Associação Portuguesa de Geólogos
O novo paradigma energético 22 Fevereiro 2019, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Curso de Formação “Introdução aos sistemas geotérmicos superficiais” | 20 e 21 Fevereiro 2019 Nota Informativa | Lisboa | 27 Fevereiro 2019 No dia 22 de fevereiro de 2019 decorreram, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, as VIII Jornadas APG, subordinadas ao tema “O novo paradigma energético”, organizadas pela Associação Portuguesa de Geólogos. A edição deste ano teve como objetivo abordar o mix energético sob diferentes perspetivas, por especialistas com formação diferenciada, e discutir o papel de cada interveniente na procura de soluções de qualidade para as gerações futuras. A conferência foi precedida de um curso de formação intitulado “Introdução aos sistemas geotérmicos superficiais”, que decorreu nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2019.
Um dos maiores desafios de sustentabilidade que o mundo hoje enfrenta é o de fornecer suficiente energia para uma economia em crescimento, ao mesmo tempo que muda o paradigma da forma como essa energia é utilizada. Para atingir este objetivo e conquistar a prosperidade económica necessária, ou seja, que permita aos países desenvolvidos manter os seus níveis de qualidade de vida, ao mesmo tempo que sustentam parte do custo para a melhoria da qualidade de vida nos países em desenvolvimento, essa energia terá de ser abundante, acessível e de relativo baixo custo. Por outro lado, numa Europa muito dependente de importação de energia e na qual os combustíveis fosseis representam 70% da produção, é essencial que as emissões de carbono antropogénico sejam reduzidas, tal como previsto no Acordo de Paris, o que constitui um importante objetivo da União Europeia e dos seus cidadãos. Por outras palavras, o mundo precisa de encontrar uma solução para dois problemas aparentemente conflituantes: reduzir as emissões de CO2 e fornecer energia a um planeta cada vez mais povoado e em acentuado desenvolvimento económico. Qualquer que seja a solução encontrada, esta passará, como até aqui, pela exploração de recursos geológicos. Desta forma, é imperativo envolver a comunidade geológica no debate
energético e considerar os diversos fatores com impacto ambiental, social e económico. Nos países ocidentais mais desenvolvidos, a maioria dos riscos ambientais relacionados com a exploração dos recursos geológicos têm sido progressivamente minorados. No entanto, o seu impacto continua a ser significativo nos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Por outro lado, o surgimento de novas formas de produção energética e, consequentemente, a necessidade de explorar novos recursos ou de aumentar a produção de matérias-primas, faz com que seja necessário avaliar os riscos associados a estas novas realidades. Para além das questões ambientais, a exploração de recursos geológicos envolve também questões económicas, tais como os ciclos de negócios, as receitas impulsionadas pelas flutuações dos preços das commodities e das taxas de câmbio, a emergência de novos países produtores e os custos associados com a exploração, licenciamento, construção, reabilitação e remediação das áreas exploradas. Estes fatores têm, não só, impacto no ciclo de vida de uma exploração, mas também enorme relevância na economia de um país.
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