Jornal da Comunidade - Edição Novembro 2019

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Jornal da

Comunidade

arquidioceselondrina.com.br

Ano 30

nº 355

NOVEMBRO de 2019

JORNAL DA ARQUIDIOCESE DE LONDRINA

desde 1989

VATICAN NEWS

Sínodo para a Amazônia pede uma conversão integral Assembleia foi uma oportunidade de diálogo, escuta e partilha sobre a realidade dos povos amazônicos. O Documento Final entregue ao Papa Francisco propõe um novo olhar sobre temas como missão, inculturação, ecologia integral, defesa dos povos indígenas, rito amazônico, papel das mulheres e novos ministérios, sobretudo nas áreas de difícil acesso à Eucaristia. PÁGs. 3, 8 e 9 DIVULGAÇÃO

Jovens participam de formação sobre a Exortação Apostólica Christus vivit. PÁG. 12

MULTIPLICADORES

Escola de Evangelização Santo André capacita lideranças para atuar na evangelização nas paróquias. Página 6

Exemplos de leigos que deixam as limitações de lado para trabalhar pelo Reino de Deus. PÁG. 7


Opinião

Jornal da Arquidiocese de Londrina

Jornal da Comunidade NOVEMBRO DE 2019

EDITORIAL

ANIVERSÁRIOS

Uma Igreja para todos A missão de levar as glórias do Reino de Deus a todas as pessoas não vê fronteiras e supera os obstáculos. É isso que a edição deste mês do JC procura mostrar em suas páginas. Contamos a história de dois leigos, Nilma e João Vitor, que não deixaram que suas limitações os impedissem de servir ao Senhor. São exemplos de que quando levamos a verdade do Evangelho no coração podemos ser verdadeiros apóstolos de Cristo. A nossa edição traz, ainda, uma matéria sobre a Pastoral Afro, que trabalha no sentido de sensibilizar a Igreja para o conhecimento das questões afro-brasileiras, animar os grupos negros católicos existentes, incentivar o surgimento de novos gru-

pos que buscam sua identidade numa sociedade e Igreja plurais. É com esse olhar de Igreja em saída, acolhedora e onde todos têm o seu lugar, que trazemos o resultado do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, que reuniu de 6 a 27 de outubro, 250 participantes em Roma, para debater os desafios e potenciais da região amazônica.

Essa conversão levará a Igreja a ser em saída, para entrar no coração de todos os povos amazônicos.

O Documento Final do Sínodo, que foi entregue ao Papa Francisco, exorta desde o início a uma “verdadeira conversão integral”, com uma vida simples e sóbria, no estilo de São Francisco de Assis, comprometida em relacionam-se harmoniosamente com a “Casa comum”, obra criativa de Deus. Essa conversão levará a Igreja a ser em saída, para entrar no coração de todos os povos amazônicos. Dividido em cinco capítulos, o Documento aborda temas como missão, inculturação, ecologia integral, defesa dos povos indígenas, rito amazônico, papel das mulheres e novos ministérios, sobretudo nas áreas de difícil acesso à Eucaristia. Boa leitura.

NATALÍCIO n 05/11 Frei Everton M.do Ssmo. S. OCD n 05/11 Pe. Laurindo Lopes da Silva n 05/11 Pe. Vitor Hugo Possetti ISPS n 09/11 Pe. Hernan del Carmen Diaz Vivero SF n 10/11 Pe. Delcides André de Souza n 18/11 Pe. Jorge Guillermo Arias Santisteban n 24/11 Mons. Bernardo Carmel Gafá n 26/11 Pe. Wanderley Rodrigues dos Santos n 28/11 Pe. Oswair Chiozini CMF n 29/11 Pe. Paulo Henrique Rorato ORDENAÇÃO n 01/11 Pe. Olívio Gerônimo Júnior n 03/11 Pe. Alessandro Bobinton n 14/11 Pe. Ildo Borges Valadão n 14/11 Pe. Isaac Aguiar Luz n 15/11 Pe. Edivan Pedro dos Santos n 15/11 Pe. Wendel Perre dos Santos n 16/11 Pe. Freddy Antônio Ureña Quintero n 18/11 Pe. César Gilmar Selbach n 24/11 Pe. Deilton Coelho de Souza ISPS n 24/11 Pe. Ivan Simicic ISPS n 27/11 Pe. Marcelo Gomes dos Santos n 30/11 Frei Reginaldo de A. Araújo da Silva OSA

FOTOS DA COMUNIDADE ARQUIVO PESSOAL

PASCOM PAROQUIAL

No dia 12 de outubro, uma missa no bairro União da Vitória reuniu a rede de comunidades da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Km 9. Uma procissão percorreu as ruas do bairro até o terreno onde será construída a gruta da paróquia.

PASCOM PAROQUIAL

Procissão luminosa da padroeira no dia 12 de outubro no Santuário de Nossa Senhora Aparecida de Londrina

Missa e envio da Semana Missionária na Paróquia Cristo Bom Pastor, Decanato Ibiporã, com as oito comunidades

Quer compartilhar um momento importante da vida em comunidade? Envie-nos sua foto com seu nome e onde ela foi tirada para o e-mail: jcarquidiocese@gmail.com

CENTRO DE COMUNICAÇÃO ARQUIDIOCESANO Arcebispo: Dom Geremias Steinmetz Jornalista Responsável: Juliana Mastelini Moyses: MTB 10063 Edição: Aline Machado Parodi

PUBLICAÇÃO MENSAL DA ARQUIDIOCESE DE LONDRINA

DESDE 1989

Equipe Central de colaboradores do JC: Pe. Dirceu Júnior dos Reis, Pe. Evandro Delfino, Aline Machado Parodi, Caio Matheus Caldeira da Silva (Seminarista), Célia Guerra, Giulia Vibosi, Juliana Mastelini Moyses, Luciana Maia Hessel, Pedro Marconi, Tiago Queiroz e Waurides Alves.

Projeto Gráfico: Mazz Propaganda

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO | PASCOM Assessor Eclesiástico: Padre Dirceu Júnior dos Reis Coordenadora: Patrícia Caldana Vice-coordenadora: Aline Machado Parodi Secretário: Tiago Queiroz Email: pascom@arquidioceselondrina.com.br Telefone: (43) 3371-3141 Site: www.arquidioceselondrina.com.br Facebook: @arqlondrina Twitter: @arquilondrina

Tiragem: 8.500 mil unidades Colaboradores: PASCOMs Paroquiais


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Palavra do Pastor DIVULGAÇÃO

O SÍNODO DA AMAZÔNIA

Finalmente aconteceu o Sínodo da Amazônia. Ao todo, foram 184 “padres sinodais”, clérigos com direito a voto nos temas que foram debatidos na assembleia. Os principais nomes brasileiros são o relator-geral do sínodo, cardeal dom Cláudio Hummes, e, um dos três presidentes-delegados, o cardeal dom João Braz de Aviz. Outros bispos brasileiros que se fizeram presentes: dom Vilmar Santin, bispo de Itaituba no Pará; dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO); dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém (PA). Todos os bispos da Amazônia, afinal, foram convocados e participaram. Houve, além dos bispos, a convocação de religiosos e religiosas, padres e leigos e leigas que vivem a realidade da Amazônia em todos os sentidos. Também não foram esquecidos os peritos e cientistas em várias áreas que ajudaram a

compreender a complexidade da vida na Amazônia. Dos oito demais países da região Pan-amazônica, as maiores delegações de bispos eram da Colômbia (15), Bolívia (12), Peru (11), Equador (7), Venezuela (7), Guiana (1), Guiana Francesa (1) e Suriname (1). Aconteceu em Roma, convocado pelo Papa Francisco, com o tema: Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Ao final dos trabalhos foi

