Trajetória empresarial do Grupo Pardini de 2008 a 2022
Ed. 02
Ed. 02
Trajetória empresarial do Grupo Pardini de 2008 a 2022
08 Mensagem do Presidente do Conselho de Administração
10 Mensagem do Diretor-presidente
12 Apresentação
16 Linha do tempo
24 Capítulo 1
Uma estratégia com propósito
38 Capítulo 2 Governança como base da evolução
48 Capítulo 3 Inovação no modelo de negócios
66 Capítulo 4
Uma revolução no modelo produtivo
84 Capítulo 5
Inovação em produtos: o papel da Pesquisa e Desenvolvimento
92 Capítulo 6 De empresa mineira à marca nacional
104 Capítulo 7
Expansão PSC com foco no cliente
120 Capítulo 8
Aquisições inteligentes
134 Capítulo 9
Na pandemia, o grande teste
148
Ficha técnica 156 Capítulo 10 Pardini e Fleury: uma operação virtuosa
Todos os dias, por 24 horas, seja no verão escaldante ou no inverno mais rigoroso, as equipes do Pardini deslocam-se pelo Brasil, percorrendo desde grandes cidades litorâneas ao interior mais remoto.
O trabalho é incansável e mobiliza todos os meios de transporte possíveis: de um pequeno barco que navega pelos afluentes do rio Amazonas até um voo fretado que sai de São Paulo, de madrugada, com destino ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte ou a um dos nossos 23 Núcleos Técnicos em todas as regiões do país.
Por terra, água e ar. De moto, ônibus, carro, avião, caminhão ou, se preciso for, mesmo uma prosaica bicicleta. Não importa, desde que o objetivo seja atingido: fazer com que amostras com material coletado
de pacientes em todo o Brasil sejam encaminhadas a um dos laboratórios do Pardini, no prazo e nas condições de segurança necessárias, no menor tempo possível.
Essa impressionante operação de planejamento, organização e inteligência logística, que acontece cotidianamente, sem alarde e com precisão, é apenas uma das facetas de um trabalho muito maior que mobiliza milhares de pessoas, tecnologia inovadora, pesquisa de ponta e conhecimento científico avançado para constituir uma plataforma única de excelência em Medicina Diagnóstica.
O sucesso que percebemos hoje na trajetória do Pardini é consequência de um sonho empreendedor que evoluiu de maneira virtuosa. Ele transformou-se em uma visão de negócios e, em seguida, em uma estratégia empresarial, sempre conduzida com disciplina, olhar atento ao mercado, aos clientes e às pessoas que fazem tudo isso acontecer.
Que essa história de ousadia, comprometimento e resultados inspire líderes e empreendedores onde quer que existam um sonho e o desejo de transformá-lo em um negócio relevante para a sociedade.
Neste livro, você vai conhecer os fundamentos de um negócio vitorioso. O primeiro conceito a ser registrado é que o Pardini é uma grande e sofisticada infraestrutura de acesso à saúde. Criamos um modelo com robustez, tecnologia, presença nacional e inteligência logística, que funciona de forma integrada à cadeia de saúde, conectando pacientes, médicos, laboratórios parceiros, operadoras, hospitais, fabricantes de equipamentos e insumos, e outros agentes relevantes.
E o Pardini consegue fazer tudo isso com requinte. Ao utilizar esta palavra, requinte, eu me refiro ao que todos nós deveríamos vivenciar na relação com a saúde, que é a maior qualidade possível. Qualidade que se traduz na
acurácia dos resultados, na agilidade das entregas, no acolhimento às pessoas, na especialização dos exames, na capilaridade territorial.
A trajetória bem-sucedida da empresa nos últimos 15 anos, de 2008 a 2022, representa um ponto de máxima convergência: a essência empreendedora que deu origem ao negócio se uniu à disciplina estratégica e gerencial, guiando o crescimento e o amadurecimento do negócio.
Na última década e meia, o Pardini consolidou seu modelo de negócios inovador [B2B e B2C em sinergia], adotou práticas corporativas de governança, revolucionou seu modelo produtivo, tornou-se um grupo multimarcas, recebeu investimentos externos, abriu seu capital, dobrou suas receitas mais de 2 vezes e foi protagonista na resposta à pandemia da Covid-19.
Tudo isso foi vivido com intensidade e um forte sentimento de compromisso por parte de toda a equipe do Pardini, um grupo de profissionais exemplares que são motivo de grande orgulho.
Um ciclo novo começa agora, em 2023, com a combinação de negócios entre o Grupo Pardini e o Grupo Fleury. Uma operação que une empresas com qualidades complementares e que têm muito a contribuir para a saúde dos brasileiros.
Nos dez capítulos a seguir, apresentamos os passos fundamentais dessa evolução. Uma história escrita a muitas mãos, tendo o propósito como norte e a estratégia com leme. Boa leitura!
Em 2009, foi publicado o primeiro livro com a história do Hermes Pardini, marco das comemorações dos 50 anos do laboratório. O personagem principal era, naturalmente, seu fundador e acionista: Doutor Hermes Pardini.
Àquela época, a empresa celebrava por ser o maior laboratório de Belo Horizonte.
Já era uma marca querida, lembrada, respeitada. Um negócio de sucesso e orgulho.
Na vida, sabemos que as pessoas são finitas. Na gestão, o desafio é sempre a eternidade. Perenizar, honrar o legado, crescer, manter-se relevante. Isso vai além de empreender.
Chega uma hora em que se manter relevante é bem mais difícil e complexo do que crescer. Chega uma hora em que a sucessão torna-se assunto necessário, por mais delicado que isso seja. Chega uma hora em que gerir um negócio de valor requer competências complementares às do fundador, bem como independência para tomar decisões difíceis.
Esses são alguns dos dilemas de boa parte das empresas familiares que chegam aos 50 anos. E isso aconteceu com o Pardini.
Iniciamos 2022 e o desafio do crescimento continuava. Porém, em uma escala bem maior. O Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini se transformou em um dos maiores e mais relevantes grupos de Medicina Diagnóstica do país, uma empresa seis vezes maior do que a celebrada em 2009. Um grupo com 21 marcas de extrema
relevância, mais de R$2,2 bilhões de faturamento anual, mais de 165 milhões de exames realizados em 2022, mais de 7 mil laboratórios parceiros, presença diária em mais de 50% dos municípios brasileiros.
Isso não aconteceu por acaso.
O Pardini só se tornou o que é hoje porque, 15 anos antes, a empresa teve a coragem de parar para pensar no futuro. Mais do que isso, teve a coragem e a disciplina de fazer cumprir uma estratégia. Mesmo sem a presença do fundador, seu legado permaneceu na cultura dessa empresa, e outras visões foram incorporadas.
Este livro registra os últimos 15 anos da trajetória empresarial do Grupo Pardini, desde o início do processo de governança corporativa, em 2008, até o anúncio da combinação de negócios com o Grupo Fleury, em 2022, considerado o movimento mais transformador do mercado de Medicina Diagnóstica da história do Brasil.
Este é um livro de memória e também um livro de gestão. É um case concreto de como a Governança Corporativa é fundamental para a maturidade estratégica e de gestão das empresas, bem como base para inovações incrementais e disruptivas.
Aqui está um registro da história contemporânea do Pardini. Um livro para encorajar empresas e empreendedores a fazer o que é certo. Um livro para reconhecer e louvar a essência de um fundador e de sua família, de executivos, de milhares de profissionais e parceiros que fazem parte dessa história.
Este é um livro sobre legado. E sobre a grande esperança em relação ao futuro que está por vir.
Aquisições:
Aquisições:
2014
implantação santana (nTo)
Telemedicina
marca assume posicionamento de medicina, saúde e Bem-estar
2015
Abertura de capital
Aquisições: Laboratório humberto Abrão/mG e ecoar/mG
2017
2016 hermes Pardini em são Paulo
Aquisição: centro de medicina nuclear da Guanabara/rJ
2018
Aquisições: dLe/rJ, Psychemedics Brasil/sP e Labfar/mG
Lançamento do Projeto enterprise
60 anos do hermes Pardini
Aquisição: solução/sc
consolidação da medicina Personalizada
Aquisições: Laboratório Paulo c. Azevedo/PA, APc/sP, iAcs/sP e odivânia moscogliato/sP
Lançamento Labclass hermes Pardini, Pardis distribuidora e saúdemob
inauguração do Projeto enterprise
Lançamento Guardian molecular system
expansão são Paulo
Aquisições: csV - central sorológica de Vitória/es e Laboratório hugo silviano Brandão/mG
combinação de negócios com o Grupo fleury
Propósito. A palavra da década no universo corporativo. Intercessão entre o que as empresas têm de melhor e as necessidades do mundo, ela também tem ajudado pessoas a compreender que o sentido do trabalho vai muito além de remuneração e benefícios. Trabalhar em uma empresa que estimula o bem-estar social é muito importante. Ter pessoas que acreditam na relevância do que fazem contribui para resultados ainda mais positivos.
Antes mesmo de essa busca ser eleita como fundamental para o sucesso de muitas organizações, o Pardini já a perseguia desde os primeiros passos. Ela podia não ter ainda esse nome, mas sua razão de existir era muito clara e teve início com o sonho de seu fundador.
Doutor Hermes – como era chamado –, médico endocrinologista, poderia ser classificado como um cientista do diagnóstico. Ainda jovem, junto com sua
esposa, Carmem, abriu um laboratório de patologia clínica no Centro de Belo Horizonte. Seus dias eram divididos entre o pequeno negócio e a Universidade Federal de Minas Gerais, onde participava de diversos grupos de estudo sobre o presente e o futuro da Medicina Diagnóstica; ele seguia pesquisando, incansável aprendiz.
Além da inquietude típica dos empreendedores, Doutor Hermes cultivava uma paixão pela inovação. De experiências com sapos até a aquisição de equipamentos e tecnologia de ponta, ele sempre quis estar à frente. Profundo conhecedor da rotina de um laboratório, foi pioneiro ao realizar exames para seus próprios concorrentes. Com isso, rompia os limites de Minas Gerais e ganhava o Brasil.
Ao longo do tempo, o negócio foi crescendo, proporcional à sua importância científica e social. E o nome Hermes Pardini, imbuído de seu propósito, deixou de representar uma única pessoa. Virou marca. Uma marca nacional com propósito claro: levar o que há de mais moderno em diagnóstico para quem precisa, onde estiver.
O pequeno laboratório se transformou em um relevante grupo de infraestrutura diagnóstica, que vai muito além
em Belo Horizonte: símbolo da presença do Pardini na capital mineira
“Para
a diferença
comunidade, é preciso ir muito além da coleta de material biológico. Infraestrutura diagnóstica envolve questões logísticas, de modelo de produção, de tecnologia e de conhecimento, pois a cadeia de saúde precisa conhecer e saber interpretar o teste. Conseguir dominar todas essas variáveis é o grande atributo do Pardini.”
fazer
em uma
Foto: Beto Staino
“O Pardini é um caso raro em que o cerne da estratégia está declarado no propósito: levar medicina diagnóstica, levar tecnologia de saúde para quem precisa onde a pessoa estiver. É uma estratégia de gerar acesso. É a estratégia de estar em todos os lugares do Brasil, seja através do Lab-to-Lab ou das nossas unidades.”
