Edição 15 caderno 01

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ditorial

Não é sempre que a Aviação & Cia traz somente boas noticias e novidades no mercado de aviação executiva e geral, algumas vezes temos que informar situações nada agradavéis que atualmente esta muito frequente infelizmente, são elas os acidentes aéreos que as vezes levam para um plano superior grandes amigos e companheiros como o proprietário da aeronave do primeiro ensaio, mas a vida continua e vamos em frente sempre. Neste numero apresentamos tres ensaios, um Classico, Warbird e um Lsa esportivo, alias o melhor até agora avaliado pelo nosso corpo técnico. Participamos com muito orgulho da inauguração da nova fábrica da Inpaer em São João da Boa Vista, outro bom exemplo da capacidade brasileira em criar bons produtos de extrema qualidade e bom gosto. Além é claro do caderno de anuncios e classificados. Bom é isso aprecie mais este exemplar da revista que é sinônimo de muito trabalho e perseverança e acima de tudo do crédito que este mercado merece.

Grande abraço e boa leitura!

Cmte. Munhoz * * *



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Inpaer SJBV

18

ENSAIO SHORTS TUCANO

ENSAIO EMBRAER CORISCO

32

ENSAIO INPAER CONQUEST

S umรกrio

42

ABRAPHE NEWS

27


CLASSIFICADOS

72 ENSAIO BMW S1000RR

30

IMAGENS QUE VALEM POR MIL PALAVRAS

BRASIL VOANDO ALTO

AVIADORAS

28 50

85


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xpediente

Editor Responsável Hamilton Munhoz hamilton@vorteceditora.com.br Diretoria Financeira Neuza Duarte neusa@vorteceditora.com.br Diretoria Comercial e Marketing Hamilton Munhoz hamilton@vorteceditora.com.br comercial@vorteceditora.com.br Redatora Lucilene Rodrigues Estágiaria de Propaganda e Marketing

Gabriele Chaves Serpa de Moura Diagramação Marcell de Moura Fotografia Victor Daga Mota Jornalista Rogério Santos

A Revista Aviação Negócios & Cia é uma publicação da Vortec Editora e Produtora, onde as opiniões nela expressas não necessariamente refletem as opiniões de seus editores.



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naugura巽達o Inpaer S達o Jo達o da Boa Vista



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oticias - Aviação Geral Colt Aviation recebe certificação para Remoção Aérea.

A Colt Aviation em parceria com a Royal Life, oferecerá remoção Aérea, e transferência dos pacientes que requerem tratamento especializado. com total segurança e a máxima agilidade, por todo o vasto território nacional, com cuidado incomparável, a fim de tornar todo o processo o mais confortável possível.

Embraer e AgustaWestland criam joint venture para produção de helicópteros no Brasil.

A Embraer o maior fabricante de aeronaves da américa do sul, fecha acordo para a montagem e evnda de helicopteros da italiana Agusta. Os helicopteros serão montados levbendo em conta o grande numero de fornecedores que o Brasil possui de componentes aeronáuticos, de olho tanto na mercado Off-Shor, executivo, como no militar, já que a empresa possui um vasto portifolium, e atenderá toda a América do Sul.

Osasco terá o maior helicentro do País

A capital paulista é, hoje, a única cidade do mundo que possui um controle de tráfego aéreo exclusivo para helicópteros. Diante disto a Helibase, do empresário Cesar Parizotto, está investindo R$ 75 milhões na construção do maior centro de hangaragem e manutenção de helicópteros do País: o HBR. O complexo, que deve ficar pronto em junho de 2013, ocupará 52 mil m² (18 mil de área construída) às margens da Rodovia Anhanguera, na cidade de Osasco (SP), divisa com a capital paulista..