Igreja com rosto indígena, camponês e afrodescendente, com cara de migrante, com um rosto jovem, que percorre novos caminhos na pastoral urbana e que tenha espiritualidade de escuta e anúncio”.

publicado o “Documento Final”. Este reúne as propostas que os padres sinodais entregaram ao Santo Padre que, certamente, escreverá alguma reflexão mais aprofundada sobre o tema. O Documento é constituído de 120 pontos que foram aprovados, um a um, pela assembleia sinodal. No primeiro parágrafo é dado o tom do sínodo: “O clima foi um intercâmbio aberto, livre e respeitoso de bispos pastores na Amazônia, missionários, leigos e leigas e representantes dos povos indígenas” (n.1). A caminhada sinodal do Povo de Deus na etapa preparatória envolveu toda a Igreja no território: os bispos, os missionários (as), os membros de Igrejas de outras confissões cristãs e muitos representantes dos povos da Amazônia (cf. n. 3). Toda esta preparação e todo esforço de reflexão, oração e escuta resultou em muitas propostas que já estão nas mãos do Papa para, de acordo com o

seu discernimento, ser colocado a serviço da Igreja. O primeiro capítulo solicita uma conversão abrangente. Significa ouvir o clamor da terra e o clamor dos pobres e do povo da Amazônia. O segundo capítulo sugere novas estradas de conversão pastoral. A Igreja em saída missionária: samaritana, misericordiosa e solidária, em diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural. Outra proposição é a “Igreja missionária que serve e acompanha os povos amazônicos”:

DOM GEREMIAS STEINMETZ Arcebispo de Londrina

Igreja com rosto indígena, camponês e afrodescendente, com cara de migrante, com um rosto jovem, que percorre novos caminhos na pastoral urbana e que tenha espiritualidade de escuta e anúncio. O terceiro capítulo trata das novas estradas de conversão cultural. Trata especialmente de caminhos para a inculturação da fé. O número 51 destaca a definição teológica: “Cristo com a encarnação deixou sua prerrogativa de Deus e tornou-se homem em uma cultura concreta para se identificar com toda a humanidade. A inculturação é a encarnação do Evangelho nas culturas indígenas e, ao mesmo tempo, a introdução dessas culturas na vida da Igreja” (n. 51). Este é um capítulo muito importante por tratar da inculturação da fé em Jesus Cristo e seu Mistério. Por ser um tema muito amplo, poderemos refletir sobre ele nas próximas edições. Deus abençoe a todos e todas!


Artigos

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COLUNA

A Doutrina Social da Igreja PADRE JOSÉ C. BENTO DOS SANTOS PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO, DECANATO SUL A Doutrina Social da Igreja se expressa como um conjunto de escritos e mensagens, cartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações que compõem o pensamento do Magistério Católico (Papa e Colégio Episcopal) a respeito da chamada “questão social”. É um conteúdo de “natureza teológica e especificamente teológico-moral, tratando-se de uma doutrina destinada a orientar o comportamento das pessoas” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, nº 73). Segundo a Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), “a Doutrina Social da Igreja é um precioso tesouro que oferece critérios e valores, respostas e rumos para as necessidades, as perguntas e os questionamentos da ordem social, em vista do bem comum” (CNBB, Doc. 105). A Igreja, com o seu ensinamento social, pretende “anunciar e atualizar o Evangelho na complexa rede de relações sociais” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 62). Por isso, como instituição católica inserida na realidade, a Igreja “emite um juízo moral, em matéria econômica e social, quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas.” “Procura inspirar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações socioeconômicas. A Doutrina Social da Igreja se desenvolveu no século XIX, por ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna, suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, sua nova concepção da sociedade, do Estado e da autoridade, suas novas formas de trabalho e de propriedade” (CIC 2420-21). A história do catolicismo ocidental do século XIX é de tentativa de aproximação da Igreja com a sociedade moderna, no enfrentamento político de alguns problemas sociais da época, principalmente ao que tange a exploração do sistema capitalista sobre a força de trabalho dos operários.

Essa iniciativa da Igreja surge como resultado do processo dos primeiros passos de abertura da instituição, proposta pelo pontificado do Papa Leão XIII, o cardeal Gioachino Pecci, através da encíclica Rerum Novarum, pronunciamento oficial do chefe católico para o mundo, sobre a condição operária, escrita em 1891, como um meio de diálogo com o mundo do trabalho, representado pelas relações de exploração dos operários pelos patrões, marcada pela Revolução Industrial. Isso mostra que “a Igreja com a sua doutrina social, não só não se afasta da própria missão, mas lhe é rigorosamente fiel [...]; por si mesma, tem o valor de um instrumento de evangelização e se desenvolve no encontro sempre renovado entre a mensagem evangélica e a história humana” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 64. 66-67). A Igreja é uma das grandes defensoras dos Direitos Humanos, pelo fato de ser teologicamente uma instituição com caráter divino e humano. Esses direitos são protegidos através da Doutrina Social, que tem como fundamento ou fonte: o clamor dos oprimidos; a Palavra de Deus que ilumina a realidade; a sabedoria do magistério da Igreja; a prática de cristãos e comunidades, onde surgem soluções criativas e novas organizações; a produção teológica; a contribuição da ciência; a abertura à riqueza inesgotável de pessoas, culturas e povos distintos; uma mística ou espiritualidade em que, diante das tensões e conflitos possa ser ao mesmo tempo encarnada, libertadora ou inculturada. Portanto, a Doutrina Social é um instrumento eclesial em benefício dos crucificados deste mundo: aqueles que passam pela via-sacra dolorosa da vida, consequência da violência das drogas, da fome, da falta de saneamento básico, da falta de moradia e de dignidade humana. Por isso, iluminados pela fé e pela Doutrina Social da Igreja, queremos colaborar na instauração da justiça social e da caridade cristã na sociedade.

PLANO PARTE POR PARTE

É preciso criar experiências fortes de encontro com o Senhor PE ALEXANDRE ALVES FILHO COORDENAÇÃO DA AÇÃO EVANGELIZADORA