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG
da realização de exames. Para alcançar esse estágio evolutivo, o Pardini precisou desenvolver novas competências-chave, em especial nas áreas de Logística e Tecnologia, mas também em Engenharia de Automação, Gestão de Pessoas, Gestão Financeira, Gestão de Resíduos e outras. Afinal, é preciso estar muito preparado para atender diariamente aos mais de 2 mil municípios brasileiros, das 27 unidades da Federação e o Distrito Federal; um atendimento altamente complexo e singular.
Além de ser um país de dimensões continentais, com modais de transporte ainda frágeis para seu imenso potencial, a desigualdade social brasileira é um desafio à garantia do acesso universal à saúde. Sabendo disso, o Pardini busca estar presente nas pequenas aldeias indígenas, oferecendo suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS), até nos mais modernos hospitais de grandes centros urbanos do país.
Outro desafio é a diversidade cultural de seu povo, o que pede análises permanentes de mutações e características hiperlocais. Por mais que os marcadores oficiais sejam os mesmos, o contexto genético influencia no diagnóstico. Imagine as diferenças genéticas e culturais dos povos da floresta vivendo no Norte do país, de descendentes japoneses de terceira geração vivendo no Mato Grosso do Sul e de um executivo nascido e criado no Recife. Torna-se ainda mais fundamental que, por trás das máquinas, estejam técnicos competentes e vocacionados para dialogar com médicos de todo o país.
Para cumprir seu propósito, o Pardini também se questiona o tempo todo: por que não? Desde a fundação, seu core business se mantém, a Medicina Diagnóstica. Mas o jeito de fazer é diferente.
O Pardini é relevante porque é um negócio fora do padrão, que tem como alavanca de sucesso a diversificação de receitas: uma voltada ao consumidor final (business to consumer) e outra à prestação de serviços a outras empresas (business to business). Além disso, está permanentemente atento e conectado a toda a cadeia de valor da saúde: paciente, médico prescritor, laboratório ou hospital que presta o serviço, operadoras de saúde/empresas/governo que pagam pelo serviço, universidades e órgãos reguladores. Para o Pardini, todos são clientes e precisam ter suas necessidades atendidas com qualidade, respeito à privacidade e economicidade.
Acervo Grupo Pardini Guardian - genética molecular“O que mais me traz orgulho são as pessoas com quem trabalho no Pardini. É incrível como todos demonstram, no dia a dia, a essência na preocupação com a qualidade do diagnóstico, com o cuidado assistencial. É uma preocupação genuína e cheia de propósito.”
JOÃO ALVARENGA
direTor eXecuTiVo de Ti e diGiTAL
Foto: Beto Staino
Um negócio virtuoso de Medicina Diagnóstica precisa combinar eficiência e eficácia nas duas pontas: pacientes que necessitam do serviço e investidores. De nada adianta garantir lucro aos acionistas sem a certeza de que seus produtos e serviços são realmente relevantes. Da mesma forma, não há excelência em atendimento e acurácia sem sustentabilidade econômico-financeira. Nos últimos 15 anos, a receita do Pardini cresceu de maneira sustentável, ano após
ano. Em 2022, foram mais de R$ 2,2 bilhões em receita bruta frente aos R$ 302 milhões apurados em 2008.
Nessa trajetória, os dados financeiros sempre vieram acompanhados de crescimento real na operação. Volume de exames, marcas, clientes atendidos, satisfação do cliente. São evidências de que a empresa cresceu de maneira sólida, madura e eficiente.
O Pardini encerrou 2022 como o segundo maior realizador de exames do Brasil, superando os 200 milhões de testes realizados no período. Seu portfólio é o maior do país, com mais de 8 mil tipos de testes, desde hemogramas até o diagnóstico de doenças raras. É uma companhia referência em eficiência operacional, reconhecida por toda a cadeia de saúde.
Mais de 165 milhões exames processados Mais de 6 mil colaboradores
21 marcas Mais de 7 mil clientes Lab-to-Lab
182 unidades PSC
92 mil km rodados por dia Cerca de 2,2 mil cidades atendidas em todo o Brasil Mais de 8 mil exames no portfólio
Um dos traços comuns das empresas familiares no Brasil é a dificuldade de se pensar a sucessão. Mais ainda quando o fundador segue apaixonado pelo negócio. Dados do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) mostram que mais de 72% desse perfil de organização não têm plano de sucessão.
Realizar esse processo de transição não era um tema para o Doutor Hermes Pardini, mas, em 2004, começou a fazer parte das reuniões de família. Como garantir a perenidade do negócio, seu crescimento e relevância, sem a presença do fundador que dava nome à empresa? Por mais delicado que fosse o assunto, ele deveria ser enfrentado. E foi.
Em 2005, iniciou-se um processo de apropriação do negócio por parte da segunda geração da família Pardini. A proposta era realizar as mudanças de maneira orgânica e estruturada, sem traumas para o fundador. E, em paralelo, vislumbrar um movimento de crescimento que honraria o legado de Doutor Hermes. Até porque o mercado estava cada vez mais competitivo. Ou o negócio crescia de maneira exponencial, ou corria sérios riscos de sobrevivência.
O primeiro passo foi a criação de um comitê executivo multidisciplinar, envolvendo gerentes de diversas áreas e vinculado diretamente aos membros da segunda geração. Coube a esse grupo fazer uma análise profunda dos processos gerenciais da
ROBERTO SANTORO
direTor-PresidenTe do GruPo PArdini
“A governança foi o que possibilitou organizar melhor o negócio para crescer mais. Não há busca de capital sem governança. Não há segurança jurídica sem governança. Não há estabilidade de negócio sem governança.”Foto: Beto Staino
empresa, buscando criar sinergias, reduzir desperdícios e acelerar fluxos. Sempre com foco no cliente. Esse processo fez brotar uma geração de profissionais de saúde com forte vínculo com a gestão de negócios.
Coube também a esse grupo multidisciplinar a responsabilidade de participar do primeiro grande planejamento estratégico do Pardini, liderado pela Fundação
Dom Cabral (FDC), em 2007. Foram meses de análises profundas dos mercados nacional e internacional, forças e fraquezas da marca e oportunidades de mercado. Pela primeira vez, a empresa conseguiu tangibilizar sua visão de dez anos em um documento. Todas as ideias e as reflexões foram apresentadas e aprovadas pelo fundador e por sua família.
A partir daí, o processo se deu com o protagonismo das lideranças internas que se formaram e amadureceram junto com a empresa. Imaginava-se, com razão, que seriam eles os líderes das transformações com foco no futuro do negócio. E assim aconteceu.
Partiu desse primeiro planejamento estratégico uma das decisões mais difíceis e sábias da história da empresa: dividir a operação em duas unidades de negócio; uma voltada ao atendimento direto a pacientes (hoje chamada de Patient Service Center – PSC) e outra dedicada à prestação de serviços para outros laboratórios (Labto-Lab). O negócio B2B já era uma realidade no Pardini há quase uma década, mas com a visão de ser um complemento para aproveitar as oscilações de demanda nas unidades produtivas. Ao perceber que havia um imenso mercado a ser explorado, com abrangência nacional, era preciso um salto de consistência. E era preciso ter foco.
Foram necessários alguns anos para que a empresa e a família acionista se sentissem seguras para fazer as transições necessárias. Em 2008, foi colocado em prática o processo de governança corporativa, com a formalização de processos e a organização de novos rituais para tomada de decisão. Também coube à FDC o suporte nessa etapa crucial.
Como passo mais simbólico do processo de governança, houve o afastamento direto do fundador e de sua família da rotina da empresa. Doutor Hermes passou a presidir o Conselho de Família, composto também por sua esposa, Carmem, e seus três filhos – Áurea, Regina e Victor. Também houve a separação dos ativos da família e dos bens da empresa por meio da criação do Family Office
Para liderar a gestão da empresa, foi constituída a figura do diretor-presidente.
Aos poucos, aqueles gerentes que participaram das reflexões estratégicas foram alcançando postos mais relevantes; primeiro como assessores do fundador, depois como diretores estatutários. O Conselho de Administração foi formado pelos três membros da segunda geração da família Pardini, além de três conselheiros externos. A professora Elismar Álvares, da FDC, foi escolhida como Advisor para acompanhar as reuniões e assessorar os participantes nessa nova realidade.
Começava ali um novo momento para o Pardini. Ao mesmo tempo em que a empresa passava a ser gerida por pessoas de mercado, com autonomia delegada, iniciava-se uma era de crescimento exponencial. O sonho era conquistar o Brasil.
“A governança trouxe um impulso maior para o crescimento.
E, na minha visão, em momento algum ela desconstrói o passado, mas traz um olhar maior, de gerar resultado, de ter uma viabilidade econômica e de dizer para as pessoas com muita verdade: ‘olha, esse é o nosso rumo. Vem com a gente!’ Isso aconteceu
RÚBIA SPINDOLA
direTorA de PessoAs, cuLTurA e desenVoLVimenTo orGAniZAcionAL
comigo.”
Tão importante quanto nos rituais de gestão, a governança corporativa implantou uma nova prática de compartilhamento de resultados da empresa. Era necessário um compliance compatível com as melhores práticas do mercado. A partir de 2008, o Pardini passou a contar com auditorias anuais realizadas por empresas de referência, além de manter relacionamento estreito com o mercado financeiro.
Pode até parecer clichê, mas um dos maiores méritos da cultura do Pardini é o investimento nas pessoas. O processo de governança corporativa abriu espaço para consolidar um valor que já era praticado, mas que naquele momento ganhou força e protagonismo: a valorização dos talentos internos.
A geração de técnicos e gestores que despontou na empresa a partir de 2008 foi responsável por criar e conduzir com sucesso a estratégia do negócio nos últimos 15 anos. Um percurso que se deu com equilíbrio notável entre propósito, capacidade de inovação e estabilidade na gestão.
A construção da relação duradoura com essa geração de profissionais se mostrou uma aposta acertada. Vínculos fortes foram revertidos em conhecimento profundo do negócio, alinhamento cultural e o compromisso verdadeiro com a essência do fundador: promover o acesso à saúde e à medicina diagnóstica, oferecendo as melhores soluções disponíveis no mercado.
“Meu pai viveu para essa empresa, respirava o laboratório.
Era uma pessoa carismática, passava o dia conversando com pacientes e médicos. À noite, quando todos dormiam, ele estudava. Ele deixou conosco um legado muito grande, que é o amor à empresa e às pessoas: pacientes, colaboradores, médicos, parceiros.”
REGINA PARDINI
AcionisTA e Vice-PresidenTe do conseLho de Adm do GruPo PArdini
Uma das principais razões do sucesso empresarial do Pardini está na sua disciplina estratégica. Desde o primeiro planejamento estruturado, em 2007, a organização sabia onde queria chegar. Perseguiu esse caminho com obstinação, sempre defendendo seu core business: a Medicina Diagnóstica.
O Pardini é case de um negócio que conseguiu, ao mesmo tempo, fortalecer o seu core e estimular a diversificação de receitas. E assim o faz porque acredita que a Medicina Diagnóstica está em constante movimento e que não faz sentido não estar à frente dessas evoluções.
A empresa encerrou o ano de 2022 com oito canais de venda e relacionamento com clientes de diversas naturezas:
Patient Service Center (PSC)
Unidades próprias de atendimento direto ao paciente
Apoio Laboratorial (Lab-to-Lab)
Prestação de serviços para laboratórios de todo o país
Apoio Hospitalar
Prestação de serviços laboratoriais para hospitais e operadoras de saúde
Medicina Personalizada
Realização de mais de 6 mil testes genéticos e genômicos via PSC e Lab-to-Lab
Anatomia Patológica
Realização de testes a partir de uma rede colaborativa digital em todo o país
Toxicologia
Realização de exames toxicológicos operacionais e forenses
Análise e emissão de laudos a distância, incluindo aconselhamento genético
Distribuição
Marketplace de equipamentos e insumos para laboratórios
Do ponto de vista empresarial, esses canais se organizam em duas unidades de negócio: PSC e Lab-to-Lab. Como cada uma representa, em média, 50% da receita, eventuais instabilidades em uma frente são compensadas pelo resultado da outra.