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nsaio


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oi um sábado maravilhoso em que “São Pedro” nos brindou com um daqueles dias onde ficar em casa seria um verdadeiro insulto! Céu azul, temperatura agradável próxima de 20ºC, grupo de amigos, todos prontos para voar e até a presença de meu cunhado, João Crês Neto, de Bauru, que estava em casa, me incentivava ao vôo! Atmosfera estável, enfim, tudo de bom. Junto com o Comandante Munhoz, estávamos todos no Hangar de Serviços da Shell, no Aeroporto de Americana, SDAI, para aguardar a chegada do Comandante Cassiano e seu “super” Corisco para ser ensaiado! Em poucos minutos pudemos observar no

horizonte, a chegada daquele elegante Corisco branco, com prefixo PT-NIR em vermelho e faixas vermelha e dourada, prontinho a ser ensaiado. Quando parou, defronte ao hangar, seu porte majestoso mostrava o que vinha pela frente. O aspecto externo era simplesmente fantástico. Fui conferir a “plaquinha” de identificação por duas vezes para ter certeza do avião que estava ali, bem diante de meus olhos, tamanho cuidado e zelo com que era tratado. Não era possível um avião que parecia tão novo, aliás, “novinho em folha” ter sido fabricado, pasmem, em 1976! Um verdadeiro espetáculo, um clássico da aviação!


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mbraer 711 C Corisco

Para completar minha admiração, pedi ao Comandante Cassiano para que retirasse o capô do motor e fiquei ainda mais abismado. Não tinha um único “melejamento” ou vestígio de óleo, sujeira ou algo parecido. O motor estava “zerado”e aparentava ter saído há apenas algumas horas da fábrica. Os pneus mostravam o capricho de seu proprietário, e o sistema de freios até “tela temp” estava utilizando! Seu interior, um brinco, um requinte com todas as formas originais preservadas, sem palavras. Mas o que mais me surpreendeu foram os parafusos que observei nas asas, profundor, leme, enfim, em toda a estrutura do avião, algo estupendo!!!! O Comandante Cassiano me informou que tinha trocado simplesmente todos os parafusos por novos! Só por este detalhe já estava quase desistindo de fazer o vôo de ensaio, tamanha era a admiração que aquela aeronave estava despertando em mim. Naquele momento estava pensando em ficar admirando “aquela obra de arte” como se fosse um quadro! (não precisa forçar tanto!!). Já voei bastante nestes quase 20 anos de aviação, mas, sem sombra de dúvidas, estava diante do avião mais bem cuidado que já tinha visto! Não observei um único detalhe que desabonasse aquela máquina! Estava ali em minha frente o verdadeiro significado do “ser tratado a pão de ló!”Mas, como a solicitação era para voar, depois de admirar esta verdadeira “obra de arte” tive que fazer o “sacrifício” de subir a bordo, juntamente com o Comandante Cassiano e meu cunhado João para nosso vôo de ensaio! No paquera, a bordo do “Cherocão” PT-CNO estavam o Comandante Munhoz e o fotógrafo Victor. Deixamos o paquera decolar primeiro para que todos os nossos momentos em vôo pudessem ser alvo de teste e das fotos, tendo sido combinado que o ensaio seria realizado na vertical da lagoa de Americana. Aeronave na linha de parada, concluídos o cheque de magneto, repito o “brifim” de decolagem e procedimentos de emergência, lidos pelo Comandante Cassiano no checklist e ingressamos para a cabeceira. Aeronave alinhada na pista 30 de Americana,piso no freio, manete toda a frente e deixo o ronco dos magníficos 200 HP daquele impecável motor ecoarem pelo Aeroporto, enquanto alivio o freio e começo a corrida de decolagem. Corrijo a ligeira tendência gerada pelo torque do motor e mantenho a manete à frente buscando os 65Kt para aliviar o comando, enquanto aguardo os 75Kt para iniciar o “rotate”!


A facilidade com que saiu do solo, retratou o cuidado com a máquina!!!!! Aeronave fora do solo, climb positivo, recolho o trem de pouso e reduzo da potência máxima para potência máxima contínua. Passados 500pés de altitudeinicio curva à direita para “aproar” o ponto de encontro com o Cherocão! Apenas como lembrança, no Aeroporto de Americana, a aproximação e decolagem são pela direita a fim de evitar área residencial no setor Sul. Em contato na frequência 123,45 com o Comandante Munhoz, começamos nosso ensaio, tendo como primeira manobra o teste de “Stol” sendo obtido um pouco abaixo dos 50Kt,“colo o manche no peito”, excelente, e não tem como segurar o nariz, que cede rapidamente logo após o toque da buzina de “pré-stol”! Nariz embaixo, manche à frente, iniciamos a recuperação aplicando lentamente potência e colocando-o em condição de vôo reto nivelado. Vamos subir para as fotos! Em coordenação com o “paquera” ajustamos nossa velocidade para que ele conseguisse se aproximar e fazer o registro deste vôo... segue a fonia do momento: “PT-NIR nivelado a cinco mil pés com velocidade de 70 Kt aguardando a aproximação do PT-CNO PT-CNO Ciente também nivelado a cinco mil pés e velocidade de 75 Kt iniciando aproximação pela sua direita para iniciar a sessão de fotos! PT-NIR em contato visual com o PT-CNO mantendo altitude e velocidade. Afirmativo PT-NIR, fotos já efetuadas, faça agora uma saída para a sua esquerda para que possamos fotografar a parte debaixo de sua asa direita PT-NIR iniciando curva à esquerda!