ciando a si mesma? Em que lugar entra a Palavra de Deus? O compromisso fala de promover retiros, utilizando o método da Leitura Orante da Bíblia. A história da Leitura Continuamos nosso caminho pela Orante é antiga, remonta às sinagogas segunda urgência do 17º Plano Arquijudaicas, mas o teólogo Orígenes diocesano da Ação Evangelizadora. quem trouxe esse método de oração ao No mês passado fomos convidados a mundo cristão. Mas é no século XII ver como valorizamos o Domingo, dia que o monge Guido sistematizou este do Senhor. Precisamos trazer de volta método em quatro degraus: leitura, a experiência do domingo não como meditação, oração e contemplação. obrigação de ir à missa, mas como moEste método tem sido usado há mento de encontro com a comunidade anos nos livros dos grupos bíblicos de que se reúne em nome do Senhor. reflexão da nossa arquidiocese. Com O terceiro compromisso da pessoa, esse método abrimos o coração a dentro da Segunda Urgência, que trata Deus, deixando que a Palavra fale em da Igreja como casa da Iniciação à Vida nós. Mas o problemas é Cristã nos incentiva e que temos a tendência convoca a criarmos retide falar demais com ros e espaços de vida de Deus, e não deixamos oração para um enconespaço para que Ele fatro pessoal com o Sele conosco. E como Ele nhor, utilizando o méLer a Palavra, fala conosco? Através todo da Leitura Orante deixar que ela caia da Palavra. da Sagrada Escritura. em nosso coração! Ler a Palavra, deixar Em primeiro lugar, “Escuta, Israel” que ela caia em nosso a gente se pergunta: (Dt 6,4). Deixar Deus coração! “Escuta, Israqual ou quais mose dirija ao nosso el” (Dt 6,4). Deixar que mentos nossa comucoração. Ler, reler, Deus se dirija ao nosso nidade senta para rezar, além das missas e ver o que mais tocou coração. Ler, reler, ver o que mais tocou o cocelebrações da Palao coração.” ração. Não é o momenvra? Temos os grupos to de comentar ou mesbíblicos de reflexão, mo dizer o que a Palavra está me dique são momentos também de enzendo. É deixar que Deus fale! contro com o Senhor. Mas a pergunMeditar: depois que Deus me fata continua: qual ou quais outros lou, aí eu vou meditar sobre o que momentos proporcionamos aos Deus me falou! Por que será que Deus nossos líderes e membros de nossas me fez ler esta Palavra hoje em minha pastorais, movimentos, serviços e vida? O que Ele quer dizer? No silênorganismos para um contato intencio do coração, eu deixo que Deus so com o Senhor? E como são feitos? continue falando! É momento de siTêm momentos fortes com a Palalêncio interior. Deus fala no silêncio. vra de Deus? Oração: a partir do que eu meditei, A Arquidiocese de Londrina tem aí eu rezo. Rezo a partir daquilo que uma linda e longa história com os Deus me falou! Não se trata de uma grupos bíblicos de reflexão, que deseoração qualquer, mas é uma oração jam ser encontros ao redor da Palavra que brota daquilo que eu escutei Deus de Deus. Porém, ano a ano essa linda falando em meu coração. Pode ser um modalidade de encontro com a Palapedido de perdão, pode ser um louvra está perdendo a força. Ministros vor... Tudo vai depender daquilo que da Eucaristia, catequistas, entre ouDeus falou em meu coração. tros membros das nossas pastorais, Contemplação: o meu agir, a partir movimentos e serviços não particida Palavra. Faço um compromisso pam tanto dos grupos bíblicos de recom Deus e vou agir. flexão. Por que será? Precisamos reRetiros paroquiais não podem e não descobrir a espiritualidade que brota devem ser motivos para pessoas preda Palavra de Deus! garem a si mesmas, mas devem ser O compromisso da pessoa fala de momentos em que Deus fala ao meu promover retiros. Mas como são feitos coração e Ele só pode falar ao meu coestes retiros? Enormes pregações senração através da sua Palavra. timentalistas, onde a pessoa está anun-


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ALINE MACHADO PARODI PASCOM ARQUIDIOCESANA Pastoral Familiar realizou em outubro uma formação sobre perdas e viuvez com a psicóloga clínica Luciana Aparecida Zanella Gusmão. A morte ainda é um assunto tabu. As pessoas evitam falar sobre a sua finitude, segundo a psicóloga, para evitar o desconforto de pensar na dor que a morte causa. Ela ressalta que cada pessoa enfrenta o luto de uma forma, mas é preciso ter consciência de que haverá momentos de altos e baixos e, principalmente, aceitar a dor. É importante a família, amigos e comunidade formarem uma rede de apoio para a pessoa enlutada, não só nas primeiras semanas, mas ao longo do processo. E ficarem atentos aos sinais de dor intensa que podem levar a uma depressão. JC - Como podemos lidar com as perdas? É inquestionável a dor que a perda de alguém traz. A morte realmente traz uma situação em que a pessoa vivencia muito sofrimento isso não pode ser negado. Aquilo de: isso vai passar, você tem mais tantos filhos, olha o que você tem na vida. Neste momento [luto recente] não adianta falar disso. A pessoa está sofrendo por ter perdido alguém significativo. Um dos primeiros pontos importantes para a gente considerar é a aceitação da dor. Aceitação daquela realidade. Esse é um ponto essencial. O segundo, é importante a pessoa saber que ela vai vivenciar momentos de altos e baixos. Os vários momentos do luto. Aquele momento de torpor, que não acredita muito no que está acontecendo. Tem a questão da negação, da raiva. Neste momento as pessoas brigam, entre aspas, com Deus. Envolvem outras pessoas também, como a raiva do médico que estava cuidando. A pessoa fica raivosa de forma geral. Tem um período de aceitação e de reorganização da vida. Mas para a pessoa vivenciar tudo isso, em momentos diferentes, é fundamental que ela tenha apoio. Uma rede de apoio. A pessoa que está perto também precisa entender que a morte é uma realidade. É um processo da vida. Não tem como falar

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Entrevista

TU ÉS PÓ E AO PÓ TORNARÁS Psicóloga fala sobre como lidar com o luto e a importância de aceitar a dor de perder um ente querido

DIVULGAÇÃO

Psicóloga clínica Luciana Aparecida Zanella Gusmão

de morte sem falar de vida e vice-versa. Às vezes as pessoas que estão tentando dar apoio, elas mesmas tentam negar a morte. Aceitar que essa dor acontece, que a pessoa pode

Não tem receita como enfrentar a morte de alguém querido. Existe como ter mais conhecimento e ter preparo emocional, buscar ajuda para passar por isso.”

Nas primeiras semanas sempre tem alguém perto, mas depois some tudo mundo, porque as pessoas foram cuidar da vida. Isso é algo que precisamos repensar”

chorar muito, pode ter momentos de raiva, altos e baixos é fundamental. O vivenciar isso é muito intenso. Não tem receita como enfrentar a morte de alguém querido. Existe como ter mais conhecimento e ter preparo emocional, buscar ajuda para passar por isso. É tão humano que a gente precisa de outras pessoas conosco em um momento de dor tão intensa. JC – Como trabalhar essa dor dentro da família? Como um pai ou uma mãe pode lidar com a sua própria dor e ainda dar amparo aos filhos? Muitas vezes as pessoas dizem: você tem que ser forte, olha quem depende de você. Vamos entender um pouco a situação. Primeiro, em toda situação de sofrimento, de impacto emocional, aceitar que se está vivendo isso é o primeiro passo. Quando aquele que ficou se reúne com os seus filhos

e diz: para mim também está sendo muito difícil, também estou sofrendo e estamos juntos para passar por isso. Essa é a melhor postura, porque ela se coloca nesta situação de igualdade. Não é porque é um pai, uma mãe, uma pessoa mais velha, que a pessoa não está sofrendo. JC - Não se deve esconder do filho que se está sofrendo? Não. Porque você não ensina a esse filho que aquilo dói. E ele pode ficar pensando se só ele que sente. Você ensina que a gente vive emoções agradáveis, desagradáveis, desconfortáveis e tudo bem. A gente pode viver essas emoções e juntos seguir em frente. Cria uma relação de igualdade e empatia e isso é muito bom. Porém, essa pessoa adulta tem responsabilidades que uma criança não tem. Está aí a importância da rede de apoio, da religiosidade, de pes-