Essa foi a visão elaborada, ainda em 2007, no primeiro planejamento estratégico estruturado do Pardini, realizado pelas lideranças emergentes da empresa com o suporte da Fundação Dom Cabral.
Desde então, o Pardini sempre se posicionou à frente dos concorrentes na implementação de soluções que atendessem às necessidades da cadeia de saúde.
Pacientes querem resultados seguros e ágeis; médicos buscam praticidade e assessoria; operadoras de saúde e empresas buscam melhor custo-benefício; hospitais e laboratórios buscam soluções eficientes de terceirização; o governo quer dados epidemiológicos qualificados e a indústria farmacêutica precisa de suporte para implantação de novas tecnologias. Tudo isso por trás de um único teste.
Fotos: Divulgação Grupo Pardini
Seja por terra, água ou ar, a logística do Pardini chega diariamente a mais de 2 mil municípios brasileiros
conhecimento raro.
A gente realmente ajuda nossos clientes Labto-Lab a crescerem, a se desenvolverem. As inovações e experiências são compartilhadas praticamente em tempo real.”
FERNANDO RAMOS
direTor eXecuTiVo de neGÓcios
LAB-To-LAB
Foto: Arquivo pessoal
“O fato de o Pardini também ter um negócio PSC traz um modelo de compartilhamento de
Apaixonado pelo diagnóstico e um empreendedor obstinado, Doutor Hermes foi um dos pioneiros no Brasil na realização de testes para outros laboratórios, ainda na década de 1990. Mais que concorrentes, ele acreditava que os laboratórios deveriam ser parceiros, e que o Pardini, com o tamanho e a obsessão por tecnologia que tinha, poderia utilizar sua eventual capacidade ociosa para realizar exames de terceiros.
Em pouco tempo, essa demanda foi estimulando novas e frequentes expansões nas áreas técnicas do Pardini. O negócio começou a crescer de maneira exponencial, mas a estrutura e a cultura da empresa continuavam sendo nutridas com foco nas unidades próprias de atendimento da marca Hermes Pardini.
Ao mesmo tempo em que o Pardini era relevante para outros laboratórios porque conhecia, em profundidade, o dia a dia do segmento, a falta de foco no serviço de apoio limitava as possibilidades de crescimento da empresa.
No Planejamento Estratégico de 2007, as lideranças do Pardini se deram conta do imenso mercado que poderia ser explorado no país e que, para conquistálo, a empresa precisava se preparar, investir e dedicar-se de verdade. Um ano depois, uma nova estrutura organizacional foi implementada na empresa,
dividindo-a em duas unidades de negócios: uma dedicada às unidades próprias de atendimento e outra ao apoio laboratorial (Lab-to-Lab).
A partir de então, o negócio B2B passou a crescer de maneira expressiva. A missão era ambiciosa e estimulante: conquistar o Brasil, de Norte a Sul, levando acesso ao diagnóstico de qualidade. Como primeiro entrante, o Pardini foi fundamental no suporte às políticas públicas e à legislação sobre armazenagem e transporte de amostras biológicas, coleta, laudos, etc. Isso deixava claro o pioneirismo da empresa.
O Pardini segue líder desse mercado que cresce ano após ano. E, para levar diagnóstico a todo o país, teve que fortalecer outras competências-chave para além da realização de exames laboratoriais, como logística e tecnologia.
Seja de carro, moto, avião, barco ou drone, diariamente, a equipe do Pardini chega a mais de 2 mil municípios brasileiros. É uma operação complexa e rara, uma vez que se trata de transporte de amostras biológicas que exigem segurança e muita responsabilidade. Em paralelo, uma robusta estrutura tecnológica garante a rastreabilidade de todo o processo, a proteção dos dados e a distribuição ágil dos resultados.
“Se a gente parar pra pensar, há 30 anos, não existia apoio laboratorial. Quando um paciente precisava fazer um exame de alta complexidade, ele precisava se deslocar a uma cidade grande para a coleta. Era caro, difícil, raro. Hoje é o tubo que viaja. Felizmente, o melhor diagnóstico está disponível a todos os cantos do país. Isso sim é propósito.”
FERNANDO RAMOS
direTor eXecuTiVo de neGÓcios
LAB-To-LAB
Foto: Arquivo pessoal
5 mil parceiros, em todo o Brasil, que já contam com a máxima agilidade e precisão em mais de 3 mil tipos de exames. Com o Hermes Pardini não tem dúvida, tem confiança.
• Assessoria científica especializada e transferência de know-how
• Controle da produção, segurança e rastreabilidade em tempo real
• Validação de resultados e assessoria centralizada
• Diversificação do portfólio com testes especializados
• Modelo produtivo de excelência
A tecnologia voltada à saúde avança de maneira acelerada. A cada dia surgem novos testes, cada vez mais eficientes, que facilitam o diagnóstico precoce de diversas doenças. Porém, a busca está em garantir acesso e escala a esses testes. Esse tem sido o maior desafio do Pardini.
Com o aumento de escala, o custo dos exames cai, assim como a possibilidade de mais pessoas poderem ter acesso a eles. Seja em um grande hospital de São
Paulo ou em um pequeno laboratório na região amazônica, todos os brasileiros têm direito a um diagnóstico de qualidade que salva vidas e contribui para o bem-estar social.
Por isso, o desafio do Pardini não está simplesmente na realização e na oferta de exames, mas na constante atualização e na busca por torná-los mais acessíveis. Em paralelo, um trabalho intenso de formação é realizado em todo o país, nas diferentes áreas da saúde. Pouco adianta um novo teste genético ser implementado se o profissional médico não sabe da sua existência, tampouco como solicitar e analisar o resultado. O mesmo se dá com um laboratório parceiro que necessita de conhecimento para a coleta, o armazenamento e o transporte das amostras. Ou, ainda, as operadoras de saúde e governos, que precisam incluir o teste no rol de coberturas.
O que faz do Pardini um negócio raro e relevante, com resultados de ponta a ponta, está exatamente na sua capacidade de atender a públicos diversos, com objetivos distintos, a partir de um único exame. Para todos. A todo momento.
O desafio do acesso à alta especialização
Para uma empresa que tem como propósito garantir acesso ao que há de melhor no diagnóstico, a capilarização territorial dessas práticas é um dos grandes desafios. Os cerca de 7 mil laboratórios parceiros do Pardini se tornam verdadeiros polos de difusão de conhecimento. É o caso do laboratório Madre Águeda, na pequena Boqueirão do Leão, município com menos de 8 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul.
A proprietária, a bioquímica Valquíria Giacomini Pinheiro, participava de um dos encontros de capacitação oferecidos pelo Pardini quando soube de um grupo de testes para doenças genéticas e sua importância para o diagnóstico de doenças raras. Logo ela se lembrou da história de um paciente de sua cidade que poderia ser aderente ao quadro: uma criança de quase dois anos cuja movimentação do corpo estava aquém da média esperada para a idade. A mãe travava uma verdadeira odisseia diagnóstica, de médico em médico, mas sem saber o que filho tinha.
O que mais impressionou Valquíria foi saber que ela mesma poderia colher o material genético para o teste. A amostra de sangue do paciente foi coletada com papel filtro, acondicionada de forma segura e enviada em uma embalagem especial para o centro de análises do laboratório DLE. Em poucos dias, os resultados de sequenciamento genético confirmaram a mutação que causou a deficiência da enzima beta-galactosidase. Uma doença tão rara que, no Brasil, havia apenas 18 casos identificados até então.
Graças ao diagnóstico assertivo, os médicos puderam seguir com o tratamento da criança. Valquíria conseguiu atender bem a um cliente, mudando a história de vida da criança e de sua família, e também foi transformada pela experiência: ela viveu o propósito do diagnóstico na prática.
Um cientista de jaleco branco, com olhar atento ao microscópio, no subsolo silencioso de um hospital. Há quem imagine que processar um exame laboratorial ainda seja assim. Agora, considere realizar mais de 160 milhões de exames por ano… haja cientista, haja subsolo.
Desde sempre, o Pardini nunca acreditou nesse estereótipo. Doutor Hermes se intitulava um cientista do diagnóstico e usava sua inquietação para buscar, a todo momento, equipamentos que ajudassem os profissionais a produzir cada vez mais e melhor. A inovação foi um dos caminhos escolhidos para seguir com o desejo de oferecer o acesso a exames em todo o país, a uma população de quase 215 milhões de habitantes. Essa sede por inovação contaminou positivamente a cultura, alcançando todas as áreas da empresa.
O modelo produtivo sempre foi um diferencial competitivo do Pardini. Uma busca incansável por realizar cada vez mais testes, mais confiáveis, com mais agilidade e menor custo. O resultado dessa equação é que o Pardini se tornou um case de eficiência operacional.
Uma das razões para o sucesso foi a chegada de novas competências para o negócio. No Pardini, tornou-se comum o diálogo entre profissionais da Saúde e da Engenharia. As trocas e interações entre campos de conhecimento são hoje o verdadeiro berço de inovações incrementais e disruptivas. Seja nos tubos, nas máquinas ou nas nuvens, sempre há alguém observando as partes de um processo produtivo longo e complexo em busca de melhorias.
Em 2007, uma das análises mais profundas realizadas no planejamento estratégico do Pardini era a necessidade de se fortalecer, ainda mais, a inovação no modelo produtivo. Seria impossível crescer exponencialmente sem uma transformação na forma de se processar os exames, ou com o modelo gerencial e a cultura organizacional até então praticados. A estratégia do negócio pedia novas abordagens.
Até então, assim como nos principais laboratórios brasileiros, o modelo produtivo repetia o padrão das universidades, dividido por áreas: Hematologia, Endocrinologia, Bioquímica, Imunologia, etc. Eram departamentos isolados, em locais diferentes. A solução proposta foi centralizar e horizontalizar a produção, buscando maior sinergia, otimizando equipamentos e melhorando os processos como um todo. Era preciso um único espaço que unificasse toda a lógica do laboratório.
Antes e depois: as mais de 20 salas de processamento de exames deram lugar a um moderno Núcleo Técnico Operacional, em 2010
Em 2008, tomou-se a decisão de implantar uma nova sede para o Pardini, que integrasse não só a produção, mas também as equipes administrativas e de suporte. Dois anos depois, em 2010, foi inaugurado o Núcleo Técnico Operacional (NTO), então o maior polo de produção centralizada de exames do Brasil.
O NTO simbolizou a mudança de uma cultura. Centenas de técnicos passaram a trabalhar juntos, unindo esforços e conhecimentos em prol da realização de testes de qualidade em grande escala. Pela primeira vez, viu-se exames serem realizados com processos industriais e práticas de inteligência logística. Agora sim a empresa estava pronta para crescer exponencialmente.
“Naquele momento, a empresa tomou o rumo certo, que foi criar o Núcleo Técnico Operacional em Vespasiano. Aquilo foi um impulso para a empresa respirar e ter um novo ciclo. Foi também a maior ousadia, a pedra fundamental de toda a história recente do Pardini. As lideranças que idealizaram o NTO tomaram a decisão correta.”
