ARQrevista 11

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sumário / editorial

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ED. LET’S PERDIZES projeto/ilustrações virtuais/stand de vendas/apto. modelo

SÃO PAULO

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ED. VARANDAS DO VILLA LOBOS

SÃO PAULO

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APTO. 23 ED. VARANDAS DO VILLA LOBOS

SÃO PAULO

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ED. WELL BROOKLIN

SÃO PAULO

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RETROFIT CASA/CLÍNICA DERMATOLÓGICA

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ANEXO COMPETITION PAULISTA

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ED. PUNTO

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DESENHO LUMINÁRIA

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GALPÃO INDUSTRIAL (arquivo)

11

JUNDIAÍ SÃO PAULO DIADEMA

SÃO PAULO

Nasci no dia 11 e guardo comigo esse número como um amuleto da sorte. Por essa razão não poderíamos deixar de preparar essa décima primeira edição especial da revista sem festejar a coincidência com o encerramento das tarefas de 2011. Como ninguém tem muita paciência, ou interesse, para ler nada assim no final do ano, decidimos “entregar” somente agora a nossa Arqrevista 11, no momento exato em que todos nós estamos entusiasmados, descansados e ávidos para começar o ano de verdade. Como forma de compensar nosso silêncio editorial do ano já ido, prometemos um esforço extra para finalizar a número 12 logo nos primeiros meses desse 2012, que certamente não trará o fim do mundo, mas talvez obrigue muita gente a começar a pensar de forma mais ampla e generosa. Sendo otimistas, talvez venha 2012 trazer o contrário, um começo de mundo melhor, onde a arquitetura poderá desempenhar um excelente papel. Assuntos misturados, (mesmo tratando de arquitetura, por si já bem caleidoscópica ) nos obrigam sempre a refletir sobre questões mais vitais da profissão e a principal delas talvez seja o foco. Quando selecionamos novos tópicos ou trabalhos para publicar temos de “amarrar” todos assuntos para que se possa passar alguma idéia sobre as razões de nossas escolhas. Podemos assegurar que nossa revista não pretende ser puramente estética (mesmo que cada projeto mostrado carregue alguma beleza), mas, sim, diversa e transparente. E como todo veículo de comunicação deve mostrar algo inédito, tal novidade, às vezes, não é tão clara nem mesmo para nós até que chega o dia que paramos tudo para compilar uma nova revista e nos surpreendemos. A capa foi escolhida pretendendo uma provocação. Nosso projeto é somente o gramado da foto, mas o que chama mais atenção é a arquitetura da calçada oposta, bem cuidada, proporcional e elegante, exemplo vivo para uma cidade que vive sempre essa convulsão imobiliária (da qual também fazemos parte) e que mal tem tempo de se olhar com a devida atenção. Tais edifícios nos permitem refletir sobre pertinência, aquela palavra que nunca sabemos direito onde usar, mas que sobre qualquer arquitetura deveria estar sempre fixada como um TAG de certificação: Arquitetura Pertinente. Pertinência em se tratando de escolhas adequadas para lugares específicos, sempre urgente em cidades com pouco horizonte e muitos problemas, enfim, sempre útil para usuários com poucas escolhas e quase sem acesso a alguma crítica de urbanismo. Nossos projetos são, em geral, bastante discretos e mesmo assim interferem de algum modo em qualquer contexto. Cientes disso, nos vemos com o trabalho redobrado, tentando arduamente intervir sutil e positivamente na paisagem. Isso explica um pouco (mas não justifica) nossa falta de tempo para uma dedicação mais efetiva na produção de nossa preciosa revista, ocupados constantemente com produção, pesquisa, etc.