soas próximas. Nas primeiras semanas sempre tem alguém perto, mas depois some tudo mundo, porque as pessoas foram cuidar da vida. Isso é algo que precisamos repensar. De ter alguém mais tempo. De a gente se organizar como comunidade para ter alguém junto, um grupo de pessoas. Trazer a pessoa que está sofrendo para o grupo. Alguém ficar responsável por ir lá, fazer uma visita. Às vezes a ajuda vem nas coisas mais simples. Se tiver uma louça para lavar, uma conta para pagar, coisas muito cotidianas, a pessoa pode prostrar e não consegue fazer. JC – Quais os sinais que mostram que o luto está se transformando em uma depressão e que a pessoa precisa de ajuda especializada? Observando alguns aspectos como, por exemplo, a frequência que isso está acontecendo. A pessoa está no quarto e não quer receber ninguém. Ok. No outro dia também, no outro também, é algo muito frequente. Ela estar assim e depois voltar por um bom período é o que se espera mesmo, mas quando ela passa a se comportar a maior parte do tempo desta forma é um sinal. A intensidade com que ela sofre. Ela não consegue ver prazer em nada e observar comportamento de autocuidado. Ela não come mais, higiene, isolamento total. Tem informações que a gente consegue observando o comportamento da pessoa. Hoje, dentro da psicologia, tem especialistas em luto. Uma das intervenções é em grupo, onde a pessoa vê que outras também estão passando por isso. Não para amenizar a dor dela, mas para trazer a realidade. JC - Deveríamos falar mais da morte para que o momento não seja tão dolorido? Teríamos que falar mais disso. Se tivéssemos consciência disso com mais frequência, poderíamos viver melhor. Trazer o assunto da finitude é importante. Ele não é confortável. Mas não é confortável porque falamos pouco e tratamos pouco. Algo que caracteriza muito isso é os adultos não permitirem que crianças e adolescentes vivenciem os rituais da morte de familiares. Já vai deixando longe daquela pessoa, que vai se tornar um adulto o tema.


Formação

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Como Santo André, levar Pedros para Jesus FOTOS: FACEBOOK/EESA

Escola de Evangelização Santo André propõe temáticas e metodologias para aqueles que vão apresentar Jesus aos irmãos FLORA NEVES PASCOM PAROQUIAL No dia 30 de novembro celebra-se o Dia de Santo André, o apóstolo que levou Pedro até Jesus. Assim como o apóstolo a Escola de Evangelização Santo André propõe temáticas e metodologias para aqueles que vão apresentar Jesus aos irmãos. A escola surgiu no México, em 1980 e já está em 60 países com mais de 2 mil escolas. No Brasil, já são 195 escolas estruturadas. O objetivo é formar evangeliz+adores nas paróquias e nas comunidades, estruturando um grupo multiplicador. Este ano já foram mais de 5 mil participantes em 117 cursos. Em Londrina, a escola está presente desde 2001. São seis formadores que vão até as paróquias formar novas

escolas. Três escolas já foram formadas e centenas de lideranças treinadas. A ideia é capacitar equipes locais para que reproduzam os cursos do programa de formação e ajudar a começar uma escola de evangelização na paróquia. A formação abrange três etapas: fundamentos da vida cristã; como evangelizar e como formar evangelizadores. Nas três etapas são abordados vários conteúdos divididos em cursos de 20 ou 40 horas. Entre os cursos estão: A Vida de Jesus nos quatro Evangelhos, com 40 horas onde é abordada a pessoa de Jesus a partir de cada um dos quatro evangelistas. O objetivo deste tema é conhecer e experimentar a Jesus para amá-lo, servi-lo e pregá-lo, pois a vida eterna consiste em conhecer a Jesus.

Formadores ministram cursos nas paróquias estruturando grupos multiplicadores

O curso é feito na paróquia que solicitar e é possível completar a carga horária em apenas um fim de semana. O material é preparado pela própria equipe formadora com apostilas e banners dos diversos conteúdos. A coordenação da escola já preparou 28 kits e um subsídio para equipes de evangelização.

DIRECIONAMENTO O escritório Nacional da Escola de Evangelização Santo André se instala na cidade de domicílio do coordenador nacional. Hoje o escritório encontra-se em Londrina, no Centro de Pastoral Jesus Bom Pastor. É coordenado pela evangelizadora Ângela Chineze. Entre as atribuições do escritório estão: centralizar a comunicação e administração e distribuir o material didático dos cursos. Para solicitar a formação de uma escola de Santo André, a paróquia precisa formar uma equipe de pelo menos cinco pessoas. O pároco precisa aprovar a escola, estudar a bússola - uma espécie de organização que orienta as equipes - e o projeto pastoral e agendar o primeiro curso com formadores. Para José Prado Flores, idealizador da Escola, a bússola

e o manual são orientações que devem estar sempre à mão para as atividades práticas ao realizar um curso ou instaurar a escola. “Em 2011 descrevemos a EESA como um trem que vai para Florença. Entretanto, não basta a visão, a direção e o objetivo; também são necessários os trilhos para que o trem possa caminhar e correr. Esses trilhos são o Manual Bússola ”. Em 2020 o escritório nacional da escola deve se manter em Londrina. Quem quiser abrir uma escola de evangelização de Santo André na paróquia deve entrar em contato com o Escritório Nacional por email scritorionacionaleesa@ hotmail.com ou telefone (43) 3024-6360. O escritório funciona de segunda a sexta das 13h30 às 17h30. Para acessar o calendário das outras escolas e participar dos cursos de uma escola existente basta entrar no site: eesabrasil.com.br.


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Superação

Exemplos de serviço e dedicação Homens e mulheres mostram que limitação não pode ser impedimento para trabalhar pelo Reino de Deus FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

PEDRO MARCONI PASCOM ARQUIDIOCESANA No dia a dia da Igreja, uma figura que forma a grande parcela do Povo de Deus e que desempenha papel fundamental para sua essência de levar e anunciar o Cristo e sua Salvação é a do leigo. É por meio do trabalho de pessoas que se doam em prol do Reino e do próximo que Jesus continua manifestando seu amor e fidelidade. Em 24 de novembro, data em que se celebra a festa de Cristo Rei, também é comemorado o Dia do Cristão Leigo. Na Arquidiocese de Londrina, assim como em milhares de comunidades pelo mundo, há pessoas que são exemplo especial do que é engajamento. São homens e mulheres, de diversas faixas etárias, que fazem do que poderia ser uma limitação motivo de eficiência. Nilma Ruth de Oliveira faz parte dos paroquianos que frequentam e ajudam na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, Decanato Leste. Sua atuação de forma mais concreta começou a partir da Crisma, quando foi vice-coordenadora do grupo de adolescentes da paróquia. Colaborou como catequista durante alguns anos. Atualmente, está na vice-coordenação arquidiocesana da Legião de Maria, movimento

Deficiência física não impede Nilma Ruth de Oliveira de participar as pastorais

que participa há 24 anos. Paraplégica, usa cadeira de rodas para se locomover. O que para muitos poderia ser motivo de desesperança para Nilma é um instrumento que a faz exercer suas variadas funções, que elenca com muito orgulho e dedicação. “Sou vice-coordenadora da Pastoral do Dízimo, coordeno o Grupo Bíblico de Reflexão no setor onde moro, sou secretária do CPP e minha mais nova

empreitada está sendo coordenar a Pascom (Pastoral da Comunicação) na paróquia. Gosto muito, pois, sinto que por meio da comunicação temos a oportunidade de melhor propagar o Reino de Deus”, diz. Segundo a auxiliar administrativa e revendedora de produtos naturais, cosméticos e alimentícios, estar em uma cadeira de rodas é um desafio equiparado ao viver, o que é

JORDINO NETO/ORATÓRIO NOSSA SENHORA DO SILÊNCIO

Coroinha João Vitor Guttuzzo conta com ajuda de intérpretes em Libras para desempenhar a função

para todos. “Não vejo minha limitação como um problema que me paralisa. Dentro das minhas possibilidades e conhecimentos procuro estar sempre ativa em todas as áreas da vida”, destaca. “As pessoas não podem esperar ter tempo livre para se colocar à disposição do serviço de Jesus. O verdadeiro cristão não pode se acomodar. Deus conta conosco nesta missão”, reflete. Mesmo com a rotina intensa e as várias atividades que envolvem o trabalho e vida pessoal, Nilma Oliveira tem encontrado na Pastoral da Comunicação um campo vasto a ser explorado e importante. “Conheci a Pascom por meio do nosso ex-pároco, padre Antonio Carlos da Silva. Aceitei o convite para ajudá-lo a implantar a pastoral em nossa comunidade.