CAMILO DE LELIS
direTor eXecuTiVo de finAnçAs e reLAçÕes com inVesTidores
A localização do NTO era outra grande inovação. A área produtiva do Pardini deixava a região hospitalar de Belo Horizonte, onde esteve por cinco décadas, e migrava para o município de Vespasiano, na Região Metropolitana, para estar mais próxima dos modais logísticos terrestre e aéreo. Já se imaginava que a proximidade com o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte seria um grande atributo para receber exames de todo o país.
Instituto vai investir mais de R$7 milhões em 16 novos pontos na Grande BH
Antes da implantação do NTO, em 2009, o Pardini contava com 22 mil m² de área técnica, divididos em dezenas de imóveis de pequeno e médio portes, no Centro de Belo Horizonte. Nessa época, a empresa processava 27 milhões de exames por ano. Dez anos depois, em 2019, já processava 99,9 milhões, ou seja, mais de 3 vezes, em uma área menor, de 18 mil m².
O NTO também possibilitou a inovação no modelo de relacionamento com os fornecedores, menos pautado no portfólio de equipamentos e reagentes e mais aderente às expectativas e aos planos de inovação da empresa. Equipamentos que até então tinham de ser adquiridos passaram a operar em contratos de comodato, reduzindo a necessidade de investimentos diretos.
“A mudança no modelo produtivo gerou uma grande transformação no Pardini, não apenas tecnológica, mas humana também. Assim como os setores eram separados, as culturas também eram. Quando fomos para um único espaço, a gente aproximou o pensamento dos colaboradores a respeito da empresa e seu propósito. Ficou muito mais claro que o trabalho de um depende do outro, e que tem um paciente do lado de fora dependendo de todo mundo.”
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG
Outra evolução do NTO foi a maior segurança durante o processo de análise do material biológico. Com o novo método, quase 60% dos exames passaram a ser processados sem o contato humano, evitando, assim, contaminações das amostras e risco à segurança dos profissionais envolvidos.
“Este foi sempre o conceito de eficiência operacional do Pardini: vamos olhar a melhor tecnologia existente, que vai nos permitir trazer mais escala para diluir custos, para que isso se torne relevante para o cliente. Se a gente está trazendo inovação e automação, é porque o cliente precisa desse teste o mais rápido possível. Independentemente de onde ele estiver.” ROBERTO SANTORO
Cinco anos após a implantação do NTO, o Pardini voltou a se inquietar com seu modelo produtivo. Uma nova transformação era necessária para manter a empresa competitiva nacionalmente e prepará-la para saltos ainda maiores de crescimento.
A pressão por resultados mais rápidos aumentava, assim
como para a redução dos custos. Em paralelo, o sucesso do Lab-to-Lab, bem como a onda crescente de aquisições, já permitia antever que o futuro seria próspero.
Um novo modelo produtivo deveria surgir para os próximos anos. Contudo, mais uma vez, o Pardini não se limitou ao acesso às prateleiras dos grandes fornecedores internacionais de equipamentos e insumos. Mudou o paradigma para desenhar internamente um processo baseado nas expectativas de seu corpo técnico. Nesse novo projeto foram envolvidas todas as principais áreas da empresa. Além da equipe da produção, fizeram parte do time multidisciplinar profissionais das áreas financeira, compras, faturamento, recursos humanos, comercial, entre outras.
Núcleo Técnico Operacional Enterprise em Minas Gerais: um dos maiores site plan de produção de exames do mundo
inquieta. A gente
pode achar que está bom. Se a gente acha que está bom, alguém vai lá e faz melhor que a gente. É por isso que buscamos sempre a melhoria contínua. Zona de conforto é algo que não existe na cultura do Pardini.”
GUILHERME COLLARES direTor eXecuTiVo de oPerAçÕes
“O Pardini é uma empresa
nunca
Este novo salto no modelo produtivo foi batizado de Enterprise, simbolizando a ambição do negócio de chegar ainda mais longe. Foram seis anos de desenvolvimento até que o novo modelo ficasse 100% concluído. Mais uma vez, o Pardini escolheu diferentes fornecedores de tecnologias, equipamentos e soluções, ao invés de concentrar toda a operação em um só parceiro. Foi criado um modelo inédito, utilizando o que havia de melhor em cada empresa. O desafio foi conseguir estabelecer interfaces entre os equipamentos, bem como o diálogo entre mais de 250 profissionais de mais de 20 países.
Em conjunto, o Enterprise buscou e realizou mudanças estruturais na forma como se pratica Medicina Diagnóstica. Dentre as inovações, está a construção de uma soroteca 100% automatizada que permite a repetição de testes a um simples clique no sistema.
O resultado é uma entrega não só de alta performance, agilidade e qualidade, mas também de grande confiabilidade, uma vez que todas as etapas de produção foram alinhadas às regras de compliance, garantindo segurança para todos os stakeholders envolvidos no processo.
Reunião de acompanhamento da implantação do Enterprise: mais de 250 profissionais de 20 países
Do ponto de vista de negócios, o Enterprise também traz inovações significativas, a começar pelo aumento da capacidade produtiva e pela redução de custos com máquinas. Destaque para a gestão de estoques de insumos e reagentes, que passou a seguir o modelo just in time, bem como o pagamento a fornecedores que passou a ser por teste reportado, evitando eventuais desperdícios do processo. O próprio processo de produção tornou-se ativo da empresa, podendo ser implantado e conectado em laboratórios parceiros em todo o mundo.
Uma das premissas do projeto foi a redução da possibilidade de erro humano, especialmente nas etapas mais críticas, com o uso de tecnologia e automação desde as fases iniciais do pré-analítico até o armazenamento de amostras. Com o nível de automação alcançado nas plantas produtivas do Pardini, aumentou de 46% para 90% a proporção de resultados processados em menos de seis horas, com alto nível de confiabilidade.
Soroteca: capacidade para milhares de tubos com segurança e 100% de automação
Para que a ousadia do modelo Enterprise desse certo, foi preciso estabelecer relações de verdadeira parceria com os fabricantes e fornecedores. Um dos casos de sucesso foi com a Siemens Healthineers, responsável por uma das soluções fundamentais do projeto. A esteira High Throughput de alta performance possibilitou que a solução de automação se tornasse dez vezes mais rápida do que as convencionais. Na verdade, trata-se de um conjunto de esteiras que circula todo o site plan, resultando em uma logística interna inteligente para as amostras e com 100% de monitoramento de todo o processo.
Assinatura do contrato Enterprise com a Siemens
De maneira completamente digital, em qualquer lugar do Brasil, é possível monitorar e rastrear todas as amostras, solicitar novos testes e interagir com assessores científicos. Ao longo das esteiras, cada tubo é fotografado em todo o trajeto, visando apurar e corrigir eventuais erros de procedimento.
Para tudo isso funcionar, foi preciso olhar em conjunto para o ciclo completo dos testes e com atenção ao resultado global, não apenas a uma etapa do processo. No Enterprise, o Pardini e seus parceiros se tornaram de fato um time, todos em busca da melhor solução.
Um dos destaques inovadores do Enterprise foi a criação da Sala de Comando centralizada, que pode ser considerada “o coração” da produção. Nela, equipes de especialistas atuam 24 horas por dia, acompanhando e checando todo o fluxo de produção tanto no NTO quanto em todos os Núcleos Técnicos Avançados (NTAs) espalhados pelo Brasil.
O modelo teve como referência as salas de comando das grandes companhias aéreas, que trabalham com milhares de variáveis e precisam detectar falhas em segundos. No caso do Pardini, como o volume de produção é muito elevado, qualquer interrupção de minutos pode gerar atrasos e gargalos de horas em todo o sistema automatizado.
A Sala de Comando também acompanha a perspectiva do cliente. Qualquer que seja o elo na cadeia de saúde – do paciente ao médico, da operadora de saúde ao hospital –, ele está sendo considerado e monitorado, com todo o suporte tecnológico e de conhecimento técnico, dentro das suas necessidades e especificidades.
São mais de 100 profissionais dedicados aos clientes de todo o país, com a capacidade de prestar assessorias científica e médica, além da orientação de especialistas do Núcleo de Atendimento ao Judiciário, que é vinculado aos testes de paternidade.
Em 2015 e 2016, o Brasil viveu a epidemia do Zika vírus (ZIKV). O volume de casos suspeitos crescia nos hospitais e unidades de saúde de todo o território nacional, independentemente do perfil social. Aos poucos, o país tomava conhecimento dos impactos da doença em gestantes e recém-nascidos. Especialmente entre essas mulheres, havia um misto de desamparo e angústia por uma resposta mais ágil. Apesar disso, o diagnóstico era raro e importado. Após a coleta, o material seguia de avião para um laboratório na Espanha e o laudo era liberado em cerca de 15 dias. Na maioria dos casos, o resultado chegava já com o paciente assintomático ou com graves consequências.
Ao perceber a situação que se agravava, uma força-tarefa foi montada a fim de se estudar as melhores possibilidades de realização desse teste no Brasil. Um time multidisciplinar foi criado com profissionais do Pardini e pesquisadores de universidades. Após algumas semanas, o Pardini tornou-se o primeiro laboratório brasileiro a oferecer ao mercado de saúde seu próprio teste para detecção do Zika vírus, com custo 50% menor e prazo de quatro dias para o resultado. Todo o mercado de saúde foi beneficiado.
Esse é apenas um das centenas de exames que o Pardini investiu, pesquisou e conseguiu realizar internamente, a partir da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Para um mercado em constante crescimento e evolução, não basta apenas acompanhar a melhor tecnologia oferecida, o desafio está em torná-la acessível a todos os brasileiros.
Anúncio de comemoração do Dia do Médico Patologista
O Pardini conta com uma área dedicada à Pesquisa e ao Desenvolvimento desde 2013, mas a cultura científica faz parte do DNA da empresa. Doutor Hermes era conhecido por ficar imerso nos laboratórios de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais em busca de soluções para os desafios de diagnóstico. Formou gerações de profissionais inquietos, sempre em busca de soluções que colocassem o Brasil nos mesmos patamares dos players internacionais de análises clínicas.
Multiplicou conhecimento ao somar a produção e as conquistas da área de P&D à expertise das empresas adquiridas. Além disso, a conexão com universidades e centros de pesquisa se mantém como prática da empresa.
“A inovação em produto, a pesquisa e o desenvolvimento são parte essencial da nossa estratégia. Muitas empresas cometem o erro de criar um departamento e achar que toda inovação vem dali. O Pardini inseriu a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação no seu cerne, na estratégia e na base do negócio. Então, toda a empresa pensa de maneira inovadora e contribui para a inovação acontecer.”
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG Foto: Leo Lara
Desde a fundação até 2022, ano em que o Pardini alcançou mais de 8 mil exames em seu portfólio, o desafio continua sendo garantir que essa robustez tecnológica não fique restrita a uma pequena parcela da sociedade. Para promover acesso de verdade, é preciso que a relação custo-benefício seja equilibrada.
Os exames de paternidade, por exemplo, eram raros até que, em 1999, o Pardini investiu na internalização das melhores técnicas que assegurassem um custo adequado a esse teste fundamental para a garantia de direitos.
Outra frente importante da prática de P&D do Pardini é o compartilhamento de conhecimentos que são relevantes não só para a empresa, mas para todo o segmento da Medicina Diagnóstica. No Brasil, o Pardini é presença constante nos principais congressos sobre o tema. Nos últimos anos, foram mais de 120 trabalhos científicos apresentados, fortalecendo a marca, seus profissionais e as universidades parceiras.
