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Artigo aparece é de Invisibilidade Negra na TV Quando forma discriminatória

Esta avaliação foi apresentada pela jornalista Andréia Marques, em debate com o tema ‘O Racismo e a Mídia’, na Câmara Municipal, no último dia 13 de Maio, Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. O evento integra a campanha permanente de combate ao racismo ‘É Racismo. Não É Um Mal Entendido!’, Realizada pelo mandato do vereador Carlão do PT e militantes do Movimento Negro. Segundo Andréia, além da quase invisibilidade do negro na TV,

14 de Maio Eu sofri e apanhei no porão do navio.Acorrentado viajei.Meu corpo forte e ferido desembarcou. Mas minha alma na África ficou. Quando na Bahia desci, eles não falavam, só batiam. Meus irmãos capturados nada entendiam daquilo, e para não apanhar, o que mandavam faziam. Mas nada em troca recebiam, a não ser os golpes de covardia. Eu não era nada, não tinha nada, era produto barato que o traficante vendia ou leiloava.Quando da Mãe África me lembrava, girava na capoeira e dançava saudando meus Orixás.

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na maioria das vezes. A jornalista também criticou a quase ausência do negro à frente das câmeras no telejornalismo brasileiro e, em especial, e m Campinas. “Tenho colegas negros na TV, mas atrás das câmeras. Temos repórter negro, mas não como

Apresentador” Com o Plenarinho lotado, algumas pessoas tiveram que assistir ao debate em pé. Andréia Marques agradeceu a oportunidade e elogiou a iniciativa de Carlão com ações de combate ao racismo, uma das principais linhas de atuação de seu mandato, e questionou o motivo do não envolvimento de outros parlamentares da Casa. “Cadê os outros Vereadores? Só o Se

E eles que nada sabiam (das negras verdades) na ponta do cipó meu canto calavam. Os anos foram se passando e os quilombos se formando, alguns negros ficaram nas fazendas, nos cafezais e canaviais, sem culpa, com a escravidão já haviam se acostumado. Havia negro Jêji, Nagô e Yorubás, festavam para Xangô, Ogum, Oxóssi e Iemanjá. Foi quando ouvi o grito dos quilombos e vi a luta dos guerreiros, Ganga, Zumbi e Dandara, que fizeram com seus sangues a liberdade chegar. Corremos livres sem saber pra onde,sem roupa, com fome. Crianças, homens, mulheres, jovens e velhos.

nhor se interessa pelo assunto?”, questionou ela. Também participaram da Mesa de Debate a historiadora Alessandra Ribeiro e o professor Wilson Queiroz, membros do Fórum Permanente de Educação e Diversidade das Relações Étnico Raciais de Campinas. Após a apresentação do tema, por iniciativa de Edna Lourenço e Deputado Carlão, foram homenageadas todas as comunidades tradicionais que compareceram à 9ª Festa em Homenagem a São Jorge/ Ogum, realizada dia 27/04/2014. A Revista Axé Campinas foi também homenageada, pela iniciativa e pioneirismo na criação de um canal de comunicação acessível a todos os interessados em assuntos das comunidades afro e afro-braileiras de Campinas e e n t o r n o . . (Reportagem: Blog do Vereador Carlão PT vereadorcarlaopt@gmail.com)

A noite chegou, era 14 de maio e sem eira nem beira optamos pelo morro. Era perto do asfalto, do suposto emprego e da cidade, mas o tempo passou com velocidade e nada mudou. Eu não me calei, mas a sociedade me exilou no morro e tudo começou de novo.Só que agora o Senhor de Tudo tem farda. A senzala tem outro nome, é favela; o nosso sangue ainda jorra, mas por tiros de escopeta. E todos fingem que não vêem, só eu sinto o tempo passar como um raio, na livre senzala criada no morro sem lei, cravada nas minhas lembranças do dia 14 de maio .

Ogã Alexandre Tarlei


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