Não é uma tarefa fácil. Entretanto, cada passo que damos é gratificante e acho essencial na vida da Igreja o trabalho que a Pascom promove.” FELIZ POR AJUDAR Coroinha no Oratório Nossa Senhora do Silêncio, João Vitor Guttuzzo, de 17 anos, perdeu a audição aos dois meses de vida por conta de uma medicação. Em casa sempre encontrou o exemplo e incentivo para frequentar a Igreja. Foi em 2010 que começou a se aprofundar mais nas questões religiosas, aprendendo sobre liturgia e a Missa. “Na Congregação da Pequena Missão para Surdos os padres sempre me incentivavam. Também sempre recebi apoio dos intérpretes, além de formações com os seminaristas Matheus Salgado e Aderbal Scapini”, cita o jovem, que se diz realizado em poder ajudar. “Sou feliz porque ajudo nas necessidades da celebração. Faço tudo que um acólito faz. Isso é muito importante para mim”, valoriza. De acordo com João Vitor, a surdez nunca o atrapalhou, já que encontrou suporte junto aos demais membros da comunidade. “Tenho com quem tirar dúvidas e sempre existe a presença do intérprete. É um desafio servir a Deus, mas, minha expectativa é de sempre dar o meu melhor”, diz ele, que serve nas missas do oratório. “É tudo muito natural. Se preciso de ajuda, me esforço e busco aprender mais. É necessário estar atento na Igreja. Deus está ao seu lado, não se pode esquecer disso jamais. Deve ser obediente à Igreja, porque ela ensina a Palavra de Deus. Ela nos ajuda a encontrar Jesus”, resume.

As pessoas não podem esperar ter tempo livre para se colocar à disposição do serviço de Jesus. O verdadeiro cristão não pode se acomodar. Deus conta conosco nesta missão”


Destaque

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A AMAZÔNIA ESTÁ NO CORAÇÃO DA IGREJA Documento final do Sínodo exorta uma verdadeira conversão que levará a Igreja ao encontro dos povos amazônicos

PASCOM ARQUIDIOCESANA De 6 a 27 de outubro os 250 participantes da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-amazônica, sendo 184 bispos, discutiram os desafios e potenciais da região amazônica. Foi um momento para reflexão, complementação, aprofundamento e de oração, ressaltou o segundo vice-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Mário Antônio da Silva. Em sua oração do Angelus, após a missa de encerramento do

Sínodo, Papa Francisco disse que a primeira leitura, do Livro do Eclesiástico (Eclo 35,15b-17. 20-22a) recorda o ponto de partida para uma Igreja que vai ao encontro dos povos amazônicos. “O grito dos pobres, junto ao grito da terra, veio da Amazônia. Depois dessas três semanas não podemos fazer de conta de não tê-lo ouvido. As vozes dos pobres e a de tantos outros dentro e fora da Assembleia sinodal, pastores, jovens e cientistas nos impelem a não permanecer indiferentes. Ouvimos muitas vezes a frase “depois é tarde de-

mais”: esta frase não pode permanecer um slogan”, afirmou o Santo Padre. O presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira, disse considerar “a experiência do Sínodo a oportunidade do diálogo, da escuta, da partilha e do ato de nos debruçarmos sobre a realidade da Amazônia em si, o que nos ensina muito para todo canto do mundo e do Brasil”. De acordo com ele, “aquilo que está no horizonte é um grande convite, forte e permanente, à conversão, seja pastoral, ecológica, cultural, sino-

Novos caminhos de conversão sinodal Superar o clericalismo e as imposições arbitrárias, reforçar uma cultura do diálogo, da escuta e do discernimento espiritual, responder aos desafios pastorais. De acordo com o Documento final do Sínodo para a Amazônia, o desafio é interpretar à luz do Espírito Santo os sinais dos tempos e identificar o caminho a seguir a serviço do desenho de Deus. As formas de exercício da sinodalidade são várias e deverão ser descentralizadas, atentas aos processos locais, sem enfraquecer o elo com as Igrejas irmãs e

com a Igreja universal. A participação do laicato, seja na consulta, seja na tomada de decisões na vida e missão da Igreja – explica o Documento Final – deve ser reforçada e ampliada a partir da promoção e concessão de “ministérios a homens e mulheres de modo équo”. O Sínodo aposta ainda numa vida consagrada com rosto amazônico, a partir de um reforço das vocações autóctones: entre as propostas, se destaca o caminhar junto aos pobres e excluídos. O Documento dedica am-

plo espaço à presença e à hora das mulheres. O Sínodo pede que a voz das mulheres seja ouvida, que sejam consultadas, participem de modo mais incisivo na tomada de decisões. Foram definidos como urgentes a promoção, a formação e o apoio aos diáconos permanentes. O Documento final propõe, também, o estabelecimento de regras para ordenação sacerdotal de homens casados, para atender a urgência por padres na região amazônica. (Com informações do Vatican News)

dal, esse é o caminho”. “Quando alguém ouve algumas experiências que surgiram no Sínodo, não apenas percebe quantos semina verbi existem nesses povos e vestigia ecclesiae presentes nessas culturas, mas também de como o centro comete um erro grave quando pensa que é superior a essas pessoas” afirmou dom Jaime Spengler, pró-secretário-geral do Sínodo dos Bispos. DOCUMENTO O documento final do Sínodo aborda em seus cinco capítulos temas como missão, inculturação, ecologia integral, defesa dos povos indígenas, rito amazônico, papel das mulheres e novos ministérios, sobretudo nas áreas de difícil acesso à Eucaristia. A região abrange nove países e é habitada por mais de 33 milhões de pessoas, cerca de 2,5 milhões são indígenas. É a segunda região mais vulnerável do mundo devido às mudanças climáticas e isso exige urgentemente, reitera o Documento, uma nova direção que permita que seja salva, sob pena de impacto catastrófico em todo o planeta. O Documento exorta desde o início a uma “verdadeira conversão integral”, com uma vida simples e sóbria, no estilo de São Francisco de Assis, comprometida em relacionar-se harmoniosamente com a “Casa Comum”, obra criativa de Deus. Essa con-

versão levará a Igreja a ser em saída, para entrar no coração de todos os povos amazônicos. O texto não reprime as muitas dores e violências que hoje ferem e deformam a Amazônia: a privatização de bens naturais; modelos de produções predatórias; desmatamento que atinge 17% de toda a região; a poluição das indústrias extrativistas; mudanças climáticas; narcotráfico; alcoolismo; tráfico de seres humanos; a criminalização de líderes e defensores do território; grupos armados ilegais. O Documento fala da migração dos povos indígenas e afirma que é necessário um cuidado pastoral transfronteiriço capaz de incluir o direito à livre circulação. O problema da migração, lê-se, deve ser enfrentado de maneira coordenada pelas Igrejas de fronteira. Além disso, um trabalho pastoral permanente deve ser pensado para os migrantes vítimas do tráfico de pessoas. O Documento sinodal convida a prestar atenção ao deslocamento forçado de famílias indígenas nos centros urbanos, sublinhando como esse fenômeno requer uma “pastoral conjunta nas periferias”. Daí a exortação à criação de equipes missionárias que, em coordenação com as paróquias, cuidem desse aspecto, oferecendo liturgias inculturadas e favorecendo a integração dessas comunidades nas cidades.