Desde 2017, o Pardini é reconhecido anualmente como uma das cinco empresas mais inovadoras do Brasil, na categoria Serviços Médicos do Prêmio Valor Inovação, realizado pela Strategy& e pelo jornal Valor Econômico. Dentre os principais atributos apontados no ranking, está o uso qualificado do conceito de inovação aberta, parcerias estruturadas com centros de pesquisa e startups, além do estímulo à participação de todos os colaboradores no processo de inovação.
Em 2015, a promulgação da Lei Federal 13.103 tornou obrigatória para empresas e motoristas profissionais a realização de testes que detectam o uso de substâncias psicoativas. A decisão provocou grande movimentação na sociedade, uma vez que não havia empresas preparadas para a alta demanda que estava por vir.
Com a experiência adquirida ao longo de décadas na realização de testes toxicológicos ocupacionais, o Pardini mobilizou suas equipes para buscarem alternativas que garantissem acesso ao teste exigido, mas com escala e logística que chegasse a todo o país.
O primeiro passo foi firmar uma parceria comercial com a norte-americana Psychemedics, uma das maiores realizadoras de testes toxicológicos de janela ampliada do mundo, tendo como intermediária a subsidiária Psychemedics Brasil. Pelo acordo, cabiam ao Pardini a comercialização e a coleta do material genético em suas unidades PSC e parceiros Lab-to-Lab, bem como a logística até a sede da empresa nos Estados Unidos.
A parceria funcionou, mas o desafio de garantir a melhor relação custo-benefício ainda estava aquém do esperado. Após meses de negociações e construções coletivas, o Pardini desenhou e executou uma nova estratégia para realizar todo o processo dentro do território nacional.
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG
“Costumo dizer que a área comercial garante o resultado desse mês, do agora. A inovação, a pesquisa e o desenvolvimento garantem o resultado daqui a dez anos, daqui a cinco anos, daqui a três anos. E essas áreas têm que conversar.”
O primeiro passo foi adquirir a Psychemedics Brasil, empresa que detinha a expertise do modelo de negócios, bem como a relação com empresas e pontos de venda especializados. Em paralelo, o Pardini adquiriu a Labfar, startup que havia criado um modelo de realização do teste 100% nacional, homologado pelos órgãos reguladores. Com as operações, o Pardini unia dois negócios complementares, nascendo a Toxicologia Pardini.
A estratégia abriu uma frente de receitas importante para o Pardini. Em paralelo, possibilitou a oferta dos exames com maior celeridade e menor custo. Acreditase que, em 2022, a Toxicologia Pardini detenha parte significativa do mercado de testes toxicológicos de janela ampliada no Brasil.
Figura
Gostava de receber os pacientes e investia boa parte de seu dia no diálogo com médicos prescritores sobre temas clínicos. Assim foi sendo construída a reputação do Instituto Hermes Pardini, em Belo Horizonte. Uma empresa tecnicamente orientada e dedicada a responder às necessidades de seus clientes.
Por outro lado, o Pardini sempre se posicionou como uma empresa discreta. Apesar de investir pouco em propaganda quando comparado aos demais players de saúde locais, sempre figurou no ranking das marcas mais queridas e lembradas de Minas Gerais. Um indicador claro de sua reputação e relevância.
Apesar de prestar serviços para laboratórios de todo o país desde 1997, o Pardini sempre foi reconhecido na cadeia de saúde como uma empresa genuinamente mineira. No planejamento estratégico de 2007, essa questão veio à tona. O sonho de se tornar uma empresa nacional, com ações em bolsa, pedia uma série de evoluções, entre elas uma marca que suportasse toda essa evolução.
Isso ia além do desenho do logotipo. Era necessário ter uma cultura de visibilidade compatível com os desafios do negócio. A missão foi compreendida pela equipe
executiva e, desde então, a presença de marca segue um ciclo crescente e positivo, sempre respeitando a cultura da família fundadora.
O divisor de águas dessas mudanças veio em 2011 com a aquisição de 30% das ações do Pardini pela Gávea Investimentos. Como fundo de private equity reconhecido por apostar em empresas de alto potencial, foi ele o grande acelerador de visibilidade para a empresa. Até então uma empresa de capital familiar e relacionamento restrito à cadeia de saúde, o Pardini passou a dialogar com o mercado financeiro. Em paralelo, adotava práticas de transparência esperadas de uma empresa S.A., com publicação de balanços, bem como o relacionamento mais estreito com entidades e lideranças de mercado para além da Medicina Diagnóstica.
“Até a chegada de um investidor, a gente era muito low profile e tinha uma comunicação mais técnica. Conversava com o médico, com o fornecedor da área de saúde. De repente, tivemos que começar a conversar com a sociedade, com investidores e a ampliar o leque de diálogo. E obviamente, com a abertura de capital e a entrada de novas empresas no Grupo Pardini, foi um caminho sem volta para uma nova postura de comunicação, mais ativa e engajada.”
CRISTIANE VIEIRA
GerenTe corPorATiVA de mArKeTinG
O mercado queria conhecer quem era essa empresa. E o Pardini, com sua cultura discreta e cuidadosa, foi rompendo as montanhas mineiras e conquistando o Brasil. O grande salto ocorreu em 2017, quando o Pardini abriu seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), na categoria Novo Mercado. Em 14 de fevereiro daquele ano, acionistas e executivos tocaram o icônico sino, pela primeira vez, para iniciar a comercialização de cerca de 35% do capital da empresa. A oferta inicial de ações movimentou quase R$ 880 milhões. O Pardini chegava a outro patamar enquanto organização.
Para o mercado, a marca Grupo Pardini começou a ser fortalecida. O laboratório mineiro se transformou em um dos maiores grupos de Medicina Diagnóstica do país, considerando faturamento, produção, portfólio e capilaridade. Um grupo
multimarcas, multimercados, multiclientes. Completo e relevante para toda a cadeia de saúde. Exatamente como previa o planejamento estratégico de 2007.
Em 2009, prestes a completar 50 anos de história, o Pardini percebeu a urgência de conectar sua identidade visual com o novo momento de transformação e evolução da empresa. As formas retas, explorando as letras H e P, deram lugar à organicidade, inspirada exatamente na análise do microscópio. O círculo e o movimento dariam novo simbolismo para a presença da empresa.
A presença corporativa nacional não diminuiu a importância do cuidado com as marcas regionais. O Pardini encerrou 2022 com 21 marcas em seu portfólio, boa parte delas adquiridas na última década.
Desde que iniciou o processo de M&A, o Pardini declarou sua intenção de manter as marcas regionais de grande relevância para as comunidades e os públicos estratégicos. É sabido que os pacientes preferem marcas de saúde em que confiam e que essa construção leva anos, décadas. Não aproveitar esse legado seria uma perda imensa para a estratégia do negócio.
Curiosamente, a empresa com postura low profile já conquistou quatro troféus no Cannes Lions, maior festival de publicidade do mundo, em parceria com a agência Ogilvy.
Em 2017, o Pardini ganhou o Leão de Ouro e o Leão de Prata com o case VR Vacinas, uma solução tecnológica para minimizar o medo das crianças na hora de tomar vacinas, que acabou virando grande diferencial de mercado para a marca. No ano seguinte, outro Leão, dessa vez o Bronze, com o Flor da Vida, projeto para lembrar mulheres do interior do Pará a realizarem, anualmente, seus exames preventivos.
Em 2019, em meio a um movimento iniciado na internet questionando a vacinação, uma nova campanha ganhou o Leão de Bronze. A peça Não Tão Louco Assim narra a história de uma personagem que, mesmo sendo defensora da Terra plana, acredita na importância da vacinação para prevenção de doenças.
Cena do vídeo em realidade virtual produzido pela agência Ogilvy
Em 2020, o Pardini aproveitou o contexto da pandemia da Covid-19 para colocar em prática um plano robusto de digitalização da sua área de Marketing. A missão era revitalizar todos os canais digitais com foco na experiência do cliente, bem como fortalecer presença, performance e conversão por meio dos canais digitais. Dois anos depois, o digital tornou-se carro-chefe da presença de marketing na empresa, com resultados expressivos e diversos prêmios recebidos.
O desafio dessa abordagem não está simplesmente no fortalecimento da marca, mas também em todos os temas que a cercam. Dê um Google e observe: o Pardini é uma voz ativa de conteúdo qualificado sobre exames, vacinas, temas de inovação. Isso traz maior confiabilidade às marcas e estimula a conversão qualificada.
Atender quase 20 mil pacientes por dia, em mais de 180 unidades, em cinco estados brasileiros, requer competências que vão muito além do processamento de exames. Os bastidores da operação PSC do Pardini impressionam. Para garantir tanto a satisfação do cliente como a eficiência operacional, não basta gerir. É preciso inovar – constantemente – em competências como tecnologia, logística, estoque e gestão de pessoas.
Em 2009, as unidades do Pardini em Belo Horizonte viveram o primeiro grande processo de requalificação para oferecer mais agilidade e conforto aos pacientes. Mudanças no mobiliário, na decoração, no padrão de atendimento. Em 2012, um novo salto: com a operação estabilizada e a entrada de investimentos externos, o Pardini colocou em prática um grande plano de expansão. O número de unidades saltou de 24 para 54, de tamanhos e modelos diversos. A empresa passou a estar em praticamente todas as regiões de Belo Horizonte, atendendo às demandas de diferentes classes sociais. Tornou-se presente também em cidades da Região Metropolitana, com grande densidade populacional, mas que ainda careciam de atendimento qualificado de análises clínicas.
“O cliente quer ser atendido rapidamente, com eficiência, e para isso temos hoje inúmeras tecnologias que conseguem trazer mais conforto, agilidade e informação para as tomadas de decisão. Temos os totens de autoatendimento, o sistema integrado de gestão de filas, robôs para buscar a autorização online com as operadoras. Tudo para oferecer a melhor experiência.”
GLAYDSTONE AUGUSTO
GerenTe de ATendimenTo - hermes PArdini
Paralelamente ao crescimento em volume de unidades, o Pardini investiu na ampliação do mix de produtos. Além dos serviços de análises clínicas, já tradicionais, passaram a ser ofertados exames de diagnóstico por imagem, vacinas e check-ups. Em pouco tempo, a empresa passou a ser reconhecida como referência em medicina preventiva. A mensagem aos pacientes era clara: melhor do que realizar exames para buscar uma cura é evitar a doença – e o Pardini é um grande aliado.
Nos bastidores de um laboratório, um dos grandes desafios é estar preparado para a oscilação no volume de atendimento. Manhãs lotadas, tardes desertas; início da semana calmo, seguido de dias de grande movimento. É impossível prever todas as situações, mas o Pardini buscou uma forma de minimizar essas
oscilações. Com a criação de um sistema próprio e inédito, a empresa acompanha em tempo real toda a operação de suas unidades, em especial o tempo de espera para cada atendimento e coleta. Com isso, é possível mobilizar rapidamente equipes de apoio de outras unidades ou áreas do negócio.
Hoje, ao analisar a operação de um laboratório, a boa qualidade do atendimento só é alcançada por meio da sinergia de dois fatores que, à primeira vista, podem parecer antagônicos: tecnologia e acolhimento.
“Cada vez mais, as pessoas querem fazer suas atividades perto de casa. É por isso que o Pardini partiu para um plano de abrir unidades menores, nos bairros, para estar mais próximo dos clientes. Outra oportunidade foi investir nos exames de imagem como forma de crescer e aumentar a comodidade. Assim fomos crescendo.”