PT-CNO: fotos já realizadas, agora, mantenham novamente o nivelamento que irei me aproximar pela sua esquerda!!!! PT-NIR nivelado a cinco mil pés e mantendo 70 Kt! PT-CNO: iniciando aproximação pela sua esquerda, mantendo cinco mil pés e 75 Kt de velocidade. PT-NIR ciente e mantendo! Já em contato visual com o PT-CNO! Afirmativo PT-NIR, fotos já efetuadas, faça agora uma saída para a sua direita para que possamos fotografar o papo de sua aeronave. PT-NIR iniciando curva à direita! PT-CNO: Beleeeeza! Fotos já realizadas podem prosseguir agora com o ensaio!” Liberados pelo fotógrafo, decidimos ensaiar planeio diante de uma pane simulada de motor... a idéia era ver até onde “ele” conseguiria planar e se seria possível realizar um pouso seguro! De imediato, reduzimos o motor, simulando uma parada no motor, sendo que, quase que instantaneamente passamos a procurar uma clareira ou local para pouso, que estivesse dentro do raio de alcance. Como as asas do Corisco são bastante largas, seu planeio é muito bom! Neste momento, com o motor reduzido, começamos a descer, mantendo seus 60Kt e procurando um local que poderia nos ajudar em caso de uma emergência. Localizada a área, bem no través esquerdo, passamos a planejar nosso pouso, sabendo que em uma situação real, não teríamos como arremeter e precisaria dar certo na primeira (e única) vez! Com ajuda do experiente Comandante Cassiano a bordo, não tivemos dificuldade para fazer um perfeito enquadramento para o local escolhido, no entanto, como se tratava de apenas um ensaio, na final, já próximo ao local do pouso,


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mbraer 711 C Corisco Voltando a voar, aproamos para o Aeroporto de Americana, onde faríamos nova pane simulada no circuito! Aeronave na perna do vento, velocidade de 90Kt e, de repente, PANE! (tudo bem que era simulada, mas vale a mesma atenção!). Foi um procedimento bem rápido, segurar a velocidade, reduzir a manete para potência mínima, simulando nova pane, mas, no circuito, era até covardia, trem de pouso baixado e travado, encurtamos a perna base e alinhamos na final. Bem perto da pista, já na curta final, ainda tínhamos velocidade suficiente para “sujar” o avião, então apliquei um dente de flap melhorando ainda mais a condição do pouso, que nem parecia simular uma pane. Arredondamento perfeito e toque silencioso na pista, já com a buzina do pré-stol se apresentando! Manete toda à frente, iniciamos a arremetida cuidando de “limpar” o flap e buscando a velocidade de “rotate”! Esticamos o nosso circuito, pois o paquera havia acabado de pousar e pedia, pelo rádio, uma passagem baixa no alinhamento da pista! Solicitação atendida! Fizemos duas passagens, uma com o trem de pouso baixado e outra com o trem recolhido para que o fotógrafo pudesse registrar o majestoso Corisco, passando com segurança sobre a pista. Novo circuito realizado e agora um pouso completo com “full flap” e velocidade reduzidíssima, chegando a pousar em um terço da pista! Aeronave fantástica, bem cuidada e extremamente prazerosa de se voar, com uma resposta rápida e precisa aos comandos! Foi um sábado de ouro! Para encerrar, uma foto de todo o grupo defronte ao hangar de Serviços da Shell, no Aeroporto de Americana! Comandante Munhoz e Comandante Cassiano, grato pela oportunidade! Foi um vôo rápido, mas inesquecível! Não consigo me esquecer do brilho dos parafusos novos!


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