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Destaque

FOTOS: DIVULGAÇÃO/VATICAN NEWS

Defender a terra é defender a vida “A defesa da terra”, lê-se no documento, “não tem outro objetivo a não ser a defesa da vida” e se baseia no princípio evangélico da defesa da dignidade humana. Portanto, deve-se respeitar os direitos à autodeterminação, à delimitação dos territórios e à consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas. Um ponto específico é dedicado às populações indígenas em isolamento voluntário ou em isolamento e contato inicial que hoje, na Amazônia, somam cerca de 130 unida-

A missão não é opcional A referência à natureza missionária da Igreja também é central: a missão não é algo opcional, lembra o Documento final do Sínodo para a Amazônia, porque a Igreja é missão e a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja. Na Amazônia, ela deve ser “samaritana”, ou seja, ir ao encontro de todos; “Madalena”, ou seja, amada e reconciliada para anunciar com alegria o Cristo ressuscitado; “Mariana”, ou seja, geradora de filhos para a fé e “inculturada” entre os povos a que serve. É importante passar de uma pastoral “de visita” a uma pastoral “de presença permanente” e, para isso, o Documento sinodal sugere que as

Congregações religiosas do mundo estabeleçam pelo menos um posto missionário em um dos países da Amazônia. O diálogo ecumênico e inter-religioso é “caminho indispensável da evangelização na Amazônia”, afirma o texto sinodal. No âmbito inter-religioso, o Documento incentiva um maior conhecimento das religiões indígenas e dos cultos afrodescendentes, a fim de que cristãos e não cristãos possam agir juntos em defesa da Casa Comum. Por esse motivo, são propostos momentos de encontro, estudo e diálogo entre as Igrejas na Amazônia e os seguidores das religiões indígenas. O Documento também recorda a urgência de uma pas-

toral indígena que tenha um lugar específico na Igreja. Depois, dar espaço aos jovens amazônicos, com suas luzes e sombras. Em particular, o Documento sugere “um renovado e ousado ministério juvenil”, com uma pastoral sempre ativa e centrada em Jesus. Quando volta-se para o tema da pastoral urbana, lê-se no texto, que é preciso lutar a fim de que os direitos fundamentais básicos sejam garantidos nas “favelas” e nas “vilas misérias”. Central deve ser também o estabelecimento de um “ministério de acolhimento” para uma solidariedade fraterna com migrantes, refugiados e sem-teto que vivem no contexto urbano.

des e são muitas vezes vítimas de limpeza étnica: a Igreja deve empreender dois tipos de ação, pastoral e outra “de pressão”, para que os Estados protejam os direitos e a inviolabilidade dos territórios dessas populações. O Documento sinodal propõe, também, que os centros de pesquisa da Igreja estudem e recolham as tradições, as línguas, as crenças e as aspirações dos povos indígenas, encorajando o trabalho educativo a partir da sua própria identidade e cultura.

Ecologia integral, único caminho possível Diante de “uma crise social e ambiental sem precedentes”, o Sínodo apela a uma Igreja amazônica capaz de promover uma ecologia integral e uma conversão ecológica segundo a qual “tudo está intimamente conectado”. Defender e promover os direitos humanos, além de ser um dever político e uma tarefa social, é uma exigência de fé. Diante deste dever cristão, o Documento denuncia a violação dos direitos humanos e a destruição extrativista. Propõe uma transição energética radical e a busca de alternativas; propõe também o desen-

volvimento de programas de formação para o cuidado da “casa comum”. O Documento reafirma o empenho da Igreja em defender a vida “desde a concepção até o seu fim” e em promover o diálogo intercultural e ecumênico para conter as estruturas de morte, pecado, violência e injustiça. Conversão ecológica e defesa da vida na Amazônia se traduzem para a Igreja em um chamado a “desaprender, aprender e reaprender para superar qualquer tendência a assumir modelos coloniais que tenham causado danos no passado”.


Cristianismo

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GUTO HONJO/PASCOM

A mãe de todas as igrejas WAURIDES ALVES PASCOM ARQUIDIOCESANA É comemorado no dia 9 de novembro a festa em homenagem à Basílica de São João de Latrão. Localizada em Roma, na Itália, é a primeira igreja construída em Roma, por volta do século IV, ano 313 d.C, sob ordens do imperador Constantino e durante o pontificado do Papa Melquíades. Considerada a mãe de todas as igrejas, nela se encontra a cátedra do papa, ou seja, a cadeira do pastor. O professor Felipe Aquino explica que ela é “mãe de todas as Igrejas, porque é a Igreja do Papa, a Catedral do Papa, do bispo de Roma e como Papa é o chefe visível da Igreja, essa torna-se então a igreja mais importante de toda cristandade.” O padre Cesar Augusto explicou em um artigo que “inicialmente, os cristãos não possuíam lugares fixos para celebração da Eucaristia, mas a realizavam em suas casas”. Constantino deu ao Papa uma basílica e nela os cristãos se reuniam dando início ao conceito de ‘igreja’. O local onde está construída a basílica era uma antiga propriedade da família dos Lateranenses e que passou a ser dos cristãos, “concedendo o direito deles praticarem sua religião”, disse o Papa Emérito Bento XVI aos fiéis em novembro de 2008. A Basílica foi consagrada no ano de 324 pelo Papa Silvestre, dando então início o conceito de igreja, “um edi-

Basílica de São João de Latrão, em Roma, é a primeira catedral do Papa JULIANA MASTELINI MOYSES

Como é a Catedral de Roma, o Papa celebra os ofícios da Quinta-feira Santa na Basílica

fício sagrado em que os fiéis se reúnem para rezar e prestar culto a Deus”, explica padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior. Ela leva o nome de São João por causa das duas capelas em honra a São João Batista e São João Evangelista, dois grandes anunciadores do Reino de Deus. A festa recorda que somos o templo de Deus, pedras vivas, e que Ele está no meio de nós quando estamos reunidos em assembleia. O professor Aquino afirma que a Basílica lembra também da importância do Papa, Pedro, quando Jesus deu a ele a missão de ser o chefe da Sua Igreja. Ao longo dos séculos, a igreja sofreu as consequências de um terremoto e vários incêndios. Foi reconstruída inúmeras vezes, mas ainda conserva a sua forma origi-

nal. Além do belo claustro do século XIII e de um antigo batistério que está totalmente restaurado. A Basílica de São João de Latrão teve um importante papel na história, já que até 1870 todos os Pontífices foram investidos nela. Atualmente, a igreja não perdeu a importância que a caracteri-

zava no passado, já que o Papa, como bispo de Roma, continua celebrando em seu interior os ofícios da Quinta-feira Santa. O pórtico de dois andares que está na fachada principal da basílica data do século XVIII, e é o lugar de onde

o Papa dá a sua benção a cada Quinta-feira Santa. Na parte superior da fachada, imponentes estátuas de Cristo e dos santos esculpidas durante o século XVIII dão as boas-vindas aos fiéis. As portas centrais de bronze são as originais que eram utilizadas na Cúria romana, situada nos Fóruns imperiais. A basílica apresenta um interior grandioso e profundamente decorado, desde o teto até o chão decorados com mosaicos e imponentes colunas e estátuas colossais. Na basílica está a Escada Santa, pela qual Jesus Cristo subiu para ser julgado na Sexta-feira Santa. Foi levado do palácio de Pôncio Pilatos em 326. Basílica de Latrão é uma das quatro Basílicas Papais, as outras são: a Basílica de São Pedro, de São Paulo fora dos Muros e de Santa Maria Maior. (Com informações da Canção Nova e Cléofas).