ADRIANA LINHARES
direTorA eXecuTiVA de neGÓcios Psc
Foto: Leo Lara
Houve uma época em que os pacientes precisavam ir ao laboratório para retirar seus resultados de exames em papel, embalados por um envelope plástico. Esse passado foi… ontem, pouco mais de uma década atrás. Atualmente, tudo é feito pelo aplicativo, em tempo real e com suporte de inteligência artificial. E o resultado chega, ao mesmo tempo, para o paciente e para seu médico. Mudanças como essas ajudam não apenas a acelerar o processo de atendimento, mas também minimizam experiências negativas dos clientes. Tudo isso porque facilitar a vida do paciente é a prioridade da operação PSC do Pardini.
Quer evitar a fila do guichê? É só fazer o pré-atendimento na loja virtual, apresentar o QR Code na recepção e ir direto para a coleta. Da mesma forma, a longa espera por atendimento para marcação de procedimentos deu lugar à comodidade do WhatsApp, sendo boa parte da jornada respondida pela inteligência artificial.
O Pardini foi pioneiro no Brasil a instalar em suas unidades de maior movimento totens de autoatendimento.
Sincronizados com as principais operadoras, eles
Totem de autoatendimento: tecnologia que dinamiza o atendimento e reduz a espera
garantem agilidade, praticidade, segurança e, ainda, a assertividade no faturamento. A maior parte dessas inovações surgiu a partir do mapeamento das jornadas dos pacientes, em múltiplos pontos de contato. Tudo isso feito por squads com lideranças e operadores dos próprios processos. Mais uma tecnologia interna.
A experiência digital sozinha não garante a satisfação do cliente; estamos lidando com pessoas. Paralelamente à transformação tecnológica, também foi iniciada uma transformação humana, de modo a estimular nas equipes a importância do acolhimento aos clientes. Lembrar todos os dias que, por trás de cada paciente, está uma vida, uma história. Quando nos damos conta disso, o trabalho se torna muito mais gratificante.
Desde 2015, o Pardini conta com um programa de relacionamento com as comunidades, o Meu Vizinho Pardini. O conceito era inovador: fazer de cada unidade de atendimento um ponto vivo e proativo de promoção da saúde na vizinhança.
Ação de Dia das Mães: é bom pra quem faz e pra quem recebe
Ação de 60 anos do Hermes Pardini
Por meio do programa, as equipes de atendimento de cada unidade se relacionam cotidianamente com escolas, academias, igrejas, associações, condomínios, empresas, órgãos públicos e outras instituições da região.
As ações funcionam como troca cotidiana de experiências e compartilhamento de saberes sobre temas relacionados à saúde. Isso faz com que a marca fique na lembrança do público, posicionando a empresa como referência em saúde.
dos
quando você faz a aquisição de uma empresa é a marca e o vínculo com a comunidade local. É um desafio comprar empresas em outros lugares. No Pardini, já erramos, mas aprendemos e sempre buscamos priorizar o respeito à cultura local. Não adianta nada replicar fórmulas, processos e métricas sem compreender se isso faz sentido para quem precisa, que é o cliente.”
ADRIANA LINHARES
direTorA eXecuTiVA de neGÓcios Psc
“Um
maiores patrimônios
Anualmente, o Meu Vizinho Pardini promove milhares de microativações nas comunidades, com baixo custo e alto impacto. Da aferição de pressão à palestra sobre saúde da mulher; da blitz de vacinas ao evento de praça; da conversa ao pé do ouvido à participação no culto religioso – o importante, mesmo, é se fazer presente.
Além de Minas Gerais, onde nasceu, o programa hoje está presente em unidades de São Paulo e Goiás, levando gentileza, promoção da saúde e presença de marca para as comunidades.
Criado para fortalecer o programa de relacionamento com a comunidade da marca
Hermes Pardini, o Festival Meu Vizinho Pardini é um dos mais queridos projetos culturais de Minas Gerais. Sempre em praças públicas e realizado com extremo cuidado, já reuniu mais de 100 mil pessoas, com entrada gratuita. De 2007 a 2022, foram 25 edições realizadas utilizando recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos, Lô Borges, Flavio Venturini, A Cor do Som, Sandra de Sá e Marcus Vianna foram alguns dos artistas que subiram ao palco, mostrando que a cultura tem tudo a ver com saúde e bem-estar. A lista é extensa e diversa. Ao todo, foram mais de 200 artistas e grupos de música, teatro, circo e dança, em especial.
O que faz do Festival Meu Vizinho Pardini um sucesso é exatamente o cuidado. Um cuidado que não se resume às questões de produção, mas que brota da governança e da gestão do próprio Pardini. A cada edição, diversas áreas da empresa se mobilizam da concepção à realização.
A participação verdadeira da empresa é sentida na presença dos colaboradores e de suas famílias, na interação com os vizinhos e na participação das lojas na divulgação dos eventos.
A partir de sua estratégia de M&A, o Pardini adquiriu diversas empresas que são referência em Medicina Diagnóstica, onde foi possível implantar boa parte das inovações desenvolvidas pela empresa. Isso trouxe ganhos para a gestão e também melhores resultados. Porém, é importante lembrar: a flexibilidade é um dos fatores-chave para uma incorporação bem-sucedida.
Em cada empresa adquirida, o Pardini busca implantar todas as principais práticas de tecnologia, eficiência e acolhimento que são sucesso em suas operações. Ao mesmo tempo, mantém o olhar atento às características regionais e ao posicionamento histórico de cada marca. São esses traços que garantem ao cliente a sensação de proximidade e a alta confiabilidade.
Em 2021, o Pardini criou uma nova marca para acelerar seu atendimento fora do laboratório. Como evolução à prestação de serviços em domicílio, foi criado o SaúdeMob, uma plataforma que permite ao cliente, via canais digitais, agendar seu atendimento para o dia, hora e local que quiser. Pode ser em casa, mas também no trabalho, no aeroporto, na escola, em eventos. Conforto e comodidade onde e quando o cliente precisar. Vale tanto para exames de análises clínicas quanto para a aplicação de vacinas. Na forma de se comunicar, a nova marca também inova: é mais colorida, criativa e bem-humorada.
Em 2012, com a governança fortalecida, a entrada da Gávea Investimentos e com capital para investir, o Pardini iniciou sua estratégia de crescimento inorgânico, por meio de aquisições, conforme vislumbrado no planejamento estratégico de 2007.
O propósito de levar o melhor diagnóstico a todos os cantos do país foi o grande estímulo para buscar empresas que proporcionassem tanto escala como especialização. O desafio não era simplesmente adquirir para aumentar a participação no mercado, mas sim desenvolver o negócio: utilizar os novos ativos como gatilho para um crescimento sustentável de todas as frentes da empresa.
Já nacionalmente conhecida como uma empresa de eficiência operacional, o Pardini desejava agora conciliar seu projeto de M&A com o crescimento orgânico. Com novas empresas, vieram novas expertises possíveis de serem compartilhadas. Um belo caminho para a inovação incremental.
“Desde o começo do processo de M&A, ou seja, desde quando o Pardini passou a ser comprador de empresas no mercado, entendemos que tínhamos que preservar nas empresas adquiridas as características que fizeram elas serem interessantes para nós. Tão simples quanto isso.”
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG
Na busca por empresas-alvo, foram definidos três critérios prioritários:
Empresas com atendimento direto a pacientes (PSC), prioritariamente líderes em seus mercados, de modo a ampliar e fortalecer a presença dentro e fora de Minas Gerais; Empresas de alta especialização, habitualmente fundadas e geridas por cientistas, com testes ou abordagens diferenciadas, mas restritas a um mercado de nicho até então;
Competências produtivas regionais com potencial de expansão de negócios Lab-to-Lab, bem como modelos de negócios inovadores.
E assim aconteceu.
A primeira aquisição realizada, em agosto de 2012, foi a Digimagem, empresa com mais de 50 anos de tradição e três unidades em São Paulo. Essa operação também teve um impacto simbólico: era a chegada do Pardini no principal mercado do país, uma oportunidade de estar mais próximo de operadoras de saúde, médicos prescritores, empresas e indústria farmacêutica.
Ainda em 2012, próximo ao fim do ano, o Pardini anunciou mais duas aquisições. A Progenética, com sede no Rio de Janeiro, e a Biocod, empresa mineira de genética humana e biologia molecular. As operações simbolizaram uma nova avenida estratégica para o Pardini, a dos exames especializados.
Em julho de 2013, veio a maior aquisição até aquele momento, o Laboratório Padrão. Então com 23 lojas e mais de 500 colaboradores, era o líder do mercado de Medicina Diagnóstica no estado de Goiás e um dos mais importantes do Centro-Oeste. Para o Pardini, um feliz encontro, pois as duas empresas contavam com culturas muito parecidas e dominavam seus mercados regionais.
Padrão, rede de laboratórios em Goiás: uma das aquisições do Pardini
Um mês após ampliar a atuação no PSC, o Pardini abriu uma nova frente de negócios ao adquirir a Diagnóstika, maior empresa dedicada à patologia cirúrgica no Brasil no momento da transação. Nascia aí o projeto de fortalecimento do segmento de Anatomia Patológica. Os dois anos seguintes, 2014 e 2015, foram dedicados à consolidação das aquisições já realizadas.
No fim de 2016, já seguro com sua operação, o Pardini mira o mercado do Rio de Janeiro e adquire o Centro de Medicina Nuclear da Guanabara, empresa com mais de 40 anos de atuação e diversas unidades na capital e na Região Metropolitana. A estratégia era utilizar os pontos de atendimento, já reconhecidos para a realização de exames de imagem e de medicina nuclear, como realizadores de exames de análises clínicas, ampliando a oferta de portfólio, bem como a parceria com operadoras e empresas.
Após avançar em novos mercados, em 2017 o Pardini decidiu fortalecer a atuação em sua matriz, Belo Horizonte, onde adquiriu duas empresas relevantes. A primeira foi o Laboratório Humberto Abrão, marca premium na realização de exames de análises clínicas, referência no acolhimento aos pacientes. Meses depois foi a vez do Ecoar, líder local na realização de exames de imagem. As operações aumentaram significativamente a capacidade operacional dos negócios, possibilitando melhor entrega para os pacientes mineiros.
Em 2018, o Pardini adquiriu o DLE, laboratório referência no Brasil em triagem neonatal, doenças raras e erros inatos ao metabolismo, operação que consolidou a abordagem da Medicina Personalizada. O fundador do DLE, Armando Fonseca, foi nomeado Diretor Médico-Científico da Medicina Personalizada, responsável pela conexão médica não só dessa, mas de todas as marcas do Grupo Pardini ligadas ao tema. Também em 2018, o Pardini colocou em prática uma estratégia robusta ao adquirir a Psychemedics Brasil e o Labfar, formando, logo depois, a Toxicologia Pardini, história contata com mais detalhes no capítulo sobre Inovação em Produtos e P&D.
Para fortalecer a atuação do Pardini na região Sul do país, em 2019, foi adquirido o Solução, negócio regional focado no segmento B2B. Com a operação, o segmento Lab-to-Lab do Pardini foi fortalecido, ampliando as possibilidades de suporte a outros laboratórios, incluindo exames que exigiam maior agilidade na entrega.
A pandemia da Covid-19 pediu toda atenção do negócio e as operações de M&A ficaram em suspenso em 2020. Mas, no ano seguinte, elas voltaram com tudo, estimulando novas transformações no negócio.
