesanato – a Associação dos Produtores de Leite de Barroso e Região (APLeite), a Associação Barrosense dos Eletromecânicos (Asbem) e a Cooperativa dos Artesãos de Barroso (Cooperarte). As três frentes eram as que tinham a maior participação da comunidade e também aquelas que seguiam as diretrizes do Instituto Holcim, de empreendedorismo, geração de renda e educação para o trabalho. Outro fator percebido pelo Instituto Holcim (IH) foi a necessidade da ampliação da rede de parceiros financiadores. Os projetos, anteriormente bancados exclusivamente pela Holcim ou pelo próprio Instituto, passaram a contar com o suporte financeiro e técnico de entidades internacionais, como a RedEAmérica (por intermédio do programa PorAmérica, que apoia a execução de projetos destinados ao desenvolvimento de base e à geração de renda nas diferentes
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