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Agradecimento

5º Encontro dos Funcionários da Mitra A Mitra Arquidiocesana de Londrina agradece aos patrocinadores e paróquias que colaboraram com o seu Encontro Anual dos Funcionários, realizado no dia 29 de outubro. Participaram mais de 400 funcionários que trabalham nas diversas paróquias, capelas, casas paroquiais, seminários, casas de encontro e centro de pastoral da Arquidiocese de Londrina. Que Deus os abençoe!

EDNA VIEIRA


Setor juvenil

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Formação ilumina a caminhada juvenil FOTOS: DIVULGAÇÃO

Encontro apresentou os principais pontos da Exortação Apostólica Christus vivit SETOR JUVENIL No dia 24 de outubro foi realizada na Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, a primeira noite da formação arquidiocesana sobre a Exortação Apostólica Christus vivit do Papa Francisco a todos os jovens. A formação conduzida por três formadores jovens apresenta os principais pontos de todos os capítulos do documento que ilumina e direciona a evangelização da juventude. No documento, composto por nove capítulos divididos em 299 parágrafos, o Papa ex-

plica que se deixou “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018. Papa Francisco recorda que “numa época em que os jovens contavam pouco, alguns textos mostram que Deus vê com olhos diferentes” e apresenta brevemente figuras de jovens do Antigo Testamento. Depois passa para o Novo Testamento. O Papa escreve que “Jesus, o eternamente jovem, quer dar-nos um coração sempre jovem” e acrescenta: “Note-

Nova formação está marcada para o dia 24 de novembro

mos que Jesus não gostava que os adultos olhassem com desprezo para os mais jovens ou os mantivessem, despoticamente, ao seu serviço. Pelo contrário, pedia: O que for maior entre vós seja como o menor (Lc 22, 26).”

SHALOM COMEMORA QUATRO ANOS

A Obra Shalom em Londrina celebra seus quatro anos de caminhada. Louvamos a Deus por essa trajetória de missão e de evangelização na Arquidiocese de Londrina. Os frutos sejam muitos em todos os lugares da Obra. Sejam presenteados com perseverança e santidade. O grupo é realizado todos os sábados às 17 horas no Santuário Nossa Aparecida, na rua Grajaú, 257, bairro Vila Nova. Parabéns Shalom Londrina!

EFFATA REALIZA EXPERIÊNCIA DE ORAÇÃO

Nos dias 25 a 27 de outubro na Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, cerca de 80 adolescentes participaram da Experiência de Oração realizada pelo grupo de adolescentes EFFATA. O encontro surpreendeu com a quantidade de participantes e pelo entusiasmo durante o encontro. Os temas contemplados no encontro foram sobre Maria, Espírito Santo, Família e outros. Momentos emocionantes de fé, alegria e amizade. O grupo de adolescentes EFFATA se reúne aos domingos às 17 horas no salão São José 2. Todos os adolescentes estão convidados!

Francisco afirma que “nunca nos arrependeremos de gastar a própria juventude a fazer o bem, abrindo o coração ao Senhor e vivendo contracorrente.” Todos os participantes receberam gratuitamente o do-

cumento. A próxima oportunidade da formação será no dia 24 de novembro às 9h, no auditório da Paróquia São José Operário. Todos os coordenadores atuais e eleitos de grupos de adolescentes e jovens estão convocados.

DEFINIDO CALENDÁRIO DE 2020

O Setor Juvenil divulga a todas as paróquias e principalmente aos coordenadores de grupos de adolescentes e jovens da Arquidiocese de Londrina as duas principais datas da caminhada pastoral em 2020. No dia 6 de junho a Assembleia Arquidiocesana do Setor Juvenil para todos os coordenadores e vice, e no dia 24 de outubro a 3ª Jornada Missionária da Juventude. Nessas duas datas os grupos não devem agendar atividades, encontros ou reuniões a fim de que todos consigam participar ativamente. Organize o calendário do seu grupo e cultive a unidade na caminhada de evangelização da juventude.


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Cotidiano WELLINGOTN FERRUGEM

Concentração do Apostolado da Oração reúne mais de 800 membros DANIEL KANKI

Encontro na Paróquia N. S. Rainha do Universo trabalha a espiritualidade dos devotos do Sagrado Coração de Jesus EDUARDO CASTRO PASCOM - PAR. N. S. DOS MIGRANTES No dia 20 de outubro, mais de 800 pessoas participaram das atividades da Concentração do Apostolado da Oração, na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro. A programação contou com pregações, teatro, animação e muita oração.

A concentração tem por objetivo promover um momento de espiritualidade aos devotos do Sagrado Coração de Jesus

O grupo do MEJ (Ministério Eucarístico Jovem), que também faz parte da Rede Mundial de Oração pelo Papa como o Apostolado da Oração, esteve presente encenando um teatro de como o pecado tenta afastar as pessoas do Sagrado Coração de Jesus. Padre Arcides de Bastiani, SJ, que é o diretor espiritual do Apostolado da Oração, participou da concentração, juntamente com a equipe da coordenação arquidiocesana. A concentração tem por objetivo promover um momento de espiritualidade aos devotos do Sagrado Coração de Jesus. O encontro encerrou com a Santa Missa presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz e concelebrada pelos padres Arcides de Bastiani, SJ, e frei Nelson Martins dos Santos, OFMCap.

O encontro encerrou com a Santa Missa presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz

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Cotidiano

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Dom Geremias preside celebrações do Círio de Nazaré na Diocese de Macapá Visita foi um convite do bispo diocesano dom Pedro José Conti que na data estava no Vaticano no Sínodo da Amazônia MÁRCIA FONSECA As celebrações da festa do Círio de Nazaré, em Macapá, recebeu de forma especial este ano, a presença do arcebispo da Arquidiocese de Londrina dom Geremias Steinmetz. Em

virtude da realização do Sínodo da Amazônia, o bispo diocesano dom Pedro José Conti, não esteve presente na programação do Círio 2019. O arcebispo desembarcou em Macapá no dia 11 de outubro e acompanhou a Romaria dos Rodoviários que levou a imagem peregrina até o município de Santana. No dia 12, dom Geremias esteve nas romarias fluvial e dos motociclistas. Para ele, este foi um momento de muita alegria e solidariedade ao povo amapaense. “O convite de dom Pedro é uma alegria e um momento de solidariedade ao povo da Amazônia. Viver essa realidade diferente, principalmente ver o rio, as pessoas, a cultura, a religiosidade, as manifestações da realidade popular com um objeto de devoção a Nossa Senhora, em cada cultura vemos a diversidade de expressões”, disse dom Geremias. A programação contou com a presença do arcebispo ainda nas celebrações da apresentação do manto e Dia do Círio que ocor-

Arcebispo participou na celebração da apresentação do manto de Nossa Senhora de Nazaré

reu no dia 13 de outubro, no Santuário de Nossa de Fátima. CÍRIO 2019 A festa do Círio foi no dia 13 de outubro começando a partir das 7h, com missa campal em

frente ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima. O tema escolhido para este ano foi “Salve Maria, Rainha da Amazônia Missionária” e o lema: “O Senhor fez por nós maravilhas, Santo é seu nome” (Lc 1,46-55).