Em junho de 2021, o Pardini adquiriu o Laboratório Paulo C. Azevedo, mais tradicional e líder no mercado de análises clínicas no estado do Pará, com 22 unidades localizadas em Belém e outros seis municípios do Estado, e com 600 colaboradores diretos. Nesse mesmo ano, o Pardini direcionou sua estratégia de crescimento PSC para o interior de São Paulo ao adquirir duas empresas: a Clínica Dra. Odivânia Moscogliato, em São José dos Campos (SP), e o IACS, maior e mais tradicional rede de laboratórios da Baixada Santista, com 13 unidades de atendimento em Santos, Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Itanhaém, todos no interior de São Paulo.
Até o fim de 2022, o Pardini também realizou duas aquisições para fortalecer a atuação no segmento de Anatomia Patológica: o APC, laboratório referência no país em painéis de imuno-histoquímica e hibridização “in situ”, em São Paulo; e o Laboratório Hugo Silviano Brandão, em Belo Horizonte, também referência no diagnóstico oncológico.
A Central Sorológica de Vitória (CSV) foi a última aquisição para fortalecer a presença Lab-to-Lab no estado do Espírito Santo.
“A partir de 2007, foi feito todo o planejamento, um desenho de futuro para a empresa. Isso envolvia uma série de etapas de crescimento e regionalização. Uma empresa que era mineira partiu para um processo de expansão para outras regiões, principalmente via aquisições. E quando você quer fazer aquisições, é natural que você precise de capital. Então, fomos ao mercado.”
FERNANDO RAMOS
direTor eXecuTiVo de neGÓcios
LAB-To-LAB
Foto: Arquivo pessoal
Em 10 anos, foram 19 empresas e mais de R$1 bilhão investidos em M&A. Olhando para essa jornada, é impressionante como o Pardini conseguiu conectar todas as empresas, utilizando o melhor de cada uma e agregando suas competências a elas. Como todo processo de integração de culturas, são numerosos os aprendizados – e eles também são replicáveis. Fato é que o Pardini ficou muito maior.
Além de ganhos para o negócio, a expansão do Pardini beneficiou toda a cadeia de saúde suplementar do país, com acesso, melhor custo-benefício, logística e alta especialização.
“Foi uma união virtuosa. Estou plenamente satisfeito com esse trabalho. Temos contribuído muito, não só com a visibilidade, com a percepção de qualidade, mas com o faturamento do Grupo Pardini. Hoje, o DLE integrado a esse grande guarda-chuva mantém sua operação intacta, com liberdade de criar novos exames e incorporar ao portfólio do Pardini. Essa associação, esse respeito, essa condução meticulosa são a chave do sucesso de uma empresa grande, como o Pardini, quando ela incorpora uma empresa de nicho como a nossa.”
ARMANDO FONSECA
fundAdor do LABorATÓrio dLe e direTor mÉdico-cienTífico dA medicinA
PersonALiZAdA
“De 2011 a 2022, a gente adquiriu cerca de 20 marcas diferentes. São mais de 180 unidades de atendimento e 7 mil laboratórios em todo o Brasil, do Oiapoque até o Chuí. Somos líderes não só em Minas Gerais, mas em Goiânia e Belém, além de estarmos em mercados muito difíceis como Rio de Janeiro e São Paulo. Então, eu diria que os últimos anos do Pardini realmente foram de crescimento exponencial. É impressionante.”
REGINA PARDINI
AcionisTA e Vice-PresidenTe do conseLho de Adm do GruPo PArdini
Árvore
O Pardini vinha em ritmo acelerado. Anos de muita inovação, muitos projetos ousados colocados em prática, o negócio em acelerado crescimento. Todos sentiam que o Pardini era uma empresa diferente daquela de 2007, ano de seu primeiro planejamento estratégico. Mais que a receita e o volume de exames, o sentimento era de que sua relevância era crescente.
Aquisições em velocidade acelerada, múltiplas marcas e produtos, Enterprise em fase final de implantação. Mas nem o melhor time de planejamento conseguiria prever que, em 2020, haveria um grande teste para toda a operação do Pardini.
Aliás, um teste para toda a humanidade, mas que deixou evidente a importância da Medicina Diagnóstica para o mundo. Seu nome: Covid-19.
Enquanto a Ásia e a Europa sofriam com o avanço de um vírus até então desconhecido, no fim de 2019, em Belo Horizonte, o time de Pesquisa e Desenvolvimento do Pardini já investigava formas de se realizar o exame para diagnóstico da Covid-19 com segurança, custo-benefício e escala. Em paralelo, a equipe de Supply Chain corria para realizar estoque de insumos e reagentes, uma vez que seus principais fornecedores vinham da China, epicentro da crise. Ninguém queria, mas a consequência natural era que o coronavírus chegasse ao Brasil e, por aqui, os estragos não seriam menores que no resto do mundo.
O Pardini foi um dos primeiros laboratórios do Brasil a ser homologado pela Anvisa para realizar os testes de diagnóstico RT-PCR, considerado o padrão-ouro. No dia 6 de março de 2020, o Pardini registrou o primeiro diagnóstico positivo para Covid-19, pouco mais de uma semana após a divulgação do primeiro caso no Brasil. A notícia rapidamente correu o país. Muitas dúvidas e perguntas, poucas respostas. Imediatamente, um comitê de crise foi formado para dar suporte à análise e tomada de decisões vindas das áreas de produção, atendimento, gestão de pessoas e relações com investidores.
Em poucos dias, a demanda por testes cresceu exponencialmente. Por maior que fosse a capacidade, era impossível atender a toda a demanda vinda de todos os cantos do país. O primeiro passo foi priorizar a resposta aos mais de 400 hospitais parceiros, garantindo o atendimento rápido e seguro aos casos mais graves da doença.
Graças à expertise do Enterprise, em tempo recorde o Pardini conseguiu criar uma metodologia própria para realização de exames genéticos com automação. Batizado de Guardian, o modelo foi crescendo aos poucos e chegou a realizar mais de 20 mil testes RT-PCR em um único dia.
Foto: Pedro Vilela Agencia I7
Guardian: tecnologia
Pardini possibilitou a realização de mais de 20 mil testes RT-PCR por dia
“Muito rapidamente a gente estava fazendo teste PCR, que era uma tecnologia de biologia molecular raríssima até então, para todos os estados do Brasil, para mais de duas mil cidades, em um momento de crise absoluta do sistema de saúde. Temos consciência de que fomos uma peça fundamental para o Brasil passar pelas ondas da pandemia.”
ALESSANDRO FERREIRA
Vice-PresidenTe comerciAL e mArKeTinG
“Tivemos que fazer dois grandes movimentos. Primeiro, manter a logística funcionando, inclusive fretando aviões.
E o segundo foi aumentar a capacidade produtiva, fazendo coisas que a gente acreditava que não eram possíveis. Por exemplo, um setor que fazia 40 mil exames por mês, de repente, passou a fazer 20 mil por dia.”
GUILHERME COLLARES
direTor eXecuTiVo de oPerAçÕes
Com a frequente oscilação na distribuição de insumos, em sua maioria vindos do exterior, a equipe de P&D do Pardini passou a testar frequentemente novos tipos de testes para diagnóstico da Covid-19. Foram mais de 20 metodologias analisadas e ofertadas ao mercado, incluindo os testes rápidos e exames complementares de imagem. Outro problema foi a escassez de matériaprima, principalmente reagentes importados, para a realização de outros testes. Como havia planejado estoque, o Pardini conseguiu atender à demanda extra de centenas de laboratórios do país, fortalecendo seu negócio Apoio Total, uma vertente do Lab-to-Lab.
O Pardini foi um dos primeiros laboratórios do Brasil a ser homologado pela Anvisa a realizar os testes para diagnóstico RT-PCR
A partir da análise do cenário internacional, poucas semanas depois de o vírus chegar ao Brasil já se sabia que a pandemia poderia ser longa e seus impactos, imprevisíveis. Desde o primeiro momento, o Pardini abriu suas portas para as universidades, governo e indústria farmacêutica para participar de pesquisas e experimentos relacionados ao diagnóstico, principalmente de variantes do vírus. Somente o estudo Epicovid, realizado junto à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acompanhou quase 150 mil pessoas, em 133 municípios brasileiros. Coube ao Pardini, por meio de sua rede Lab-to-Lab, a coleta e a logística do material biológico. Outro estudo, em parceria com a Fiocruz, analisou a técnica de coleta e armazenagem de material genético por meio de papel filtro, tecnologia exclusiva do Laboratório DLE - PrevCOV.
O isolamento social trouxe desafios imensos para a logística, em especial no transporte de material biológico para a realização de exames.
Ao perceber o crescente volume de cancelamentos de voos comerciais, base de sua logística interestadual, o Pardini fretou aeronaves exclusivas para o transporte dos testes de seus clientes. Como resultado, não houve perda para nenhum laboratório parceiro.
As unidades de atendimento PSC viveram 18 meses de extrema oscilação, com momentos de baixa procura e outros com altíssima demanda. Em paralelo, havia o cuidado especial com a saúde dos colaboradores que estavam na linha de frente, junto aos clientes.
Diariamente, planos de contingência eram colocados em prática para se adequar à movimentação do mercado, sempre conectada às ondas da pandemia. O serviço de atendimento a domicílio cresceu significativamente. Em pouco tempo, novos serviços foram incorporados, como o atendimento Drive-Thru, a teleconsulta e o atendimento a viajantes em parceria com aeroportos e companhias aéreas.
Paralelamente, houve ainda maior empenho na homologação de ferramentas de experiência digital para os pacientes, incluindo novos serviços no APP, loja virtual e expansão dos totens de autoatendimento.
Foto: Washington AlvesLight Press
Drive-Thru para coleta
RT-PCR: implantação em tempo recorde
VICTOR CAVALCANTI PARDINI PresidenTe do conseLho de Adm. do GruPo PArdini
“Estive no laboratório várias vezes durante a pandemia. Vi pessoas dedicadas, preocupadas em ajudar e salvar vidas. A gente tem muito orgulho de ter essa empresa e ver como as pessoas se dedicam a ela.”Foto: Leo Lara
Na era das fake news, a clareza científica é antídoto à desinformação. Desde o primeiro momento, o Pardini se posicionou como fonte relevante sobre os temas relacionados à Covid-19. Seu time técnico sempre esteve à disposição para atendimento às demandas da imprensa. De março de 2020 a dezembro de 2022, foram mais de 4.000 reportagens publicadas na imprensa sobre o tema.
14/08/2020
Modelo atenderá os mais de 5500 clientes do Grupo Pardini
Além disso, dezenas de eventos virtuais de formação de profissionais e esclarecimentos à sociedade foram realizados nos canais do Pardini e de seus parceiros.
Mais do que nunca, o propósito do Pardini continua vivo e relevante: levar o melhor diagnóstico a quem precisa, onde estiver.
Empresa cria polo com capacidade para realizar 20 mil testes de covid-19 por dia no Brasil
O aprendizado e os investimentos realizados durante a pandemia deixaram o legado da capacidade e a expertise de realização de testes genéticos. Além disso, as múltiplas experiências vividas com a Covid-19 deixam a empresa mais preparada para agir no caso de novas situações de emergência sanitária.
Passado o período mais crítico, algumas avaliações já puderam ser feitas. E uma conclusão é claríssima: nada disso seria possível sem a atuação corajosa e competente dos milhares de colaboradores que se dedicaram a fazer o melhor possível, enfrentando riscos e medos, mas certos de que seu trabalho é relevante para o mundo.
