Revista Fonte de Água Viva - nº 8

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fim, o superior lhe afirmou que era apenas um delegado do bispo de Bayeux e Lisieux, Dom Hugonin (18231898), Teresa decidiu conversar com o prelado, com o firme intuito de demonstrar-lhe a firmeza de sua vocação; mas nesse encontro também não obteve resposta favorável.

Sagrada Face de Jesus Numa peregrinação a Roma, com o pai e a irmã Celina, feita por ocasião do áureo jubileu sacerdotal do Papa Leão XIII, teve uma audiência com o Sumo Pontífice. Depois de lhe beijar os pés, com os olhos marejados e a voz trêmula, pediu ao Santo Padre uma grande graça: a permissão de entrar para o Carmelo aos 15 anos de idade. Informado pelo vigário geral de D. Hugonin, monsenhor Révérony, de que o assunto estava sendo examinado pelos superiores do Carmelo, Leão XIII disse a Teresa: “Vamos lá... Vamos lá... Entrareis, se o Bom Deus o quiser!” (op. cit., p. 153). E o Bom Deus o quis. Finalmente, após inúmeros obstáculos, foi autorizada a entrada de Teresa para o Carmelo pelo

bispo de Bayeux, no dia 28 de dezembro de 1887. Porém a priora do Carmelo de Lisieux, madre Maria de Gonzaga, determinou que o ingresso se desse somente depois da Quaresma. Assim, em 9 de abril de 1888, quando era celebrada a festa da Anunciação, a Florzinha branca finalmente realizou o seu sonho. A escolha de seu nome religioso foi considerada por Teresa uma delicadeza do Menino Jesus. Desde cedo, ela se oferecera para ser um brinquedo nas mãos do Menino: “Dissera-lhe que se utilizasse de mim, não como brinquedo de valor, que as crianças se contentam em olhar, sem coragem de pegar nele, mas como bolinha sem nenhum valor, que poderia jogar ao chão, bater com o pé, furar, largar num canto, ou também apertar ao coração, quando fosse de seu agrado” (op. cit., p. 155). Ao meditar sobre qual seria o seu nome ao entrar para o Carmelo, ocorrera-lhe, como num sonho acordada, a lembrança de Jesus pequenino, e pensou que seria muito feliz se se chamasse Teresa do Menino Jesus (op. cit., p. 84). Sem saber de seus desejos, madre Maria de Gonzaga teve a idéia de chamá-la exatamente assim, para sua enorme alegria.

A Vida no Carmelo Logo depois que entrou para o claustro, Teresa fez, em 28 de maio de 1888, uma confissão geral, “como nunca fizera anteriormente”, com o padre Pichon, que, ao final, asseverou: “Na presença do Bom Deus, da Santíssima Virgem e de todos os Santos, declaro que jamais cometestes um só pecado mortal” (op. cit., p. 168). E assim aquela que recebeu tão grande graça de Nosso Senhor iniciou sua caminhada no Carmelo, sempre perseguindo o caminho da perfeição e da santidade em meio à vida de oração e trabalhos diários.

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Revista Fonte de Água Viva – Edição Especial Nº 8


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