A festividade oportunizou a reflexão sobre a missionariedade e ecologia integral, em alusão ao Sínodo da Amazônia e o Mês Missionário Extraordinário, declarado pelo Papa Francisco.

FOTOS: PE. FÁBIO ROGÉRIO BEZERRA PEREIRA - DIOCESE DE MACAPÁ

A procissão reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré


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Peregrinos percorrem a 4ª Rota dos Santuários CAIO MATHEUS CALDEIRA DA SILVA SEMINARISTA PASCOM PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA No dia 20 de outubro foi realizada a 4ª edição da Rota dos Santuários de Londrina, promovida desde julho deste ano em Londrina. A rota consiste na peregrinação por todos os santuários da cidade de Londrina e também pelas paróquias que já são santuários naturais de devoção aos santos, como vivenciado na Paróquia Santa Rita de Cássia, Decanato Leste.

São 17 km de percurso que passam por duas paróquias, dois santuários e pela Catedral de Londrina São 17 km de percurso que passam pela Paróquia São Judas Tadeu, pelo Santuário Nossa Senhora Aparecida, pela Catedral Metropolitana de Londrina, o Santuário Mariano de Schoenstatt e a Paróquia Santa Rita de Cássia, se prepara para se tornar santuário. O trajeto da rota pode ser realizado a pé, de bicicleta, carro ou até de ônibus. “Em cada santuário visitado, você sente suas energias serem re-

Nestes três momentos, senti uma emoção muito grande como se Nossa Senhora e Jesus estivessem olhando com carinho por você naquele momento de sacrifício.

novadas para o resto do caminho. Recebemos as bênçãos do pároco responsável em três delas. Nestes três momentos, senti uma emoção muito grande como se Nossa Senhora e Jesus estivessem olhando com carinho por você naquele momento de sacrifício. Com certeza, participarei outras vezes”, contou Renata Calheiros Zarelli, que participou da 3ª Edição da Rota dos Santuários, realizada em em setembro deste ano.

Todas as peregrinações são a manifestação da confiança incondicional ao grande poder de Deus.

PENITÊNCIA A Rota dos Santuários de Londrina tem por missão promover atividades religiosas que servirão para os devotos crescerem na sua fé, para conhecerem mais os Santuários da cidade e para promover a união entre os santuários, fora a promoção do turismo religioso local. A rota está em processo de organização e oficialização. Um estatuto já foi encaminhado a Secretaria de Turismo e ao Sebrae. Com a sua divulgação e conhecimento visa também agregar valor frente a cidade, bem como também promovê-la. A rota é inteiramente gratuita e não necessita de inscrições. As peregrinações não são uma invenção de hoje ou um “modismo devocional” dos

tempos modernos. Elas existem há vários anos na história da Igreja. No Novo Testamento das Sagradas Escrituras,Maria e José iam todos os anos peregrinar a Jerusalém. “[…] Todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa” (Lc 2,41). Também têm caráter penitencial onde os peregrinos, pelo esforço dos deslocamentos, pedem perdão pelos pecados e também pedem a graça de alcançar uma graças especiais. Todas as peregrinações são a manifestação da confiança incondicional ao grande poder de Deus. Além disso, elas são e representam o esforço humano que se direciona ao coração de Deus para estabelecer comunhão e diálogo. Peregrinar é encontrar-se com Deus e descobrir também que a vida nesta terra é uma constante peregrinação ao Reino de Deus, o céu. TERUMI SAKAI

Seminarista da arquidiocese recebe admissão às Ordens Sacras PASCOM ARQUIDIOCESANA O seminarista Caio Matheus Caldeira da Silva, da Arquidiocese de Londrina, recebeu no dia 31 de outubro, a admissão às Ordens Sacras, cerimônia na qual ele manifesta publicamente a vontade de se doar a Deus e à Igreja para exercer o sacramento da Ordem. A Santa Missa foi presidida

pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz e concelebrada por padres da arquidiocese na Paróquia Santa Rita de Cássia, Decanato Leste, e contou com a presença de familiares e amigos do seminarista. A ordenação diaconal será no dia 8 de dezembro, às 16 horas, na Capela Sagrada Família, da Paróquia Santa Rita de Cássia, Decanato Leste.

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Consciência Negra

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Pastoral Afro-brasileira: Os índices do IBGE 2018 apontam que o Brasil está longe de ser uma democracia racial, por isso uma pastoral inclusiva que leve informação aos negros deve ser compromisso de todos FLORA NEVES PASCOM PAROQUIAL A falta de atendimento mínimo à população negra no Brasil é fruto do processo histórico desumano sofrido pela raça no país. Foi a partir desta realidade e de um longo processo de conscientização e atuação de negros e negras na Igreja que surgiu a Pastoral Afro-brasileira. No final da década de 1970, depois de dois encontros feitos pela Igreja na América Latina, percebeu-se a necessidade de uma atenção pastoral maior para com os grupos culturais indíge-

nas e afro-americanos. Durante a Conferência dos Bispos da América Latina na cidade de Puebla, no México, em 1979, foram dados passos importantes que mostraram a atenção para com os mais pobres, entre eles, os negros que vivem discriminados e em situações desumanas. Em 7 de setembro de 1981, foi criado o Grupo de União e Consciência Negra e, durante uma celebração eucarística na Catedral da Sé, em São Paulo (SP), um grupo de padres pediu a criação da Pastoral Afro-brasileira que hoje integra a Comissão Episcopal para o Serviço da

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Caridade, da Justiça e da Paz e as demais Pastorais Sociais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Em Londrina, a pastoral atua, principalmente, junto às entidades e a população negra da cidade e de Cambé. Segundo Amauri Farias, coordenador da pastoral na arquidiocese, o objetivo da pastoral é sensibilizar a Igreja para o conhecimento das questões afro-brasileiras, animar os grupos negros católicos existentes, incentivar o surgimento de novos grupos que buscam sua identidade numa sociedade e Igreja plurais. INTEGRAÇÃO Em nível nacional, a Pastoral Afro busca levar os negros a encontrarem um lugar na Igreja e conhecer seus direitos, apesar das feridas do escravismo. Além de buscar apoio na luta pelos seus direitos, procuram, por meio da pastoral, inserir na Igreja seus valores e riquezas culturais. Farias conta que, em Londrina e Cambé, há uma tentativa de integração, por meio de ações, que levam os grupos negros católicos a resgatarem sua verdadeira história e se integrarem. A pastoral ainda procura promover a integração e articulação dos grupos e das iniciativas, respeitando as particularidades de cada um. No entanto, ainda existe muito preconceito e discrimi-

nação na própria Igreja, por isso, um dos maiores desafios é sensibilizar as comunidades para o conhecimento das questões afro-brasileiras. Outro desafio é incentivar o surgimento de novos grupos que busquem sua identidade nesta sociedade e nesta Igreja tão diversificada, além de animar os grupos negros católicos existentes. A Pastoral Afro-brasileira tem buscado, também a solidariedade e o diálogo com as instâncias da sociedade civil que representam o povo negro na recuperação da dignidade dos afro-brasileiros.

A luta pela cidadania é ainda um desafio presente. MISSA Uma das atividades da Pastoral é fazer a integração das comunidades por meio da missa afro. A celebração reúne elementos da cultura africana que tanto influenciou a cultura brasileira, mas segue e respeita o ritual católico romano. Este ano, a missa foi celebrada no dia 3 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes, Decanato Cambé. A festividade faz parte das comemorações do dia da Consciência Negra


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