Semanas após a declaração da pandemia, o temor generalizado deu lugar à tristeza. Isolados em casa, muitos em situação de vulnerabilidade ou fragilidade emocional, os brasileiros precisavam de um alento. Foi isso que o Pardini fez.
Carinho e esperança em um momento difícil
Realizado em abril de 2020, momento em que a sociedade estava com medo diante da realidade da pandemia, o Pardini convidou o público a realizar um videoclipe colaborativo da música Paisagem da Janela, sucesso do cantor Lô Borges, composta em parceria com Fernando Brant. Foram mais de 3,5 mil vídeos recebidos de todos os estados brasileiros e 22 países. O resultado foi um vídeo com milhões de visualizações. O projeto foi vencedor regional do Prêmio Aberje-MG/CentroOeste na categoria Sociedade.
Um projeto criado para trazer carinho para os idosos, público mais afetado durante a pandemia. Dentre as iniciativas, está a realização de cinco lives culturais, a publicação e a distribuição de cadernos de colorir e a oferta de cursos onlines gratuitos de história da arte. Viva sua Idade foi vencedor nacional do Prêmio Aberje 2021 na categoria Sociedade.
O gesto do autoabraço foi estimulado pelo Pardini por meio de vídeos na internet, projeções em prédios e mobilização de parceiros. Um gesto de carinho e afeto em um momento desafiador para o mundo e para cada um. As diferentes formas de cuidar passaram a fazer parte da mensagem que a empresa queria passar para a sociedade.
Em 30 de junho de 2022, uma transação virou notícia em todo o mercado de saúde do país. O Pardini se uniu ao Grupo Fleury, em uma combinação de negócios de grandes proporções, formando um dos cinco maiores grupos de Medicina Diagnóstica do mundo.
Aquele relevante planejamento estratégico do Pardini, em 2007, já previa essa possibilidade. A união de empresas que se respeitam e complementam seria importante para toda a cadeia de saúde.
De um lado, o Pardini traz consigo o melhor do B2B, com escala nacional e experiência de quem lida com quase 7 mil laboratórios em todo o Brasil, realizando mais de 160 milhões de exames por ano. Do outro, o Fleury representa o que há de melhor no atendimento direto aos pacientes, benchmark de acolhimento, hospitalidade, hotelaria e relacionamento médico.
Agora, juntos, Pardini e Fleury contarão com 39 marcas, quase 520 unidades de atendimento com presença em todos os Estados do país. Serão 20 mil colaboradores, mais 4 mil médicos e uma receita bruta anual superior a R$ 7,1 bilhões.
A união de duas empresas de alta reputação, de origem médica, historicamente dedicadas à Medicina Diagnóstica, é motivo para ser celebrado. Afinal, é a garantia de que o legado de seus fundadores e das milhares de pessoas que fizeram essa história permaneça vivo. No caso do Pardini, é o sonho de levar o que há de melhor em diagnóstico a todos os cantos do país.
O sonho continua. E ele é mais alto.
REGINA PARDINI
AcionisTA e Vice-PresidenTe do conseLho de Adm. do GruPo PArdini
“Pardini e Fleury são duas empresas fundadas por médicos que seguem sendo geridas por médicos. Isso é um grande diferencial porque traz humanidade ao negócio.”Foto: Árvore Filmes
“Do ponto de vista de propósito e até de cultura, são empresas muito semelhantes, com muita convergência. São empresas do bem. E isso não é algo tão subjetivo: são empresas que pensam na melhor qualidade para o cliente, seja o paciente, o médico, a família ou a operadora de saúde. São empresas que buscam sempre a inovação, a melhor qualidade e a maior relevância do diagnóstico para a cadeia de valor de saúde. Tanto Fleury como Pardini são empresas longevas e com pessoas relevantes, que crescem junto com os negócios. Tenho certeza de que a união de competências, expertises e histórias será muito relevante, não só para os negócios, mas principalmente para a sociedade.” ROBERTO SANTORO
“Gostaria de convidar os nossos stakeholders a se sentirem coparticipativos nessa nova parceria do Pardini com o Fleury. É, ao mesmo tempo, um momento de continuidade e uma nova realidade. Uma nova cultura será estabelecida com base na confiança e a partir do compartilhamento de valores.”
ÁUREA PARDINI
AcionisTA do GruPo PArdini
“O sonho é a gente continuar crescendo para poder levar saúde, qualidade e esperança para as pessoas em todos os cantos do Brasil.”
VICTOR CAVALCANTI PARDINI PresidenTe do conseLho de Adm. do GruPo PArdini
Foto: Leo Lara
Victor Cavalcanti Pardini: 22,3%
Regina Pardini: 22,3%
Áurea Pardini: 22,3%
Free Float: 33,1%
Victor Cavalcanti Pardini Presidente
Regina Pardini
Vice-presidente
Carlos Guilherme Steagall Gertsenchtein
Conselheiro
Sidney Levy
Conselheiro
Marcos Villela Vieira
Conselheiro
Roberto Santoro
Diretor-presidente
Alessandro Ferreira
Vice-presidente Comercial e Marketing
Adriana Linhares
Diretora Executiva de Negócios PSC
Camilo de Lelis
Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores
Guilherme Collares
Diretor Executivo de Operações
Fernando Ramos
Diretor Executivo de Negócios Lab-to-Lab
João Alvarenga
Diretor Executivo de TI e Digital
Guilherme Mattos
Diretor de CSC
Rúbia Spindola
Diretora de Pessoas, Cultura e Desenvolvimento Organizacional
Arthur Ferreira
Diretor De Negócios IACS
Hernan Firpo
Diretor Medicina Personalizada
Luciana Costa
Diretora de Estratégia e Inovação em Imagem
Marcello Santos
Diretor de Negócios Toxicológicos
Marcelo Goncalves
Diretor de Produção IACS
Silvio Foletto
Diretor de Negócios CSV
Alberto Algusto
Diretor de Produção
Armando Fonseca
Diretor Médico-Científico de Medicina Personalizada
Flávio Alcântara
Diretor de Produção
Jacqueline Fonseca
Diretora Médica de Bioquímica Genética e de Pesquisa em Medicina Personalizada
Luiz Antônio Silva
Diretor de Produção
Mario Flávio Alcântara
Diretor de Negócios
Roberto Falzoni
Diretor Médico de Anatomia Patológica
Alexandra Villela
Gerente executiva de negócios
Alisson Laprega
Gerente executivo de marketing
Andrea Alves
Gerente executiva de relacionamento comercial
Carlos Augusto Biehl
Gerente executivo de ri e m&A
David Quites
Gerente executivo de sistemas
Fabiano Henrique Mateus
Gerente executivo de exames Toxicológicos
Fernando Carvalho
Gerente executivo de negócios
Fernando Felipe
Gerente executivo de Vendas
Flávia Alessandra Fernandes
Gerente executiva de negócios
Junia Perez
Gerente executiva de Produção
Lorena de Faro
Gerente executiva médico hospitalar
Luiz Antonio Gomes
Gerente executivo de Ti e digital
Maria Beatriz De Oliveira
Gerente executiva supply chain
Marilene Lucinda
Gerente executiva de operações médicas
Mateus Moura
Gerente executivo de negócios
Renato Fernandez
Gerente executivo de inteligência competitiva
Sandra Rentes
Gerente executiva de negócios
Tais Andrade
Gerente executiva de negócios
Adriana de Oliveira
Gerente corporativa de educação
Alan Jaymes dos Santos
Gerente corporativo de Atendimento
Ana Carolina Gimenez
Gerente corporativa de Produção
Ana Carolina Zonzini
Gerente corporativa de relacionamento comercial
André Luiz Mattos
Gerente corporativo de contabilidade
Antonio Oliveira
Gerente corporativo de Produção
Bruno Rodarte
Gerente corporativo de segurança da informação
Cleber Miranda
Gerente corporativo de Logística
Cristiane Alves
Gerente corporativa de negócios de Anatomia
Cristiane Vieira
Gerente corporativa de marketing
Cristiano Baumgartl
Gerente corporativo de remuneração
Denise Siqueira
Gerente corporativa de controle de Produção
Diana Nobrega
Gerente corporativa de marketplace
Douglas Cruz
Gerente corporativo de controladoria negócios
Fabíola Caxito
Gerente corporativa de Anatomia Patológica
Fernanda Ribeiro
Gerente corporativa de QssmA
Flávio Perpétuo
Gerente corporativo de novos negócios
Gilberto Dias
Gerente corporativo de infraestrutura
Gustavo Henrique Amorim
Gerente corporativo de rT e sindicais
Henrique Dallazuanna
Gerente corporativo de inteligência competitiva
Herica Costa
Gerente corporativa de Produção
Jair Rezini
Gerente corporativo de controles internos
Juliana Rocha
Gerente corporativa Jurídica
Luciana Madureira
Gerente corporativa de Planejamento e controle de estoque
Maíra Cristina Freire
Gerente corporativa Assessoria medicina Personalizada
Maria Laura Froede
Gerente corporativa de Pós-Analítico
Moacir Zica Junior
Gerente corporativo financeiro
Paula Gomide
Gerente corporativa de relacionamento comercial
Poliana do Amaral
Gerente corporativa de operações medicina Personalizada
Priscilla Neves
Gerente corporativa consultoria interna
Raphael Victor Paulino
Gerente corporativo engenharia de Processos
Regina Antunes
Gerente corporativa de relacionamento comercial
Rejane Cristina Silva
Gerente corporativa de ciência de dados
Sandra Conde
Gerente corporativa de customer service
Tarcisio Jose Fonseca
Gerente corporativo de Planejamento e manutenção
Tathiana Rohlfs
Gerente corporativa de relacionamento com o cliente
Vanessa Cristina Almeida
Gerente corporativa de exames especializados
Victor Norberto
Gerente corporativo de compras
Watson Mauricio Martins
Gerente corporativo de Produção
Andre Guimarães
Gerente regional de Vendas
Arantxa Tolosa
Gerente nacional de Vendas
Claudia Esteves
Gerente de Atendimento
Daniella Garcia
Gerente de Atendimento
Fabiana Ricco
Gerente de Proteção de dados
Francisco Campos
Gerente de segurança da informação
Glaydstone dos Santos
Gerente de Atendimento
Janaina da Silva
Gerente de Atendimento
Ludmila Leite
Gerente regional de Vendas
Mariana Rodrigues e Farias
Gerente de Atendimento
Mariza Rabelo
Gerente de operações
Mateus Lopes
Gerente regional de Vendas
Mirely Aparecida Leal
Gerente de Atendimento
Priscila Cardoso
Gerente de Atendimento
Rafael Ricardo dos Reis
Gerente regional de Vendas
Renato Edgar de Mello Junior
Gerente regional de Vendas
Tatiana Cristina Taconi
Gerente de Atendimento
Vinicius Cunha
Gerente de operações de imagem
Produzido por Árvore - Laboratório de Comunicação
Coordenação geral e textos
Rafael Araújo
Entrevistas e textos complementares
Fabrício Santos
Edição
Carolina Macedo e Fabrício Santos
Produção
Bárbara Mazoni
Pesquisa de acervo
Aline Rosa, Gil Carvalho, Bárbara Mazoni, Janaína Magalhães
Revisão
Leilane Stauffer
Projeto gráfico
Catharini Martins
Diagramação
Catharini Martins e Leon Ramos