Nutrícias nº3

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PÁGINAS60|61 Quadro I

Quadro IV

Análise descritiva do perfil lipídico, da avaliação antropométrica e da tensão arterial, na avaliação inicial das crianças com terapêutica dietética (TD) (n=20) e com terapêutica dietética e farmacológica (TDF) (n=19)

Estudo comparativo e diferencial entre as avaliações inicial e final das crianças com terapêutica dietética (TD) (n=20) e terapêutica dietética e farmacológica (TDF) (n=19).

TD

TDF

TD

Variável Colesterol total (mg/dl) Colesterol LDL (mg/dl) Colesterol HDL (mg/dl) Apo A1 (mg/dl) Apo B (mg/dl) Triglicerídeos (mg/dl) Colesterol Total/ColHDL Colesterol LDL/ColHDL Apo B/ApoA1 Colesterol LDL/Apo B TAS (%P50) TAD (%P50) Peso (zscore) Estatura (zscore) IMC (zscore)

média

dp

média

dp

231,4 161,4 52,6 140,1 114,3 80,9 4,6 3,2 0,8 1,7 107,7 94,5 1,23 0,0 1,57

38,3 37,2 10,6 31,6 38,2 35,1 1,3 1,1 0,4 0,6 7,72 16,3 2,97 1,43 3,38

256,8 193,9 45,4 121,6 132,0 88,8 5,6 4,2 1,4 1,4 104,2 96,6 0,31 -0,36 0,69

44,9 44,3 11,6 28,6 44,2 36,8 1,9 1,8 0,8 0,3 8,5 11,7 1,94 1,07 2,18

Quadro II Análise descritiva do perfil lipídico, da avaliação antropométrica e da tensão arterial, na avaliação final das crianças com terapêutica dietética (TD) (n=20) e com terapêutica dietética e farmacológica (TDF) (n=19). TD

TDF

Variável média

dp

média

dp

Colesterol total (mg/dl) Colesterol LDL (mg/dl) Colesterol HDL (mg/dl) Apo A1 (mg/dl) Apo B (mg/dl) Triglicerídeos (mg/dl) Colesterol Total/ColHDL Colesterol LDL/ColHDL Apo B/ApoA1

189,6 124,4 52,5 140,9 95,0 71,2 3,8 2,5 0,7

26,0 21,8 13,6 25,45 32,1 25,7 1,0 0,9 0,3

204,1 141,9 50,3 136,5 106,5 82,8 4,2 2,9 0,8

27,7 34,1 13,3 41,5 25,7 37,4 1,0 1,0 0,3

Colesterol LDL/Apo B TAS (%P50) TAD (%P50) Peso (zscore) Estatura (zscore) IMC (zscore)

1,5 124,7 77,5 1,18 -0,16 0,47

0,3 38,7 11,9 3,66 1,55 1,41

1,4 92,8 93,6 0,42 -0,38 1,95

0,3 25,4 14,4 1,85 1,01 5,6

Quadro III Antecedentes familiares em scores e valores de Lp(a) dos progenitores e das crianças com terapêutica dietética (TD) (n=20) e com terapêutica dietética + farmacológica (TDF) (n=19).

Antecedentes familiares Lp (a) mãe (mg/dl) Lp(a) pai (mg/dl) Lp(a) criança (mg/dl)

TDF

Variável

TD

TDF

Sig.

7,4 ± 3,2 24,2 ± 22,1 65,5 ± 48,8 37,9 ± 51,4

12,7 ± 4,9 24,7 ± 20,2 32,5 ± 28,3 44,3 ± 45,2

p<0,001 n.s. n.s. n.s

Colesterol total Colesterol LDL Colesterol HDL Apo A1 Apo B Triglicerídeos Colesterol Total/ColHDL Colesterol LDL/ColHDL Apo B/ApoA1 Colesterol LDL/Apo B

%

sig.

%

sig.

-18,0 -22,9 -0,2 0,5 -16,9 -12 -17,4 -21,8 -12,5 -11,7

< 0,001 < 0,001 n.s n.s n.s n.s n.s n.s. n.s n.s

-20,5 -27,0 10,7 12,2 -19,4 -6,8 -25,0 -31,0 -42,8 0,05

< 0,001 < 0,001 n.s n.s. < 0.05 n.s. < 0,05 < 0,05 < 0,05 n.s.

Discussão A história familiar define a herança genética de todos os factores de risco de uma forma global e interactiva. É sabido que os factores de risco já conhecidos explicam apenas 50% da variabilidade da doença. Quanto à Lp(a), o risco relativo de desenvolvimento de doença coronária foi estimado de dois para a concentração da Lp(a)>30 mg/dl, actualmente considerado como o limiar da normalidade, aumentando para aproximadamente cinco, se os níveis de LDL são também superiores ao normal.14 A hipertensão arterial, ainda que assintomática, é hoje reconhecida como um dos maiores factores de risco independentes para a doença cardiovascular em todas as idades. A sua monitorização deve ser feita regularmente.8 Pouco está documentado sobre a eficácia a longo termo dos programas de educação nutricional nas crianças, mas a opção pela dieta estadio 2 e por uma terapêutica farmacológica, naturalmente adequada à idade da criança, deve ser feita quando a intervenção dietética correspondente ao estadio 2 se revele insuficiente.26 Foi esta a metodologia seguida com a população estudada. As crianças seguem os hábitos alimentares dos progenitores, tornando-se importante informar e motivar os familiares directos relativamente a correctos hábitos alimentares. As preferências alimentares desenvolvem-se na infância e a exposição a uma dieta com baixo teor lipídico, com uma selecção adequada de alimentos, pode modular as preferências alimentares e aumentar a aceitação desses alimentos para a vida adulta. É necessário ensinar os pais a alimentar bem as suas crianças, quer quanto ao tipo e qualidade dos alimentos quer quanto aos métodos de confecção culinária. A nossa experiência mostra todavia, uma relutância em modificar a dieta e aderir às recomendações alimentares com a justificação por parte dos progenitores de que as mudanças tornam a alimentação menos saborosa, mais difícil de preparar e mais cara. A falta de uma sustentada adesão à dieta é uma das maiores dificuldades no seguimento destas crianças. A terapêutica farmacológica inclui resinas sequestradoras de ácidos biliares, que se encontram sob a forma de granulado, não solúvel, tornando-se por vezes difícil a manutenção da terapia, particularmente para doses superiores a 10 gramas/dia. Não sendo ainda recomendada a utilização de fármacos em idade pré-escolar e escolar, vem sendo acumulada experiência positiva com administração de resinas, sempre que se torne necessário a terapêutica farmacológica em crianças com idades inferiores aos 10 anos.1-3


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