Esse projeto da capa é o prédio anexo criado para a Competition Paulista, na Rua Cincinato Braga. Podemos confessar grande contentamento com o resultado, não só do projeto, mas também da esmerada execução, importante citar isso nessa época, em que qualidade de obra não tem sido considerada um item de primeiríssima necessidade. São somente dois pavimentos, com uma quadra de futebol na cobertura, e o edifício abriga algumas atividades complementares e necessárias à academia. O objetivo maior do empreendimento era criar um parque extra de estacionamento para beneficiar os freqüentadores e, por isso, todo o terreno foi tratado como jardim e não como garagem. O prédio tem circulação de pedestres externa e interna, sendo a de fora através de varandas protegidas por peitoris leves metálicos e complementadas por elementos corridos de iluminação homogênea. Tivemos a liberdade de desenhar livremente os painéis madeirados que definem graficamente o edifício, usando laminado TS por toda a fachada; sombreando( e resguardando ) convenientemente as atividades internas e amenizando a carga térmica de ar condicionado. Toda a estrutura é aparente em concreto e quase nenhum adorno adicional foi colocado. Em breve, mostraremos um pouco melhor o que projetamos para as funções internas do edifício, por enquanto nos basta falar dessa volumetria e da área verde projetada defronte aos prédios que gostaríamos de ter desenhado na época em que foram erguidos. O Let’s Perdizes ainda aguarda seu início de obra previsto para breve. O que mostramos é o processo que acompanha seu lançamento, pois desenhamos, além do prédio inteiro, o estande de vendas, o apartamento modelo e toda a sua decoração interna, coordenando tudo com as imagens virtuais criadas para simular o estilo de vida que imaginamos para os futuros moradores. Edifícios com apartamentos compactos surgiram vários recentemente e este nosso tenta se destacar por suas qualidades de desenho mais contemporâneo e pela generosidade de suas aberturas para a cidade. Quem morar verá, quem passar na porta também vai ficar contente com o resultado. O Varandas do Villa Lobos já foi mostrado parcialmente em revista anterior , mas como nosso assunto também é mercado, e disso tudo o que mais nos interessa é o que vem depois, ou seja, quando o produto imobiliário vira finalmente morada para muita gente bacana, mostramos (junto com as imagens do prédio concluído) também uma das unidades que desenhamos internamente. Tiramos o máximo partido dos elementos crus da nossa própria arquitetura para poder criar as várias situações que dialogam com esse despojamento. Claro que não existe lá estrela maior do que a vista deliciosa para o parque defronte, mas nosso projeto tem o mérito de se relacionar harmonicamente com esse entorno servindo a uma tipologia quase única na cidade (edifícios baixos) e continuando nossa pesquisa de linguagem iniciada nos demais projetos executados na mesma avenida. O Well Brooklin foi mostrado em sua fase virtual e agora registramos tudo já pronto. É muito importante tentar entender o significado dessa transição entre desenho e vida real, visto que é bastante comum nos bastarmos (nós arquitetos) com o belo projeto e deixarmos de perceber ou de experimentar cada obra quando pronta. Nunca temos o pleno domínio da execução, mas em casos como esse, onde conseguimos funcionar como fiéis aliados da construtora para garantir que o construído chegasse a ser tão atraente quanto o projetado, e cientes de que isso vem sendo cada vez mais essencial, ficamos gratificados por fazer parte de todo o processo e aliviados por verificar que o bairro ganhou mais um elegante e digno edifício. Não é sempre que conseguimos mostrar um projeto de retrofit e não é por falta de vontade, mas sabemos que o assunto, apesar de vasto, sempre acaba preterido pelo registro de obras novas. Nessa clínica dermatológica não mostramos uma simples reforma e, sim, nossa interpretação da arquitetura existente bem marcada por suas especificidades dos anos 70, sem julgar ou subjugar seu desenho, ao contrário, usamos e abusamos de suas abóbodas, concreto e tij olos aparentes. Além de toda a ginástica para adaptar a antiga casa ao uso extremamente específico de uma clínica com seus vários procedimentos de medicina de ponta, buscamos com o novo repertório de acabamentos e elementos de controle de insolação e privacidade, etc., uma conversa franca com a época da execução original. Lembrando que existia naquele momento de nossa história uma crença desenfreada de que tudo era possível de se fazer com o concreto. Hoje sabemos que isso nem era mentira, mas que não é mais tão necessário investir somente nesse caminho . Apologistas que somos de arquitetura com alguma personalidade (mesmo que tímida) e eticamente respeitosos do trabalho alheio, quando íntegro, nem sempre é fácil modificar algo sem prejudicar sua essência, neste caso, ousamos acreditar que conseguimos. Muito do mérito é creditado ao mobiliário que desenhamos ou escolhemos e essa interação era condição obrigatória para o sucesso da empreita. Uma ocupação equivocada, mesmo em projetos acertados, pode pôr tudo a perder. O projeto é em Jundiaí e ali verificamos mais uma vez que muitas cidades fora de São Paulo oferecem condições de liberdade autoral que por vezes não encontramos por aqui.


O Edifício Punto será erguido em Diadema durante 2012 e é nosso primeiro projeto na cidade. O município nos surpreendeu positivamente mostrando que está sabendo lidar satisfatoriamente com o desenvolvimento inevitável, inclusive com os complexos assuntos relacionados à verticalização. O empreendimento é bastante generoso em suas áreas comuns, pois sabemos da importância dessa infraestrutura de lazer para as famílias em inicio de formação, que constituem a maioria dos futuros moradores. São duas torres quase idênticas com seis apartamentos por pavimento. Mesmo não sendo possível uma construção com custo elevado ou qualquer sofisticação extra, conseguimos, com o jogo de volumes impresso nas fachadas e sem grandes artifícios, inaugurar nossa linguagem por lá trazendo muitos ganhos qualitativos ao modelo de ocupação existente. Nossa seção da revista dedicada à memória nos traz sempre alguma nostalgia. Esse projeto desenvolvido em 2003 para uma empresa de peças na Barra Funda nos faz lembrar de como foi importante poder fazer bem mais do que se faria por qualquer projeto em situação similar. Melhor que isso, nos faz recordar que a obra não custou mais do que devia e que também nem faz tanto tempo assim. A cidade é tão dinâmica e o universo que envolve construções é tão voltado a simplificações desnecessárias que é sempre bom poder mostrar trabalhos dessa ordem, elegantes e eficientes em suas diversas categorias. O projeto de luminária que escolhemos para esse numero 11, sendo luz um assunto quase sagrado em nossa modesta grande empresa, e sendo somente um entre muitos experimentos que fazemos para guarnecer nossas obras com alguma peça de valor intrínseco não evidente (mas com funções que extrapolam a única prevista), no caso, esse lustre desenvolvido para uma mesa de jantar de uma reforma de residência (que ainda não mostramos), serve de síntese de todo o projeto, diz muito sobre o que fizemos com a antiga casa e nos faz confessar o prazer que temos pelos detalhes menores, que, na verdade, são sempre imensos pela nossa ótica. Esse ano de 2011 já se foi e trabalhamos muito. Agora estamos junto com vocês nesse sempre festejado ano melhor. Fizemos muita coisa em áreas distintas e talvez isso tenha gerado certa dificuldade de condensar um tanto suficiente nessa revista com páginas contadas. É sempre oportuno acrescentar que além de trabalhar bastante, paralelamente, vivemos também muita coisa bacana e garantimos que o resultado disso tudo tem sido o melhor dos alimentos para nossos projetos. Se estamos sempre falando de possibilidades melhores de vida para os outros seria incoerente não admitir esse imenso prazer que temos com as nossas próprias. Feliz 2012, estamos sempre por perto.


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e=~19,23cm

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M.L.R.

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PROJE« O DA COBERTURA


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C I R C U L A « O

101.65

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B B

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APARTAMENTO TIPO


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5,5

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3

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32

BOCAL PRETO

60

VISTA escala

CORTE

1:7,5

escala Fresta de 1mm nas bordas Cantoneira em latão bruto Projeção conector em sarrafo perfurado Placa em TS 10mm acabamento Texturizado

Sarrafo perfurado p/ estruturaçnao e passagem de fiação

60

A

Lâmpada p/ baixo Furo p/ passagem de fio

Lâmpada p/ cima

PLANTA 60

escala

1:7,5

PROJETO LUSTRE CÚPULA EM TS ESTRUTURAL

1:7,5

A



ARQUIVO 2003

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ARQUIVO 2003


edição redação revisão direção de arte

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Arqdonini Marco Donini Beatriz Limberger Chico Zelesnikar São Paulo,

arqdonini@arqdonini.com.br mdonini@arqdonini.com.br beatrizlimberger@terra.com.br fzelesnikar@arqdonini.com.br janeiro de 2012

a r q u i t e t u r a

rua groenlândia 54, são paulo, sp tel. 55 11 3887 7866

arqdonini@arqdonini.com.br www.arqdonini.com.br

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